Daymare: 1994 Sandcastle | Review
Daymare: 1994 Sandcastle foi lançado no dia 30 de agosto deste ano e é um jogo de ação e horror de sobrevivência, com a perspectiva em terceira pessoa, e forte componente narrativo. O jogo, desenvolvido pela Invader Studios e publicado pela publisher Italiana Leonardo Interactive, responsável também por Martha is Dead, Hell Architect e Shattered Heaven, é uma prequela do aclamado jogo lançado em 2019, Daymare: 1998.
Bem-vindo de volta aos anos 90, utilizando uma das mais inovadoras e tecnologicamente avançadas armas de todos os tempos, e prepare-se para enfrentar criaturas nunca vistas. A desenvolvedora nos promete novos personagens, e grandes reviravoltas, inimigos assustadores e letais, interface renovada, quebra-cabeças interessantes, gráficos, efeitos, e uma trilha sonora de arrepiar.
E será que tudo aquilo que nos foi prometido está contido em Daymare 1994: Sandcastle? Sabe como é, né, meu amigo? Faz aquela pausinha na leitura agora, pega 500 ml de água para 30g de café, e passa aquele coado bem quentinho pra esquentar, e preparar o coração, aproveita o Frost Grip para esfriar ainda mais aquela pizza de ontem, e vem conferir tudo isso nessa aterrorizante análise do Pizza Fria!
Bem-vindo ao Castelo de Areia
É 11 de março de 1994, e uma série de terremotos estranhos vem ocorrendo na cidade de Rachel, Nevada, bem nas proximidades da misteriosa Área 51, onde fica localizada a base militar de Groom Lake. Após um pedido de ajuda, a corporação H.A.D.E.S, envia uma equipe de infiltração para recuperar uma pasta contendo um importante material de pesquisa, antes que a Seção 8, uma unidade que se reporta diretamente ao Presidente, pudesse chegar até ela.
A operação, cujo codinome é Sandcastle (Castelo de Areia em português), é liderada pelo Comandante Marc Foste, fundador da H.A.D.E.S, junto do Major Ivan Radek, e a protagonista, uma engenheira e veterana de guerra Dalila Reyes, sob seu comando. Antes mesmo do início da missão, Reyes entrega a Radek, um protótipo de sua invenção, o D.I.D, para ajudá-los a se manter em contato. No entanto, após a chegada nas instalações, Dalila é separada de seus companheiros, e precisa se virar sozinha usando suas habilidades de engenharia.
Nerd e fuzileira naval
A protagonista, Dalila Reyes, participa do suporte técnico dos fuzileiros navais, possui experiência em engenharia eletrônica, telecomunicações, TI, combate tático com armas de fogo e combate corpo a corpo.
A fuzileira, construiu um protótipo chamado D.I.D, ou Dispositivo de Intercâmbio de Dados, que a ajuda a gerenciar recursos, monitorar sua saúde, arquivar de forma organizada documentos da inteligência obtidos durante a missão, e ainda possui um escâner, utilizado para fazer varreduras em lugares específicos pelos cenários, descobrindo pistas e informações invisíveis a olho nu. Munida de seu equipamento, e com sua perícia em computadores, Dalila Reyes consegue hackear armários trancados, usando o cabo de anulação, além de resolver inúmeros outros quebra-cabeças encontrados durante a jornada.
Três modos de dificuldade distintos
Inicialmente, Daymare: 1994 Sandcastle pode ser jogado em três dificuldades distintas, são elas: História, para os jogadores que não estão habituados a jogos de ação, e só querem curtir a história principal. Os inimigos nesse modo são um pouco mais fracos e reagem de forma mais lenta. Além disso, mais recursos ficam disponíveis e o Frost Grip é mais eficiente.
O modo normal, que é o padrão, aquele para quem prefere uma experiência com desafios balanceados. Por fim, o modo Hardcore é voltado para os jogadores experientes que preferem um desafio de verdade. Neste modo, o auxílio de mira será desativado, os inimigos são mais fortes, mortíferos e reagem mais rápido, além de poucos recursos serem disponíveis, os inimigos derrotados não deixaram munição adicional e os recursos não estarão destacados no ambiente. Após a escolha do modo, ainda é possível personalizar sua experiência como jogador, ativando ou desativando elementos como carregamento automático, interface sempre visível, auxílio de mira, dentre outras opções.
Jogabilidade a lá Resident Evil
Não é novidade que Daymare: 1994 Sandcastle seja um survivor horror totalmente inspirado nos clássicos Resident Evil. Sendo assim, o game é em terceira pessoa e vemos a protagonista de costas, sendo bastante similar ao que encontramos no remake do segundo jogo da Capcom.
Os comandos do game são bem simples, responsivos e intuitivos. Controlamos a protagonista com o analógico esquerdo, e usamos o direito para girar a câmera. Pressionar o analógico esquerdo faz com que nossa heroína corra, ou pare de correr, com L2 miramos e podemos caminhar enquanto estamos com o inimigo sob a mira de nossas armas, enquanto usamos o R2 para disparar.
O direcional em seta é o menu rápido para troca de armas e utilização de itens, X é o botão usado para interagir, enquanto quadrado, para recarregar a arma, segurando círculo, você usará o kit médico.
Um diferencial encontrado em Daymare 1994: Sandcastle é o Frost Grip, uma arma de gelo que te auxilia tanto para transpor certas partes do game, quanto a congelar e destruir os inimigos. Ele pode ser aprimorado nas Upgrade Stations, ou estação de melhoria, em tradução livre, melhorando alcance, poder de congelamento, capacidade do tanque, e outros recursos como minas, escudos, e mais.
Sendo assim, após adquirir o Frost Grip, pressionar R2 finaliza um inimigo congelado, segurar R1 enquanto mira, usa o Spray Frost, enquanto pressiona R1, o Projétil Frost, pressionar triângulo usa o escudo Frost e por fim, a bomba e onda frost é acionada com R3.
Diversas semelhanças com o famoso da Capcom
Semelhante ao que vemos em Resident Evil, da Capcom, em Daymare: 1994 Sandcastle, o DualSense te mostra a saúde da protagonista, com um feixe de luz verde, sinalizando uma boa saúde, amarelo quando se está bem ferido e vermelho sinalizando perigo. Salvar o jogo por sua vez, não vai te custar um ink-ribbon e nem será numa máquina de escrever. Aqui, porém, você precisa encontrar uma espécie de maleta computador, com a imagem de um disquete 3.5 piscando, e contando diversos slots disponíveis para você salvar seu progresso.
Em Daymare: 1994 Sandcastle, um inimigo morto não irá se levantar ainda mais forte depois de um tempo quando você voltar àquela área. Porém, ao derrotar um inimigo, uma bola eletromagnética salta do receptáculo abatido, e procura imediatamente um novo hospedeiro, obrigando a fuzileira naval, não a colocar fogo nos corpos, mas sim, disparar uma boa rajada de gelo com o Frost Grip, para aniquilar o campo de força, antes de chegar no próximo corpo.
Ah, e sabe aquelas estátuas de Racoons, que encontramos na cidade de Racoon? Aqui na Área 51, iremos encontrar estátuas de UFOs espalhadas para destruir.
Desempenho e audiovisual de arrepiar
Daymare: 1994 Sandcastle é um jogo lindo, feito com a Unreal Engine 4, utilizando excelentes efeitos complexos de iluminação e com um gráfico bastante polido, além de contar com um diretor de arte que caprichou nas tomadas, dignas de produções Hollywoodianas, mas que infelizmente, na parte inicial do game, acabam sendo ofuscadas por excessivos bugs na textura, que demoram a carregar.
Porém, só para deixar bem claro, só tive esse problema nas cutscenes, e isso ainda foi mais nas iniciais, pouco mais a frente, parou, além disso, in-game, tudo está perfeito, e acredito que com um patch de atualização futuro, isso deixe de ser um problema.
Quanto ao desempenho, é extremamente satisfatório, e mesmo no modo qualidade, o jogo é carregado praticamente instantaneamente, deixando de lado as famosas telas de loading. Já no modo desempenho, o game parece rodar a 60 quadros constantes, e tirando os problemas das cutscenes que mencionei, tudo in-game funciona muito bem.
Daymare: 1994 Sandcastle possui uma excelente trilha sonora, compondo uma ambientação sombria, em suas músicas instrumentais com arranjos sintetizados, que geram um clima, a la Stranger Things da Netflix. Além disso, a música tema Loneliness, possui a voz, da amplamente conhecida no mundo musical, Cristina Scabbia, vocalista da banda italiana de metal gótico, Lacuna Coil.
Por fim, mas não menos importante, o game está totalmente localizado para o português do Brasil, e muito bem localizado, diga-se de passagem, contando com diálogos ricos, utilizando gírias e jargões do nosso país.
Vale a pena comprar Daymare: 1994 Sandcastle?
Daymare: 1994 Sandcastle vale cada minuto do seu dia investido. O game é o Resident Evil que a Capcom não fez, um retorno ao terror de sobrevivência clássico, um jogo sombrio, desafiador, e com a dose certa de ação, quebra-cabeças inteligentes e horror, além de estar extremamente bem localizado para o português do Brasil, e conta com uma ótima trilha e efeitos que ornam com a ambientação inóspita dos cenários.
Além de tudo isso, Daymare conta com um enredo competente, e instiga o jogador a querer desvendar os mistérios da base em decadência, saber quem, ou o que são aquelas coisas mortas, e por que voltam a vida.
O que você procura, quando encara o abismo? Quem será que está por trás de todo aquele incidente? Daymare 1994: Sandcastle é um prato cheio para os fãs de survival horror e pode ser adquirido para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC, via Steam.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Leonardo Interactive.