Fatal Frame: Maiden of Black Water | Review

Fatal Frame é uma franquia de terror incrivelmente popular no gênero. Embora eu sempre tente aumentar o meu repertório no horror, admito que essa série foi uma que eu nunca tive a oportunidade de jogar. Entretanto, sempre vejo os fãs elogiando a qualidade da narrativa dos games, principalmente os primeiros. Assim sendo, com a versão remasterizada de Fatal Frame: Maiden of Black Water, lançada no dia 27 de outubro de 2021 para Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5 e PC, via Steam, finalmente tive a chance de viver pela primeira vez uma aventura aterrorizante no mundo dos espíritos.

Entretanto, estamos falando de um jogo que foi originalmente lançado para o clássico Nintendo Wii U, em 2014. Portanto, será que as melhorias desta versão conseguem levar os novos jogadores em uma jornada que seja satisfatória nos consoles modernos? Assim sendo, pegue sua câmera obscura e me acompanhe em mais uma review do Pizza Fria!

A maldição da montanha Hikami

Fatal Frame: Maiden of Black Water começa com um video introdutório contando uma aterrorizante história sobre uma suposta maldição presente na montanha Hikami. De acordo com as lendas, este local foi amaldiçoado por ser um lugar conhecido por suicídios frequentes e mortes misteriosas. Assim sendo, o lugar logo ganhou uma fama de ser assombrado por fantasmas. Após esta introdução, o jogador assume o papel de uma das protagonistas do game, Miu Hinasaki. Ela está presa em um templo amaldiçoado e se encontra cercada por agua. De repente, vários fantasmas aparecem e começam a ataca-la, sendo que nosso objetivo inicial é escapar das assombrações.

Neste momento já fica evidente uma clara limitação do jogo, seus controles e a movimentação. Pois, a personagem se move de uma maneira lenta demais e alguns comandos básicos como o de corrida acaba não sendo responsivo como deveria. Este elemento se agrava nesta situação, pois estamos fugindo de fantasmas e devemos desviar deles, ação está que acaba sendo bem frustrante, o que não causa uma boa impressão inicial. Embora a personagem faça o seu máximo para escapar, em determinado momento ela é capturada pela grande vilã do game, a donzela da água negra.

Fatal Frame
Logo no começo, o jogo já apresenta problemas de comandos pouco responsivos, não sendo um bom começo. (Imagem: Divulgação)

Uma jornada repetitiva vista em três perspectivas diferentes

Após este trecho de gameplay, assumiremos o papel da segunda protagonista, Yuri Kozukata. Ela é uma aprendiz de médium que pode pressentir a presença de fantasmas. Nosso primeiro objetivo com ela é entrar em um prédio que supostamente esta sendo habitado por assombrações. Desta forma, este trecho também introduz ao jogador a câmera obscura, item de maior importância no game. Entretanto, falarei mais sobre este equipamento mais adiante. Logo depois da investigação, encontramos um diário que pode indicar o paradeiro do terceiro protagonista, Ren Hojo. Assim, as três jornadas, que se conectam em um determinado momento, irão levar os jogadores para a montanha Hikami, mas em tempos diferentes.

Como dito anteriormente, em Fatal Frame: Maiden of Black Water assumiremos o controle de três personagens em tempos diferentes. Assim sendo, durante a jornada, passaremos pelos mesmos locais, porém em diferentes tempos. Isto faz com que não tenhamos uma variedade muito grande em relação ao cenário. Além disso, o jogo não faz um bom trabalho em imergir os jogadores no terror, sendo que dificilmente sentiremos medo ao explorarmos os ambientes do game. Isto se causa por vários fatores, mas um deles é a alta linearidade e a pouca variedade de exploração presente aqui.

Fatal Frame
O título oferece diferentes perspectivas do terror. (Imagem: Divulgação)

Assim sendo, durante a aventura iremos passar por montanhas, vilarejos, florestas e templos, entretanto, nenhum destes locais consegue se destacar a ponto de ser memorável. Os cenários não são muito diferentes um dos outros e explorar é altamente limitado, sendo que na maior parte do tempo temos uma aventura quase que inteira linear.

Lutando contra fantasmas nada assustadores

Em Fatal Frame: Maiden of Black Water os protagonistas terão acesso a uma câmera obscura. Ao acessarmos ela, a perspectiva fica em primeira pessoa e podemos fotografar as assombrações, sendo que no jogo, esta é a forma de nos defendermos deles. O game oferece uma boa variedade de ângulos e opções de fotografias, elemento de destaque na obra.

Entretanto, aqui a jogabilidade pouco responsiva entra em ação novamente. Pois, os comandos de movimentação da câmera na perspectiva em primeira pessoa é lenta e pouco precisa. Assim sendo, alguns dos confrontos contra vários fantasmas ao mesmo tempo, acaba se tornando frustrante. Além disso, as aparições apresentadas na obra não possuem um aspecto aterrorizante, sendo que vários modelos acabam se repetindo várias vezes ao decorrer do jogo. Este é um fator que acredito que seja um remanescente da versão original no Wii U, pois aquela versão era limitada no aspecto técnico. Entretanto, era esperado uma melhoria neste fator.

Fatal Frame
Fatal Frame: Maiden of Black Water oferece varias opções na câmera obscura, sendo que esta funcionalidade é a que mais se destaca no game. (Imagem: Divulgação)

Gráficos e trilha sonora

Os gráficos de Fatal Frame: Maiden of Black Water apresentam um visual básico, mas não trazem uma evolução muito relevante em relação ao game original. Portanto, além do design repetitivo de assombrações e cenários que citei anteriormente, o game acaba não apresentando uma evolução esperada. Assim, ao decorrer do game, podemos reparar vários delays de render, texturas em baixa resolução e até mesmo alguns efeitos datadas.

Para exemplificar, temos a água, um elemento com grande importância na narrativa, mas que o visual acaba deixando muito a desejar por ter um aspecto que não transmite interatividade, nem mesmo quando temos um personagem imerso nela. Isto já fica evidente desde o começo do game, quando Miu precisa escapar de fantasmas em um lugar inundado. Além disso, o os efeitos de roupas e cabelos molhados deixa a desejar, sendo que em determinados momentos não parece que os protagonistas se molharam.

Fatal Frame
O jogo deixa a desejar em alguns efeitos visuais, principalmente os que envolvem a água. (Imagem: Divulgação)

Em relação à trilha sonora, o game faz um bom trabalho. Pois, temos uma trilha que consegue transmitir a sensação de horror e uma atmosfera pesada nos locais que os protagonistas adentram. O grande destaque fica para os momentos de perseguição, pois uma música mais intensa se inicia tornando tudo mais desesperador.

Desempenho

Minha experiência foi no Xbox Series S. O game apresentou um bom desempenho, entretanto, os loadings eram mais demorados do que o padrão de nova geração, sendo que alguns deles chegavam a até 1 minuto. Além disso, mesmo com os delays de render ocasionais, o jogo rodou de forma fluida durante toda a campanha e não houve nenhum problema envolvendo travamentos e nem crashs.

Vale a pena comprar Fatal Frame: Maiden of Black Water?

Fatal Frame: Maiden of Black Water é um game que entrega uma narrativa que poderia ser melhor. Além disso, os aspectos técnicos aqui se mantém muito apegados a versão de Wii U, sendo que era esperado melhorias consideráveis neste versão remasterizada. Entretanto, não é isto que ocorre, pois, infelizmente, os aspectos limitados e a jogabilidade pouco responsiva, principalmente durante o uso da câmera obscura, entregam uma experiência abaixo do aceitável.

Entretanto, o game consegue cativar em alguns fatores. Pois, a atmosfera, principalmente nas perseguições, é de alta qualidade, principalmente quando acompanhada da trilha sonora. Portanto, Fatal Frame: Maiden of Black Water entrega uma experiência de terror pouco memorável e repetitiva, mas com alguns momentos interessantes.

*Review elaborada em um Xbox Series S, com código fornecido pela Toey Tecmo.

Fatal Frame: Maiden of Black Water

R$ 147,45
5.3

História

5.0/10

Gameplay

5.0/10

Gráficos e Sons

6.0/10

Extras

5.0/10

Prós

  • A trilha sonora é boa
  • A câmera obscura possui várias opções de uso

Contras

  • A jogabilidade é pouco responsiva
  • Os gráficos possuem um visual defasado
  • Alguns loadings são longos demais
  • Os inimigos se repetem demais
  • O game não consegue criar uma atmosfera aterrorizante

Leandro Paiva

Um estudante de jornalismo e o primeiro estagiário do site. Degustador nato de coxinha e pizza fria com ketchup. Amante de RPG, principalmente aqueles em que é possível pescar em vez de fazer a missão principal. Piadista em tempo integral e um grande degustador de café. Defensor de Birds of Prey e da DC em geral nas horas vagas.