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Lollipop Chainsaw RePOP | Review

Lollipop Chainsaw RePOP é um hack and slash de ação, com uma pegada nonsense muito curiosa, desenvolvido e publicado pela DRAGAMI GAMES, LTD. Nele, acompanhamos a jornada de uma líder de torcida tão animada quanto avoada, seu namorado bem cabeça e uma invasão de zumbis rockeiros que ameaça ferrar com a vida de geral. Curioso, não é mesmo.

Mas, será que vale a pena acompanhar essa loucura toda? É o que veremos agora, em mais uma análise brilhantástica do Pizza Fria!

Nenhum sentido, total diversão

Coloquem-me em um macacão vermelho e me chamem de Mario, leitores e leitoras, se não estivermos presenciando um acontecimento deveras curioso. Um joguinho lançado em 2012, considerado por muitos como um cult classic (fonte: vozes da minha cabeça) acaba de cair de paraquedas em nossos colos coletivos. Em uma versão remasterizada, ainda por cima.

Me lembro como se fosse ontem (mais doze anos) quanto coloquei o disco da versão original de Lollipop Chainsaw RePOP. Grande fã de SUDA51 que sou, o absoluto louco homem, devo admitir que estava um tanto intrigado com a proposta do título. Uma líder de torcida que carrega a cabeça do namorado na cintura e mata zumbis com pompons e uma motoserra? Ao som de punk rock, baladas country e música viking? Podem me colocar nessa, por favor.

Apesar de Lollipop Chainsaw RePOP apresentar controles meio doidos, minigames frustrantes (por conta de quick time events) e algumas outras bizonhices, devo admitir que foi uma experiência um tanto quanto divertida. Contudo, voltemos ao presente: será que essa nova edição consegue elevar a experiência? Ou seria apenas uma atualização protocolar, copiando e colando a parada toda? Venham e vejam comigo agora, pessoas lindas de meu coração.

Lollipop Chainsaw RePOP
Pulando carniça (literalmente). (Imagem: Reprodução)

História

A trama de Lollipop Chainsaw RePOP acompanha Juliet Starling, uma líder de torcida normal como todas as outras. Na verdade, ela tem apenas dois pontos curiosos sobre sua pessoa. Primeiro, ela é viciada em pirulitos, principalmente aqueles com gosto de morango. Segundo, ela faz parte de uma família de caçadores de zumbis. Nada de incomum por aqui, não é mesmo?

Além disso, ela tem um namorado (o atleta Nick) que ama de paixão e está pronta para apresentar aos pais. Contudo, uma invasão zumbi acaba por complicar um bocadinho as coisas. O menino Nick acaba sendo mordido ao proteger nossa heroína, e ela acaba cortando a cabeça dele fora para impedir que ele se zumbifique. Após salvar a vida do namorado usando magia negra, transformando-o em uma cabeça falante, nossa cheerleader sai em busca dos responsáveis por essa baderna serrando e arrebentando tudo que aparecer pela frente.

Lollipop Chainsaw RePOP teve boa parte de sua narrativa escrita por James Gunn, roteirista de filmes de peso como os da franquia Guardiões da Galáxia. Portanto, podemos esperar uma boa quantidade de referências bem legais, uma trama que nunca se leva a sério e uma barragem constante de memes e bizarrices que não deixam o clima de zoação acabar. Ainda que algumas falas deixem brechas sobre o sentimentos de alguns personagens, como Nick e a tristeza de perder seu corpo, o jogo raramente fica com um tom sério.

Contudo, algumas das piadas acabam errando feio o alvo, parecendo mais forçações de barra sem sentido do que uma tentativa real de humor e risadas. É normal que jogos desse estilo passem por isso, mas acaba por ser uma ocorrência um tanto quanto corriqueira e que tira um pedaço do brilho que a narrativa e seus personagens possuem.

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Rockabilly. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

Lollipop Chainsaw RePOP entrega uma jogabilidade de ação bem interessante, na qual fazemos uso de uma boa quantidade de golpes e habilidades para dilacerar as hordas do outro mundo. Juliet pode arrebentar os zumbis usando golpes rápidos de pompom, motosserras altas e baixas, armas de longa distância, e por aí vai. Tudo pode ser combinado para gerar sequências bem legais, sangrentas e cheias de purpurina e estrelas. Bem violento e extravagante, ainda mais que o original se levarmos em conta o modo atualizado presente no título.

Além disso, cada fase possui seu próprio gimmick utilizado para dar uma sacudida na fórmula. Em uma jogamos basquete zumbi, em outra baseball, e por aí vai. Ainda que eles sejam divertidos, alguns acabam por diminuir o ritmo e tirar boa parte do embalo do jogador. Errando pelo excesso, talvez, mais que pela execução. Nada que vá nos matar de tristeza, no entanto.

Não vou me delongar demais nas bases sólidas do jogo, que são as mesmas desde o lançamento original em 2012. Lollipop Chainsaw RePOP continua tão violento e bizarro quanto divertido, e todo fã de hack and slash vai encontrar algo familiar e divertido aqui. Na verdade, prefiro apontar quais mudanças tornaram essa versão mais agradável e, em minha visão, aproximaram o título do que ele poderia ter sido já desde o começo.

Por exemplo, a versão original começava com quase todos os combos bloqueados. Ainda que pudéssemos comprar novos, ficamos um bom tempo apenas usando golpes simples e chatos. Essa nova atualização, no entanto, libera certa quantidade logo de cara, aumenta a velocidade dos golpes e, embora ainda permita a compra de sequências de golpes mais elaboradas, permite que o jogador possa causar estrago já de cara, com ou sem o uso do modo especial de Juliet.

Lollipop Chainsaw RePOP
Lá vem o combo. (Imagem: Divulgação)

Além disso, Lollipop Chainsaw RePOP melhora os quick time events e, também, dá a opção de fazer com que todos sejam realizados automaticamente. Isso era um grande problema no original, e me fez chorar lágrimas de glitter ver que esse não era mais o caso. Além disso, o rebalanceamento da dificuldade de alguns elementos do jogo, como o diabólico e odiado zombie baseball, fazem com que a experiência seja consideravelmente melhor.

Um único ponto de contenda restante, tanto em 2012 quanto hoje, é que o game pode ser um tanto quanto curto. Sim, temos uma quantidade muito legal de coisas para liberar (golpes, roupinhas, músicas e por aí vai), mas tanto as fases quanto o conteúdo jogável em si podem ser um pouquinho curtas demais. Contudo, certos momentos parecem ser maiores do que deveriam por conta dos minigames mais enjoadinhos que encontramos. Vai entender.

Lollipop Chainsaw RePOP
Brilhante. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Os visuais de Lollipop Chainsaw RePOP, como a maioria dos jogos do SUDA51, possuem um ar despretensioso e de grande estilo. Fora o ar pop e descolado de Juliet, o game entrega alguns designs bem legais de inimigos com uma pegada muito mais punk rock que me agradaram bastante. Em se tratando de texturas e animações, a versão possui uma iluminação melhor e uma maior fidelidade, com entrega de sessenta quadros por segundo. Embora ainda pareça nitidamente um jogo do início da década passada, muito ficou bem melhor de enxergar e entender.

A trilha sonora, sem dúvida, é a melhor parte dessa parte da experiência. E, inclusive, responsável pela nota que a seção irá receber. Temos uma série de punk/pop rocks muito maneiros, que grudam na cabeça, casam bem com a estética de Lollipop Chainsaw RePOP e realmente fazem com que a ação seja ainda mais eletrizante. De fato, uma trilha que vale a pena ter em qualquer playlist.

Lollipop Chainsaw RePOP
Zombie Death Metal? (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Lollipop Chainsaw RePOP?

É isso aí, pessoal. Será que Lollipop Chainsaw RePOP vale a pena? Será que o remaster melhorou o game de fato, ou foi apenas um leve tapa para que ele pudesse ser relançado em consoles mais atuais sem o risco de parecer desleixado demais? Bom, hora de revermos nossa nota para poder saber qual vai ser a pontuação de nosso concorrente de hoje.

Do lado positivo, Lollipop Chainsaw RePOP continua divertido, zoado e criativo como sempre. As melhorias em jogabilidade realmente fizeram com que ele chegasse ao que deveria ter sido no lançamento, e catapultam a aventura de Juliet para um patamar invejável tanto na trilha sonora quanto na ação. De negativo, tive alguns problemas com legendas desincronizadas, o jogo se arrasta em certos momentos e alguns minigames são meio enjoados.

Mas, no fim das contas, Lollipop Chainsaw RePOP ainda é um estouro. O título continua sendo uma das obras mais divertidas de SUDA51, fechando a trinca mágica (em minha opinião) com No More Heroes e Shadows of the Damned. Alguns pesares da versão original se mantiveram, mas esse remaster chega com tantas melhorias que fica fácil de relevar. Se ação for sua praia, pode ir sem medo. Não irá se arrepender.

Lollipop Chainsaw RePOP chega nesta quinta-feira, 12, para PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC, via Steam.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Dragami Games.

Lollipop Chainsaw RePOP

+ R$ 224,50
8.1

História

7.5/10

Gameplay

8.0/10

Gráficos e Sons

9.0/10

Extras

8.0/10

Prós

  • Jogabilidade divertida e colorida
  • Trilha sonora sensacional
  • Muitas roupas e golpes para liberar
  • Conserta muitas coisas que faziam o original ser menos legal do que deveria
  • Muito bem traduzido para o português

Contras

  • Alguns minigames são meio chatinhos, quebrando o ritmo do jogo
  • Legendas com problema de sincronia
  • Poderia ser mais longo
  • Algumas piadas e tentativas de humor não funcionam muito bem

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.