Dragon Quest Builders | Review

Dragon Quest Builders é um jogo de construção e aventura, desenvolvido pela Square Enix, que mistura elementos da popular franquia de JRPG Dragon Quest com a mecânica de blocos inspirada em Minecraft. O jogo foi lançado originalmente em 2016 para PlayStation 4 e PlayStation Vita, e depois recebeu versões para Nintendo Switch, Android e iOS. Agora, finalmente, os jogadores de PC poderão experimentar o primeiro título da franquia, que chega às lojas digitais nesta terça, 13.

Eu me considero um fã de Dragon Quest, tendo jogado vários dos jogos mais recentes da franquia. Mas nunca curti tanto jogos de construção e exploração. Logo, já adianto que curti essa interação, pois foi uma boa pedida para dar uma chance ao que esse gênero tem a oferecer. Quer saber o que achei? Vem comigo em mais uma review do Pizza Fria!

Salvando um mundo em ruínas

O que mais me surpreendeu em Dragon Quest Builders foi encontrar um modo história digno da franquia, combinando uma narrativa até meio simples, mas cativante, com um gameplay variada, dinâmica e pouco punitivo. Você assume o papel do Builder, um herói (ou heroína) que possui o dom de construir e criar, e que é guiado por uma voz misteriosa que lhe dá instruções e conselhos. O seu objetivo é viajar pelo mundo, reconstruir vilarejos e castelos que foram destruídas, ajudar as pessoas que estão sofrendo, enquanto enfrenta as forças do Dracolorde.

Basicamente, Dragon Quest Builders se divide em quatro capítulos, onde cada um se passa em uma região diferente, com clima, flora, monstros e temática próprios. Basicamente, talvez por ser voltado para um público mais infantil, não há nenhuma pressão por parte dos devs em incentivar a velocidade na execução das tarefas, ou mesmo tempo para construção das coisas. As missões nos são passadas, e podemos concluí-las em nosso tempo. A medida que isso é feito, novas ferramentas são desbloqueadas, novas regiões e blocos podem ser obtidos para aprimorarmos nossas habilidades de construção, e assim sucessivamente até o fim do jogo.

Dragon Quest Builders
O visual aparentemente simples de Dragon Quest Builders esconde muitos segredos (Imagem: Divulgação)

Dito isso, o que mais me surpreendeu em Dragon Quest Builders foram suas mecânicas de gameplay, que são simples, porém, bem interessantes e viciantes. Como disse acima, há uma liberdade enorme para que o jogador exerça sua criatividade. O sistema de blocos é intuitivo e fácil de usar, permitindo que você modifique o terreno, construa estruturas, decore ambientes e solucione quebra-cabeças. Boa parte disso é feito por um sistema de plantas, que nos diz o que e quantos elementos de cada bloco e/ou itens de decoração/estruturais precisamos para construir determinada parte.

Isso funciona basicamente porque o sistema de criação é amplo e bastante variado. os jogadores podem obter matéria-prima explorando o mundo, e depois usar sua bancada para produzir itens como portas, baús, camas, entre outros, que auxiliam na melhora da vida dos aliados e dos vilarejos. O sistema de combate é simples, mas desafiador, exigindo que você use armas adequadas, movimentos ágeis e itens estratégicos para enfrentar os inimigos, que podem ser desde slimes e esqueletos até dragões e golems. Há também a importância de se alimentar, seja cozinhando ou encontrando frutas e itens prontos para o consumo no jogo.

Dragon Quest Builders
Com combate simplificado, Dragon Quest Builders é indicado para diferentes públicos (Imagem: Divulgação)

Visualmente simples e eficiente

Em um primeiro momento, achei o aspecto visual de Dragon Quest Builders simples. Porém, ao jogar e entender o funcionamento do título, dá pra ver que é algo pensado principalmente na otimização, mas que acaba funcionando de uma forma bem eficiente. Embora não haja animações tão detalhadas relacionadas aos personagens em sim, os gráficos são bonitos e caprichados, usando um estilo que lembra Minecraft, mas ao mesmo tempo que traz artes em 3D dos populares monstros da franquia, bem como dos personagens que encontramos no jogo. É um contraste interessante entre o retrô e o moderno, e que dá personalidade e vida ao mundo e aos personagens.

No aspecto sonoro, sem reclamações. As trilhas são maravilhosas e marcantes, criando uma atmosfera de aventura e de fantasia, e que combinam perfeitamente com cada situação e cada cenário. É interessante porque elas nos auxiliam até a nos localizar no dia, já que mudam quando está a noite, e os perigos aumentam, ou quando estamos em áreas seguras, por exemplo. Os efeitos são divertidos e expressivos, usando sons característicos e engraçados para os monstros, os itens e as ações, que aumentam o humor e a imersão do jogo. Mais uma vez, reforço que o público alvo do game me parece ser infantil.

Dragon Quest Builders
Encontrar plantas auxiliam os jogadores a aprimorar ainda mais seus ambientes (Imagem: Divulgação)

E toda essa imersão voltada para crianças em Dragon Quest Builders são ficaria completa se a versão de PC não trouxesse novidades que não estão presentes nas versões de console. A principal dela são as melhorias gráficas, que permitem que você ajuste a resolução, a taxa de quadros, os filtros e as sombras do jogo, de acordo com as especificações do seu computador. É um jogo muito leve, e consegui jogar em 4K 120Hz sem nenhum problema, com todas as configurações no máximo. Em 1080p, atingi os 144Hz sem nenhum problema também. Assim, jogadores podem desfrutar de um visual mais nítido, fluido e bonito, que realça os detalhes e as cores do jogo.

Por fim, um ponto que sempre conquista minha atenção é a disponibilidade de legendas em português do Brasil, que facilitam a compreensão e a imersão dos jogadores brasileiros, que podem acompanhar a história e as instruções do jogo sem dificuldades. Essa opção não estava disponível nas versões de PlayStation e Nintendo Switch, estando limitadas apenas às versões mobile do game.

Dragon Quest Builders
Tapete voador. Por que não? (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Dragon Quest Builders?

Dragon Quest Builders combina com sucesso a mecânica de construção inspirada em Minecraft com a rica narrativa e estética do universo Dragon Quest, oferecendo uma experiência de jogo cativante e variada. O game traz a liberdade criativa no gameplay, uma história simples e interessante, gráficos otimizados e eficientes, além das trilhas sonoras imersivas, que contribuem significativamente para uma experiência de gameplay positiva.

A simplicidade do sistema de combate, embora possa ser vista como um ponto negativo por alguns, na verdade alinha-se com a proposta de ser acessível a um público mais amplo, incluindo crianças. A possibilidade de ajustar configurações gráficas na versão para PC e a inclusão de legendas em português do Brasil são detalhes que melhoram ainda mais a acessibilidade e a experiência do jogador.

Em resumo, Dragon Quest Builders é uma ótima opção para jogadores que valorizam a criatividade, a exploração e uma narrativa cativante dentro de um universo já amado por muitos. A combinação de estilos de jogo e a atenção aos detalhes fazem dele um investimento que vale a pena para o público certo. Portanto, se os aspectos positivos ressoam com seus interesses pessoais e preferências de jogo, Dragon Quest Builders é, sem dúvida, uma adição valiosa à sua coleção.

Dragon Quest Builders chega para PC, via Steam, no dia 13 de fevereiro, custando R$ 119,90. O título, que inaugura a aclamada série de RPG com mecânicas de construção em blocos, já estava disponível para PlayStation 4Nintendo SwitchAndroid e iOS.

*Review elaborada em um PC equipado com uma Geforce RTX, com código fornecido pela Square Enix.

Dragon Quest Builders

R$ 119,90
8.1

História

8.0/10

Gráficos e Sons

8.0/10

Gameplay

9.0/10

Extras

7.5/10

Prós

  • Liberdade criativa no gameplay, permitindo aos jogadores exercerem sua imaginação
  • História envolvente e fiel à franquia Dragon Quest, com uma narrativa cativante
  • Gráficos otimizados e sons imersivos que aprimoram a experiência de jogo
  • Sistema de gameplay intuitivo e acessível, adequado a uma ampla gama de jogadores
  • Melhorias gráficas na versão para PC e disponibilidade de legendas em português do Brasil

Contras

  • Sistema de combate simples, que pode não satisfazer jogadores em busca de maior desafio
  • O foco em um público mais infantil pode não atrair jogadores que buscam uma experiência de jogo mais madura
  • A falta de pressão para completar tarefas rapidamente pode reduzir o senso de desafio para alguns jogadores

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.