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The Persistence Enhanced | Review

The Persistance Enhanced é um survival horror ambientado no espaço. O game apresenta a proposta de misturar elementos de sobrevivência, terror e roguelike, tornando assim a experiência única e desafiadora. Entretanto, será que a junção de gêneros tão distintos foi uma boa ideia? Confira a resposta em mais uma análise do Pizza Fria!

O título foi desenvolvido pela Firesprite e lançado no dia 24 de junho para Xbox Series X|S e PlayStation 5. O game também possui versões para Xbox One, Playstation 4, PC, via Steam e PSVR, sendo que está última é a plataforma que o game foi lançado originalmente.

Uma história simples

The Persistence Enhanced começa com a protagonista acordando em uma grande nave especial sem saber como chegou lá. Após explorarmos um pouco o cenário, uma voz começa a se comunicar conosco auxiliando nossos próximos passos. Este momento serve como tutorial do game, no qual aprendemos o básico da movimentação e alguns elementos de jogabilidade.

Portanto, quando os primeiros detalhes sobre o gameplay são introduzidos, algo já fica bem claro. Este game é um port de uma experiência VR, sendo assim, limitações estarão presentes. Uma delas é que não podemos correr no jogo. No entanto, temos uma habilidade de teletransporte, está que é introduzida logo no inicio.

Após a introdução dos elementos básicos, começamos a avançar por algumas salas da nave. Encontramos então uma ferramenta de coleta de DNA do lado de um corpo. A voz que está se comunicando conosco diz então para pegarmos uma amostra do corpo morto ali no chão, pois esta amostra será necessária caso precisemos de um novo hospedeiro.

Neste momento é revelado que a nossa personagem é um clone. Este é um elemento bem importante no título, pois sempre que morrermos (e isso acontece muito) teremos que assumir um novo corpo. Para isso, existe uma espécie de impressora de clones, que irá ser útil durante estes momentos.

Depois de explorarmos mais um pouco, somos informados que existe uma presença maligna no local. Assim sendo, nos deparamos com o primeiro inimigo do game. A voz que nos guia diz para sempre evitarmos combates diretos contra eles, sendo preferível o uso da furtividade. Neste momento, devemos nos abaixar e eliminar o inimigo por trás usando o equipamento de coleta. Logo em seguida, um monstro acaba avistando a protagonista e um combate corporal começa.

O objetivo principal do game nesta parte é que o jogador tenha sua primeira morte. Pois, o jogo irá jogar inimigos demais para o player enfrentar, sendo que a protagonista não tem recursos o suficiente para um combate tão direto. Após a primeira morte somos revividos no local em que o título começou. Neste momento, recebemos nosso objetivo central, que é encontrar uma nave e conserta-la, para então escapar daquela nave infestada de criaturas.

Basicamente, está é a narrativa do título. Pois, não teremos aqui uma história cheia de profundidade e com reflexões e sim apenas um objetivo central e alguns diálogos simplórios entre a protagonista e a sua voz guia. Para exemplificar, temos momentos em que a sobrevivente fala um pouco sobre seu passado e como sente falta de como as coisas eram antes…… é diálogos desse jeito, o jogo inteiro.

Também é possível encontrarmos alguns documentos durante a exploração no cenário. Normalmente eles são semelhantes aos diálogos citados acima, simples e com informações simples demais, algo que poderia teria sido melhor trabalhado.

Os inimigos e o arsenal de armas de The Persistence Enhanced

Durante o game conseguimos ter acesso a uma boa variação de armas no cenário. Sendo algumas delas pistolas e até mesmo armas brancas. Entretanto, o jogo não faz um bom trabalho em estimular o uso delas. Pois, a munição normalmente é muito escassa e o dano causado por estes equipamentos não é muito alto. Assim sendo, o mais recomendado é usa-las apenas contra inimigos mais fortes ou quando for extremamente necessário.

The Persistence Enhanced
O recomendado é usar armas apenas em momentos de extrema necessidade (Imagem: Reprodução)

Por falar nos inimigos, o game até que faz um bom trabalho em apresentar uma boa variação deles. Temos monstros que nos atacam diretamente, alguns que se escondem em tubos de ventilação para pegar o jogador de surpresa e até mesmo grandes criaturas que nos perseguem eventualmente. Embora eles sejam bem diversos, a inteligência artificial deixa a desejar, sendo que é comum no título vermos inimigos simplesmente parados e sem reação nenhuma, mesmo após avistarem a protagonista.

Um gameplay que poderia ser melhor

Eu tenho que admitir que The Persistence Enhanced faz justiça ao seu título. Pois, para eu finalizar o game, foi preciso muita persistência. Primeiramente, o combate tanto em stealth como direto do jogo não funcionam de uma forma muito boa. Pois, era comum eu tentar eliminar os inimigos no furtivo e o comando simplesmente não funcionar.

Está situação foi muito recorrente durante toda a minha jornada. Além disso, temos o combate direto. Ele funciona da seguinte maneira, o inimigo vem e tenta nos atacar, ai devemos ativar um escudo de energia que irá atordoa-lo e depois dar um golpe usando alguma arma que tenhamos equipada. Parece simples não é? entretanto, minha experiência teve um caviar…… pois, toda vez que eu ativava o escudo, o game travava por quase 5 segundos e quando voltava eu já estava levando dano e as vezes a protagonista já tinha até morrido.

Este problema tornou toda a minha experiência frustrante. Temos aqui um título roguelike, ou seja, a cada morte eu precisava refazer todo o trajeto novamente, sendo que na maioria das vezes eu não morria por falta de habilidade e sim porque o game apresentava problemas.

Sendo assim, minha imersão em The Persistence Enhanced foi quebrada e eu simplesmente não conseguia entrar no loop de aprendizagem e progredir aprendendo com meus erros, pois isso não faria sentido se o game iria me sabotar. Para exemplificar, varias vezes eu conseguia passar todo o trajeto em furtivo, pois era o modo jogável. Portanto, eu chegava no último cenário próximo do objetivo principal e era avistado e atacado….. neste momento o título simplesmente travava e a personagem morria, fazendo todo aquele trajeto perdido.

Esse fator se tornava ainda mais agravante do meio do game pro final. Pois, além dos inimigos comuns citados anteriormente, também estavam presentes criaturas muito mais fortes. Sendo assim, tudo se tornava ainda mais desafiador, pois eu sabia que se a personagem fosse atacada eu não teria nem chance de me defender pois o famigerado travamento iria entrar em ação.

Loop de ambientes

The Persistence Enhanced apresenta um visual mediano. Alguns ambientes são muito bonitos, principalmente o cenário da ponte, que se serve como um hub para o jogador interagir com portais, estes que o levam para outros locais da nave. Embora tenha um visual legal, o título peca em apresentar ambientes repetitivos durante toda a jornada. Normalmente, os locais são todos brancos, tem algumas caixas, um portal e uma grande porta branca que nos levará para outro ambiente bem similar a este.

Está repetição acaba deixando o jogador propício a se perder facilmente nos ambientes. Isso aumente as chances dele acabar batendo de cara com uma criatura e morrer logo de cara, isto porque simplesmente não conseguiu identificar em qual local da nave estava. Veja bem, não estou dizendo que mapas complexos são um problema. O que acaba sendo um ponto negativo aqui, é que os mapas são desafiadores para o jogador pois são muito iguais uns aos outros. E este tipo de ambientes que não mudavam em conjunto com a frustração do combate, acabou não sendo a melhor das combinações.

The Persistence Enhanced
Os ambientes são repetitivos demais, o que pode fazer o jogador se perder facilmente pelo cenário (Imagem: Reprodução)

Um port que deveria ser melhor

Em The Persistence Enhanced, fica bem claro a todo momento que estamos jogando um game para a plataforma VR. Os controles, movimentação e até mesmo alguns objetivos do game deixam isso claro. Isso acaba sendo um problema aqui porque algumas das ações não respondem como deveriam. Para exemplificar, temos uma missão que devemos encaixar pequenos painéis em buraco para religar a energia do local. Na minha experiência, pegar este objeto e tentar encaixa-lo na posição certa foi bem frustrante, pois a movimentação é bem travada usando um controle.

Ainda falando sobre a questão do port, temos que entrar na questão do desempenho do game. Minha experiência foi em um Xbox Series S, entretanto em diversos momentos meu sentimento foi que eu estava jogando em um Xbox One Fat. Certo, vamos lá, o título apresenta dois modos gráficos: Ray Tracing ativado e desativado.

The Persistence Enhanced the persistence enhanced
A resolução de puzzles acaba sendo frustrada em alguns momentos pela movimentação travada e pouco responsiva (Imagem: Reprodução)

Ao jogar com o RT ativado, The Persistence Enhanced apresenta alguns problemas visuais bem peculiares por assim dizer. Uma borda estranha apareceu na parte da minha tela e só saiu de lá quando eu desativei esta função. Além disso, com o Ray Tracing ativado notei um delay de renderização frequente no cenário, algo bem característico do Xbox One que citei anteriormente. Após game começar outra coisa fica clara, jogar com RT ativado não é o mais recomendado. Pois, o FPS fica constantemente abaixo de 30 e apresenta pequenas travadas durante o gameplay com frequência.

Entretanto, temos o modo sem RT disponível, opção está que eu joguei. Minha experiência foi bem próxima dos 60 FPS em quase todo o título, porém as pequenas travadas aleatórias continuaram. Em relação ao delay de render, eu não notei ele acontecendo mais, sendo que o maior problema acabou sendo nos momentos de combate direto. Situação está que já relatei acima.

No geral, o jogo poderia ter feito um port. Pois, embora apresente certo ceticismo em algumas pessoas, o Xbox Series S apresenta um hardware bem competente. Sendo assim, não é esperado que um port de um game já lançado apresente tantos problemas.

Extras

Em relação ao conteúdo extra, o game apresenta um modo sobrevivência em que o jogador deve lutar contra diversos inimigos em ambientes diferentes. Durante o meu gameplay os problemas envolvendo combate continuaram neste modo, assim sendo ele não foi a melhor das experiências. Além disso, também temos modo novo jogo+, modo este para os jogadores que quiserem persistir em jogar o título após a primeira zerada.

Vale a pena comprar The Persistence Enhanced?

The Persistence Enhanced é um game que poderia ser muito melhor. O título apresenta uma ideia interessante de misturar roguelike com survival horror. Entretanto esta junção só fica presente na premissa, pois no geral estes dois elementos não são bem trabalhados em conjunto aqui.

Além disso, temos diversos problemas de desempenho no Xbox Series S, o que acaba causando grande parte das frustrações durante o gameplay. Quando o game funciona, temos uma experiência ok e que pode ser divertido para os jogadores que curtem o genero stealth e roguelike, desde que não se incomodem com a falta de narrativa e variedade de ambientes.

Por fim, fica claro que The Persistence Enhanced é um título que foi pensado para funcionar muito melhor nas plataformas VR. Assim sendo, minha recomendação é que se os players tiverem acesso a um equipamento de realidade virtual, tentem jogar nesta plataforma, pois a experiência provavelmente será menos frustrante.

*Review elaborada em um Xbox Series S, com código fornecido pela Firesprite Ltd.

The Persistence Enhanced

R$112,45
4.3

História

5.0/10

Gameplay

4.0/10

Gráficos e Sons

4.0/10

Extras

4.0/10

Prós

  • Premissa interessante
  • Um gameplay furtivo que pode divertir fãs do gênero
  • Bom uso dos elementos roguelike
  • Localizado em PT-BR

Contras

  • A junção de survivor horror com roguelike
  • Ambientação
  • Gameplay pouco responsivo
  • Combate direto poderia ser melhor
  • Problemas de desempenho

Leandro Paiva

Um estudante de jornalismo e o primeiro estagiário do site. Degustador nato de coxinha e pizza fria com ketchup. Amante de RPG, principalmente aqueles em que é possível pescar em vez de fazer a missão principal. Piadista em tempo integral e um grande degustador de café. Defensor de Birds of Prey e da DC em geral nas horas vagas.