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Rainbow Moon | Review

Rainbow Moon é um JRPG, lançado originalmente nos longínquos anos de 2012, desenvolvido pela SideQuest Studios e publicado pela eastasiasoft. O título nos coloca no controle de Baldren, um cavaleiro que se encontra perdido em uma dimensão estranha após tomar uma rasteira, metaforicamente falando, de seu arqui-inimigo. O no momento do grande duelo entre os dois, imaginem só!

E aí, será que vale a pena acompanhar as desilusões e aperreios de nosso azarado colega? É o que veremos agora, em mais uma análise mágica do Pizza Fria.

Começando pelo começo

O que fazíamos em 2012, caros leitores e leitoras? Estávamos assistindo televisão? Jogando um Ragnarok online com amigos? Ou Tibia, será? Passeando por aí com a galera, sofrendo e sorrindo. Quem sabe? Bom, eu até responderia, mas nem lembro mais o que almocei ontem. Que horror! Contudo, eu sei de uma coisa que aconteceu nessa época! O primeiro lançamento de nosso jogo da vez, Rainbow Moon.

Familiar o nome, não é? Na verdade, já falamos sobre o sucessor dele aqui neste belo recanto das interwebs. Rainbow Skies, e me recordo de ter me agradado da experiência geral. Puxando da memória, é possível ver com clareza quais pontos se mantiveram, ou melhoraram, ao longo do desenrolar de ambos os títulos. Quem sabe se, dando uma lidinha na análise do Skies, vocês não percebem também? Eu, fazendo propaganda de minhas reviews? Que absurdo leitor, estou mortificado.

De toda forma, é importante lembrarmos que Rainbow Skies é um jogo já mais antigo, representando bem o que havia das modas daquela época. Gosto de levantar esse ponto porque é legal olhar para trás e ver como a galera desenvolvia há dez, doze anos. Lembram de quando por algum motivo, podíamos ter a impressão que todo jogo de primeira pessoa sempre colocava um arco e flecha? Ou os de terceira pessoa nos davam ganchos para saltar por aí. Até Assassins Creed fez isso, imaginem só. Vivendo e aprendendo.

Rainbow Moon
Suba no barco e deixe esse bobão falando sozinho. (Imagem: Divulgação)

História

A trama de Rainbow Moon é mais ou menos assim. Nosso herói, Baldren, acaba de decidir que está pelas últimas com seu maior rival. O cara é um mago chato, desagradável e maléfico, e nosso bacanas simplesmente não pode tolerar tamanho desrespeito por nem mais um minuto! Pegando em armas, Baldren vai de encontro ao dito cujo para, surpreendendo um total de zero pessoas, ser passado para trás e enviado através de um portal dimensional para a terra de Rainbow Moon.

Contudo, não foram só as honrosas calças metálicas de nosso sir favorito que caíram por lá. O portal também lançou uma grande quantidade de monstros pelas terras, que começaram a destruir e atazanar a vida de todos. Resta à Baldren a missão, então, de encontrar a fonte desses portais, dar conta das aberrações que dele saltaram e colocar as coisas de volta em seus devidos lugares. Ah, e dar um jeito no causador disso tudo, claro.

Fora isso, temo dizer que Rainbow Moon não tem uma trama lá muito instigante. O título coloca o básico para nos manter andando de um ponto para outro, e nem os outros personagens secundários ou opositores que encontramos pelo caminho são dignos de tanta nota, devo dizer. O que é uma pena, pois o caráter mais expansivo do título, como veremos para frente, poderia bem se beneficiar de algo assim.

Rainbow Moon
Parece mais interessante do que é, infelizmente. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

Rainbow Moon é um JRPG bem tradicional, se formos pensar nos moldes do gênero. Com um enfoque maior em liberdade de exploração, geralmente impedida apenas pela força de alguns inimigos obrigatórios (na maior parte, todas as outras tretas podem ser ignoradas se quisermos), o título se concentra em fornecer uma boa quantidade de mecânicas e missões que, juntando com seu combate, formam o cerne da experiência.

Para começar, falemos de bater pernas por aí. As ilhas do reino de Rainbow Moon, que possuem seus próprios biomas, estão bem recheadas de coisas para fazer, inimigos para derrotar, cavernas para explorar e tranqueiras para encontrar. De fato, o jogo recompensa com carinho aquele que realmente sai explorando sem medo, e que deixa o caminho principal de lado. Em tempos recentes, Final Fantasy VII Rebirth é um bom exemplo dessa dinâmica. Seja para realizar missões secundárias ou não, sempre teremos mais de um objetivo em mente.

Contudo, a exploração por vezes é atrapalhada pela forma que andamos pelos mapas. Rainbow Moon entrega uma visão isométrica bem legal, que me agradou na maior parte do tempo. Porém, por vezes fiquei perdido sem conseguir saber direito por onde ir ou vir, haja visto que o jogo é meio maluco em relação ao que ele nos mostra, ou nas proporções e distâncias de seus elementos.

Um outro ponto, que começa a ficar mais evidente com o passar das horas, é que certa parte dessa camada extra não é tão elaborada, nem tão emocionante a ponto de nos manter instigados. De fato, salvo uns chefes mais pauleiras ou tesouros mais valiosos, o conteúdo adicional termina, eventualmente, por acabar caindo pelo lado mais mundano da coisa. Novamente, esse é um mal que todo título com essa proposta acaba se arriscando mais hora, menos hora.

Rainbow Moon
Tesouro! (Imagem: Divulgação)

O combate de Rainbow Moon vai mais ou menos pela mesma pegada. Temos uma movimentação por quadradinhos, no qual cada personagem se move em seu turno usando uma ação. Ao longo do tempo, liberamos mais comandos por vez. Selecionamos os inimigos, batemos, usamos habilidades, e por aí vai. Bem legal e funcional, na maior parte do tempo. Contudo, temos algumas questões.

Primeiro, que as direções que selecionamos para mover nem sempre são o que imaginamos. Podemos pensar que apertar para a direita irá ao quadrado direito, mas dada a direção do personagem pode fazer ele subir ou descer. Além disso, o posicionamento não importa tanto assim para o dano, e as tretas rapidamente caem no marasmo do andar, bater, andar, bater, até tudo morrer.

Um outro ponto legal é o das pérolas que ganhamos ao abater inimigos, que ajudam a dar um boost nos atributos individuais dos personagens. O que é legal, e dá mais liberdade para construirmos como Baldren e seus amigos irão lutar. Contudo, elas só são dadas de prêmio a quem mata um monstro. Levando em conta que todo novo membro do time entra mais fraco que os que já estavam antes, conseguir com que eles matem os adversários para poder obter suas pérolas acaba se tornando um grande problema.

Rainbow Moon
Quero minhas pérolas, agora! (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Rainbow Moon tem uns visuais fofos, até, vistos na visão isométrica. Tudo é bem colorido e cartunesco, conferindo uma vibe bem relaxada e tranquila ao jogo. Contudo, devo dizer que achei os efeitos e interfaces bem aquém do esperado, bem como as artes dos personagens. Compreendo ao que vieram e qual a intenção mas, infelizmente, preciso admitir que não me cresceu muito aos olhos.

A trilha sonora e os efeitos seguem o mesmo estilo, sendo perfeitamente passáveis e adequados sem, contudo, fazer nada que mereça muitas palmas ou vaias raivosas da platéia. Um vacilo, contanto, foi a falta da localização para nossa linda língua materna. Que feio.

Rainbow Moon
Camarada não tá bem não. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Rainbow Moon?

É tempo, caríssimos e caríssimas, de batermos o virtual martelo na metafórica mesa. Será que Rainbow Moon é bom, ou bomba? Bom, devo dizer que ele é um daqueles títulos realmente complicados de julgar. Não por ser uma obra de arte, nem um coisa saída dos infernos. Pelo contrário, é o seu estar no meio do caminho que complica tudo. Se notarem, afinal, todo positivo teve um negativo atrelado.

Por exemplo, temos muitas coisas para fazer e achar. O jogo incentiva e recompensa o jogador que vai além com armas, habilidades, dinheiro e desafios, o que é muito bom. Mas, o título peca pelo excesso e, após certo tempo, tudo fica mundano. O combate é legal até, e com variações. Mas acaba caindo na mesma. O sistema de pérolas é interessante, mas pune os personagens que entram ao longo da história. Os visuais são bonitos, mas por vezes é confuso entender o que é o não caminho, e por ai vai.

Agora, isso faria Rainbow Moon ser algo a se evitar como um corpo repleto de cordyceps turbinados? Jamais, pelo contrário. Até digo que ele é um bom JRPG de entrada para quem ainda não conhece o gênero, ou um para se matar o tempo e relaxar. A questão acaba sendo, no fim das contas, que ele não se ergue além disso por conta de tudo o que falamos até aqui. O jogo é agradável? De fato. Mas, memorável? Bem, aí já creio que deveremos discordar.

Atualmente, Rainbow Moon está disponível para PlayStation 4 e chegou nesta sexta, 15, para Nintendo Switch.

*Review elaborada no Nintendo Switch, com código fornecido pela eastasiasoft.

Rainbow Moon

+ R$ 64,99
7.3

História

6.0/10

Jogabilidade

8.0/10

Sons e Visuais

7.0/10

Extras

8.0/10

Prós

  • Mapa grande e muito conteúdo
  • Customização por pérolas é interessante
  • Jogo recompensa quem explora
  • Boa opção para entrar no mundo dos JRPG

Contras

  • Se torna repetitivo com o tempo
  • Problemas na seleção de movimento no combate, algumas vezes
  • Confusão visual em alguns pontos
  • O jogo não explora bem o potencial que possui, infelizmente
  • Faltou nossa legenda

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.