Bloodstained: Ritual of The Night | Review
Bloodstained: Ritual of The Night foi desenvolvido pela ArtPlay, empresa da qual faz parte a mente brilhante de Koji Igarashi, o criador da aclamada franquia Castlevania, da KONAMI. O jogo ficou quatro anos em desenvolvido, bateu recordes de financiamento coletivo no Kickstarter, e enfim, foi lançado pela 505 Games na metade de 2019.
Com a promessa de ser tão grandioso quanto sua referencia maior no estilo, Bloodstained: Ritual of The Night conseguiu alcançar o sucesso? A resposta nós trazemos agora, em mais uma análise aqui do Pizza Fria.
Criado para os fãs de Castlevania
Dois anos antes da campanha de Bloodstained: Ritual of The Night ir ao ar no Kickstarter, outro projeto foi lançado na plataforma, e que também se tornou uma das maiores campanhas do site. Foi o caso de Mighty No. 9, assinado por Keiji Inafune, o mesmo criador de Mega Man. O game sofreu muitos atrasados e quando enfim foi lançado, acabou decepcionando muita gente, pois gerou muitas expectativas que acabaram não sendo atingidas. O “sucessor espiritual” de Mega Man não nos entregou aquilo que seu marketing vendia.
Graças ao fiasco de Mighty No. 9, Bloodstained: Ritual of The Night tornou-se um projeto de desconfiança. O título já estava em desenvolvimento há muito tempo, havia sofrido alguns adiamentos e seu visual não era dos mais espetaculares, como mostra uma imagem divulgada pela própria ArtPlay. muita gente desconfiou do projeto pois o game também estava sofrendo muitos adiamentos (O game era esperado pra lançar em 2017) e não parecia muito bom visualmente.
Somado aos problemas citados acima, a desenvolvedora chegou a cogitar lançar o game em partes, evitando assim, mais atrasos. Para a comunidade, aquilo soou como um aviso claro: o medo de vir mais uma bomba era muito alto.
E foram esses sinais que fizeram a ArtPlay ligar o alerta, corrigir os diversos problemas que eram apontados pelos jogadores e pensar em algo diferente. A pressão deu certo e, em junho de 2019, o título chegou para as principais plataformas atuais. E com elogios por todas as partes!
Nada de cruz e água benta desta vez!
Bloodstained: Ritual of the Night é um RPG de rolagem lateral (side-scrolling) de ação de terror gótico, ambientado na Inglaterra do século XIX. Nele, uma força paranormal convocou um castelo infestado de demônios, revelando fragmentos de cristal infundidos com tremendo poder mágico.
No controle de Miriam, uma órfã marcada pela maldição de um alquimista que lentamente cristaliza seu corpo, você foi usada como cobaia em experimentos, que inseriram cristais demoníacos imbuídos em seu corpo, que seria usado em terríveis rituais.
Porém, algo não saiu como planejado e Miriam cai em um sono profundo, que dura 10 longos anos, sem que envelhecesse um dia sequer. Ao despertar, ela descobre que Gebel, personagem importante da trama e posteriormente vilão do jogo é um alquimista poderoso e fragmentário.
Gebel conjura então um enorme castelo (isto me parece familiar?) diretamente do inferno, trazendo junto uma enorme legião de demônios. Os poderes de Miriam fazem da nossa protagonista a única capaz de impedir a aniquilação total do mundo, que graças aos cristais presentes em seu corpo, permitem que ela absorva e use os poderes dos demônios a seu favor.
Um metroidvania digno de respeito
Para quem cresceu com os saudosos jogos em plataforma 2D, Bloodstained: Ritual of The Night é uma obra muito familiar. Koji Igarashi foi minucioso neste projeto, criando um universo com criaturas variadas e com níveis de dificuldades divergentes. Isso torna a trama mais desafiadora, mas a bem verdade, é pouco original.
Mas, além disso, somos surpreendidos com uma ampla variedade de possibilidades no gameplay. As armas presente no game são diversas, e incluem os famosos chicotes, espadas e até armas de fogo. O arsenal é amplo e diversifica bastante a build de Miriam.
A história ainda conta com mais referências ao seu “antecessor” quando personagens secundários surgem para auxiliar o jogador na sua missão pelo castelo. Consequentemente, esses personagens trazem elementos condizentes com o novo game: eles vão te auxiliar para criar e preparar novas alquimias, evoluir e desmontar seus cristais, além de fornecer dicas para criar novas armas e itens.
E essa é uma das coisas mais legais presentes em Bloodstained: Ritual of The Night. A diversidade de opções de conteúdo traz até mesmo a possibilidade de itens equipados alterem a aparência de Miriam, podendo mudar desde os cabelos, cor dos olhos e skins. É bom lembrar, no entanto, que muitas dessas possibilidades só ficam disponíveis após a conclusão de objetivos e com itens especiais no jogo.
Vale a pena comprar Bloodstained: Ritual of The Night?
Embora Koji Igarashi tenta tentado desvincular a imagem de Bloodstained a de Castlevania, e o seu maior sucesso (em minha opinião) Symphony of The Night, não há como não comparar. Seja no desenvolvimento dos personagens, até o castelo de Gebel, as referências são claras para o seu “antecessor”. Bloodstained: Ritual of The Night é realmente uma carta de amor aos fãs de Castlevania Symphony of The Night. E ter a oportunidade de jogar um novo título dele é sem dúvida uma grande honraria.
Com inspirações e homenagens que deixam claro as suas origens, Bloodstained: Ritual of The Night é um presente de amor aos fãs da série “original”, com elementos únicos e uma história que talvez seja o seu ponto mais fraco, afinal, mesmo ela sendo envolvente, é pouco original.
Bloodstained: Ritual of The Night está disponível para PC, via Steam, Xbox One, PlayStation 4 e Nintendo Switch.
*Review elaborada no PC, com código fornecido pela 505 Games.
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