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Yasha: Legends of the Demon Blade | Review

Yasha: Legends of the Demon Blade é um roguelike de ação, com um grande foco em batalha contra chefões, desenvolvido e publicado pela 7QUARK. Nele, podemos acompanhar três personagens em uma jornada (quase nunca) bem sucedida contra as forças do mal, em um mundo no qual demônios e humanos convivem em pouquíssima harmonia. Como costuma ser, não é mesmo?

E aí, será que vale a pena encarar essa missão? É o que veremos agora, em mais uma adorável review do Pizza Fria!

Só as lendas

Acordem, representações alucinatórias e digitais de seres que podem, ou não, estar lendo esta review neste exato momento no tempo e no espaço. Se meus cálculos estiverem corretos (o que raramente acontece) acabamos de ter o prazer de receber mais um roguelike em nosso meio. Que dia contente, não é mesmo? Afinal, nada melhor para lidar com a dor da vida do que chegar longe, morrer e precisar voltar fraquinho do começo.

Mas, que podemos fazer não é mesmo? Realmente existe um apelo em falhar constantemente, seja no cybersespaço ou nas diversas provações do dia a dia. Mas, chega dessa bobeirada! Estamos aqui para fofocar sobre joguinhos, fingir que entendo do que estou falando e, talvez, descobrir se Yasha: Legends of the Demon Blade merecerá ser digno de nossa atenção.

Admito que meu interesse pelo título foi capturado logo pelo seu estilo visual, lembrando minhas adoradas animações japonesas e seu estilo tão agradável. Além disso, o fato de podermos escolher entre personagens diferentes também foi digno de nota, pois a repetição é um problema sério nos rogues e isso, ao menos em teoria, consegue dar cabo da questão. Feitas todas as introduções, é tempo de irmos para o que realmente interessa.

Yasha: Legends of the Demon Blade
Manda uma review aí, por favor. (Imagem: Divulgação)

História

A trama de Yasha: Legends of the Demon Blade gira em torno dos esforços de três personagens para dar cabo de um ser maléfico conhecido como a raposa de nove caudas. Ela não costumava ser chegada de um ninja muito famoso por aí? Bom, de qualquer modo, a dita cuja conseguiu abalar o mundinho de nossos heróis de uma forma nunca antes vista.

Acreditem se quiser, tanto o povo dos humanos quanto os demônios conseguiam viver em certa harmonia. Amizades aqui e ali, churrascos no fim de semana, partidas de futebol, esse tipo de coisa. Contudo, a influência da tal raposa acabou por desbalancear esse arranjo, dando cabo em boa parte da paz que os reinos conseguiram com tanto esforço.

É aqui que nós entramos, acompanhando a jornada de três personagens diferentes que seguem seu próprio caminho. A narrativa de Yasha: Legends of the Demon Blade não é nada fora dos moldes que já esperamos de jogos do tipo, mas conseguiu me manter moderadamente investido e, ainda, serviu para dar mais uma camada de variação e rejogabilidade. Afinal, precisamos terminar o jogo mais de uma vez para vermos todas as histórias.

Um ponto interessante, ainda, é que os personagens até cruzam os caminhos uns dos outros, mas de maneiras bem diferentes. Por exemplo, uma heroína pode ser adulta em sua própria linha e criança na de um outro boneco, e por aí vai. São coisas pequenas, mas que conseguem dar uma sacudida na rotina e manter o jogador sempre com uma ou outra surpresa em seu caminho.

Yasha: Legends of the Demon Blade
Herói aqui, NPC acolá. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

Em essência, Yasha: Legends of the Demon Blade é um roguelike com fundamentos hack n’ slash, no qual controlamos nosso personagem de preferências enquanto lutamos com inimigos comuns, chefes, tentamos chegar o mais longe possível, morremos, melhoramos um pouquinho nosso boneco e tentamos outra vez.

O combate é baseado em golpes fracos, fortes, esquivas e um contra-ataque que pode ser utilizado tanto para dar um bom dano em quem tentar nos acertar quanto para tontear alguns chefões. Ainda que seja uma estratégia perfeitamente aceitável sair batendo feito louco em quem aparecer pela frente, dominar esse esquema de aparos é essencial para conseguir chegar ao final de cada run com o mínimo de sofrimento.

Inclusive, diversas armas e habilidades em Yasha: Legends of the Demon Blade são focadas em como esse aparo funciona. Por exemplo, certos personagens conseguem carregar o golpe de maneira lenta, mas altamente destrutiva. Outros machucam menos, mas conseguem utilizar o golpe com mais frequência e um risco menor. Saber qual estilo utilizar, e quando, é essencial para nossa estratégia.

Em se tratando de bonecos, podemos escolher entre três que possuem estilos de luta bem distintos. Por exemplo, a samurai Shigure pode trocar entre duas espadas sempre que quiser, enquanto o arqueiro Taketora pode bater tanto de perto quanto de longe. A elétrica Sara, por sua vez, usa duas armas simultaneamente, e por aí vai.

Yasha: Legends of the Demon Blade
Aparando. (Imagem: Divulgação)

Cada personagem de Yasha: Legends of the Demon Blade pode liberar novas armas enquanto jogamos, cada qual com seus atributos e funcionalidades únicas. Algumas, por exemplo, fornecem escudos conforme damos dano aos inimigos. Outras fornecem apenas ataques pesados, mas que fortalecem sempre que acertam e por aí vai. Isso é bem legal, e realmente ajuda a dar uma boa quantidade de liberdade para o jogador que quiser construir uma build que atenda as suas necessidades.

Contudo, nem tudo são flores. O jogo é bem linear, até para um roguelike. Geralmente enfrentamos alguns poucos inimigos comuns em uma ou duas salas, que possuem apenas uma saída (diferente de jogos como Hades por exemplo), entramos em uma onde podemos gastar nosso dinheiro da run com vendedores que podem ou não aparecer e depois temos um chefe. E por aí vai.

Isso faz com que Yasha: Legends of the Demon Blade acabe se tornando repetitivo muito rápido, além de dar a sensação de que as coisas, as vezes, são curtas demais. Os chefes são legais de enfrentar, mas o caminho até eles acaba por ser muito curto e sem brilho. Em jogos assim, isso acaba por ser um problema considerável.

No fim das contas, em se tratando de jogabilidade, temos um título que entrega um combate bem legal e variado, até certo ponto, aplicado em uma jornada que não é tão especial assim. Após certo tempo tudo se torna muito repetitivo, e a falta de salas entre chefes (além dos vendedores que nem sempre aparecem) pode se tornar um pouco frustrante.

Yasha: Legends of the Demon Blade
Duas lâminas são melhores do que uma. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Yasha: Legends of the Demon Blade possui visuais bem legais e coloridos, com personagens bem animados, chefes bonitinhos (em sua maioria) e uma identidade visual que consegue nos causar uma boa impressão. Contudo, temos algumas texturas em baixa resolução e os inimigos simples e os cenários acabam por se repetir demais, tirando um pouco do brilho.

A trilha sonora é competente, mas acredito que poderia ser um pouco mais bombástica durante a ação. Ela segue a temática mais tradicional, em harmonia com a estética do jogo, mas acaba por não nos empolgar em diversos momentos nos quais deveríamos estar animados lutando com polvos gigantes ou espadachins demoníacos. Bom, ao menos temos legendas em português!

Yasha: Legends of the Demon Blade
Um dos chefes mais zoados. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena jogar Yasha: Legends of the Demon Blade?

Yasha: Legends of the Demon Blade, leitores e leitoras, chegou com a promessa de ser um roguelike com visuais bonitos, mecânicas variadas e um combate rápido e divertido. A verdade, como costuma ser em quase tudo nessa vida, acaba por cair bem no meio do caminho entre a realidade das coisas e como elas são no mundo mágico que temos em nossos corações.

Por um lado, temos um jogo com três personagens distintos, todos com suas rotas e estilos de jogo específico. Cada qual tem seu próprio rol de habilidades e armas, e é muito divertido encontrar o estilo que mais se adequa ao nosso jeito de jogar. Por outro lado, a narrativa é básica e não empolga demais, além do jogo se tornar repetitivo com facilidade e ter poucas salas entre chefes, além de não nos permitir escolher entre desafios quando avançamos em nossa run.

No fim das contas, entretanto, Yasha: Legends of the Demon Blade é um rogulike competente, capaz de servir como boa porta de entrada para curiosos e uma boa distração aos fãs do gênero. Ainda que ele perca muitas boas oportunidades, o título faz o suficiente para entregar o que se propõe e nos conceder algumas boas horas de diversão.

Yasha: Legends of the Demon Blade, jogo de ação com estética inspirada na mitologia japonesa, chega no dia 15 de maio para Nintendo SwitchPC, via Steam e PlayStation 5.

*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela Game Source Entertainment.

Yasha: Legends of the Demon Blade

BRL 44,49
7.3

História

7.0/10

Gameplay

7.5/10

Gráficos e Sons

7.5/10

Extras

7.0/10

Prós

  • Três personagens com estilos de jogo distintos
  • Narrativas únicas para cada personagem
  • Boa variedade de opções de jogo, entre armas e bonecos
  • Legendado em português

Contras

  • Pode se tornar repetitivo com facilidade, por conta das poucas salas entre chefes
  • Trama simples, mesmo com mais de um protagonista
  • Cairia bem podermos escolher entre diferentes desafios ao avançarmos sala a sala

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.