Company of Heroes 3 | Preview #2

Estamos cada vez mais perto do lançamento de Company of Heroes 3! Recapitulando, em nossa primeira preview do game de ação e estratégia da Relic Entertainment, tivemos acesso a uma única missão da campanha, que deu pra dar um gostinho do que está por vir na versão final. Contudo, hoje falaremos de nossa segunda oportunidade de visitar os teatros de guerra disponíveis no game, apresentados através de um evento fechado e de um dia de jogatina disponível, no qual foi possível conhecer mais detalhes de jogabilidade, o início de algumas campanhas, novas unidades, cenários e aprimoramentos de gráficos e jogabilidade. Enfim, sem mais delongas, vamos ao que interessa!

As novidades da segunda preview

Na segunda rodada de testes de Company of Heroes 3, foi possível ter acesso às primeiras 2 horas na Campanha Dinâmica na Itália, que inclui as missões Gela, Calabria, apresentando o diferencial desta edição, com um modo que mescla em estratégia de turnos e RTS, o “Dynamic Campaign Map” chegando na missão em Salerno. Além disso, tivemos acesso a uma Missão Principal da Operação Norte-Africana, com a missão de Gazala, contando com elementos narrativos através de cutscenes.

Também foi possível testar o modo multiplayer em 2 horas de jogo PVP (1v1 e 2v2; no lançamento será possível jogar 3v3 e 4v4), contando com todas as quatro facções disponíveis e seus três grupos de batalha nos mapas “Road to Tunis” e “Campbells Convoy”, ambos no Norte da África. Todos esses modos foram disponíveis com gráficos ainda mais apurados e maiores detalhamentos desde a primeira versão. Todavia, sabemos que este ainda não é o resultado final do jogo, algo explícito pela equipe de desenvolvimento. Ou seja, detalhes como cutscenes e até alguns ajustes finos de jogabilidade podem ser mudados.

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O caos da guerra é muito bem representado em Company of Heroes 3. (Imagem: Divulgação)

Mais ação ainda está por vir no front italiano

Company of Heroes 3 aprimorou o que já havia mostrado pela primeira vez. Os novos recursos advindos do Essence Engine 5, novo motor gráfico da Relic Entertainment para jogos de estratégia em tempo real surpreenderam. E desta vez foi possível testar o “Dynamic Campaign Map”, onde temos o controle de forças terrestres, aéreas e navais, além de construir linhas de abastecimento ao liderar a campanha dos Aliados para a retomada da Itália continental de forma alternada entre turnos e missões em RTS.

A missão “Italian Dynamic Campaign”, foi a experiência mais jogada por mim. Nela, temos uma nova camada de estratégica com o “Dynamic Campaign Map”, onde controlamos britânicos e estadunidenses, mas também a resistência italiana, os Gurkhas (indianos) e os SSF (canadenses), aliados importantes na campanha. Com isso, você tem um maior controle dos esforços de guerra no front italiano, gerenciando forças terrestres, aéreas e marítimas. Desta forma, a jogabilidade toma uma nova e importante camada, acrescentando questões como abastecimento das linhas, manobras de todas as três forças, aprimoramentos, redes de inteligência e muito mais.

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As novas perspectivas trazidas pelo jogo surpreendem! (Imagem: Divulgação)

A ideia proposta em Company of Heroes 3 nesta campanha conta com as interações do jogador com três subcomandantes principais: Buckram, Norton e Valenti, cada um com suas próprias agendas e objetivos sobre a guerra. Desta forma, a cada escolha feita durante as missões, você terá diferentes possiblidades que exigirão atenção do jogador. Contudo, a jogabilidade já conhecida do público segue como o carro-chefe da franquia. A partir do mapa de campanha dinâmica, teremos escolha de participar de missões RTS que nos levarão de grandes batalhas, decididas automaticamente ou não, que nos proporcionam missões de defesa, ataque e escaramuças.

A guerra no Norte da África

Company of Heroes 3 também nos coloca em uma campanha mais semelhante ao que já conhecemos dos outros títulos, focando especificamente nos elementos RTS. A operação norte-africana apresenta uma narrativa mais mais linear e focada, nos colocando no controle dos Deutsches Afrikakorps (DAK), recebendo instruções da “Raposa do Deserto”, Feldmarschall Erwin Rommel durante a campanha em 1942. Este ponto do jogo é interessante pois traz o outro lado da história, geralmente ignorado por boa parte dos jogos. Neste ponto, a ideia de Company of Heroes 3 me lembrou, com ressalvas, claro, o que vi em Nada de Novo no Front, filme que aborda os alemães na Primeira Guerra.

Os próprios envolvidos na criação do game trazem um ponto importante, mas difícil de se narrar, buscando se afastar de falsas histórias como a “guerra sem ódio”, e a “Wehrmacht limpa”. Assim, através de uma rica camada narrativa apresentada por meio de cutscenes, somos colocados diante das experiências de um homem judeu berbere lutando ao lado de britânicos e os efeitos da ocupação de Benghazi em sua família. Desta forma, percebemos que os aspectos narrativos são levados a sério pela equipe de Company of Heroes 3.

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Lutas em terrenos abertos requerem novas estratégias. (Imagem: Divulgação)

Em jogo, somos colocados diante de batalhas históricas incluindo Ajdabiya, Tobruk, Gazala e a primeira batalha de El Alamein, lutando contra os britânicos. Vale ressaltar que o Norte da África é uma novidade na franquia, trazendo desafios em grandes lugares descampados que nos obrigam a pensar no posicionamento de infantes e tanques, que precisam se proteger através de suas blindagens.

O modo multiplayer

Company of Heroes 3 segue apresentando um sólido conteúdo multiplayer, no melhor estilo RTS. Em 2 horas de jogo PVP (1v1 e 2v2; no lançamento será possível jogar 3v3 e 4v4), foi possível ver rapidamente as quatro facções disponíveis: as Forças Americanas (EUA), a Wehrmacht (Alemanha), as Forças Britânicas e os Afrika Korps. Cada grupo conta com habilidades e unidades únicas, que puderam ser brevemente testadas nos mapas “Road to Tunis” e “Campbells Convoy”, ambos no Norte da África.

A ideia de colocar diversos jogadores em conflito em jogos de estratégia em tempo real sempre deu muito certo, mas Company of Heroes 3 nos coloca em cenários e condições muito próximas de uma simulação, tamanha a preocupação com detalhes como coberturas, táticas, gerenciamento e outros tantos detalhes como as blindagens dos tanques e outras unidades móveis. Isso torna a tarefa do jogador um tanto árdua em ter de lidar com tantas coisas mas, ao mesmo tempo, traz um nível de imersão e detalhamento incríveis. É questão de tempo para aprender, mas não é nada fácil jogar contra outros jogadores…

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Jogar contra outros jogadores torna a experiência de Company of Heroes 3 em algo ainda mais desafiador. (Imagem: Divulgação)

O que esperar de Company of Heroes 3?

A partir das novas experiências advindas em mais uma preview, fiquei ainda mais excitado com a jogabilidade e os aspectos narrativos apresentados pela Relic, enfatizando aqui a possibilidade de se estar do outro lado da história com a Wehrmacht e os Afrika Korps. Como dito na primeira oportunidade, conhecer melhor os lados do conflito, tanto de maneira histórica, mas também bélica e estratégica é algo essencial e muito enriquecedor ao público. Tal preocupação com a narrativa sempre me chamou muito a atenção, sobretudo no mundo dos jogos, que ainda reproduzem uma infinidade de clichês. Não que Company of Heroes 3 seja perfeito, mas vale a pena só pelo fato de trazer uma parte pouco abordada.

Company of Heroes 3 apresentou aprimoramentos gráficos e também na jogabilidade, refinando o que já estava bem interessante anteriormente. E segundo os desenvolvedores, existem coisas ainda a serem melhoradas para a versão final. Desta forma, se você gosta de desafios e de jogos de estratégia, Company of Heroes 3 pode ser exatamente o que você está procurando. Se você curtir então a história da Segunda Guerra, melhor ainda. Este é o jogo para você! Particularmente, estou ainda mais ansioso para jogar a versão final e conhecer as histórias e outros detalhes que estão por vir.

Vale lembrar que Company of Heroes 3 será lançado no dia 23 de fevereiro de 2023 para PC, via Steam. O lançamento inicial, 17 de novembro, foi adiado pois os desenvolvedores acreditavam que o jogo ainda precisava de refinamentos, estando em consonância com os altos padrões deles e dos jogadores, no que eles chamam de “o maior Company of Heroes” de todos.

*Preview elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela SEGA.

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.