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Disgaea 6 Complete | Review

Disgaea 6 Complete é a sexto lançamento da série Disgaea (por isso o número na frente do título, pasmem) disponibilizada em toda sua glória com os conteúdos adicionais lançados até o momento direto no disco, sem custos extras. O jogo é um RPG estratégico, no bom e velho estilo nipônico, focado na busca incessante pelos maiores números de dano e níveis possíveis. Desenvolvido pela Nippon Ichi Software, inc e distribuído pela NIS America.

Será que irá valer o uso de nosso tempo e recursos limitados? É o que veremos agora, em mais uma análise do Pizza Fria!

Giga damage

Hoje foi um dia daqueles, cara leitora. Me levantei com o meu bom humor de sempre, respirei o maravilhoso ar de mais uma manhã abençoada e feliz nessa bela rocha espacial em que vivemos. Tomei meu café, bati os calcanhares e saí de casa para mais uma seção de trabalho de um cidadão produtivo e nem um pouco ranzinza de nossa sociedade. Lindíssimo.

Mas, como tudo na vida, sempre acontece algum imprevisto. O dessa vez, pasmem, ocorreu quando percebi algo estranho se abrindo no céu. Um portal, me pareceu. Dito e feito, dessa anomalia saiu um pequeno garoto zumbi. Junto de seu cachorro, ele caiu em cima de mim com a força de mil sóis(?). O impacto quebrou minha perna. Que absurdo. Mas, antes de voltar por onde veio, ele me deu um código estranho, praguejou e sumiu novamente.

Como sempre faço quando isso acontece, decidi ativar o código em meu Play. E, pasmem, era uma ativação para Disgaea 6 Complete! E logo de uma série que conheço faz tempo, desde os tempos áureos do PS2. Não era o que eu esperava, mas me alegrou de toda forma. Como é? Minha história não faz sentido? Zumbis não caem do céu dando códigos de jogos? Muito bem então, sabichão. Foquemos apenas em que joguei o título e irei opinar, como sempre. Detalhes, detalhes.

Disgaea 6 Complete
O camarada e seu cachorro. (Imagem: Divulgação)

Mas do que se trata Disgaea 6 Complete, então? Bom, saquem só. O adorável zumbi que quebrou minha perna se chama Zed. Seu objetivo? Derrotar o terrível Deus da Destruição. Vejam, esse cidadão desagradável decidiu, num belo dia, que ia começar a arrumar confusão com nosso herói(?) e sua irmã. Zedão da massa não poderia aceitar isso, certo? Jamais.

E lá seguiu ele, para tentar resolver a treta. Ocorre que, infelizmente, o Deus da Destruição não tem esse nome a toa. E, como esperado, Zed é amassado facilmente. Mas nosso chegado é brasileiro e não desiste facilmente. Por isso, ele segue se jogando pra cima de seu inimigo, morrendo e voltando. E a história pega nisso, contando todo seu suplício do começo ao final.

Disgaea 6 Complete não foge do humor e nonsense clássicos da saga, e devo admitir que achei tudo muito engraçado. O jogo não se leva nada a sério, e isso é um ingrediente essencial para seu charme. Os personagens que nosso herói encontra ao longo de sua jornada também são muito bem construídos, com suas bizarrices e peculiaridades compondo uma boa parte do deslumbre que temos com o título. Curti.

Disgaea 6 Complete
Ele não para. (Imagem: Divulgação)

Puxemos o carro para a jogabilidade de Disgaea 6 Complete, então. Para contextualizar, vamos começar definindo como sendo do gênero de estratégia. Temos nossos bonequinhos, colocamos eles no mapa em espacinhos. Selecionamos quando devem andar, atacar, usar habilidades e afins dentro de nosso turno. E, além disso, devemos subir seus níveis e equipar itens e outras coisinhas mais. Pense no agradabilíssimo Symphony of War: The Nephilim Saga, com um visual anime do estilo Tales of Arise

Mas temos coisas únicas, também. A saga Disgaea sempre foi conhecida por ser ótima para grind, com números de dano e níveis chegando aos milhares com facilidade. E, aqui, não é diferente. Nossos níveis podem chegar aos milhares fácil, assim como o dano. Ah, e níveis mais altos não querem dizer mais força. De forma alguma.

Vejam, Disgaea 6 Complete continua com a tradição da série com a mecânica de reencarnação. Saquem só: derrotar inimigos e realizar alguns desafios com nossos personagens gera o que chamamos de Karma. Essa “moeda” pode ser utilizada para voltar qualquer de nossos bonecos para o nível 1, o que parece uma droga. Certo? De forma alguma. Todo boneco reencarnado começa com seus atributos base mais fortes, e pode chegar mais rápido ao nível que estava anteriormente. Portanto, podemos fazer isso várias vezes para termos heróis cada vez mais fortes. Isso é muito divertido, e é uma boa se você for do tipo que curte deixar suas tropas o mais quebradas possível.

Disgaea 6 Complete
Quanto poder. (Imagem: Divulgação)

Para facilitar isso, temos acesso ao chamado juice bar. Nele, podemos usar experiência e karma acumulados em batalha para poder acelerar o desenvolvimento de uma determinada unidade. Isso quebra um galhão, e vai ajudar muito aqueles que buscam o Zed mais poderoso. Essa foi uma das melhorias que o título adicionou em relação ao seus predecessores.

Mas nem tudo são flores. Esse sistema entrou no lugar do que chamávamos de chara world. Como o item world, era um sistema no qual “entrávamos” em um personagem, através de andares de fases aleatórias, para poder melhorar seus atributos base. Era algo muito divertido também, e senti falta de sua inclusão. O item world continua, ao menos.

A segunda parte é o combate. Como falei acima, Disgaea 6 Complete é um clássico jogo de estratégia em turnos. Movemos unidades, atacamos, equipamos itens, a coisa toda. Além disso, podemos mudar as classes de vários de nossos soldados. Contudo, me parece haver um pouco menos que nos títulos anteriores. De todo modo, quem curte o gênero não vai ter do que reclamar aqui.

Disgaea 6 Complete
Clássico estilo de turnos. (Imagem: Divulgação)

Fora isso, também gastamos nosso tempo customizando as habilidades de nossos personagens. Temos as ativas, que usamos durante os combates, e as passivas. As últimas, chamadas evilities, fazem uma diferença enorme na hora de sabermos qual unidade será útil em determinada situação. Muitas delas, inclusive, ligam bem com a história do personagem. Uma de Zed, por exemplo, faz com que ele ganhe 1% de dano adicional para cada super reincarnation que fizer.

Outra novidade é a customização de comandos para batalha automática. Agora, podemos configurar o comportamento da inteligência artificial do jogo para controlar nossos personagens e automatizar as batalhas. Com isso, muito do trabalho manual de grind para obter karma, experiência e afins pode ser deixado no colo do jogo. Isso é divisivo, no mínimo. Vi muitos reclamando que facilita demais o título, mas como sempre vou pelo caminho mais simples acabei me agradando bastante.

Por fim, vale citar que todo o conteúdo previamente disponível por DLC está incluso no disco (ou download, se você for descolado). Heróis de edições passadas fazem um retorno, cada qual com uma missão especial de recrutamento. Ah, que saudade eu senti de ver meu chapa Adel de Disgaea 2 trocando tapas com geral. Bons tempos, e bem jogado Disgaea 6 Complete.

Disgaea 6 Complete
Algumas das classes do jogo. (Imagem: Divulgação)

Sons e visuais

Disgaea 6 Complete me preocupou levemente, devido ao fato de abrir mão em definitivo do velho estilo 2D para o glorioso 3D. Mas, felizmente, devo dizer que a mudança foi bem feita. Os modelos são fofos, as cores são fortes e os efeitos de combate são agradáveis demais. Eu também curti o design dos personagens, embora deva adicionar que a super sexualização de alguns ainda incomoda. Eu sei que é uma característica inerente ao meio, leitor, mas ainda assim julgo ser digno de críticas.

A sonoplastia também é boa, com vozes bem atuadas, sons de combate com impacto e músicas no maior estilo Disgaea. Nada de muito inovador, mas realiza bem o que se propõe. Contudo, continuo achando que as vozes são muito baixas em relação a música. Mesmo com alterações nas configurações. Isso é algo que percebo já dá época do Disgaea 4, inclusive.

Disgaea 6 Complete
Não é Disgaea se não tiver um prinny. (Fonte: Divulgação)

Vale a pena comprar Disgaea 6 Complete?

Ah, leitora, aqui vamos nós de novo. Hora de tentar passar todas as minhas opiniões e sagacidade para números frios, descolados do calor das emoções. Oh, céus. Bom, que seja. Como sempre, vou começar citando alguns pontos negativos. O jogo está um pouco menos completo que os anteriores, com algumas mecânicas retiradas (descanse em pedaços chara world), classes e afins. Isso é algo ruim, principalmente se for um fã de longa data como eu. Além disso, as interfaces podem ficar meio confusas com excesso de informações e as vozes são muito baixas.

Por outro lado, Disgaea 6 Complete é um dos mais acessíveis da série. Um bom ponto de entrada, inclusive, para aqueles que quiserem começar a se apaixonar pela saga. Gráficos bonitos, uma história despretensiosa e um potencial de conteúdo para prender por horas, somado a uma experiência tática divertida, são a mistura adequada para garantir nossa satisfação.

Ao fim e ao cabo, um dos fatores decisivos vai ser sua capacidade de se desprender de convenções antigas para ver o que Disgaea 6 Complete traz para o ringue. Fãs de longa data certamente terão mais do que reclamar, mas ainda é Disgaea e, por isso, vale ser aproveitado. E, acredito, fas novos terão o ponto de partida ideal para se apaixonar. De toda forma, achei a experiência amável. Recomendo.

Disgaea 6 Complete está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5 e PC, via Steam. A versão base, com DLCs comercializados separados, está disponível para Nintendo Switch.

*Review elaborada em um PlayStation 4, com código fornecido pela NIS America.

Disgaea 6 Complete

8.5

História

8.5/10

Sons e Visuais

8.0/10

Jogabilidade

8.5/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Muito conteúdo e grind, como deveria ser
  • História charmosa
  • Acessível e prático, facilitado pelo sistema de inteligência artificial
  • Todos os DLC disponíveis
  • Combate em turnos rápido e divertido

Contras

  • Removeram clássicos da série como chara world e algumas classes
  • Fãs de longa data podem se decepcionar pelo estilo simplificado
  • Interface confusa, principalmente quando mostra muita informação
  • Vozes baixas demais

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.