Destroy All Humans! | Review
Destroy All Humans! foi lançado em 2005 para PlayStation 2 e o primeiro Xbox, rapidamente conquistando público e crítica. O jogo, que te colocava no papel do alienígena Crypto-137, do planeta Furon, apresentava uma jogabilidade interessante para a época, além de variadas formas de se completar missões. Quinze anos se passaram e a THQ Nordic lançou um remake completo do jogo, agora produzido pela Black Forest Games, utilizando a Unreal Engine 4.
Chamado de “clássico cult” pela própria publisher em sua campanha de marketing, como será que o remake de Destroy All Humans! se saiu? Nós jogamos o game de forma antecipada e podemos contar tudo o que achamos agora, em mais uma review do Pizza Fria!
Bem-vindo à Terra!
Destroy All Humans! nos coloca no papel do maligno alienígena Crypto-137, que foi enviado à Terra para descobrir o que aconteceu com seu irmão, e clone, Crypto-136. Ambientado na década de 1950, logo no começo da Guerra Fria, o jogo nos coloca no meio do que foi a maior disputa política da história, mas tudo com um tom extremamente cômico.
Isso porque, ao pousar nos Estados Unidos, local onde Crypto-136 emitiu seu último sinal, você se depara com cenas que vão te lembrar alguns filmes jocosos de extraterrestres. Porém, 137 está sedento por vingança, e não vai medir esforços para destruir tudo (e todos os humanos!) que aparecer em seu caminho para descobrir a verdade.
A história de Destroy All Humans! é dividida em missões, que oferecem mapas semi-abertos e você deve cumprir alguns objetivos específicos. Assim como em 2005, o título reproduz aquilo que o deixou famoso, já que não é um jogo repetitivo. No game, Crypto-137 enfrenta os militares e uma agência super secreta chamada de Majestic, que tentam impedir que seus planos de dominação mundial se concretizem .
Entre as grandes mudanças que a nova versão trouxe está a forma como se pode concluir missões. Se no game original você não tinha objetivos secundários, agora você pode obter mais DNA ao explorar o mapa, e deixar nosso protagonista ainda mais forte. Para isso, há novos upgrades e mais habilidades em comparação com o jogo de 2005.
Entregue-me o controle, humano!
Destroy All Humans! ganhou uma evolução gráfica e de jogabilidade considerável se comparado ao seu lançamento original. Através da Unreal Engine 4, os ambientes são muito mais vivos e detalhados do que em 2005. É claro que é uma evolução natural, até mesmo da tecnologia, mas é muito interessante ao se comparar a riqueza de detalhes que foi acrescentada.
Mas nem tudo são flores. Ao mesmo tempo em que ganhou em qualidade gráficas, houve uma certa preguiça dos desenvolvedores em criar mais modelos de personagens. Ao jogar, você encontrar um homem loiro com jaqueta vermelha em diversas partes do game, ou mesmo um trabalhador com blusa laranja e bigode. Esse policial, então, será carta marcada em quase todos os mapas.
Soma-se à isso alguns outros detalhes de narrativa. Embora o game, em alguns momentos, te dê opções sobre como concluir as missões (seja de modo furtivo ou não), nas cutscenes não são essa a impressão que temos. Mesmo que eu tenha sido descoberto em vários momentos por humanos, a presença de Crypto-137 na Terra era um segredo para todos. E isso aborda outra característica cômica do jogo: parte do artifício narrativo do jogo é incluir capas de jornais em que o governo culpa os comunistas por tudo o que você está fazendo!
As novas habilidades de Crypto-137
Em 2005, nosso protagonista era capaz de voar, atirar, pegar itens, ler mentes e afins, mas não ao mesmo tempo. Os 15 anos que separam o remake do original permitiram que a tecnologia ajudasse e agora é possível voar enquanto levita algo (ou alguém). Além disso, basta apertar um botão para ler mentes ou extrair cérebros, e se quiser que o processo seja mais rápido, siga apertando. São pequenas mudanças que afetaram positivamente o gameplay, tornando-o moderno.
Crypto-137 também ficou mais habilidoso. Se no jogo original você conseguia obter 18 melhorias, agora são 66, distribuídas entre o próprio protagonista e o disco voador. Assim, é possível aumentar dano de variadas armas, o escudo e obter até mesmo o famoso S.K.A.T.E., que é uma melhoria adquirida após uma missão do jogo.
E isso é bem explorado nos extras. Eu levei pouco mais de 8 horas para terminar a campanha, e deixei muitos colecionáveis e opções de melhoria pra trás. É lógico que você não precisa de tudo para concluir o jogo, mas os platinadores ganharão um tempo considerável de jogo a mais. O fator recompensa, no entanto, cabe a cada um avaliar.
Pane no sistema
Se Destroy All Humans! acerta em muitos pontos, o remake deixa alguns detalhes ainda por melhorar. O primeiro deles é a câmera, especialmente ao controlar o disco voador. Ela fica bastante perdida e você acaba sofrendo danos seguidos de balões, que surgem do nada atrás ou do lado.
Há também uma questão de mira, ao levitar objetos. Mesmo que você selecione para onde quer que ele seja atirado, é algo meio loteria. Tem hora que o objeto é atirado no lugar certo, tem hora que não. Eu penei para cumprir um objetivo secundário onde tinha que tirar minas terrestres do caminho de um caminhão, já que mesmo tentando atirá-las para longe, eu sempre acabava selecionando-as de novo e, por consequência, o caminhão passava por cima.
Por fim, o últimos dos problemas do jogo é a dificuldade. O jogo não tem seleção de dificuldade, e quando soma-se os problemas de câmera e mira, pode ser um verdadeiro pandemônio superar algumas missões, especialmente o boss final. Mesmo assim, por vezes Destroy All Humans! parecerá fácil demais, e te dá a impressão de que não há muito balanceamento ou mesmo uma curva de aprendizado justa. Uma pena.
Vale a pena comprar Destroy All Humans!?
Destroy All Humans! é um remake de qualidade, mas que traz alguns problemas que podem ser bastante inconvenientes. O jogo não oferece uma narrativa mirabolante, mas é o suficiente para fazer a história andar, principalmente porque trata-se de um título com uma premissa divertida, com cenários coloridos e explosivos. No entanto, a dificuldade, sustentada pela confusa câmera ao pilotar o disco voador, ou a mira, tiram um pouco do brilho do jogo.
Mesmo assim, o jogo é atrativo e ainda chega ao mercado com preços mais convidativos. A versão para PC está disponível na Steam e na GOG.com por menos de R$ 70, enquanto a de Xbox One sai por R$ 150. O jogo para PlayStation 4 não recebeu preço no Brasil.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce GTX, com código fornecido pela THQ Nordic.