Bandle Tale: A League of Legends Story | Review
Já faz alguns anos que a Riot Games, através da Riot Forge, começou a fazer jogos que acontecem no universo de seu aclamadíssimo League of Legends. Campeões criados para o MOBA ganharam narrativas que expandem suas histórias – prato cheio para os fãs. Em Bandle Tale: A League of Legends Story, criado em conjunto com a Lazy Bear Games, temos o protagonismo dos Yordles, a raça de bichinhos mágicos que vivem na igualmente mágica Bandópolis.
Em um RPG de criação, assumimos o papel de um personagem criado, que interage com algumas das figuras mais emblemáticas (e, por vezes temidas) do Lolzinho. Acompanhe nossa jornada mágica em mais uma resenha antecipada do Pizza Fria!
O lar é onde a mochila está
Ao criar o personagem Yordle, somos apresentados ao mundo fantástico em que vivem essas criaturas, a magia está por toda a parte e unem as diversas ilhas que compõem Bandópolis. Um incidente misterioso faz com que os portais parem de funcionar e alguns habitantes se percam. Nosso protagonista então embarca em uma jornada para restaurar a normalidade, promovendo a união entre as áreas e moradores da terra mística, valendo-se de suas habilidades de “tricoteiro” – uma espécie de artesão mágico.
Para conseguir esse objetivo, devemos ajudar diversos Yordles em necessidade, coletando e criando objetos, realizando missões e promovendo festas de união.
Já no começo do gameplay, notamos uma diferença notável em como o jogo opera, se comparado a outros RPGs de criação. Por conta da natureza de deslocamento do jogo – e das habilidades mágicas do personagem, nossa base/fazenda/casa é móvel. Ao se transformar em uma mochila, toda o nosso aparato de criação é levado, fazendo com que possamos plantar alimentos, confeccionar itens e organizar nossa bagagem em diversos pontos pelo mundo.
Esse fator já é um grande ponto positivo, a meu ver, dando um diferencial de peso a Bandle Tale, e dialoga perfeitamente com a temática da narrativa. Com a organização certa, muitas das andanças tradicionais em que você precisa resolver algo longe de casa e fazer trajetos repetitivos de volta é totalmente ignorada – embora certos objetos só possam ser produzidos em áreas específicas, o que exige algum deslocamento.
Dormir dá XP sim
A quantidade de objetos, alimentos e itens em geral que pode ser produzida em Bandle Tale é enorme e a capacidade de liberar novos meios de coleta, produção e melhorias na nossa casa mochila está concentrada em várias árvores de habilidades, como “natureza”, “tricô”, “engenharia” e “magia” que são acessíveis através de “pontos de emoção” que vamos acumulando durante o gameplay.
Toda ação que envolve obter um objeto que foi preparado por nós gera esses pontos que ficam guardados até que colocamos nosso protagonista para dormir, onde eles são recebidos ao sonhar. A mecânica também funciona em relação a narrativa e a natureza mística dos Yordles, mas pode ser um pouco chato ser obrigado a abrir a casa mochila e ir dormir toda vez que podemos ter acesso a novas habilidades.
De maneira geral, o que cada novo conhecimento faz está bem explicado na árvore, bem como nossos objetivos. Mas em certos momentos, algumas partes dos menus acabam omitindo informações – o que é preciso combinar para fazer o item X ou Y e qual aparato permite a produção dele. A navegação pela enormidade de habilidades é um pouco confusa assim como a orientação pelas áreas de jogo, alguns objetivos ficam sinalizados durante o gameplay e outros não. Embora contemos com uma tela detalhada de mapa ao toque de um botão, não seria nada mal ter uma bussola ou um mini-mapa presente durante a jogabilidade.
Vale a pena comprar Bandle Tale: A League of Legends Story?
Bandle Tale é um jogo que tem o potencial de agradar não apenas fãs dos personagens de League of Legends, mas entusiastas do gênero de RPG de criação como um todo. Os visuais são caprichados, o sistema de evolução balanceado e a resolução de objetivos, bem como da história em geral é bem satisfatória, além de diálogos com um humor bem divertido, que aquece o coração.
É possível que alguns jogadores mais tradicionalistas achem o título raso, pela falta de mecânicas como relacionamento com outros personagens, combate e criação de animais. Mas, na visão deste que vos escreve, o jogo se diferencia o suficiente na proposta para oferecer uma boa experiência.
Bandle Tale: A League of Legends Story leva de 40 a 60 horas, em média, para ser concluído – bem mais do que a média para os jogos da Riot Forge. Um tempo bem satisfatório para viver a aventura ao lado do seu protagonista criado. O gameplay não é cansativo – fui dormir tarde alguns dias sempre me prometendo que só ia “cumprir mais um objetivo”, só para ser cativado pelo próximo. Entre consertar pontes a fazer festanças que agradam todos os moradores de cada região, existe variedade o suficiente para não achar a narrativa repetitiva. Fãs do gênero que estão abertos a uma experiência talvez um pouco menos complexa do que o normal, mas bem única, terão certamente uma boa surpresa.
Bandle Tale: A League of Legends Story estará disponível para PC, via Steam, GOG.com e Epic Games Store, e Nintendo Switch no dia 21 de fevereiro, custando R$ 124,99 em todas as plataformas e lojas digitais.
*Review elaborada no Nintendo Switch, com código fornecido pela Riot Forge.