Company of Heroes Collection | Review
Company of Heroes é uma franquia de jogos de estratégia em tempo real que se passa na Segunda Guerra Mundial, lançada originalmente para PC em 2006. Agora, a Feral Interactive traz para o Nintendo Switch a Company of Heroes Collection, que reúne o jogo base e duas expansões: Opposing Fronts e Tales of Valor.
Mas será que essa adaptação vale a pena para os fãs do gênero e para os novatos na franquia? A resposta eu trago agora, em mais uma análise do Pizza Fria!
Uma narrativa envolvente e diversificada
Falar de um jogo lançado em 2006, e que de lá pra cá, já ganhou sequências, inclusive o excelente Company of Heores 3, poderia dispensar algumas apresentações. No entanto, apesar do público alvo de Company of Heroes Collection no Nintendo Switch conhecer bem do que se trata o jogo, trarei um breve resumo sobre o que se trata o “novo” título que chega ao console híbrido da Nintendo.
A campanha principal de Company of Heroes acompanha a jornada do Able Company, um grupo de soldados americanos que participa da invasão da Normandia e de outras batalhas importantes na Europa, incluindo o resgate de parquedistas aliados, a destruição de armas pesadas alemãs, e batalhas em cidades chave como Carentan. Os jogadores devem gerir recursos, capturar pontos estratégicos e utilizar táticas realistas para superar os alemães, que estão firmemente entrincheirados. A história é contada por meio de cenas animadas, diálogos entre os personagens e missões que variam em objetivos e cenários, transmitindo o clima de tensão, drama e heroísmo da guerra, sem deixar de lado os aspectos humanos e morais dos conflitos.
Já as expansões Opposing Fronts e Tales of Valor adicionam novas perspectivas e desafios à narrativa. A primeira introduz duas novas facções jogáveis: os britânicos e os alemães da Panzer Elite, cada uma com sua própria campanha, unidades, habilidades e estratégias. Conheça:
- Campanha do Exército Britânico: Centra-se na Operação Market Garden, onde os jogadores lideram as forças britânicas e polonesas em uma tentativa audaciosa de capturar pontes estratégicas nos Países Baixos e avançar para o coração da Alemanha. Esta campanha destaca a resistência alemã, as condições meteorológicas adversas e as falhas estratégicas aliadas.
- Campanha da Panzer Elite: A campanha alemã foca na Batalha das Ardenas, também conhecida como Ofensiva das Ardenas ou Batalha do Bulge. Os jogadores controlam a Panzer Elite, que tenta repelir as forças aliadas e realizar uma última ofensiva para virar o curso da guerra. A campanha apresenta as duras condições de inverno e a tenacidade dos soldados alemães diante da iminente derrota.
Já Tales of Valor traz três mini-campanhas focadas em histórias específicas de diferentes grupos de soldados, como os paraquedistas americanos, os tanquistas alemães e os comandos britânicos. Essas expansões ampliam o escopo e a profundidade da história, mostrando diferentes lados e nuances da guerra. Veja:
- Tiger Ace: A história segue a tripulação de um tanque Tiger alemão durante a Batalha de Villers-Bocage. Os jogadores experimentam o conflito a partir da perspectiva da tripulação, enfrentando tanques aliados e lutando para manter a posição contra uma força superior.
- Causeway: Acompanha os soldados americanos da Fox Company enquanto eles lutam para estabelecer uma cabeça de ponte em torno da Ponte La Fière, na Normandia. A campanha destaca a luta intensa pelas pontes e a importância de tais estruturas no avanço aliado.
- Falaise Pocket: Os jogadores vivenciam o esforço aliado para cercar e destruir as forças alemãs na chamada Bolsa de Falaise, um ponto decisivo que marcou o início do fim para as forças alemãs na Normandia.
Um gameplay complexo e desafiador
Company of Heroes não é um jogo de estratégia simples ou casual. É um game que exige planejamento, gerenciamento de recursos, adaptação às condições do terreno e do clima, coordenação entre as unidades e atenção aos detalhes. O jogo possui um sistema de cobertura que influencia na defesa e no ataque dos soldados, um sistema de moral que afeta o desempenho das tropas, um sistema de danos que pode causar falhas nos veículos e um sistema de veterania que melhora as habilidades das unidades conforme elas ganham experiência.
O jogo também conta com um modo skirmish, que permite enfrentar a inteligência artificial ou outros jogadores online em partidas personalizadas. Nesse modo, é possível escolher entre quatro facções: americanos, britânicos, alemães da Wehrmacht ou alemães da Panzer Elite. Cada uma tem suas vantagens e desvantagens, bem como árvores de tecnologia que permitem desbloquear novas unidades e habilidades. Aqueles que buscam mais recursos, o modo skirmish é ideal para testar diferentes táticas e estratégias, além de aumentar a vida útil do jogo.
Um audiovisual competente e imersivo
Company of Heroes pode não ter os gráficos mais impressionantes do Switch, afinal, falamos de um jogo inicialmente concebido em 2006, mas ainda assim entrega uma apresentação visual satisfatória e fiel à época retratada. Os cenários são bem detalhados e variados, com elementos destrutíveis que afetam o gameplay. As unidades são bem modeladas e animadas, com expressões faciais e corporais que refletem suas emoções. Os efeitos de luz, sombra, fumaça e explosões são convincentes e contribuem para a atmosfera de guerra.
O som, no entanto, é um dos pontos mais fortes do jogo. A trilha sonora é marcante e dramática, acompanhando as situações de combate. Os efeitos sonoros são realistas e intensos, com tiros, explosões, gritos e comandos dos soldados. As vozes dos personagens são bem dubladas em inglês, com sotaques característicos de cada nacionalidade. Um ponto negativo, no entanto, é a ausência de localização em português do Brasil, o que dificulta aqueles que não dominam o inglês a entender sobre o game.
Uma adaptação bem-sucedida para o Switch
Considero que o maior desafio de trazer Company of Heroes para o Switch era adaptar os controles do teclado e do mouse para os botões do Joy-Con, bem como a tela touch. A Feral Interactive conseguiu fazer isso de forma eficiente e intuitiva, usando combinações de botões para acessar os menus, selecionar as unidades, dar ordens e usar habilidades. O jogo também permite usar a tela para interagir com a interface e o mapa, o que pode ser mais rápido e prático em algumas situações.
O jogo roda bem no Switch, tanto no modo portátil quanto no modo docked, sem apresentar quedas significativas de desempenho ou bugs. A única ressalva é que o game pode ficar um pouco confuso no modo portátil, especialmente quando há muitas unidades e ações na tela. Nesses casos, é recomendável usar o zoom para aproximar ou afastar a câmera, ou usar o modo de visão tática para ter uma visão geral do campo de batalha.
Vale a pena comprar Company of Heroes Collection?
Company of Heroes Collection é uma excelente opção para os fãs de jogos de estratégia em tempo real e de história da Segunda Guerra Mundial. O jogo oferece uma experiência de guerra completa, com uma narrativa envolvente e diversificada, um gameplay complexo e desafiador, um audiovisual competente e imersivo e uma adaptação bem-sucedida para o Switch. O jogo pode não ser para todos, pois exige paciência, dedicação e aprendizado, mas para quem gosta do gênero, é uma compra obrigatória, principalmente se consideramos que está disponível por R$ 59,99 na eShop, um preço bem convidativo.
Company of Heroes foi lançado em 2006 e também está disponível para PC, via Steam, Android e iOS.
*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela Feral Interactive.
Company of Heroes Collection
R$ 59,99Prós
- Narrativa envolvente e diversificada, com várias campanhas e perspectivas
- Gameplay complexo e desafiador que exige planejamento e estratégia
- Áudio imersivo, com uma trilha sonora marcante e efeitos sonoros realista
- Boa adaptação dos controles para o Nintendo Switch, com uso eficiente da tela touch e dos botões
Contras
- Gráficos não são impressionantes, limitados pela data original de lançamento do jogo
- Ausência de localização em português do Brasil, o que pode ser uma barreira para alguns jogadores
- Possíveis dificuldades de visualização no modo portátil devido ao tamanho da tela e à quantidade de unidades