AnálisesPlayStationSlide

Death Stranding Director’s Cut | Review

Em 2019, a Kojima Productions, liderada pelo lendário desenvolvedor Hideo Kojima, lançou o aguardado Death Strading, de forma exclusiva para PlayStation 4. Menos de um ano após o lançamento, o game ganhou uma versão para PC, e que nós revisamos aqui no Pizza Fria. Portanto, antes de você prosseguir com a leitura da análise de Death Stranding Director’s Cut, recomendo ir lá e conferir o que dissemos, e depois voltar pra cá, afinal, o intuito deste texto será pontuar as principais novidades apresentadas, além de como o título se porta no PlayStation 5.

Death Stranding Director’s Cut foi revelado na abertura da Summer Game Fest deste ano sem muito alarde, mas com um trailer cheio de referências de outros jogos desenvolvidos por Kojima. No último mês, o game ganhou um preview de gameplay, apresentando algumas das novidades que o teria. Agora, com quase duas semanas de jogo, trago minhas opiniões sobre o game valer ou não o seu investimento.

Versão do Diretor?

A nomenclatura Director’s Cut foi adotada pela Sony no relançamento de dois dos últimos sucessos do PlayStation 4 para PlayStation 5, com acréscimo de conteúdo. Depois de Ghost of Tsushima, chegou a ver de Death Stranding ganhar este nome. Apesar disso não fazer o menor sentido. O próprio Kojima falou, pelo Twitter, que preferia outro nome, já que a nova versão trouxe melhorias ao jogo, adicionadas após o lançamento, e não cortes – como acontece tradicionalmente em filmes.

Pois bem: o que há de novo em Death Stranding Director’s Cut? Se você já jogou, a resposta é… pouca coisa que valha a pena o título ser revisitado, exceto se você gostou muito da obra – como foi o meu caso. Porque quase todas as adições que chegaram na tal versão do diretor são um convite que facilitam, e muito, a vida de quem tá começando a aventura pela UCA – United Cities of America (Cidades Unidas da América).

Em termos narrativos, as poucas adições para quem já terminou a história se resumem em algumas histórias expandidas de missões secundárias, que se tornam visíveis no e-mail de Sam, e o conteúdo adicional inspirado em Half-Life e Cyberpunk 2077, que antes estavam disponíveis somente para PC.

Death Stranding Director's Cut
O circuito da Fragile é uma das novidades da Director’s Cut (Imagem: Divulgação)

É verdade que o game também ganhou algumas novidades que para quem já terminou que podem render alguma diversão, como o área do campo de tiro, o circuito da Fragile, que adiciona uma corrida ao jogo, e missões para invadir acampamentos dos MULAs. Esse campo de tiro é acessível pelos quartos privados, e nada mais é do que vários desafios pré-definidos, em que devemos atravessar a região enquanto testamos armas. Já o módulo de corrida deve ser construído pelos jogadores, e fica logo abaixo da Fazenda de chuva temporal. A física dos carros, no entanto, segue sendo um problema, como citado em nossa review.

Em adição à tudo isso, temos algumas outras novidades: novas armas, equipamentos e estruturas, que também são liberadas à medida que você cumpre missões com personagens secundários. Mas elas são pouco úteis no endgame. Um exemplo é a catapulta, que foi destaque no trailer, que permite arremessar carga por uma distância. Ela pode ser até útil ao longo da história, mas para quem já terminou e tem vastas áreas com estrada construída, é de pouca utilidade. Há também as rampas de salto, que, como o nome dizem, permitem que você salte por aí, tire fotos e ganhe curtidas, aumentando sua interação social.

Death Stranding Director's Cut
Quantas curtidas esse BB merece? (Imagem: Divulgação)

Otimização no PlayStation 5

Death Stranding Director’s Cut também chega com o “pacote completo” de recursos oferecidos pelo PlayStation 5: feedback háptico do DualSense, gatilhos adaptáveis, que nos auxiliam no equilíbrio e para atirar, melhores efeitos sonoros (principalmente se combinados com o Pulse 3D) e loadings ultra-rápidos. O ponto negativo vai para os modos de imagem.

Ao anunciar Death Stranding Director’s Cut, a Kojima Productions revelou que o game teria os dois modos de imagem que já se tornaram tradicionais no PS5: Modo Desempenho, com 4K scaling e até 60 FPS, ou o Fidelidade, com 4K nativo. O problema é que a empresa anunciou que o game seria compatível com uma tela ultra-wide (21:9), mas essa compatibilidade, presente para o jogo no PC, não está disponível no PS5. Nem o próprio console aceita essa resolução ainda.

Talvez o recurso chegue em uma data futura, por meio de uma atualização de software. O que temos é a possibilidade de transformar a tela tradicional (16:9) em uma experiência ultra-wide, ficando com bordas pretas ao redor. Longe do ideal, e do anunciado.

Death Stranding Director's Cut
Aspecto ultra-wide em Death Stranding Director’s Cut não foi implementado como anunciado (Imagem: Reprodução)

Vale a pena comprar Death Stranding Director’s Cut?

A resposta para esta pergunta é simples: depende muito. Se você já jogou o Death Stranding, dificilmente eu recomendaria o game – exceto se você for muito fã, como eu me tornei. As implementações gráficas, os recursos do PS5 e as novidades que chegaram, com pouco acréscimo narrativo (ao contrário de Ghost of Tsushima Director’s Cut) não são suficientes para recomendar uma compra nova, especialmente porque o upgrade será pago. Por outro lado, a experiência de Death Stranding Director’s Cut para quem vai começar, torna-se ainda melhor, com mais recursos que facilitam o trabalho de Sam, além de atividades extras.

Death Stranding continua sendo uma obra-prima, que eu recomendaria para qualquer um. Mas é um jogo que pode desagradar jogadores por uma aparente falta de ação nas primeiras horas e uma “excessiva” repetição. Estou ciente desses percalços, mas não deixo de achar que, pra mim, ainda é um dos melhores jogos da geração passada.

Death Stranding Director’s Cut chega nesta sexta, 24, exclusivamente para PlayStation 5 e já está disponível em pré-venda na PlayStation Store e em lojas do varejo por R$ 249,90. Os proprietários do jogo no PlayStation 4 devem pagar cerca de US$ 10 pelo upgrade, valor que será confirmado no lançamento.

*Review elaborada com código fornecido pela Sony.

Death Stranding Director's Cut

R$ 249,90
9.9

História

10.0/10

Jogabilidade

9.5/10

Gráficos e Sons

10.0/10

Extras

10.0/10

Prós

  • História muito bem elaborada
  • Jogabilidade simples e intuitiva
  • Excelente elenco
  • Proposta diferente dos jogos convencionais
  • Desempenho no PS5 é excelente

Contras

  • A física dos veículos deixa um pouco a desejar

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.