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Bubble Ghost Remake | Review

Lançado originalmente nos anos 80 e consagrado nos portáteis da década de 90, Bubble Ghost retorna em uma roupagem moderna pelas mãos do estúdio VIDIBOND Games e da publisher SelectaPlay. Assim, Bubble Ghost Remake é uma releitura visualmente caprichada do clássico, preservando a essência do original ao mesmo tempo em que aposta em novos modos de jogo e uma direção de arte renovada.

Mas será que essa bolha resiste ao tempo ou estoura diante das expectativas modernas? É a resposta que encontraremos agora, em mais uma review do Pizza Fria!

Uma proposta simples, mas cheia de obstáculos

A premissa de Bubble Ghost Remake continua fiel ao jogo original: você controla o fantasminha Heinrich, que deve guiar uma bolha misteriosa por/entre os perigos de um castelo assombrado. A mecânica central gira em torno de sopros que movimentam a bolha, exigindo precisão milimétrica e controle constante da física. Basta um descuido para que a bolha se choque contra espinhos, animais, insetos, ventoinhas, chamas ou outros perigos que espreitam nos corredores do castelo. E acredite: isso vai acontecer com frequência.

O gameplay em si é fluído, mas desafiador — e, muitas vezes, frustrante. Isso porque Bubble Ghost Remake não perdoa erros e exige paciência, coordenação e tempo de resposta rápido. Ainda assim, há um certo prazer em superar um estágio após dezenas de tentativas, o que pode agradar jogadores que buscam um desafio old school.

Bubble Ghost Remake
Heinrich está mais charmoso do que nunca em Bubble Ghost Remake (Imagem: Divulgação)

Requinte visual e respeito ao original

Um dos maiores méritos de Bubble Ghost Remake é a sua estética. A direção de arte liderada por Chema Esteo — com ilustrações assinadas por Ken Niimura — entrega um estilo sombrio e encantador ao mesmo tempo, equilibrando bem o clima macabro do castelo com a fofura do protagonista. Os gráficos são limpos, bem definidos e cheios de personalidade. A trilha sonora, composta por Fran Romguer, complementa bem essa ambientação, com faixas leves e misteriosas que contribuem para a imersão.

Além disso, o título traz as 36 fases do original recriadas com fidelidade, e adicionando novidades, como chefes, modos extras e fases inéditas. No total, são mais de 40 estágios diferentes. É possível escolher entre três níveis de dificuldade e explorar diferentes modos de jogo, como modo história, Original e Speed Run.

Bubble Ghost Remake
Desafios completamente insanos te aguardam (Imagem: Divulgação)

Mas… será que pertence aos consoles ou ao celular?

Apesar de toda a atenção visual e sonora, pra mim, a maior limitação de Bubble Ghost Remake está em nas suas plataformas de lançamento. Com estágios curtos, gameplay baseado em toques precisos e um loop de tentativa e erro rápido, acredito que o game se encaixaria melhor em dispositivos móveis com tela touchscreen. A experiência em consoles ou PC, com controles tradicionais, que é recomendado pelo título, muitas vezes não é intuitiva o suficiente para a proposta.

Como definimos a direção que Heinrich vai soprar em oito opções, a movimentação da bolha por meio do controle se torna um tanto desconfortável em sessões prolongadas. Acredito que houve uma adaptação contraintuitiva do controle, já que temos que apertar botões para mudar a posição do fantasminha com frequência, o que quebra a imersão em alguns momentos e reforça a sensação de que o game teria sido melhor aproveitado como um título mobile — ideal para sessões rápidas e esporádicas. Nem mesmo jogando no Steam Deck essa sensação sumiu. Eu queria mesmo era definir a direção do sopro usando os dedos, não os analógicos.

Bubble Ghost Remake
O nível de insanidade que você vai enfrentar é esse (Imagem: Divulgação)

Extras que enriquecem, mas não transformam

O remake traz conteúdos adicionais como conquistas, ranking online (o Hall of Fame), colecionáveis escondidos e até finais alternativos, além de chefes desafiadores que exigem domínio da física e do timing. Esses elementos adicionam uma camada extra de desafio e variedade, mas não mudam fundamentalmente a estrutura repetitiva das fases. Ainda assim, para os fãs do título original, ver essas novidades em uma versão moderna pode ser um atrativo interessante, principalmente pela abordagem respeitosa à fonte.

Em suma, meu teste não apresentou bugs ou falhas técnicas. Como disse acima, joguei em um Steam Deck e, mesmo se tratando de um jogo que ainda não tem verificação para o console da Valve, funcionou perfeitamente bem, sem queda na taxa de quadros ou qualquer problema relacionado à performance.

Bubble Ghost Remake
Nostálgico? Imagina! (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Bubble Ghost Remake?

Bubble Ghost Remake é uma homenagem visualmente bela e tecnicamente competente a um clássico de décadas passadas. No entanto, sua estrutura de gameplay, com fases curtas e controles pouco intuitivos em plataformas tradicionais, me deu a clara impressão que o título teria se saído melhor como um jogo mobile. Ainda assim, para os nostálgicos ou curiosos em busca de um desafio, há diversão aqui — com a devida dose de frustração. No fim, é um game recomendado com ressalvas — mas é especialmente indicado para quem tem carinho pelo original.

Bubble Ghost Remake será lançado nesta quinta-feira, 27 de março, para PC, via Steam, PlayStation 5 e Nintendo Switch.

*Review feita em um Steam Deck OLED, com código fornecido pela SelectaPlay.

Bubble Ghost Remake

BRL 113,70
6.8

História

4.0/10

Gráficos e Sons

8.5/10

Gameplay

7.0/10

Extras

7.5/10

Prós

  • Direção de arte belíssima
  • Fidelidade e respeito ao jogo original
  • Mecânica única de sopro, que continua charmosa e desafiadora
  • Trilha sonora harmoniosa e bem integrada ao clima do jogo

Contras

  • Controles pouco intuitivos com um gamepad
  • Fases curtas que não se encaixam bem em sessões longas de gameplay
  • Alto nível de frustração nas fases mais difíceis
  • História pouco desenvolvida e quase irrelevante para o progresso

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.