Afterimage | Review

Eu já falei em outras oportunidades o quanto o gênero metroidvania me atraí. Seja pelo tom de gameplay nostálgico, seja pelos elementos desafiadores de gameplay, ou mesmo as histórias contadas em jogos desse tipo, o fato é que o estilo sempre me atraiu, desde Turma da Mônica na Terra dos Monstros, no meu saudoso Mega Drive.

Não poderia ser mais natural, então, meu interesse por Afterimage. O jogo está no meu radar desde o fim de 2021, quando foi anunciado oficialmente. Com um estilo gráfico impressionante, com belíssimos visuais criados manualmente, o título prometia ser encantador. Agora, após a Modus Games nos oferecer acesso antecipado ao game, temos muito o que contar sobre ele. E te falo tudo, em mais uma review do Pizza Fria!

Devolvam minhas memórias!

Quando iniciei Afterimage, meu primeiro pensamento foi “que diabos está acontecendo aqui?”. Conhecemos Renee, a protagonista, uma jovem garota amnésica que foi a única sobrevivente de um massacre em sua aldeia. Assim, sem qualquer tipo de informação, saímos em uma jornada repleta de desafios, em que ela deve lidar com suas próprias limitações para descobrir a verdade sobre seu passado.

Afterimage se passa em um mundo chamado Engardin, criado por uma divindade que deixou quatro Golias para protegê-lo. Após uma longa guerra entre os humanos e os Golias, uma grande explosão conhecida como “A Destruição” devastou o mundo e colocou um ponto final no conflito. Isso porque os sobreviventes formaram assentamentos, mas foram atacados por forças místicas e o que restou foram pouquíssimos sobreviventes.

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Renee e Ifree (Imagem: Divulgação)

A história de Afterimage é um dos seus pontos fortes, com um tom sombrio e melancólico. Ela é complexa, envolvente e consegue prender a atenção do jogador do início ao fim. Além de Renee, conhecemos Ifree, um personagem que acompanha a protagonista durante todo o jogo, que traz bons diálogos e contribuí para a imersão do jogador no universo do game. Sem entrar em muitos detalhes sobre a narrativa, o que posso afirmar é que Afterimage consegue entregar uma história interessante, com reviravoltas e alguns momentos emocionantes. Além de diferentes finais, que se baseiam no que o jogador fez e descobriu ao longo do gameplay.

Um metroidvania clássico

Afterimage é um plataforma do tipo metroidvania que não deixa faltar nada em relação ao seu estilo. Os elementos clássicos do gênero estão lá, para o bem e para o mal. As habilidades da personagem, por exemplo, são adquiridas de forma progressiva, conforme avançamos na história. Fato curioso é que a única habilidade que temos no começo é um desvio pra trás. Não há um dash aéreo, por exemplo, que só é adquirido ao derrotar o primeiro boss e torna-se fundamental para exploração futura.

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A apresentação de Afterimage é de um metroidvania clássico (Imagem: Divulgação)

Além disso, o jogo não é linear. Seja pela forma como a história é contada, é preciso explorar muito para descobrir, às vezes batendo em caminhos sem saída, outros que, claramente, ainda falta uma habilidade para se tornar explorável. Além disso, é importante ressaltar que a exploração em Afterimage é bastante desafiadora, pois o mapa só é atualizado quando encontramos um ponto de controle. Pra mim, esse foi um dos pontos altos do jogo, pois não saber pra onde ir, me fez ter mais desejo de exploração. Os mapas são recheados de inimigos, armadilhas e atalhos para serem descobertos, além de baús, é claro.

Esses pontos de controle são fundamentais para o desenvolvimento do gameplay de Afterimage. Ao melhor estilo das “fogueiras” de Dark Souls, caso o jogador falhe, ele retorna para o último ponto que ativou, mas todos os inimigos também voltam. Além disso, a experiência obtida, caso não tenha subido de nível ainda, é perdida e, para ser recuperada, é necessário retornar ao local da morte. Se durante esse caminho o jogador falhar novamente, a experiência anterior é perdida definitivamente, e que você obteve entre as duas mortes vai para o ponto da morte.

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Que castelo maneiro! Te lembra algo? (Imagem: Divulgação)

Por outro lado, o combate em Afterimage é um dos pontos altos do jogo. Além de uma grande variedade de inimigos e bosses, cada adversário conta com um padrão único de ataque, que pode variar conforme a barra de HP dele. É preciso decorar alguns movimentos para vencer os chefes, por exemplo, e assim escolher como enfrentá-los.

É preciso ressaltar também que, a medida que avançamos na história, obtemos um enorme arsenal para Renee lutar. De armas a habilidades mágicas, nossa personagem pode equipar até dois tipos de armas ao mesmo tempo, e uma magia, usando dois botões distintos para atacar. Escolher o tipo de cada arma também é fundamental, pois elas podem apresentar variações entre si, desde bônus para danos físicos e elementais, até habilidades especiais.

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Os Golias são alguns dos bosses mais difíceis de Afterimage (Imagem: Divulgação)

Afterimage também oferece uma ótima árvore de habilidades, que usamos para evoluir Renee. E, desde que tenhamos pontos de talento suficientes, que podem ser encontrados espalhados pelo mundo ou conquistados ao subir de nível de forma tradicional, podemos escolher por qual caminho ir, seja melhorando atributos, seja melhorando nossas armas. A maioria dos bônus dessa árvore é passiva, mas há também habilidades de arma que trazem ainda mais variação ao combate, que são equipáveis de forma limitada e trazem benefícios como a detecção de tesouros, maior alcance para coletar orvalho e um dash mais prolongado. Ainda falando sobre melhorias na protagonista, há uma mecânica de criação de refeições, que oferecem bônus permanentes e efeitos temporários, se consumidas várias vezes.

Visualmente incrível, mas…

Minha primeira impressão de Afterimage, como eu disse acima, foi incrível. O visual do jogo é realmente arrebatador e é algo de encher os olhos jogá-lo em uma resolução 4K 120Hz, proporcionados pela RTX 2080 em uma TV LG OLED evo 42 C2, foi incrível. Não tenho dúvidas que essa foi a melhor versão possível e o jogo está simplesmente maravilhoso. Cada detalhe é incrível e o estilo de arte do jogo é realmente arrebatador.

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Afterimage é um jogo com visual maravilhoso (Imagem: Divulgação)

No entanto, Afterimage falha em um ponto importantes para um metroidvania: a interface do mapa é limitada. É até aceitável que seja preciso chegar em um ponto de controle para que o progresso seja salvo, e que facilite a exploração, mas a ausência de marcadores de tesouros é frustrante. O game até oferece a opção do jogador inserir esses marcadores manualmente, mas eles são grandes e o zoom do mapa não funciona bem. Por conta disso, acaba atrapalhando um pouco. Talvez uma atualização futura resolva esse problema.

Do ponto de vista da trilha sonora, ela cumpre o seu papel. Não é marcante, mas faz o feijão com arroz para o que o jogo progrida. Confesso que, diante da qualidade visual, eu esperava um som de um pouco mais qualidade e marcante. Não me entenda mal, não é que é ruim, mas é bem aquém da apresentação gráfica.

Vale a pena comprar Afterimage?

Afterimage é um metroidvania obrigatório para os fãs do gênero. Além de visuais incríveis, o game traz uma narrativa complexa, diferentes finais e reviravoltas interessantes. Saber o que o destino reserva para Renee é o motor do jogo. O título está totalmente localizado para o português do Brasil.

Por outro lado, existem falhas. O mapa, apesar de enorme, traz uma limitação grande, que até é superada quando a viagem rápida é desbloqueada, mas não resolve boa parte dos problemas que exploradores e caçadores de conquistas/troféus vão encontrar. A trilha sonora também destoa um pouco, diante da qualidade do produto como um todo.

Afterimage chega nesta terça-feira, 25, para Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5PC, via Steam.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Modus Games.

Afterimage

+ R$ 73,99
8.6

História

9.0/10

Gráficos

10.0/10

Sons

7.0/10

Gameplay

9.0/10

Extras

8.0/10

Prós

  • Visuais incríveis
  • Narrativa complexa
  • Gameplay clássico
  • Boa progressão
  • Localizado em PT-BR

Contras

  • Ausência de marcadores no mapa
  • Trilha sonora poderia ser melhor

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.