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Marvel’s Spider Man: Miles Morales | Review

Marvel’s Spider Man, desenvolvido pela Insomniac Games e lançado exclusivamente para PlayStation 4 em 2018, concorreu ao título de jogo do ano, perdendo para God of War. Com uma história densa, e oferecendo uma visão mais madura do Homem Aranha, o jogo conquistou crítica e fãs, mas também serviu de ponto partida para uma outra narrativa, a introdução de Miles Morales.

Assim, pouco mais de dois anos após o lançamento original, Marvel’s Spider Man: Miles Morales chegará ao mercado, visando contar a parte restante da história. Com versões para PlayStation 4 e PlayStation 5, o lançamento está marcado para o dia 12 de novembro, data que o console next-gen chegará em diversos países do mundo. Pronto para salvar o Harlem? Vem com a gente em mais uma review antecipada do Pizza Fria!

O Spider-Man que a gente aprendeu a gostar

Miles Morales, ao contrário de Peter Parker, é um personagem relativamente novo no universo Marvel. Enquanto Parker surgiu nas HQs em 1962, Morales não fez nem dez anos ainda. Sua primeira aparição foi em 2011, mas foi o suficiente para cair nas graças do público. O sucesso foi tanto que, também em 2018, foi lançado o longa Homem-Aranha no Aranhaverso, em que todo o protagonismo ficou em Morales.

Portanto, sendo parte do “Aranhaverso”, temos o jogo de 2020, Marvel’s Spider Man: Miles Morales. Como uma sequência direta dos acontecimentos de Marvel’s Spider Man, podemos conhecer um pouco mais sobre Morales, enfrentando novas identidades de vilões conhecidos de Parker, como Tinkerer, e também de corporações conhecidas no universo dos quadrinhos, como a Roxxon e até mesmo uma nova visão da Underground.

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Miles Morales é o outro Spider-Man de Nova York (Imagem: Divulgação)

A questão é que, dentro do universo de Marvel’s Spider Man: Miles Morales, todas essas adaptações funcionaram bem, e entregaram uma história original. Por mais que exista algum clichê aqui ou ali, ainda há algumas surpresas para fãs, sejam do Homem Aranha original, ou do nosso novo herói, Morales.

O ponto negativo é que o jogo foi concebido como uma DLC, que expandiu demais e teve que se tornar um jogo independente, como aconteceu com Uncharted: The Lost Legacy. Só que ele padece do mesmo mal de sua inspiração: é um jogo muito curto, que não levei mais do que 10 horas para fazer 100% do mapa, incluindo terminar a história e as missões secundárias.

Um gostinho de quero mais…

Marvel’s Spider Man, o original, de 2018, também não é um jogo muito longo, mas certamente dura mais do que as 10h que gastei para fazer tudo em Miles Morales. Logo, quando se pensa em uma DLC dele, não podemos esperar grandes novidades. E, de fato, elas não existem, ao menos quando pensamos em Nova York.

O mapa e o gameplay básico são essencialmente os mesmos. Se houveram alterações, confesso que passaram despercebidas. Me senti jogando uma das expansões do jogo original, com a ressalva de que Morales possuí poderes diferentes de Parker, e este é justamente o brilho do jogo.

Marvel's Spider Man: Miles Morales
Os traços da personalidade de Miles Morales são bem diferentes de Peter Parker, e isso é explorado pela história do jogo (Imagem: Divulgação)

Como em Homem-Aranha no Aranhaverso, Miles Morales pode ficar invisível e também utilizar a bioeletricidade do seu corpo para desferir golpes nos oponentes. Essa bioeletricidade é chamada de Venom, e ela pode ser aprimorada usando trajes e também na árvore de habilidades. Logo, por mais que você não tenha muitas das habilidades que Peter Parker tinha com a teia no jogo original, há uma forma completamente nova de superar os adversários do jogo.

Isso porque Morales é apelão. Quando você se acostuma com os movimentos, e consegue acumular mais cargas para golpes Venom, fica quase obrigatório chegar em uma instalação inimiga distribuindo socos e chutes elétricos para todos os lados. Pelo menos comigo foi assim. E a invisibilidade é bastante útil, em especial contra inimigos comuns, que ficam completamente perdidos quando você ativa ela.

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A bioeletricidade foi um ótimo ganho de gameplay para o título (Imagem: Divulgação)

Por outro lado, se o jogo original possuía missões secundárias repetitivas, ou cansativas, que acrescentavam pouco à narrativa, Miles Morales também tenta consertar isso. Talvez pela duração menor, não há enrolação. São poucas as missões secundárias, mas nenhuma delas é repetitiva ou te dá a sensação de exaustão. É um game que sabe a hora de parar.

Por fim, as atividades que amamos no jogo original, que nos fazem nos sentir o Homem Aranha, estão lá: impedir crimes, resgatar reféns, salvar um gato, interromper uma perseguição policial. Tudo isso está de volta, e como são eventos aleatórios – e com uma frequência bem justa, você não se sente obrigado a fazer tudo, o tempo todo.

Fator replay

Marvel’s Spider Man tem o que muitos consideram uma platina fácil. Basta terminar o jogo e fazer os 100%, que faltarão poucos troféus para conquista, a maioria com uma dificuldade relativamente baixa de ser alcançada. Miles Morales muda um pouco esse jogo. Apesar de atingir os 100% de conclusão no mapa – que foi o que eu fiz para ter base desta análise, já é possível iniciar um Novo Jogo+ logo após o término da história, e também para acabar de conquistar os troféus restantes.

Não dá para obter a platina apenas em uma jogada. Para completar a árvore de habilidades, é necessário recomeçar o jogo. E para obter todos os troféus, é necessário terminar o jogo duas vezes. Isso meio que força um fator replay, mas levando em consideração que uma parcela considerável dos jogadores poderão jogar em duas plataformas (PS4 e PS5, com cross-save e cross-buy), a medida vai te forçar a revisitar o jogo. E como o título não enjoa, é bem fácil de imaginar que muita gente vai jogar de novo.

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Uma versão diferente de Tinkerer marca presença nesse “Aranhaverso” (Imagem: Divulgação)

Gráficos e desempenho

Como disse acima, eu joguei Marvel’s Spider Man: Miles Morales em um PlayStation 4 padrão. E é incrível como o jogo ainda é muito bonito e muito bem otimizado. Mesmo sem os badalados recursos de loading ultra rápido e gráficos com ray tracing, eu me senti bastante confortável em rodar o game no meu velho guerreiro. E isso me animou ainda mais para ver como tudo isso vai ficar com as maravilhas prometidas para a nova geração.

Fora isso, o PS4 se comportou bem, e não se tornou a turbina que geralmente é em jogos de final de geração. Nova York segue sendo uma cidade muito viva, em que muitas coisas acontecem simultaneamente, e balançar entre arranha-céus segue sendo uma atividade divertidíssima – e muito bonita de se ver.

Marvel's Spider Man: Miles Morales
Saltar por Nova York é uma das melhores coisas do game (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Marvel’s Spider Man: Miles Morales?

Eu gostei mais de Marvel’s Spider Man: Miles Morales do que o jogo original. Achei que, no conjunto da obra, é um produto mais enxuto, que diverte mais, complementando a história anterior, e que acaba na hora certa. Ao contrário do primeiro jogo, não tive a sensação de que nada ali era desnecessário. É um jogo ótimo, no melhor sentido da palavra.

Mas foi justamente o fato dele ser mais curto que pode pesar contra, pois com o preço cheio, sendo vendido por R$ 249,50 no varejo e na PlayStation Store, pode parecer uma má escolha ao comparar o custo benefício, principalmente com jogos na mesma faixa de preço, que oferecem muitas horas a mais de diversão. Talvez valha a pena aguardar uma promoção, ou comprar de segunda mão.

Marvel’s Spider Man: Miles Morales chega no dia 12 de novembro para PlayStation 4 e no dia 19 de novembro para PlayStation 5, estando disponível no lançamento do console no Brasil. A versão digital dá acesso ao jogo em ambos os consoles, enquanto a mídia física só é compatível caso o console next-gen tenha leitor Blu-ray.

*Review elaborada no PlayStation 4 padrão, com código fornecido pela Sony.

Marvel's Spider Man: Miles Morales

R$ 249,50
8.9

História

9.0/10

Gameplay

9.5/10

Gráficos e Sons

10.0/10

Extras

7.0/10

Prós

  • História divertida
  • Gameplay prazeroso
  • Gráficos espetaculares no PS4 padrão
  • Totalmente localizado em PT-BR

Contras

  • Muito curto

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.