Alienware Aurora 2025 | Review
Eu sempre fui um jogador de PC. Desde a minha juventude que já ficou mais distante do que eu gostaria de admitir, busquei a experiência máxima nos games: altas taxas de quadro, gráficos no nível mais alto e aquela satisfação de extrair cada gota de performance. Cheguei até a desenvolver o famoso vício no MSI Afterburner que é bem conhecido dos PCistas. Mas, no fim das contas, acredito que isso faça parte do perfil de quem escolhe jogar no PC. Afinal, quem não se interessa por configurações diversas e por uma jogatina mais personalizada, acaba migrando para os consoles.
Com esse espírito, fiquei bastante animado com a oportunidade oferecida pela Dell ao Pizza Fria de passar alguns dias testando um setup completo do Alienware Aurora 2025.
Equipado com um Intel Core Ultra 9 285 e uma RTX 5070, o Aurora 2025 chega com a promessa de entregar alta performance nos títulos mais exigentes da atualidade. Mas será que essa nova máquina da Alienware realmente dá conta do recado? Hora de descobrir em mais uma review do Pizza Fria!

Um visual compacto e elegante, mas com algumas decisões sem sentido
À primeira vista, o visual do Alienware Aurora impressiona. Trata-se de um desktop relativamente compacto e surpreendentemente leve, que traz um conjunto de LEDs tanto na parte frontal quanto na traseira, ativados assim que o sistema é ligado. Confesso que gostei bastante dessa abordagem mais compacta. Afinal, quando pensamos em equipamentos gamer, é comum imaginarmos gabinetes repletos de RGB, piscando em tantos padrões que parecem mais uma rave do que um PC. Nesse sentido, a escolha da Dell de adotar uma iluminação discreta e funcional me pareceu uma decisão acertada no design.
Outro ponto positivo foi o nível de silêncio da máquina. Mesmo em cenários de alto estresse — como em testes pesados ou jogando The Last of Us Part I —, o Aurora se manteve surpreendentemente silencioso. Nem mesmo nos momentos de compilação de shaders, conhecidos por forçar bastante o processador e a GPU, houve um aumento significativo de ruído, o que demonstra uma boa engenharia no sistema de refrigeração.

Porém, apesar dessa boa primeira impressão estética, um detalhe específico acabou me decepcionando: as memórias RAM. O design geral da máquina transmite uma proposta premium e personalizada, algo que, considerando o preço (sobre o qual falarei mais adiante), deveria ser padrão. Mas, em contrapartida, os módulos de RAM entregues são simples, com placas verdes genéricas que lembram facilmente um PC de uma década atrás. É claro que isso não compromete o desempenho, até porque são memórias rápidas e eficientes, mas visualmente destoa bastante do resto do conjunto e impede que o produto alcance aquele patamar de sofisticação premium que se espera.
O sistema operacional é rápido, mas algumas coisas poderiam serem melhores
O Alienware Aurora já vem de fábrica com o Windows 11 Home instalado, e a experiência com o sistema é extremamente rápida e fluida. Com 32 GB de RAM, mesmo ao abrir diversas abas no navegador e alternar entre aplicativos, o desempenho se manteve estável, sem engasgos ou travamentos perceptíveis. Outro ponto positivo é o armazenamento: o SSD NVMe M.2 de 1 TB garante espaço suficiente para instalar uma boa biblioteca de jogos e programas, dispensando a necessidade de ficar desinstalando títulos com frequência.
Entretanto, apesar do bom funcionamento do sistema operacional em si, tive alguns problemas relacionados ao software proprietário da Alienware. Logo no primeiro contato, o programa se mostrou bastante intrusivo, apresentando múltiplas opções de configuração ao mesmo tempo, mas sem fornecer explicações claras. O maior contratempo, porém, veio de um bug ligado ao gerenciamento automático de energia.

Por padrão, o software altera automaticamente o perfil de energia do sistema para o modo “desempenho” sempre que um jogo é iniciado, o que faz sentido para garantir altas taxas de quadro. O problema surgiu quando precisei dar Alt + Tab durante uma partida e abrir o navegador para realizar outras tarefas: nesse momento, todo o sistema apresentava travamentos, e vídeos no YouTube, em especial, tinham dificuldades para rodar de forma fluida.
A solução é simples, manter o PC sempre no modo “desempenho”, desativando a troca automática. Apesar de ser um contratempo fácil de resolver, este aspecto não deixa de ser decepcionante, pois o jogador que investe em uma máquina desse porte espera ligar, jogar e aproveitar, sem se preocupar em contornar problemas de software.
O desempenho em games é excelente
No quesito desempenho em jogos, o Alienware Aurora realmente dá um show. Durante meu período de testes, coloquei a máquina à prova em títulos pesados como The Last of Us Part I, Resident Evil 4 Remake, Silent Hill 2 Remake e, claro, o queridinho dos benchmarks, Cyberpunk 2077. Jogando em resolução 1440p e com as configurações gráficas no máximo, todos os jogos ficaram muito próximos, ou até acima, da casa dos 100 FPS, garantindo uma experiência fluida e visualmente impressionante.

Por contar com um Intel Core Ultra 9 285K, extremamente poderoso, o CPU consegue extrair o máximo da RTX 5070, que mostra todo seu potencial mesmo em cenários com ray tracing e até path tracing ativados. No entanto, há um detalhe que merece atenção: a VRAM de apenas 12 GB da GPU. Apesar de ter uma performance robusta, essa limitação aparece em jogos mais exigentes.
Em Cyberpunk 2077, por exemplo, ao habilitar todas as opções avançadas de ray tracing, mesmo com a ajuda do DLSS 4, o desempenho despenca e, em certos momentos, a taxa de quadros cai para abaixo de 20 FPS. Essa restrição também se reflete em tentativas de jogar em 4K, logo, por mais que a GPU tenha força bruta, a falta de memória dedicada acaba prejudicando a experiência, tornando a jogatina inviável em longo prazo.
Por outro lado, tive uma grata surpresa ao testar o polêmico recurso de DLSS Multi Frame Generation. Utilizado corretamente — ou seja, partindo de uma base de pelo menos 60 FPS —, o recurso impressiona. Em Cyberpunk 2077 com path tracing e em Silent Hill 2 com ray tracing ativado, a qualidade visual foi excelente, com ótima latência de comandos e praticamente nenhum artefato perceptível.

E não é só nos jogos single player que o Aurora se destaca. Em títulos competitivos, o PC mostra todo o potencial do processador, garantindo altíssimas taxas de quadro sem grandes concessões gráficas. Aproveitei o período de testes justamente durante a beta de Battlefield 6 e o desempenho me surpreendeu. Em 1440p, com configurações ultra e DLSS em qualidade, a média ultrapassou os 150 FPS, entregando uma jogabilidade suave, responsiva e perfeita para o cenário competitivo.
Vale ainda destacar a excelente refrigeração do Aurora. Mesmo sob carga máxima, tanto o processador que é resfriado por um sistema líquido de 240 mm, quanto a GPU se mantiveram em temperaturas estáveis e baixas não passando dos 70 graus. De forma geral, fica claro que o Alienware Aurora atinge seu objetivo principal: entregar performance de ponta, desde que o jogador se mantenha no 1440p.
O Alienware Aurora fica ainda melhor acompanhado do monitor certo
Junto com o PC a Dell também enviou o Alienware 27 4K QD-OLED (AW2725Q). E aqui, o destaque vai claramente para a qualidade da tela. Por ser um painel OLED com tecnologia QD-OLED, o monitor entrega cores extremamente vivas, com contraste marcante e um preto profundo que realmente impressiona — um dos pontos altos da tecnologia.

Embora eu não recomende jogar em 4K com o Aurora, por conta das limitações da GPU, o monitor brilha em outros cenários. Para uso multimídia, como assistir filmes e séries nessa resolução, a experiência foi excelente. O HDR também me surpreendeu positivamente: mesmo com a possibilidade de ajustes avançados diretamente no monitor, a configuração padrão já se mostrou muito bem calibrada, oferecendo uma imagem equilibrada e imersiva sem exigir esforço extra do usuário.
Outro aspecto importante é a compatibilidade com G-Sync, que garante uma jogabilidade mais fluida e sem cortes de imagem. Em jogos competitivos, como a beta de Battlefield 6, essa tecnologia fez bastante diferença, entregando uma experiência estável e responsiva.
No fim, o Alienware 27 4K QD-OLED se mostrou um ótimo complemento ao Aurora, desde que os jogadores paguem mais R$ 8.998,00, atual preço do AW2725Q. Apesar de ser um valor alto, o monitor foi o aspecto que mais me agradou neste setup e realmente aumentou a qualidade de experiência.
Especificações e preço no Brasil
As especificações completas do Alienware Aurora são:
- Processador: Intel Core Ultra 9 285K (24 núcleos)
- Placa de Vídeo: NVIDIA GeForce RTX 5070
- Memória RAM: 32 GB (2x16GB) DDR5-5200, expansível até 64 GB
- Armazenamento: SSD de 1 TB PCIe NVMe M.2
- Fonte de alimentação de 1000W com certificação Platinum
- Sistema de refrigeração líquida de 240mm
- Conectividade (Wireless): Intel Wi-Fi 7 BE200 (2×2) 802.11ax e Bluetooth
- Sistema Operacional: Windows 11 Home
- Portas Frontais: 1x conector para headset, 2x USB-A 3.2 de 1ª geração (5 Gbit/s), 1x USB-A 3.2 de 1ª geração (5 Gbit/s) com tecnologia PowerShare, 1x USB-C 3.2 de 2ª geração (10 Gbit/s) com tecnologia PowerShare
- Portas Traseiras: 1x S/PDIF óptica, 1x saída de linha, 1x entrada de linha, 1x USB4 Tipo-C (20 Gbit/s) com Power Delivery, 1x USB-C 3.2 de 2ª geração (10 Gbit/s), 2x USB-A 3.2 de 1ª geração (5 Gbit/s), 2x USB 2.0 Type-A (480 Mbit/s) com SmartPower, 1x Gigabit Ethernet RJ45 Killer E3100G 2.5 Gbps
Atualmente, o Alienware Aurora testado está sendo vendido por R$ 17.499,00. É, sem dúvida, um valor bastante elevado, especialmente se considerarmos que é possível montar um PC com configurações muito próximas por um preço significativamente menor.
Na prática, para o uso exclusivamente em jogos, o Alienware Aurora traz um processador mais potente do que realmente seria necessário. O Intel Core Ultra 9 285K é um chip topo de linha, mas acaba emparelhado aqui com uma RTX 5070, uma placa de vídeo de faixa intermediária (embora com preço alto no Brasil). Isso cria um certo desequilíbrio no conjunto: em termos de custo-benefício, um i9-14900KF, por exemplo, já seria mais do que suficiente para acompanhar a GPU, sem gerar gargalos e ainda garantindo praticamente o mesmo desempenho em jogos.
Vale a pena comprar o Alienware Aurora 2025?
O Alienware Aurora claramente se direciona a um público bem específico: o jogador que busca praticidade acima de tudo. Para esse perfil, não interessa lidar com a dor de cabeça de pesquisar peças, montar o próprio computador ou resolver eventuais problemas de compatibilidade. A proposta aqui é simples: ligar, jogar e aproveitar. Nesse sentido, o Aurora cumpre o que promete.
Trata-se de uma máquina compacta, potente e silenciosa, que entrega desempenho de ponta em 1440p. É verdade que o software proprietário pode causar algum estranhamento inicial e que o preço é elevado em comparação a um PC montado manualmente com especificações semelhantes. Ainda assim, a experiência geral é sólida e prática, sem exigir que o usuário seja um entusiasta de hardware.
De forma geral, gostei bastante da minha experiência com o Alienware Aurora. É um PC que recomendo, desde que o consumidor tenha consciência do que está comprando: um desktop que entrega alto desempenho sem complicação, mas cujo valor também reflete o conforto de ter uma solução pronta e sem dores de cabeça.
*Review elaborada com um Alienware Aurora, cedito por empréstimo pela Dell.
Alienware Aurora
R$ 17.499,00Prós
- Alto desempenho em games
- Excelente sistema de resfriamento que mantém a máquina fria mesmo sendo usada ao máximo
- Um bom produto para jogadores casuais que querem só jogar sem se preocupar em montar uma máquina do zero
Contras
- O design de memória RAM destoa do visual premium do PC
- O Software da Alienware pode causar certos contratempos e ser muito intrusivo
- Alto custo no Brasil


