Madden NFL 22 | Review
Mais uma temporada da National Football League, a NFL está de volta, e com ela a Electronic Arts lança Madden NFL 22, disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, PC, via Origin e Steam, e Google Stadia. Com “melhorias” na nova geração (o que não é o caso da versão para PC, utilizada para esta análise, que mantém a mesma engine do ano anterior), o título traz os já conhecidos modos de jogo e conta a atualização de todas as equipes e jogadores licenciados da liga, sendo o principal game do esporte, tendo como garotos-propaganda nada mais que Tom Brady e Patrick Mahomes, lendas que protagonizaram o último Superbowl.
Como a EA lança uma versão a cada ano, sempre surgem aquelas questões (muitas das quais nós já sabemos bem a resposta): Madden NFL 22 mudou muito desde a edição anterior? O que há de novo que justifique comprar o jogo, a não ser as equipes atualizadas e algumas pequenas novidades? Essas e várias outras questões serão analisadas aqui, confira!
A temporada é nova, mas o jogo…
Antes de começar, gostaria de ressaltar que, como fã do esporte e jogador da franquia por quatro anos consecutivos, a edição de Madden NFL 22 utilizada por mim nesta análise, a de PC, não teve mudanças significativas. E há uma “explicação” para isso: segundo a EA, jogos como FIFA 22 e Madden NFL 22 não foram atualizados para as novas engines por conta do “peso” que teria, forçando a alguns jogadores a adquirir hardwares melhores. Se é essa a questão, eu não sei, mas adianto que achei frustrante o game não ter tido nenhuma grande melhoria gráfica ou na jogabilidade. Após essa crítica, podemos seguir a outros pontos.
Explicado isso, Madden NFL 22 segue a pegada dos títulos anteriores, não tendo grandes mudanças em menus, gráficos e outros aspectos gerais. Isso não torna o jogo ruim, claro, mas ficamos com aquela sensação de gastar mais por um jogo idêntico ao do ano anterior. É claro, existem alguns floreios como novidades nos modos, um detalhe aqui e ali, mas no geral, a experiência acaba sendo similar a da versão anterior. É um novo ano para o jogo, com uma nova temporada, mas as coisas não se renovam. Pelo que pude ver em vídeos e observações de outros jogadores, nem as versões da nova geração tiveram grandes mudanças. Ou seja, nada de novo no front…
Um bom simulador, mas ainda com pequenos problemas
Basicamente, Madden NFL 22 é o único jogo de futebol americano realista no mercado, e em minha modesta opinião, isso traz um certo cenário de comodismo para a EA. Porém, não há como falar que o jogo entrega uma boa experiência ao que se propõe, ainda que repetindo muitas coisas dos anos anteriores. Porém, certos erros, falhas em animações e detalhes mais finos, acabam entregando um pouco de falta de cuidado e de aprimoramento com o novo jogo. Em alguns momentos, vemos jogadores “sincronizados” realizando o mesmo gesto, braços atravessando a bola ou os adversários e pernas fazendo movimentos insanos. É claro, é um jogo e não vai atingir a perfeição, mas esses detalhes poderiam ser corrigidos com o tempo.
Porém, tirando esses pontos, Madden NFL 22 é um simulador muito divertido e que traz muitas emoções aos fãs do esporte. Desde o modo The Yard, que é uma espécie de pelada, em que você joga com equipes virtualmente ou offline, controlando seu avatar e uma equipe, ao Franchise, que nada mais é que a “Master Liga” da NFL, esses modos trazem uma imersão e um conhecimento de jogadas de ataque e defesa muito interessantes. E quem conhece sabe que o futebol americano é um esporte cheio de pequenos detalhes…
Aliás, nesses pequenos detalhes que Madden NFL 22 me agradou. Por exemplo, jogadas revisadas pelo árbitro em momentos cruciais, são aspectos de simulação muito realistas e que tornam a experiência um pouco mais tangível e desafiadora. Mas é claro, certas movimentações jamais conseguem imitar a realidade, e acho que os jogadores devem ter essa dimensão ao jogar. Ou pelo menos deveriam ter. É claro, as coisas estão avançando, mas reproduzir a multiplicidade de ações realizadas por humanos em um jogo ainda é algo um pouco distante. Nem por isso o jogo deixa de ser fluído e apresentar certo grau de realismo e variações de jogadas.
Os modos de jogo e outros detalhes
Madden NFL 22 apresenta modos já conhecidos do público, com pequenas mudanças. O modo Franchise nos coloca no comando de uma franquia, tendo um controle detalhado dos jogadores e do staff, que contam com sistemas de progressão de habilidade, além de estratégias de jogo elaboradas semanalmente. Já o The Yard, a “pelada” de futebol americano, apresenta uma nova campanha e um sistema de progressão de avatar que compartilha progresso, recompensas e itens cosméticos no Face of the Franchise, modo que retorna com uma narrativa totalmente nova, sistema de classe e a opção de jogar como um linebacker pela primeira vez.
Há também o Superstar KO, modo multiplayer, além do consagrado Ultimate Team, presente em outros jogos da EA, que oferece uma nova temporada de conteúdo competitivo. Aqui, vale ressaltar uma coisa: jogar Madden NFL 22 online no Brasil é extremamente difícil. Ao jogar online, acabei encontrar rivais distantes e a experiência ficou comprometida por conta da latência da conexão. Isso é esperado, sobretudo em um esporte que não é tão consagrado como o futebol.
Seguindo o padrão dos anos anteriores, Madden NFL 22 apresenta três estilos relativamente democráticos, além de quatro níveis de dificuldades, dividindo-se entre Arcade, Competitive e Simulation. Abaixo explico como cada uma se dispõe:
- Arcade: Esse modo reduz drasticamente o realismo das partidas, que acabam sendo mais fluidas e simplificadas, com menos faltas e mais pancadaria. Assim, o modo traz mais descidas, e equaliza um pouco mais os ratings dos jogadores, tornando a jogabilidade mais justa.
- Competitive: O modo competitivo é o adotado nas partidas do Ultimate Team. Ele é um meio termo entre a Simulação e o Arcade, e como o próprio jogo diz, requer dos jogadores um bom domínio dos controles.
- Simulation: Este modo leva em consideração os ratings dos jogadores de cada equipe. Além disso, a jogabilidade conta com um maior realismo ao marcar faltas e outros acontecimentos em campo, as famosas flags, paninhos amarelos que são lançados pelos juízes para marcar uma irregularidade.
Acertando mais ou menos o estilo que você quer jogar Madden NFL 22, as coisas vão se tornando mais compreensíveis. Isso fica melhor com uma série de tutoriais de movimentos apresentado pelo jogo, acessíveis a qualquer momento no menu principal. Ao ter dimensão de como dar passes e fazer movimentos de defesa, as coisas vão fluindo. Mas é claro, requer muita paciência. Com o tempo, você largará as sugestões táticas dos técnicos e irá começar a rodar o playbook em busca de novidades, fazendo tudo do seu jeito.
Gráficos, efeitos sonoros e a imersão: pouco mudou
Os gráficos de Madden NFL 22, pra variar, não mudaram quase nada desde a versão anterior, mantendo um estilo básico, mas funcional, contando com alguns bugs engraçados na física dos cabelos ou com braços que atravessam a própria bola ou outros jogadores. Mas as feições de boa parte dos jogadores são reproduções de características reais, o que já é bem bacana. Mas ainda acho que os gráficos poderiam ser melhores, e nem mesmo na nova geração percebi grandes novidades. No entanto, vale lembrar novamente que a crítica aqui é focada na versão de PC. É decepcionante, mas é isso aí. Que nas próximas versões vejamos melhorias consideráveis.
Já as cenas ocorridas não só dentro do jogo, mas em diálogos que acontecem entre uma partida e outra com o quarterback e o técnico, comemorações variadas, discussões e sobretudo no modo Face of Franchise, que traz uma história, a imersão é bem interessante. Há todo um detalhamento no jogo, que nos coloca como se estivéssemos dentro de uma transmissão esportiva. A narração, em inglês, é bem profissional e traz diversos detalhes ocorridos em campo, curiosidades sobre jogadores e franquias, além da explicação de algumas regras básicas do esporte. Neste aspecto, Madden NFL 22 está muito bem.
Vale a pena comprar Madden NFL 22?
Honestamente, como um fã, é sempre um prazer poder jogar os títulos da franquia. Mas pagar o preço cheio (R$ 249,00!!!) por um jogo basicamente igual ao anterior é complicado, ainda mais na atual conjuntura do nosso país. No caso de PC, a coisa ainda fica pior, pois o jogo segue o mesmo, tendo apenas alguns badulaques e as equipes atualizadas. Em suma, Madden NFL 22 é um jogo muito bacana e imersivo, trazendo toda a sensação da NFL para perto do jogar mas, para variar, parece que a EA segue pensando dentro de sua zona de conforto, entregando mais do mesmo por não ter nenhuma competição.
Em alguma promoção talvez valha a pena pegar o título por um preço atrativo. Caso contrário, me parece mais viável ficar no jogo anterior mesmo e esperar uma mudança significativa na versão de PC e até mesmo na nova geração. E digo significativa mesmo, pois o jogo precisa evoluir ainda mais, pois certos erros se repetem. Outro ponto que a EA poderia começar a trabalhar é a tradução da franquia para o português, pois essa ausência acaba por afastar uma boa parte do público, dos fãs apaixonados a jogadores curiosos.
Por fim, o descontentamento com a franquia já é costumeiramente observado nas redes, com hashtags como a #FixMaddenFranchise, onde os fãs do mundo todo pedem que diversos aspectos do jogo sejam revistos. Em alguns casos, vi jogadores ressuscitarem títulos de futebol americano bem mais antigos, alegando melhor jogabilidade e outros pontos mais relevantes. Neste caso, não posso opinar sobre, mas sinceramente acho que já passou da hora da Electronic Arts começar a ouvir seus fãs, seja em Madden NFL 22, FIFA 22, ou em qualquer outro jogo…
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Electronic Arts.