Tower of Time | Review
Inicialmente lançado para PC, via Steam, em 2018 e aparecendo nos consoles somente em 2020 com sua versão, até então, definitiva, Tower of Time é um RPG, essencialmente, “a moda antiga” com elementos atuais: boa história, combate tático, exploração de dungeon e horas e mais horas de gameplay.
Mas será que esses elementos são suficientes para conquistar nossa atenção? A resposta eu te trago agora, em mais uma review do Pizza Fria!
Apontamentos iniciais e a trama do jogo
No jogo, passamos boa parte da trama comandando uma party de “campeões” que serão “convocados” à uma expedição à torre que dá nome ao jogo, repleta de mistérios.
Falando em história, coração de todo e qualquer bom RPG, o jogo se passa no “mundo” de Artara, que há muito foi próspera… Todavia, no tempo do início do jogo já se tornara uma terra estranha, decadente e de recursos escassos, sem muitas informações sobre o evento do passado que levou à esta condição.
Assim, no início do jogo, o personagem central da trama (que controlamos basicamente no início do jogo), um jovem garoto, ao se aventurar normalmente pelas redondezas, encontra uma torre que aparentemente “surge do nada” e parece muito mística e cheia de magia. Aliás, quando falamos parece, é justamente em função de que no início da narrativa a premissa é que, no tempo atual, pouco se sabe das condições do passado dessa terra, visto que os registros históricos não são acessíveis…
Voltando ao nosso personagem inicial, adentrando nessa torre ele encontra um trono mágico que traz revelações a ele… todavia, dado à sua pouca idade, ele é instruído à voltar na torre após adquirir mais maturidade… Assustado, o garoto sai do local atordoado, cheio de interrogações.
Aí temos algumas questões interessantes com relação à história: seu contar inicial se divide em cenas que perpassam junto à narrativa escrita/falada , entrecortada com um gameplay do personagem referido. Temos aí uma forma de gerar maior imersão na história e, paralelamente, temos um mistério que envolve a torre e toda premissa do jogo, que muita das vezes foge um pouco de um padrão de RPG tradicional, que temos uma narrativa muito bem delimitada e revelada desde o início, deixando os “mistérios” para os NPCs, monstros/adversários que iremos enfrentar e eventuais reviravoltas na trama.
Outro ponto que chama a atenção também em Tower of Time, é que nosso personagem central e inicial logo logo dá lugar à uma party de personagens, outro fato (troca) também pouco usual neste estilo de jogo.
A partir daí, temos diversas fontes de informação, história, diálogos, ação e tudo que um bom RPG engloba. Mas como nossa review não se propõe a entrar em spoilers, paremos por aqui no que se refere à narrativa.
O combate
O combate é um tópico interessante de se compartilhar quando falamos de Tower of Time. Como em outros RPGs clássicos, temos um recorte nos combates para o lado tático. Todavia, aqui o combate não chega a ser de um action rpg e nem de um RPG de turnos. Temos aí uma mescla, onde os elementos aparecem em uma espécie de mistura dos dois.
Aqui, temos o just in time acontecendo, porém, auxiliado por um efeito que deram o nome de Arrow time, que, basicamente, é como se fosse o efeito “bullet time’ do filme Matrix, salvando as devidas proporções. Nesse quesito o jogo inova, pelo menos no seu gênero, dando ao jogador a tensão do tempo real, todavia o tempo tático de um “slow motion”.
A síntese dos elementos/mecânicas
Em termos de elementos típicos de RPG, temos um bom e intuitivo sistema de craft bem gráfico e com ambientação sólida. A trilha sonora e efeitos sonoros também são um destaque, assim como as conversas e background de personagens são densos e interessantes.
Temos alguns elementos oriundos de RPG de mesa, como alinhamento e toda sua influência, diversidade de personagens e classes, mapas de exploração e de batalha.. E com o destaque para uma skill tree ajustável a todo momento do jogo, sem custos e maiores burocracias.
Nem tudo é perfeito
Se por um lado, Tower of Time traz tudo que um bom jogo de RPG deve ter e ao mesmo tempo coloca sua identidade, temos alguns pontos negativos a serem destacados. Antes de pontuá-los, lembramos que se trata de uma obra de preço acessível (ainda mais se nos pautarmos nos preços dos atuais lançamentos)… E, talvez (e isso é apenas uma “achologia) este ponto positivo nos traga o principal problema para nós jogadores brasileiros: o jogo não está localizado em português brasileiro.
Somado a isso, temos alguns bugs e problemas de design, como a câmera de exploração, que completam os detalhes que “jogam contra” a obra, que, em geral, é bem cativante e consegue imprimir sua própria identidade, podendo agradar os fãs de RPGs Old School e fãs dos padrões atuais, ao mesmo tempo.
Vale a pena comprar Tower of Time?
Tower of Time, portanto, é uma boa pedida pra que busca um título de RPG estilo old school, contudo com história e identidade própria, fugindo da repetição das grandes franquias. Seu sistema de combate abre uma perspectiva interessante, que gera uma dinâmica estratégica no jogo. O título cumpre bem seu propósito, sendo bom e sólido (apesar de não ser nada espetacular) e tem predicados para tanto antigos fãs do gênero como pra novos se satisfazerem ao jogar o game.
Tower of Time foi lançado em junho deste ano para Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One. O game pode ser jogado tanto no PlayStation 5, quanto no Xbox Series X|S, através da retrocompatibilidade. A versão de PC está disponível desde 2018. No Metacritic, o título alcançou 77 pontos em sua versão para computadores.
*Review elaborada em um PlayStation 4 padrão, com código fornecido pela Digerati.