9 Years of Shadows | Review
9 Years of Shadows é um metroidvania, abençoado seja esse gênero, desenvolvido pela Halberd Studios e publicado pela JanduSoft. Nele, acompanhamos a jornada de uma guerreira que vai até um castelo para tentar dar cabo de uma maldição que roubou as cores do mundo. Ao lado de um fofíssimo ursinho, nossa camarada precisará enfrentar ameaças novas, já conhecidas e todo tipo de bizarrice que aparecer pelo caminho.
E aí, ficaram interessados ? Pois venham comigo e descobriremos se a aventura compensa, em mais uma review mágica do Pizza Fria!
Ursinhovania
Meus joelhos doem novamente, leitores e leitoras. Isso pode significar apenas três coisas: primeiro, que está para chover. Segundo, que um novo metroidvania deu o ar das graças. E terceiro, que a sociedade dos répteis humanoides, após todo esse tempo, resolveu dar as caras no mundo da superfície. Felizmente, para nós, apenas duas dessas afirmações são verdadeiras. Quais serão, imagino ?
Mas, sem mais delongas! Nosso joguenho de hoje, 9 Years of Shadows, chega para representar mais uma interpretação de um gênero que todos sabem que, sem sombra de dúvida, é um dos melhores que existem. De fato, poucas coisas são tão relaxantes quanto correr em planos horizontais enquanto lutamos por nossa vida, coletamos novas habilidades e comemos comidas escondidas em barris e paredes falsas.
O que diferencia nosso chegado de hoje, entretanto, é seu foco em música, cor e, em minha opinião, uma abordagem mais acessível e amigável ao gênero. Não que o título seja raso, pelo contrário, mas sim direcionado para uma experiência menos estressante. Pareço confuso? Bom, geralmente o sou. Mas, felizmente, terei tempo de explicar melhor e, talvez, começar a fazer algum sentido. Em frente!
História
9 Years of Shadows se passa em um mundo que perdeu suas cores, literalmente. De giz(es?) de cera até fauna e flora, tudo se tornou cinza, deprimente, e totalmente sem senso de estilo. Ah, e alguns monstros saíram destruindo tudo que viram pela frente. Detalhes, detalhes. Contudo, uma mulher decide que já sofreu o bastante e, munida de sua alabarda e muita coragem, adentra o castelo de Talos para dar fim ao B.O.
Mas, nem tudo é tão fácil quanto parece. Por mais que seja arretada, Europa (nossa heroína), acaba encontrando um monstro que simplesmente não pode ser ferido. Ela quase bate as botas, mas é salva por um fofíssimo ursinho voador, chamado Alpino, que a dá forças e faz com que a cor retorne para aquele lugar. Agora, a dupla dinâmica precisa ir cada vez mais fundo de Talos até conseguir fazer com que todo o mundo se colora novamente.
9 Years of Shadows entrega uma trama bem legal, que aborda temas como depressão e a perda tanto do sentido quanto da vontade de viver. Europa encara a missão após perder tudo que tinha, e estava pronta para se render até o momento em que Apino aparece em sua vida, devolvendo-lhe (nada metaforicamente) as cores. Me fez pensar que, de fato, algumas pessoas realmente conseguem deixar tudo mais colorido e belo em nossas existências, não é mesmo? Assim como vocês, queridos leitores e leitoras, que alegram o dia de todos nós do Pizza Fria.
Jogabilidade
Em sua essência, 9 Years of Shadows é um metroidvania de ação e aventura nos moldes clássicos. Portanto, iremos explorar um mapa extenso, cheio de idas e vindas, enquanto derrotamos inimigos, coletamos melhorias para nossa boneca e aprendemos habilidades que nos permitirão chegar em locais, inicialmente, inacessíveis.
O combate de 9 Years of Shadows é bem tranquilo e responsivo, ainda que seja levemente padrão demais. Temos um golpe forte e um fraco, que podem ser combinados em um combo, além de uma esquiva para trás e a habilidade de usar os poderes de Apino para poder atirar em inimigos. Ao longo do tempo, conseguimos outras habilidades que aumentam, levemente, nossas capacidades.
Nosso ursinho, além de servir como arma de fogo improvisada, também nos fornece um escudo protetor que é gasto sempre que atiramos ou apanhamos. Caso ele fique zerado, tomamos dano em nossa vida real que é bem pequena, causando uma morte rápida. Dar um abraço em Apino e cantarolar, utilizando um dos botões de cima do controle, recarrega o escudo, mas é essencial tomar conta de quanto gastamos e recuperamos para não acabar tendo um final precoce.
9 Years of Shadows também conta com um sistema de armaduras que concedem diferentes poderes para Europa, além de aumentar seu dano contra um inimigo que possua a mesma cor da armadura (amarela em inimigos amarelos, e por aí vai). Cada uma possui seu elemento, e permitem interagir com o cenário de maneiras interessantes como virar sereia, serpente, e por aí vai. Contudo, elas acabam se atendo mais a isso, não influenciando o tanto quanto poderiam nas outras mecânicas do jogo.
A exploração de 9 Years of Shadows é bem legal, e recompensa o jogador tanto com melhorias do personagem quanto com as moedas de troca que precisamos para consegui-las. Além disso, algumas missões e chefes secundários ajudam na hora de dar uma aumentada na vida útil do título, nos dando motivos para sair do caminho principal por algumas horas.
Minha maior birra com 9 Years of Shadows, entretanto, é que ele é perfeitamente aceitável. Contudo, pouco faz para sair desse patamar. O combate é fluído e maneiro, mas não é inovativo nem muito variado. As armaduras são maneiras, mas a ausência de outros equipamentos ou atributos fazem se tornar mais ferramentas do que tudo. O título poderia ser mais, mas deixa algumas boas oportunidades passarem batidas.
Sons e Visuais
9 Years of Shadows é um jogo bem bonito e charmoso, com cores vibrantes, sprites bem coloridas e animações fluidas. Eu gostei bastante do que vi, e a parte visual serve seu propósito tanto como apresentação do jogo, quanto como elemento narrativo por conta de todo o rolê com o roubo das cores e da vida do mundo no qual o título se passa.
A parte sonora também é ótima, com músicas aconchegantes e legais de ouvir. O título faz um uso muito acertado de seu departamento audiovisual para tanto incrementar como elevar a experiência, além de o unir com a narrativa e a jornada de sua protagonista. O toque final existe por conta das legendas em português do Brasil, que aproximam o público nacional para os detalhes da história.
Vale a pena comprar 9 Years of Shadows?
É isso aí, leitores e leitoras. Será que 9 Years of Shadows vale a pena? Bom, é preciso dar um passo para trás e lembrar de tudo que falamos até o momento se quisermos responder essa questão. Eu sei que é difícil, mas tenho fé e confiança de que conseguiremos! Todos prontos e prontas? Então, chega de delongas e vamos nessa.
Do lado positivo, achei a trama do jogo bem legal, além da forma com que usa seu audiovisual para complementar o conjunto da obra. A jogabilidade é bem redonda e divertida, e o uso de algumas armaduras para se locomover e explorar ficou bem engenhoso. Ao negativo, senti que o jogo não explora tudo o que poderia, sendo mais raso do que deveria em alguns pontos e, por conta disso, sendo moroso em alguns pontos.
Mas, no fim das contas, me diverti muito com 9 Years of Shadows. Além disso, diria que ele tem o potencial de agradar os apreciadores do gênero e, mais que isso, ser uma excelente porta de entrada para aqueles que ainda não conhecem a palavra dos metroidvanias. Ainda que se perca em alguns momentos, e não explore outros como deveria, o jogo é bem legal e, certamente, poderá agradar. Recomendo.
9 Years of Shadows chega nesta quinta-feira, 31 de julho, para PlayStation 5 e Xbox Series X|S. O título já estava disponível para PC, via Steam e Epic Games Store, e Nintendo Switch.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela JanduSoft.
9 Years of Shadows
BRL 114,90
Prós
- Armaduras possuem usos bem engenhosos
- Excelente primeiro metroidvania
- Europa e Apino são uma dupla legal de acompanhar
- Jogabilidade precisa e divertida
- Legendado em português
Contras
- Não explora todo seu potencial
- Algumas mecânicas poderiam ser mais bem desenvolvidas
- Combate poderia ser mais elaborado e aprofundado
