Digimon Story Time Stranger | Review
Digimons, digitais, Digimons são campeões, Digimons, digitais… opa! Pera, deixa eu me recompor. É que essa música não sai da minha cabeça desde que assisti ao primeiro trailer do aguardado Digimon Story Time Stranger. Isso mesmo, meus amigos, a franquia criada por Akiyoshi Hongo e lançada pela Bandai lá em 1997 parece finalmente ter ganhado um RPG digno para a atual geração de games.
Desenvolvido e publicado pela Bandai Namco, Digimon Story Time Stranger promete uma aventura envolvente que conecta o mundo humano ao digital. Aqui, você poderá reunir e fortalecer diversos Digimons, alguns fofos, outros nem tanto, em um RPG de turnos com batalhas dinâmicas. O jogo combina elementos estratégicos com sistemas evoluídos de combate, trazendo uma história épica sobre a conexão entre mundos e épocas. Com mais de 450 Digimons jogáveis e inúmeras opções de personalização, o game entrega profundidade para veteranos e acessibilidade para novatos.
E aí, ficou curioso para saber como esse novo título de monstrinhos virtuais se comporta no PlayStation 5? Então prepare aquele café coado bem quentinho, porque vamos precisar aquecer o coração! Vem comigo nessa análise Digevoluída aqui no Pizza Fria e descubra se Digimon Story Time Stranger realmente honra o legado da franquia.
Uma Digihistória envolvente em diferentes épocas
A história de Digimon Story Time Stranger começa com uma curta animação no estilo Persona, apresentando heróis misteriosos enfrentando criaturas desconhecidas. Logo depois, o protagonista, que pode ser um menino ou uma menina, de acordo com a escolha do jogador, recebe sua primeira missão da ADAMAS, organização secreta responsável por investigar as anomalias que vêm causando explosões, terremotos e mudanças climáticas pela cidade.
Durante a investigação em um metrô abandonado, ele descobre a presença dos Elétron Fasais, organismos estudados pela ADAMAS há anos e que agora são reconhecidos como Digimons. É então que ocorre uma das decisões mais importantes da jornada, escolher o parceiro inicial entre Patamon, DemiDevimon ou Gomamon.
A aventura rapidamente se torna perigosa quando um MetalGraymon gigante aparece para caçá-lo. O protagonista é salvo por uma garota misteriosa, que o conduz até o edifício do governo metropolitano de Tóquio. No caminho, o grupo encara novos ataques e testemunha batalhas intensas entre Digimons poderosos, incluindo o temível Kuagamon, que testa ao limite as habilidades do herói e de seu parceiro.

No clímax, a criatura colossal retorna e, quando tudo parece perdido, um portal se abre e uma força desconhecida desencadeia uma explosão devastadora. Após o ocorrido, o protagonista desperta em um mundo estranho, sem comunicação com seu Digivice. A partir daí, se vê envolvido em uma trama que conecta o mundo digital a diferentes épocas, e cabe ao jogador desvendar os segredos do passado para compreender o universo dos Digimons e seu impacto sobre a Terra.
Digimons para todos os gostos
Para agradar a todos os públicos e tornar a experiência ainda mais inclusiva, Digimon Story Time Stranger apresenta uma variedade de opções que permitem ao jogador escolher como deseja vivenciar a aventura. O game traz cinco dificuldades diferentes, cada um pensado para estilos de gameplay distintos, são eles:
- O Modo História é voltado para aqueles que priorizam a narrativa em vez da ação. Ideal para quem deseja acelerar as batalhas e avançar rapidamente para descobrir o que acontece a seguir. Nesse modo, caso o jogador seja derrotado, é possível tentar novamente a batalha no modo Invencível.
- Já o Modo Equilibrado busca oferecer a melhor combinação entre história e combate. Trata-se do modo padrão, em que os jogadores podem repetir batalhas em uma dificuldade menor caso sejam derrotados duas vezes.
- Para os mais experientes, o Modo Difícil garante batalhas mais táticas e desafiadoras, perfeito para quem gosta de explorar o treinamento e a composição estratégica do grupo. Assim como no modo anterior, é possível repetir batalhas em dificuldade menor após duas derrotas.

As outras duas dificuldades, Mega e Mega Plus, são desbloqueadas posteriormente e ampliam ainda mais a rejogabilidade. Vale destacar que, independentemente da dificuldade escolhida no início, todas podem ser alteradas durante a jornada, permitindo que cada jogador ajuste a experiência de acordo com sua preferência.
Um JRPG de respeito
Digimon Story Time Stranger é um riquíssimo JRPG de turnos, ambientado em um mundo 3D semiaberto, com mecânicas modernas, simples e fáceis de assimilar. Essas ferramentas são apresentadas gradualmente ao jogador, garantindo uma curva de aprendizado acessível. Os controles, por sua vez, são intuitivos e responsivos, tanto na exploração quanto durante os combates.
E falando em batalhas, os Digimons ficam livres pelos cenários, e o confronto só começa quando o jogador se aproxima de um deles. Um dos pontos mais interessantes é a possibilidade de derrotar inimigos mais fracos sem sequer entrar na tela de luta, basta lançar seu Digimon contra o adversário e vencê-lo instantaneamente, em um sistema bastante parecido com o de Metaphor: ReFantazio.

Quando há mais de um inimigo em campo ou o adversário é forte o suficiente para resistir ao ataque, o jogo entra na tela de batalha. E aqui, meus amigos, o charme é imediato, o sistema lembra Persona e até o próprio Metaphor, recém citado, com uma barra de turnos posicionada no canto superior direito e, no canto inferior esquerdo, o hub de ações do seu Digimon.
DigiMecânicas importantes para sua progresão
Falando em combate, Digimon Story Time Stranger apresenta uma grande variedade de habilidades e detalhes que os fãs de RPG vão adorar. Cada Digimon possui atributos específicos, como ataque, defesa, velocidade, dentre outros, além de se enquadrar em uma das três categorias principais, Vírus, Vacina e Dados. Essa dinâmica funciona em um esquema de vantagens e fraquezas onde, Vacina supera Vírus, que supera Dados, que por sua vez supera Vacina. Saber identificar contra qual tipo você está lutando é essencial para conquistar a vitória.
A progressão funciona de maneira tradicional, os parceiros ganham experiência em combate e sobem de nível. Porém, também é possível treiná-los na Digifazenda, uma área dedicada ao fortalecimento, ou ainda utilizar a função de Carregar Melhorias, onde um Digimon pode ser convertido em pontos de experiência para evoluir outro.
Seus monstrinhos podem ter equipados até dois acessórios, que aumentam status ou concedem bônus especiais, é possível evoluir atributos e desbloquear novos ataques ao encontrar melhorias espalhadas pelo mapa, ou disponíveis nas lojas. Essa personalização é um dos grandes destaques do jogo, permitindo ajustar os Digimons de acordo com o seu estilo de batalha.
E como faço para “Capturar” esses monstrinhos virtuais? Simples! Derrote repetidamente Digimons do mesmo tipo para aumentar o nível de reconhecimento e reforça a taxa de análise para conversão. Quando essa taxa atinge 100%, é possível converter o monstrinho digital e adicioná-lo ao seu time. No entanto, há um detalhe estratégico, quanto mais próxima de 200% estiver a taxa de conversão, melhores serão os atributos do Digimon obtido. Por isso, o segredo é ter paciência e escolher o momento certo para realizar a conversão, garantindo parceiros ainda mais fortes para sua jornada.

Já o protagonista, chamado de Agente, também evolui durante a jornada. Ele acumula Pontos de Anomalia, que podem ser usados para fortalecer diferentes elos, Lealdade, Bravura, Filantropia, Amigabilidade e Sabedoria. Esses pontos podem liberar de novas técnicas de suporte, chamadas Artes Cruzadas, que auxiliam os Digimons em batalha, além de bônus diversos, como aumento de ataque, ganho extra de experiência, maior velocidade e muitos outros benefícios estratégicos.
O teatro limiar na fronteira entre dimensões do tempo e espaço
Digimon Story Time Stranger é um JRPG que deixa clara sua inspiração nos grandes nomes do gênero. Sabe a Velvet Room de Persona, aquele espaço entre sonho e realidade? Ou a Akademia de Metaphor: ReFantazio, que mistura fantasia e mistério? Pois aqui temos algo semelhante, o Teatro Limiar, um local na fronteira entre dimensões do tempo e espaço, também conhecido como projeção astral.
Dentro do Teatro Limiar, o jogador encontra diferentes recursos. Um deles é a Digifazenda, que funciona como base de crescimento dos parceiros. Lá é possível melhorar atributos, alterar personalidades e até fortalecer o elo ao alimentar os Digimons com suas comidas favoritas. A fazenda pode ser personalizada com itens e tipos de solo, e os monstrinhos ainda têm chance de encontrar materiais extras durante os treinos virtuais.
Outro ponto de destaque são as Masmorras Externas, desafios opcionais fora da história principal. Entre elas estão o Salão de Exp, focado em experiência, e o Salão do Ouro, ideal para farmar Yen, ambos disponíveis nas edições mais completas do jogo. Outras masmorras também são desbloqueadas ao longo da jornada e podem ser encontradas espalhadas pelos mapas do game.

O Teatro Limiar concentra várias outras funções adicionais, acesso à PSN para conteúdos extras, pacotes de itens e até um bar repleto de opções, onde é possível adquirir acessórios, golpes e roupas de personalização, dentre muitas outras que vão sendo liberados conforme a campanha principal avança.
Jogmon, um divertido jogo de cartas
Durante sua jornada em Digimon Story Time Stranger, você encontrará NPCs identificados com um minigame especial, o Jogmon, o jogo de cartas supremo do universo. Ao conversar com esses personagens, é possível batalhar, vencer e colecionar cartas. O título conta com 451 cartas colecionáveis, cada uma com atributos, tipos e artes exclusivas. Elas podem ser conquistadas derrotando adversários no Jogmon, através dos vendedores de cartas, ou ocasionalmente, em combates contra Digimons.
As regras do Jogmon são simples, os jogadores se revezam lançando cartas, que se transformam em criaturas para duelar entre si. Cada batalha possui cinco rodadas, e vence quem conquistar mais rodadas ao final do confronto.
Apesar da simplicidade, o jogo traz nuances estratégicas. A compatibilidade de função segue a mesma lógica dos combates entre Digimons onde Vacina supera Vírus, que supera Dados, que por sua vez supera Vacina. Além disso, cada carta possui um nível de 1 a 7, e quanto maior o nível, maiores as chances de vitória. Porém, existe um bug curioso, cartas de nível 1 têm uma chance maior de vencer contra cartas de nível 7, quebrando um pouco a lógica tradicional.

Outro detalhe interessante é a criação de novas cartas durante a batalha. Combinações específicas, como duas cartas da mesma função ou da mesma geração, podem gerar cartas inéditas para o jogador. Ao final de cada partida, você sempre receberá recompensas, vencer 5 rodadas garante 3 cartas, 3 a 4 vitórias rendem 2 cartas, e com apenas 1 a 2 vitórias, o prêmio será de 1 nova carta.
Missões secundárias e digievolução em Digimon Story Time Stranger
Além da campanha principal, Digimon Story Time Stranger oferece dezenas de missões secundárias que contribuem para a progressão. Apesar de simples e pouco elaboradas, elas ajudam a conhecer melhor o universo do jogo e expandem detalhes da narrativa. A dica é clara, sempre que surgir uma nova missão secundária, conclua-a, pois elas aparecem conforme a história principal avança e garantem pontos extras para o enredo.
Outro destaque está na gigantesca linha de digievolução, cada Digimon possui sua própria árvore de evolução, que não se limita apenas às formas clássicas vistas nos animes. Isso significa que um mesmo monstrinho pode chegar a diferentes evoluções, dependendo do caminho escolhido.
A digievolução acontece ao cumprir determinados requisitos, como alcançar um nível específico de agente, atingir valores definidos de ataque, defesa ou outros atributos. Essa mecânica amplia as possibilidades estratégicas, você pode moldar um Digimon mais defensivo, focado em ataques físicos ou até habilidades mágicas, dependendo da sua preferência de gameplay.

E caso você se arrependa de alguma escolha, não há problema, o jogo permite retroceder evoluções, garantindo que nenhum parceiro digital seja deixado de lado e mantendo a flexibilidade na construção do seu time.
Audiovisual de Digimon Story Time Stranger
Digimon Story Time Stranger me surpreendeu com seus belos gráficos, boa performance e excelente trilha sonora. Os cenários são detalhados, coloridos e cheios de vida, transmitindo a sensação de um mundo em constante movimento. A ambientação merece destaque especial, os mapas são grandes, repletos de NPCs e Digimons interagindo, criando uma atmosfera vibrante e dinâmica.
Os personagens, assim como os próprios Digimons, estão fiéis ao que conhecemos dos animes, e para destacar ainda mais seu design, eles recebem um contorno preto que os diferencia dos cenários. Tudo se move de maneira fluida, sem travamentos ou quedas de desempenho. Um exemplo impressionante é a Vila dos Digimons, onde dezenas de criaturas aparecem simultaneamente na tela, mantendo a harmonia e transmitindo a sensação de um mundo realmente vivo.

O áudio também cumpre um papel fundamental na imersão, as músicas, efeitos sonoros e dublagens criam uma atmosfera equilibrada, reforçando o charme que apenas um universo de Digimons poderia proporcionar. Como ponto alto, o jogo conta com legendas totalmente localizadas para o português do Brasil, com dublagens disponíveis em japonês ou inglês. É mais um acerto da Bandai Namco, que reforça o cuidado em entregar uma experiência completa para os fãs.
Vale a pena jogar Digimon Story Time Stranger?
Digimon Story Time Stranger é, sem dúvidas, um dos JRPGs mais promissores da franquia, conseguindo unir a essência clássica dos monstrinhos digitais com sistemas modernos que lembram gigantes da atualidade. O jogo entrega uma história envolvente, cheia de mistério e boas reviravoltas, além de oferecer uma enorme liberdade na digievolução, que abre espaço para estratégias variadas e times personalizados.
A jogabilidade é acessível até para quem não é tão fã de RPGs, já que as mecânicas são apresentadas de forma gradual e intuitiva. Para os veteranos, no entanto, o game reserva profundidade, seja no combate por turnos, nas personalizações de status e acessórios, ou até mesmo no Jogmon, o card game interno que adiciona mais uma camada de diversão.
As missões secundárias poderiam ser mais elaboradas, mas elas cumprem bem o papel de expandir a progressão e ajudar no crescimento dos parceiros. No audiovisual, o título não decepciona, seus gráficos vibrantes, animações fluidas e trilha sonora marcante criam uma atmosfera viva, some a isso a localização completa para o português do Brasil, algo que torna nossa experiência ainda mais imersiva.
Se você é fã da franquia ou gosta de JRPGs com sistemas criativos, vale muito a pena mergulhar em Digimon Story Time Stranger. O jogo entrega nostalgia na medida certa, mas também se renova com ideias modernas, equilibrando acessibilidade e profundidade. É uma aventura que não só honra o legado dos monstrinhos digitais, como também reforça o potencial da série em conquistar tanto veteranos quanto novos jogadores.
O lançamento de Digimon Story Time Stranger está previsto para 3 de outubro para PlayStation 5, Xbox Series X|S, e PC, via Steam, e contam com as versões padrão, Deluxe e Definitiva. Além disso, uma versão gratuita para demonstração está disponível, caso queira baixar para testar antes mesmo de comprar o jogo completo.
*Review elaborada na versão para PlayStation 5, com código fornecido pela Bandai Namco.


