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Crime Boss: Rockay City | Review

Quando a 505 Games e a INGAME STUDIOS anunciaram Crime Boss: Rockay City durante o The Game Awards 2022, eu logo fiquei entusiasmado com a ideia. Afinal de contas, um jogo de tiro que combina cenários de ação, guerras de gangues e toda aquela mística dos filmes policiais dos anos 90, parecia ser algo bom demais pra ser verdade. E isso ficou ainda mais nítido ao ser apresentado ao elenco presente no jogo, com estrelas como nada mais, nada menos que Chuck Norris, Danny Trejo, Kim Basinger, Danny Glover, Michael Rooker e Michael Madsen. Contudo, finalmente tive a oportunidade de ver se o jogo brilha tanto quanto as estrelas que dele fazem parte.

E, em meio a muita ação, tiros, alguns bugs bizarros e diversos clichês dos anos 90, confira mais uma review do Pizza Fria!

Narrativa digna dos anos 90

Em Crime Boss: Rockay City, controlamos Travis Baker, interpretado por Michael Madsen. O criminoso (e você) tem como o objetivo de reivindicar o trono do submundo de Rockay City. E é aí que entram as variações de jogabilidade, que nos levam para uma série de guerras territoriais, roubos variados e a até mesmo histórias paralelas de alguns dos personagens, que acabam se tornando missões marcadas em um grande mapa.

Cada um destes grandes atores citados acima tem papéis bem definidos e bem similares aos dos filmes dos anos 90: policial corrupto, policial com sede de justiça, um grande líder da gangue, membros com memórias da guerra do Vietnã… é um verdadeiro suco de referências. Melhor ainda é ver os mesmos atores dos anos 90 revividos em um jogo, inclusive rejuvenescidos.

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Crime Boss: Rockay City conta com um elenco de peso! (Imagem: Divulgação)

Crime Boss: Rockay City é um título que mescla gestão de negócio com a mais pura ação hollywoodiana dos anos 90. Ou seja, o título consegue sim cumprir a promessa de ser no estilo da época, trazendo personagens interessantes, variações em suas missões e histórias paralelas sobre a vida de alguns personagens que compõe a sua gangue. Porém, Crime Boss: Rockay City desliza em outros pontos, algo que acaba por comprometer toda a sua narrativa…

Gerencie uma gangue

Ao adentrar o mundo do crime com um tutorial explicativo e a apresentação dos personagens principais, finalmente colocamos a mão na massa, podendo escolher diferentes missões e formas de lucrar, bem como invadir territórios. Neste ponto, até me lembrei bastante de GTA San Andreas, que tinha um modo deste tipo, mas totalmente em tempo real. Aqui, só observamos um mapa e sabemos no dia quando terá um ataque, sendo nossa escolha defender ou não. E, a cada dia que se passa, mais coisas da história são apresentadas, seja por missões ou cutscenes muito bonitas que nos trazem novas informações sobre o presente e o passado da cidade.

Ao ser o líder da gangue, você pode optar também se envia Baker para as missões ou o deixa quieto, podendo escolher e contratar vários personagens com armas e características variadas. Desta forma, como você irá controla-los, é bom escolher os que mais se adequem ao seu estilo de jogo. Alguns, por exemplo, dão bônus de desativação de câmeras de segurança, algo que ajuda muito. Assim, ao fazer assaltos, fica muito mais fácil. Assim, somando a grana conseguida em vários roubos e tomadas de território, fica mais fácil chegar ao topo. Mas também há a chance do fracasso, que ocasiona em prejuízos financeiros e até de capangas, que podem morrer. Desta forma, é melhor medir bem os riscos.

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Carnificina total! (Imagem: Divulgação)

Gráficos bonitos, mas uma jogabilidade nem tão boa

Outra coisa que me chamou a atenção em Crime Boss: Rockay City é que o jogo fluiu muito bem em minha 3060Ti, com tudo nas configurações mais altas. Assim, deu pra aproveitar melhor o jogo, que tem ótimos gráficos, caprichando bastante nos principais personagens (e nem tanto nos NPCs gerais, é verdade). De qualquer forma, a ambientação do jogo é condizente com sua proposta e, esteticamente, é muito bonito, não devendo nada a títulos mais famosos de tiro. Contudo, seu problema consiste em sua jogabilidade. Ao jogar com amigos, a experiência é até divertida, lembrando muito a franquia Payday, mas parece haver algo de errado. Eu explico…

Primeiramente, ao jogar, tive alguns bugs que culminaram nas mortes de alguns personagens, sem mais, nem menos. E, na campanha, há morte permanente, inclusive para personagens que estão tendo suas histórias paralelamente contadas. Outro ponto que me incomodou muito foi o “hitbox” dos inimigos, que é meio estranho. Não sei, parece que os tiros e os acertos não fluem tão bem, mas, por outro lado, isso traz até um “realismo”, não nos deixando acertar 100% dos tiros na cabeça que miramos. A impressão que tive é que este ponto não ficou lá 100% polido, mas até que dá pra levar.

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Uma das memórias da guerra do Vietnã presentes no game. (Imagem: Divulgação)

Outra coisa insana do jogo é que o nível da polícia sobe muito rápido e, em 1 minuto, temos 100 policiais saindo, LITERALMENTE, todos os lugares possíveis. Telhados, ruas, do esgoto… enfim, de tudo que é lugar. Isso, é claro, está atrelado aos momentos de tensão em que você, por exemplo, é pego cometendo um crime e é até tranquilo por um lado. Porém, a inteligência artificial dos parceiros e dos inimigos é totalmente desbalanceada, transformando Crime Boss: Rockay City em algo ou fácil demais, ou extremamente desafiador simplesmente por este motivo, a falta de inteligência dos personagens. Desta forma, o jogo funciona melhor jogando com outras pessoas.

E, pra finalizar, mais bugs sofridos ao longo da experiência… Desta vez, ao executar uma missão de resgate, o personagem simplesmente não correspondia aos meus comandos, sendo morto junto com parte de minha equipe. Depois de muito tentar, a opção de interagir com ele estava a 100 metros… e aí foi tarde. A SWAT e homens de branco com bastões nas mãos mataram ele, guardas, meus capangas… e só um membro de 4 controlados conseguiu sair com vida. O resto pereceu sem muita dificuldade para a polícia, que trouxe consigo até uma detetive, que acabou sendo vítima no tiroteio.

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Os gráficos de Crime Boss: Rockay City são muito bons. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Crime Boss: Rockay City?

A impressão que tive em Crime Boss: Rockay City é que o jogo conta com uma história bacana, bons personagens, gráficos bonitos e uma ambientação muito fiel aos filmes dos anos 90. Entretanto, pecou justamente na jogabilidade, que além de ter esses problemas acima citados, ainda se torna muito repetitiva, perdendo a graça em algumas horas, entre crimes e brigas por posições. É claro, jogar com outras pessoas melhora a situação, mas até assim um assalto vai ser entediante depois de ser feito 10 vezes, ainda que o cenário mude.

Crime Boss: Rockay City poderia ter caprichado o mesmo tanto quanto no roteiro clichê (mas muito divertido) proposto, deixando a jogabilidade meio sem sal. Dá para se divertir? Claro que dá, mas não espere grandes coisas… E isso nos faz ver também que um elenco recheado de estrelas também não consegue salvar um jogo. No máximo, dá uma forcinha no hype.

Se o jogo entrar em promoção e você quiser se aventurar no mundo do crime, Crime Boss: Rockay City pode ser um passatempo. Todavia, já vá avisado de que é um título que, no final, não acrescenta muito ao cenário, além de ter também alguns problemas em sua localização para o português, que se mistura com palavras em inglês e, bem, não é isso que esperamos. Por fim, Crime Boss: Rockay City já está disponível para PC, via Epic Games Store e será lançado em breve para PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Nuuvem.

Crime Boss: Rockay City

R$ 161,99
7.1

História

8.2/10

Jogabilidade

6.5/10

Gráficos e sons

8.2/10

Extras

5.5/10

Prós

  • Personagens são o grande destaque do jogo
  • Narrativa clichê dos anos 90 cola bem
  • Ótimos gráficos

Contras

  • Jogabilidade se torna repetitiva rapidamente
  • Inteligência artificial dos capangas e inimigos é péssima
  • Possibilidade de bugs comprometerem a narrativa
  • Problemas na localização em português

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.