Age of Darkness: Final Stand | Review
Age of Darkness: Final Stand é um jogo de estratégia em tempo real (RTS), misturado com tower defense, desenvolvido e publicado pela PlaySide. Nele, acompanhamos as tristezas e desgraças de um mundo que é assolado por monstros vindos além da névoa, uma ordem de cavaleiros nada galantes e uma guerra civil em andamento. De fato, um lugar incrível de se viver.
E aí, será que vale a pena encarar essa aventura? É o que veremos agora, em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!
Quem tem medo do escuro?
Sou um homem de hábitos, leitores e leitoras. Costumo jogar sempre os mesmos estilos de jogo, dentro de minhas preferências já conhecidas, e não sou lá muito dado a novidades e, Kratos me livre, tenho pavor do desconhecido. O seguro morreu de velho, e tudo isso. Mas, decidi utilizar minha quantidade limitada de promessas de fim de ano para motivar uma pequena mudança nesse panorama. Novo ano, novo eu, não é mesmo?
Portanto, nada melhor para sacudir meu frágil mundinho do que encarar um real time strategy que, ainda, é misturado com tower defense. Controlar diversas tropas, gerenciar a base, explorar o mapa e proteger meus casebres e humildes aldeões das hordas famintas da noite. De fato, uma excelente maneira de fugir das normas. Ou quase, já que nosso querido de hoje tem um dedinho de roguelike.
E falando nele, deem as boas vindas para o ilustre Age of Darkness: Final Stand, o conjunto de comandos lógicos que teremos o prazer de analisar e criticar, com muito respeito e carinho, neste momento. O título, que está saindo de um período de early access, promete integrar todos esses modos de uma maneira agradável e adorável para nosso aproveitamento. Mas, será que ele consegue? Venham comigo, porque é hora de descobrir.
História
Age of Darkness: Final Stand se passa em um mundo no qual a luta pela vida é constante, seja contra os seres da noite que atravessam o véu em busca de petiscos em forma de gente, seja contra os bandidos que infestam as terras e, algumas vezes, até contra aqueles que deveriam manter a ordem. Para melhorar o cenário, uma traição e a loucura na cabeça de um figurão da Ordem dos Cavaleiros acaba por criar mais uma fonte de problemas que, umas boas décadas após o acontecido, surge para tornar a situação geral ainda mais caótica.
O jogo divide sua narrativa entre três exércitos principais, parecido com o que víamos em Warcraft, cada qual com seu próprio papel no grande esquema das coisas, além de motivações e interações entre si. Além disso, o jogo explora muito os temas da resiliência da humanidade frente aos problemas que aparecem, dos perigos do fanatismo, do preço da vingança e da esperança de que tudo, eventualmente, poderá mudar.
Ainda que os temas não sejam lá muito originais, visto que aparecem em obras dos tipos mais variados, achei que Age of Darkness: Final Stand apresenta sua história de uma maneira bem legal. Poder controlar os diferentes exércitos é uma boa pegada, pois podemos ver desdobramentos e acontecimentos de diferentes pontos de vista, principalmente após certos acontecimentos que fazem com que certas alianças surjam ou desapareçam.
Jogabilidade
Age of Darkness: Final Stand, em se tratando de jogabilidade, funciona como um RTS tradicional. Portanto, se prepare para gerenciar sua base, preocupando-se em coletar recursos tanto para construir novos prédios e instalações quanto para poder treinar aquele exército bolado. Por fim, podemos selecionar a quantidade que quisermos de bonecos para controlar, em uma visão isométrica, enquanto mandamos atacar, defender e por aí vai. Além disso, temos heróis com poderes únicos e bem interessantes.
A parte de base building é bem simples e direta, no sentido de que precisamos de determinadas estruturas para coletar os diversos recursos que utilizamos (madeira, pedra e por aí vai), além de outras para construir tropas ou pesquisar melhorias. Fora isso, precisamos ficar ligados no limite máximo de população e alimento sendo gerado. Tudo é bem simplificado e direto, tanto pela ausência da necessidade de se controlar rotas e ações de aldeões quanto pelo fato de que os recursos nunca acabam
Isso, creio, é um dos pontos fracos de Age of Darkness: Final Stand. Por exemplo, não temos a opção de derrubar florestas para gerar novos caminhos e fuga ou para afunilar os exércitos que nos atacam. Não temos uma variedade tão grande de opções de construção e defesa, e acredito que isso é algo que poderia tanto auxiliar nos momentos em que estamos sendo atacados quanto para dar uma maior flexibilidade ao jogador. Ainda, mais construções diferentes poderiam ser utilizadas para dar um ar mais único para os exércitos.
Contudo, a busca por recursos ainda fará com que tenhamos de levantar pontos de extração pelo mapa inteiro, o que é tão desafiador quanto interessante. Saber o que vale a pena ser construído, além de como defender, é um desafio bem divertido, principalmente no modo no qual precisamos sobreviver aos ataques dos pesadelos da noite, entre outras maravilhas que andam por aí.
Contudo, o mais divertido em Age of Darkness: Final Stand é o combate entre os exércitos dos jogadores, solo ou cooperativo, contra os inimigos controlados pelo computador. Cada um desses possui seus próprios heróis, com fraquezas e forças, além de unidades que favorecem determinados estilos de jogo. Por exemplo, alguns contam com unidades baratas que facilitam os estilos de rush no qual enviamos um monte de tropas fracas para um ponto. Outros, com controle de mapa e defesa. Saber qual usar, e como, é algo legal demais de aprender.
Ainda que a campanha seja divertida, e uma boa forma de entender como cada herói e suas habilidades funcionam, a maior diversão está no modo de sobrevivência, que pode ser encarado tanto junto quanto acompanhado. Nele, precisamos sobreviver uma quantidade de dias até que, em uma noite mortal, os exércitos das sombras saem cheios de ódio com o objetivo único e simples de destruir tudo que temos. Se sobrevivermos, ganhamos uma melhoria permanente para aquela tentativa enquanto estivermos vivos, escolhida entre um montinho randomizado. Se não conseguirmos, é hora de enxugar as lágrimas e começar novamente.
Além disso, preciso dizer que os combates em grande escala de Age of Darkness: Final Stand são muito divertidos. Ver aquele mar de pesadelos correndo em direção a sua base, cheios de boas intenções na mente, é tão aterrador quanto emocionante. E tudo, devo dizer, sem travar nem agarrar em nada. A pancadaria é muito frenética, e realmente ajuda a criar uma experiência bem única e especial para o jogo.
Como negativos, apenas reforço que acredito que o título poderia ter explorado um pouco mais o que tem a oferecer. Por exemplo, com uma variedade maior de heróis e tropas únicas de exércitos. Ainda que eles tenham suas unidades exclusivas, muitas delas são compartilhadas entre os três e acabam diminuindo um pouco nossas opções.
Sons e Visuais
Age of Darkness: Final Stand entrega visuais não tão originais assim, mas que são apresentados com detalhamento suficiente para agradar aos olhos e passar a visão que o título tenta construir com sua narrativa. Ainda que os designs estejam dentro do que vemos em diversas outras obras do gênero, tudo funciona bem e mantém o desempenho mesmo com um grande volume de inimigos na tela.
O mesmo se aplica para a trilha sonora, que agrada mesmo sem inovar tanto assim. Contudo, achei a dublagem em inglês legal e bem produzida, entregando os momentos mais tensos da narrativa com graça e precisão. Contudo, é uma pena que não tenhamos nada em português brasileiros para nos dar aquele agrado. Coisas da vida, não é mesmo?
Vale a pena jogar Age of Darkness: Final Stand?
Age of Darkness: Final Stand faz uma boa união entre dois gêneros diferentes, levantando os pontos fortes de ambos para criar uma experiência única que desafia o jogador de diversas maneiras diferentes. Por exemplo, em balancear exploração com preparação durante o dia. Ou, no caso da noite, entre o que defender, como defender o quais unidades e construções valem a pena sacrificar caso a situação fique caótica demais.
Também curti tanto o modo campanha quanto, especialmente, o sobrevivência. Além disso, os combates entre exércitos são divertidos e os heróis realmente ajudam a dar uma variada na ação, adicionando sua própria camada de estratégia. Contudo, acho que muitos elementos foram pouco explorados, principalmente em basebuilding, o que acaba por fazer o título parecer menos robusto do que realmente é.
No fim das contas, eu curti bastante meu tempo com Age of Darkness: Final Stand, principalmente com o modo de sobrevivência solo ou entre amigos. O jogo tem uma proposta legal, e entrega uma narrativa familiar, mas bem realizada, junto de mecânicas sólidas e divertidas que o fazem brilhar, principalmente no combate. Se tower defense ou RTS forem seus estilos, podem ir sem medo.
A versão 1.0 de Age of Darkness: Final Stand acaba de ser lançada para PC, via Steam, após o jogo ter ficado em acesso antecipado desde 2021.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela PlaySide Studios.
Age of Darkness: Final Stand
BRL 82,99Prós
- Muitos inimigos na tela sem queda de frames
- Heróis dão uma boa camada de estratégia ao jogo
- Campanha introduz as mecânicas aos poucos, enquanto mostra sua narrativa
- As vozes do jogo ficaram bem legais
- O modo sobrevivência é caótico e divertido
Contras
- Sem legenda em português
- Visuais pouco originais
- Poderia contar com mais heróis e unidades únicas de cada exército
- Algumas mecânicas poderiam ser mais bem desenvolvidas.