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Sclash | Review

Sclash é um jogo único. Desenvolvido pela Just For Games, Abiding Bridge e Bevel Bakery, o game oferece uma experiência 2D plug and play, permitindo começar uma batalha rapidamente ao abrir o título. Sclash será lançado para PC, através das plataformas Steam e GOG.com, no dia 4 de agosto, e também chegará aos consoles ainda em 2023, após sofrer um adiamento. Segundo os desenvolvedores, esse adiamento ocorreu devido à necessidade de aprimoramentos para “melhorar a experiência do jogo e garantir o alto padrão de qualidade no modo Online”, que, cabe ressaltar, ainda não está disponível.

Com essa intrigante apresentação, é natural que algumas perguntas venham à mente do leitor: Será que a proposta simples, porém extremamente bela de Sclash funciona? A jogabilidade é divertida? Há emoção neste título? Essas e outras questões serão analisadas nesta análise antecipada do Pizza Fria!

O embate entre os clãs Aki e Natsu

Uma característica que chamou minha atenção ao iniciar em Sclash foi a possibilidade de jogar o Modo História. Este modo sempre me atrai em todos os games, inclusive nos de esportes em geral. Como fã da história japonesa e filmes de samurais, decidi começar a explorar o jogo neste modo. Nele, somos inseridos em um conflito entre os clãs Aki e Natsu, cercado por divindades japonesas, dilemas familiares e muitas batalhas, questões de honra e orgulho, elementos típicos das narrativas da terra do sol nascente. E não, a ideia é tudo, menos ruim.

Este modo, repleto de ideias interessantes, combina lutas contra chefes, personagens menos poderosos e uma bela narrativa, tudo isso potencializado pelos gráficos impressionantes do jogo, desenhados à mão com um estilo de tirar o fôlego. Mas vamos com calma, falarei disso mais adiante. Ao explorar a narrativa de Sclash, fui apresentado ao protagonista Jinmu, um jovem samurai talentoso e ambicioso, envolvido em uma trama com as divindades Susanoo e Amaterasu. Estas receberam uma interpretação única aqui, mas não darei maiores spoilers, isso você verá ao jogar.

Sclash
Nosso protagonista no Modo História. (Imagem: Divulgação)

Estas divindades, parte da cultura japonesa, moldam toda a narrativa de Sclash, cabendo ao nosso protagonista resolver os problemas da humanidade envolvendo deuses e muita determinação. Contudo, não consegui concluir o Modo História, pois Sclash apresentou um problema para salvar todo o progresso alcançado após algumas horas de jogo. Esta falha frustrante, presumo, será corrigida no lançamento. Contudo, estou analisando esta versão e, sem dúvida, este problema afeta a avaliação. Portanto, antes mesmo de prosseguir, destaco aqui o primeiro problema do game.

Lutas plug and play?

Sim, é isso mesmo. Sclash é um jogo de luta samurai 2D plug and play, onde você pode começar a lutar em questão de segundos! E, em cada batalha, que tem um clima de tensão, ao mesmo tempo que proporciona uma sensação de relaxamento devido à beleza dos desenhos, um golpe é suficiente para matar, exigindo cuidado ao dominar o estilo de luta com espadas, com apenas três botões, sem combos ou qualquer coisa semelhante aos complexos jogos de luta. A aprendizagem é rápida, o que é ótimo. No entanto, a longo prazo, parece ficar limitado e tornar-se repetitivo.

Mas, engana-se quem pensa que a luta se resume apenas ao pressionar de poucos botões. Em Sclash, também temos que lidar com a resistência do personagem, representada por quatro traços que aparecem próximos a ele, sendo fácil de entender. O jogo conta com cinco personagens jogáveis, 16 cenários maravilhosos e mais de 50 skins para personalizar os samurais durante as batalhas. Portanto, Sclash é um jogo simples, porém tático, que se resume a um número limitado de movimentos, com a atenção a cada golpe sendo essencial.

Sclash
Um golpe e tudo acaba. (Imagem: Divulgação)

Direção de arte diferenciada

Se tem algo que me fascinou em Sclash, foi a direção de arte e os gráficos desenhados, que proporcionam uma variedade de sensações, sendo muito relaxantes. Cada detalhe do jogo é simplesmente lindo, encantando-me muito, e harmonizando perfeitamente com a proposta apresentada. Mesmo em um cenário de guerra e conflitos, conseguimos apreciar toda a paz das paisagens japonesas em belíssimos cenários 2D. Além disso, os desenhos, a movimentação dos personagens, o cenário e até mesmo a iluminação de Sclash são incríveis, sendo o ponto alto do título.

Outra coisa bem bacana é poder acompanhar a narrativa do Modo História sendo muito bem narrada ao longo de nossa jornada. E, felizmente, o áudio em inglês conta com legendas para o português brasileiro, sendo então mais fácil compreender um pouco da narrativa do jogo, baseada em histórias e divindades japonesas. Desta forma, no quesito gráfico e de direção de arte, Sclash arrebenta!

Outro aspecto muito bacana é poder acompanhar a narrativa do Modo História sendo muito bem narrada ao longo de nossa jornada. E, felizmente, o áudio em inglês conta com legendas em português brasileiro, tornando mais fácil compreender a narrativa, baseada em histórias e divindades japonesas. Portanto, no quesito gráfico e direção de arte, Sclash é excepcional!

Sclash
Os gráficos do jogo são belíssimos. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Sclash?

Sou extremamente apaixonado por histórias de samurais e toda a mística que envolve esses icônicos personagens japoneses, mas isso não me impedirá de ser crítico em relação aos problemas que percebi em Sclash. Contudo, antes de apontá-los, ressalto que o jogo tem um enorme potencial, especialmente com a ideia de batalhas rápidas online, recurso que deverá estar disponível em breve.

Retornando aos detalhes críticos, foi frustrante jogar Sclash sem que meu progresso na história fosse salvo. Para piorar, em uma determinada luta, o jogo manteve as animações em execução, mas os personagens permaneceram completamente estáticos. Este bug atrapalhou a continuidade da saga de Jinmu. Embora esse tipo de problema possa parecer menor, ele compromete o gameplay e desmotiva o jogador a reiniciar tudo. Mesmo assim, pretendo dar ao jogo outra chance em breve.

No entanto, apesar desses problemas mencionados, Sclash é um dos jogos mais belos que já vi, apresentando gráficos impressionantes que estão totalmente alinhados com a proposta do jogo. A jogabilidade, por sua vez, harmoniza bem com a ideia de duelos mortais derivados da cultura samurai. No entanto, pode acabar se tornando repetitiva e limitante a médio prazo.

Apesar disso, Sclash ainda é um jogo interessante, especialmente com a possibilidade de novos modos e correções no futuro. Como a avaliação se refere ao presente, o cenário muda completamente. No entanto, acredito ser extremamente honesto informar aos leitores sobre o potencial deste game. Estamos ansiosos para ver o que o futuro reserva, mas é evidente que o presente ainda tem muito a melhorar.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Just For Games.

Sclash

7.9

História

7.8/10

Jogabilidade

7.8/10

Gráficos e sons

9.0/10

Extras

6.8/10

Prós

  • Gráficos e direção de arte impressionantes
  • Jogabilidade simples e bem fácil de se aprender
  • O Modo História é ótimo
  • Legendas em português brasileiro

Contras

  • Apresentou alguns pequenos erros ao longo da jogatina
  • Falta de variabilidade na jogabilidade
  • O Modo História tem problemas para salvar o progresso

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.