Dead Rising Deluxe Remaster | Review
Dead Rising Deluxe Remaster é a mais nova versão totalmente remasterizada, se pudermos acreditar no título, de um clássico dos jogos de zumbis conhecido como Dead Rising. O game, desenvolvido e publicado pela CAPCOM, nos convida a acompanhar Frank, um repórter em busca da notícia que fará sua carreira deslanchar. E ele acaba encontrando, de um jeito um pouquinho diferente do que imaginava.
E aí, será que vale a pena reviver essa joia rara? É o que veremos agora, em mais uma bela análise do Pizza Fria!
Comprando até morrer
Dead Rising, senhoras e senhores. O que mais falar de um dos jogos que, ao menos para mim, tornou imensamente mais interessante comprar o mais novo (naquela época) console da empresa do tio Bill. De fato, leitores e leitoras deste site zumbitástico, a promessa de lutar contra centenas de mortos-vivos ao mesmo tempo, em um belo shopping, realmente era boa demais para se deixar passar em branco. E mal sabia eu, naqueles tempos juvenis, que estaria me deparando com uma de minhas franquias mais confortáveis e queridas de todas.
Existe algo simplesmente único em jogos que nos colocam para sair no tapa com zumbis, que consegue nos deixar presos e fazer a mente desligar por alguns momentos. Temos alguns que levam a parada mais a sério, como os Resident Evil da vida. Ou outros que levam na zoeira, como Dead Island 2. E temos aqueles que dançam no meio termo, entregando o melhor dos dois mundos. E é o caso de nosso querido da vez, Dead Rising Deluxe Remaster.
Contudo, antes de começarmos os trabalhos, vale a pena notar que o título anda entre a ideia de remaster e remake, ao menos em minha concepção. De um lado, temos um esforço claro em tornar a experiência mais atual e menos dolorosa para nossos gostos modernos, incluindo muitos updates de qualidade de vida e visuais. Do outro, temos uma transposição quase direta do conteúdo do original de 2006 para esta versão de 2024. Mas e aí, será que deu bom? É o que veremos agora, gente bonita.
História
Dead Rising Deluxe Remaster conta as peripécias de Frank West, um jornalista que decide ir até um shopping center de uma cidade pequena em busca do furo jornalístico do século. Segundo fontes muito confiáveis, algo pesado estava prestes a rolar e nosso camarada (que já cobriu guerras, você sabe) simplesmente não podia deixar essa passar.
Contudo, mal sabia ele que o tal furo envolvia um surto zumbi que faria com que quase toda a população da cidadezinha entrasse para o time dos comedores de cérebros. Agora, resta ao nosso grande herói dar um jeito de sair com vida do lugar, lutando contra o tempo e todo tipo de perigo tanto para se manter ileso quanto para tentar descobrir o que causou essa catástrofe sem precedentes.
A trama de Dead Rising Deluxe Remaster já é icônica, e funciona muito bem tanto para explicar o que estamos fazendo no shopping quanto para nos manter engajados em seu conteúdo. A inspiração em Madrugada dos Mortos é clara, e muito bem explorada, deixando os acontecimentos ainda mais legais de se acompanhar. Ainda que não seja nada de outro mundo, os personagens, rolos e múltiplos finais fazem com que esse aspecto seja suficiente para deixar o jogador bem servido.
Gameplay
Em Dead Rising Deluxe Remaster, passamos a maior parte de nosso tempo zanzando pelo shopping enquanto matamos zumbis, descobrimos maneiras criativas de matar zumbis, tiramos fotos das coisas (fotojornalista, lembra) e ajudamos pessoas que precisam de uma mãozinha para não virar o jantar de alguém. Tudo que fazemos nos dá experiência que fortalece Frank, o deixando mais rápido, forte e com maior capacidade de carga. Além de ensinar uns golpes extras, claro.
Um dos pontos mais icônicos do título, e da franquia até seu terceiro lançamento, é a questão da gestão de tempo. Os capítulos do jogo são colocado dentro de determinados limites que, se ultrapassados, podem ou dar em determinados finais diferentes ou terminar nossa jogada. Contudo, e bebendo da fonte rogue, podemos reiniciar a aventura a qualquer momento caso isso aconteça, mantendo tudo que aprendemos e liberamos até o momento. Portanto, até que falhar não é lá tão problemático.
Dead Rising Deluxe Remaster nos permite usar uma quantidade enorme de armas, que vão de coisas simples como cadeiras até armas de fogo, espadas, e tudo mais que o shopping puder oferecer. Temos como, até, fazer misturas de alimentos para ganhar habilidades especiais como andar mais rápido e cuspir fogo! Essa liberdade é contagiante, e faz com que o ato de andar de um lado para o outro matando zumbis nunca fique enjoado ou maçante demais.
O único problema é que, em muitos momentos, precisamos andar no meio de um monte de zumbis que podem nos agarrar ou derrubar. Ainda que isso não seja nada de incrível, precisar parar para fazer um quick time event não é lá muito divertido, e quebra o fluxo da ação. Contudo, não chega a ser nada que nos deixe muito atrapalhados, ou torne a experiência enjoada e travada demais.
Dead Rising Deluxe Remaster trouxe boas melhorias para a experiência original, principalmente ao refazer a interface, adicionar salvamentos automáticos e melhorar a inteligência artificial dos sobreviventes que precisamos salvar. Felizmente, não passei a raiva de costume, nem precisei ver um camarada ferido e mancando parar no meio de uma praça lotada de zumbis raivosos para observar o céu e pensar em como o tempo deve esfriar mais tarde. Essa, de fato, foi uma das melhores mudanças desta versão.
Eu realmente gostei da forma com que as coisas foram feitas aqui, preservando o que já existia enquanto corrigiam muitas dos pontos que causavam dor em nosso coração. Para terem uma ideia, até a katana que ficava escondida na sacada de uma loja chamada Colombian Roastmasters (fica a dica) foi mantida no mesmo lugar! Esse compromisso nem sempre é visto em remasters desse tipo, e precisa ser louvado.
Um dos poucos pontos negativos, pensando agora, que Dead Rising Deluxe Remaster manteve de suas origens foi a curva de dificuldade que o jogador passa logo após começar a aventura. Frank é muito fraco no começo, podendo carregar poucos itens, andando devagar demais e batendo com pouca eficiência. Em um jogo que cada minuto conta, esse tipo de situação pode ser frustrante. Portanto, não deixem de matar o máximo de zumbis, salvar todos que puderem e tirarem foto de tudo que der mais experiência. Cada pouquinho faz a diferença, afinal.
Sons e Visuais
Dead Rising Deluxe Remaster faz um excelente uso da RE Engine para trazer o universo do jogo original, com estilo e graça, para os novos tempos. Temos um shopping muito bem realizado, cheio de detalhes e com uma quantidade excelente de zumbis na tela. Além disso, as animações ficaram muito boas e curti o redesign da maioria dos personagens.
A trilha sonora também ficou maneira, com adições e remixagens como é esperado neste tipo de trabalho. Puxando para o saudosismo, devo dizer que senti falta do dublador original de Frank para a dublagem inglesa. Mas, isso logo foi esquecido quando percebi que o jogo chegou com textos e vozes totalmente em nosso belo português brasileiro.
Vale a pena comprar Dead Rising Deluxe Remaster?
Leitoras e leitores de meu coração, devo dizer que fui positivamente surpreendido com Dead Rising Deluxe Remaster, principalmente ao notar como conseguiram manter as ideias do original, e suas preciosidades, sem deixar de adicionar melhorias para tornar a experiência mais simples e agradável para todos. De fato, acho que este pode se tornar um novo modelo a ser seguido em outros futuros remasters, assim como foi o caso quando refizeram Resident Evil.
Temos um jogo que se mantém divertido e despretensioso, permitindo que o jogador saia no braço com uma quantidade enorme de inimigos em um lugar cheio de coisas que podem ser usadas para quebrar tudo que vier pela frente. O uso do limite de tempo faz com que cada momento seja tenso e doce ao mesmo tempo, e as melhorias tornam tudo ainda mais saboroso. Por mais que alguns pontos, como a dificuldade inicial, tenham se mantido, o saldo geral é extremamente positivo.
Se nunca tiveram a oportunidade de dar uma chance para a franquia, a hora é agora. Dead Rising Deluxe Remaster figura como uma das melhores remasterizações que tive a chance de jogar em tempos recentes, e mostra como a Capcom tem feito um bom trabalho em reviver suas franquias com estilo. Agora, só nos restam duas coisas: limpar o shopping de todos os zumbis que o habitam e torcer para que Onimusha ainda receba o mesmo tratamento. Afinal, podemos sonhar. Não é mesmo?
Dead Rising Deluxe Remaster foi lançado no dia 19 de setembro para Xbox Series X|S, PlayStation 5 e PC, via Steam.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Capcom.
Dead Rising Deluxe Remaster
BRL 199Prós
- Um remaster excelente, que refaz o jogo da base mantendo tudo que o fez um sucesso
- Encarar os zumbis é divertido demais, ainda mais com todas as armas que o shopping oferece
- Temos muito para fazer, levando em conta os finais diferentes, modos para liberar e segredos para encontrar
- O remaster adiciona muitas melhorias de qualidade de vida, reiventando a experiência
- Legendado e dublado em português
Contras
- O começo é um pouco complicado demais, como era em 2006
- O combate pode ser meio enrolado em alguns momentos, principalmente com muitos zumbis juntos