Anno 117: Pax Romana | Preview
Diversos jogos buscam a Roma Antiga como pano de fundo histórico. E Anno 117: Pax Romana, game da Ubisoft que será lançado em 13 de novembro para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC via Steam, Epic Games Store e Ubisoft Connect, é um deles. Diante da proposta do jogo, diversas perguntas surgem: será que Anno 117: Pax Romana consegue manter o legado de uma das franquias de construção de cidades mais conhecidas do mundo dos games? Nesta preview, falarei sobre o que podemos esperar do título. Vem comigo!
O período que inspirou o jogo é real
Senta que lá vem história (de novo!). Para entender a ideia de grandiosidade apresentada por Anno 117: Pax Romana, é preciso entender o que foi a tal Pax Romana (ou Paz Romana, em tradução literal). Trata-se de um dos períodos mais emblemáticos da História da Antiguidade, marcado por quase dois séculos de estabilidade, prosperidade e expansão sob o domínio de Roma. Ou seja, a paz realmente reinava as terras criadas por Rômulo e Remo.
O período teve início em 27 a.C., com a ascensão de César Augusto, o primeiro imperador romano e fundador do principado. Foi ele quem consolidou o poder central e encerrou a longa série de guerras civis que haviam devastado a República. Essa nova era, também chamada de Pax Augusta, trouxe uma combinação de poder político firme, reformas administrativas e uma visão imperial que transformou Roma em um império global, tendo forte influência sobre três continentes: Europa, Ásia e África.
Durante esse período, Roma atingiu sua maior extensão territorial e uma população estimada em até 70 milhões de pessoas. As estradas ligavam os romanos a províncias distantes, o comércio florescia entre o Mediterrâneo e o Oriente, e a arquitetura se expandia com templos, termas, anfiteatros e aquedutos que simbolizavam a força e a ordem do império. Foi uma era de ouro, mas não isenta de contradições, tendo problemas como revoltas, guerras fronteiriças e disputas internas continuavam a existir, mesmo que sob a aparência de paz.
No contexto de Anno 117: Pax Romana, essa ambientação ganha vida de uma maneira incrível. O jogo se passa no auge dessa estabilidade, um momento em que Roma domina o mundo conhecido, mas precisa administrar suas vastas possessões com sabedoria. Cada decisão nossa, acaba por refletir o mesmo equilíbrio delicado que os imperadores buscavam manter entre poder, cultura e controle. Em meio a isso, temos de lidar com diversos personagens e seus anseios, algo que carrega consigo uma camada extra da boa e velha política.
Assim, ao explorar esse recorte histórico, Anno 117: Pax Romana não apenas homenageia a engenhosidade administrativa e urbanística dos romanos, como também convida o jogador a compreender o custo da estabilidade imperial. Afinal, como bem lembrava o historiador Dião Cássio, após a morte de Marco Aurélio, em 180 d.C., “Roma desceu de um reino de ouro para um de ferro e ferrugem”. E é exatamente essa tensão, entre o esplendor e a decadência, a ascensão e a queda, que torna a experiência do jogo tão fascinante e autêntica, sobretudo para os fãs de História, como eu.
Um mundo vivo e pulsante
Desde os primeiros minutos, percebemos que Anno 117: Pax Romana impressiona pela fidelidade visual, algo refletido nos requisitos mínimos do jogo, que não são baixos. Com isso, o nível de detalhe nas construções, nos habitantes e nos cenários é surpreendente, dos telhados de terracota às colunas adornadas com mosaicos, tudo transmite a sensação de estarmos no coração do Império Romano. Ver os cidadãos caminhando, os mercados cheios de pessoas e as embarcações circulando pelos mares é uma experiência que mistura história, arte e estratégia de uma maneira encantadora.
Nos testes, o jogo conseguiu manter uma performance sólida no PC, rodando em 2K, demonstrando toda a sua qualidade gráfica, mantendo cerca de 120 FPS com os gráficos praticamente colocados no nível mais alto. Sei que a ideia de um jogo de estratégia não é a de trazer uma realidade exagerada, mas Anno 117: Pax Romana consegue trazer algo que muitos outros não conseguem: imersão. Ver a cidade crescendo e ficando cada vez mais cheia, é o retrato ideal para se entender a expansão romana.
Política e gerenciamento são pontos essenciais
A campanha de Anno 117: Pax Romana nos coloca em um enredo repleto de intrigas, dilemas políticos e dramas familiares, bem ao estilo romano. Nela, é possível jogar como Marcia Tertia ou Marcus Naukratius, filhos de Decimus, cada um com sua própria trajetória e visão de mundo. A trama surpreende por trazer momentos dignos de novela romana, equilibrando conflitos pessoais e decisões de Estado. Essa escolha dos desenvolvedores foi uma das que mais me chamou atenção, apresentando a nós, jogadores, uma infinidade de missões para além do gerenciamento.
Ainda assim, é no Modo Sandbox que o jogo mostra toda a sua profundidade. Lá, o jogador tem total liberdade para expandir seu império, colonizar novas ilhas e testar estratégias comerciais. A progressão entre diferentes classes sociais, dos Libertos aos Plebeus, exige muito mais planejamento e atenção aos mínimos detalhes, tornando cada sessão um novo aprendizado. Digo isso, pois percebi como meu estilo de jogo mudou da primeira tentativa para a segunda, em que eu nitidamente dominava muito mais as dinâmicas, sendo auxiliado pelo tutorial, que precisa ser mais claro em alguns momentos.
Além disso, um dos pontos mais marcantes de Anno 117: Pax Romana é o equilíbrio entre estética e estratégia. A mecânica de gerenciamento de recursos continua complexa, mas é muito intuitiva, com ícones explicando cada problema ocorrido. Toda a cadeia produtiva do jogo, que liga agricultura, manufatura e comércio, se desenvolve como um verdadeiro quebra-cabeça, e cada decisão impacta diretamente o humor e o desenvolvimento da população, que tem que ser sempre o foco da nossa atenção.
Além disso, o sistema de rotas comerciais também se destaca em Anno 117: Pax Romana. Criar uma rede eficiente entre as ilhas dominadas é essencial para atender às necessidades dos cidadãos e evitar crises econômicas maiores. Portanto, quando a diplomacia falha, temos que lidar com diversas consequências em batalhas navais e conflitos territoriais, que adicionam um toque de tensão e imprevisibilidade à experiência. Ou seja, a Pax Romana não é tão pacífica assim…
O que esperar de Anno 117: Pax Romana?
A ambientação de Roma em Anno 117: Pax Romana é simplesmente incrível. Soma-se isso à profundidade das mecânicas do jogo que, embora pareçam inicialmente complexas, se mostram muito práticas de se dominar. Além disso, o aspecto audiovisual do jogo merece ser ressaltado, apresentando uma imersão bem incomum em jogo de estratégia, apresentando uma cidade viva e em constante crescimento.
No entanto, na versão de preview, encontrei pequenos bugs como, por exemplo, não conseguir fechar o jogo. Isso é só um detalhe, é bem verdade, já que na experiência de cada uma das partidas, o jogo se mostrou sólido e sem problemas, algo extremamente positivo para uma versão prévia. Isso não significa que não tenham alguns problemas no jogo, é claro.
Com seu lançamento previsto para 23 de novembro, Anno 117: Pax Romana promete ser um marco não somente na franquia, mas no gênero de construção e estratégia histórica. A Ubisoft entrega uma obra que combina certo rigor histórico, liberdade criativa e um visual de cair o queixo. O título convida o jogador a pensar como um verdadeiro governante romano, tendo a árdua missão de equilibrar riqueza e moral, tradição e inovação, poder e sabedoria.
Seja para quem busca um desafio estratégico ou para quem quer simplesmente contemplar a beleza da Roma Antiga renascendo diante dos próprios olhos, Anno 117: Pax Romana tem tudo para se tornar uma das experiências mais memoráveis do ano entre os jogos de estratégia.
*Preview elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Ubisoft.
