GrimGrimoire Oncemore | Review
GrimGrimoire Oncemore é um misto de estratégia RTS com JRPG desenvolvido pela VANILLAWARE e distribuído pela Nippon Icchi Software. Nele, somos convidados para acompanhar os pacíficos, idílicos e nem um pouco agitados de Lillet Blan, uma jovem maga que vai para uma tal de Silver Tower aprender sobre sua profissão e como ser uma profissional de respeito.
Quer saber o que achei dessa história toda? Vem comigo em mais uma análise mágica do Pizza Fria!
Grimório do Tempo
E lá vamos nós, caros leitores e leitoras, para mais uma versão turbinada de um jogo, de certa fama, lançado na doce era do PlayStation 2. Ah, que tempos eram aqueles, caros e caras. Diversas séries de JRPG surgindo no horizonte, algumas se consolidando como grandes franquias, novidades para todo lado e um ar de novidade que, acredito, não vemos tanto. Que saudades do meu Radiata Stories.
Contudo, não é dessa metade de meu coração (fazendo o par completo com God Hand) que vamos falar hoje. Na verdade, a estrela da vez é GrimGrimoire Oncemore, um título com uma proposta curiosa que foi lançado pela primeira vez em uma época sombria e obscura conhecida como 2007. Dotado do estilo artístico característico da Vanillaware, o jogo apostava na conversão de certas mecânicas de títulos RTS (Starcraft, Age of Empires e por aí vai) para uma visão bidimensional com uma cara de anime e fantasia.
O resultado até que foi legal, dadas as devidas colheres de chá pela época de seu lançamento. Agora, o título surge tal qual um coelho da cartola com uma jogabilidade repaginada e expandida, além de estar pronto para rodar confortavelmente em nossas máquinas modernas com suas resoluções mais altas que meus níveis de energia após comer um quilo de sundae de morango. Mas, será que vale a pena dar outra chance para esse joguinho? Senão vejamos.
História
GrimGrimoire Oncemore conta as aventuras de Lillet Blan, uma bruxinha que deu a sorte de poder ir estudar em uma prestigiosa escola de magia, chamada Silver Star Tower. Tudo segue maravilhosamente bem em seus primeiros dias de aula até que, provando novamente que vida de estudante é sofrimento constante, uma treta da brava acontece, resultando na morte de uma galera.
Surpresa fica nossa protagonista, entretanto, ao perceber que acordou no outro dia como se nada houvesse acontecido. E, de quebra, que ela havia voltado para o dia em que chegou na tal academia. Ah, o velho truque Feitiço do Tempo, não é? Que por sinal, é um excelente filme que deve ser assistido por todos ao menos uma vez. Até por nossa chegada Lillet , que tal qual Bill Murray vai precisar se virar nos trinta para tentar impedir o a desgraça que sempre acontece no quinto dia de aula.
Eu curti a trama de GrimGrimoire Oncemore, bem leve e despretensiosa em uns pontos enquanto explora outros com mais seriedade e severidade. Os personagens são bem divertidos, e esse lance de vai e vem no tempo sempre é legal, principalmente quando vamos notando as mudanças que ocorrem devido às escolhas da protagonista e como alguns bonecos costumam saber mais do que mostram em um primeiro momento. Afinal, uma escola cheia de seres mágicos e demônios com certeza vai esconder alguns segredos, não é mesmo?
Jogabilidade
A jogabilidade de GrimGrimoire Oncemore propõe uma premissa interessante, unindo dois gêneros distintos em uma mescla que até funciona muito bem, tudo considerado. Saquem só, a ideia dos desenvolvedores foi unir o que vemos em títulos de um estilo chamado RTS, conhecido por nos dar várias unidades e construções para controlar com uma visão aérea em mapas grandes, com o conhecido molejo dos JRPG.
Loucura, vocês dizem? Nem tanto. Para começar, vamos entender como funciona o ciclo básico de jogo. Cada fase nos coloca em um mapa, vertical tal qual a torre na qual se passa o jogo, dividido por andares conectados por escadas. Cada andar pode conter um cristal, que deve ser dominado pelo jogador para servir de fonte dos recursos gastos para construir nossas tropas. Além disso, nossos objetivos estão espalhados por ele. Geralmente, são de sobreviver por x minutos, destruir os círculos de invocação de tropas do inimigo, e por aí vai.
Lillet, boa bruxinha que é, pode fazer uso de uma série de grimórios (os mesmos que os inimigos tem acesso) para invocar diversas tropas e estruturas, que vão de círculos de invocação e coleta até torres de defesa. Cada um deles dá acesso à tropas específicas, diferenciadas pelo tipo de magia usado na invocação, sendo que eles possuem forças e fraquezas quando utilizamos um contra outro. Além disso, essas unidades podem ser tanto etéreas quanto carnais, fazendo com que o jogador precise levar isso em conta na hora de gastar os cristais utilizados para construção e invocação.
GrimGrimoire Oncemore nos dá um leque interessante de unidades para construir, cada qual com sua especialidade e papel específico. Algumas fortes e lentas, ocupando mais espaços no limite que podemos construir, outras podem se mover por andares sem usar escadas, outras batem de longe, em área, e por aí vai. Saber como cada uma funciona, bem como as fraquezas de cada grimório, é essencial para o sucesso do jogador. Essa variedade é um grande plus do jogo, tanto incentivando quanto recompensando aquele que souber misturar e usar a criatividade.
Além disso, cada grimório possui sua própria árvore de melhoria, que compramos com as moedas que ganhamos tanto em missões principais quanto secundárias. Isso, junto de um sistema de magias cabulosas que podemos usar uma vez por fase, são as duas grandes novidades dessa versão. Melhorias impactantes e divertidas, por sinal.
Após construirmos nossas unidades, selecionamos as que quisermos (de uma maneira bem intuitiva) e mandamos explorar o mapa em busca dos inimigos e objetivos que quisermos. Nesse meio tempo, vamos expandindo nossos círculos e criando bonecos cada vez mais fortes. Fadas, dragões, demônios, e por aí vai. Além disso, também podemos acelerar o andamento das coisas, o que é uma mão na roda.
Contudo, acredito que o maior problema de GrimGrimoire Oncemore é a repetição, e que as coisas acabam por sempre caírem dentro do mesmo padrão. Cria tropa, caça no mapa o lugar que temos que ir, repete e repete. Diferente de outros RTS, ou JRPGs, não há tanta variedade no cerne da experiência no final das contas. Esse marasmo é o maior inimigo da diversão.
Sons e Visuais
Sendo da Vanillaware, não era de se surpreender que GrimGrimoire Oncemore tivesse um departamento visual invejável, Belas artes, visuais coloridos, modelos detalhados e bem animados, uma galeria com imagens bem legais e uma identidade visual que realmente faz o título saltar aos olhos e se diferenciar da multidão. E, agora, em glorioso full hd.
A parte sonora é boa também, com uma boa trilha e vozes bem convincentes e legais de escutar. Além disso, as músicas servem de bom embalo para as diversas sensações e sentimentos que o título tenta nos passar, seja nos momentos mais tensos ou nos mais tranquilos.
Vale a pena comprar GrimGrimoire Oncemore?
Essa é a pergunta, queridos e queridas. Será que GrimGrimoire Oncemore vale a pena? Bom, vamos dar um resumão e eu te conto nos próximos parágrafos. Dos yays, cito que o título possui uma premissa interessante, uma boa variedade de unidades e uma identidade visual bem única e bonita. Contudo, a interface é meio confusa e o ciclo do gameplay, momento a momento, acaba se tornando um pouco maçante com o tempo.
Mas, no geral, acredito que GrimGrimoire Oncemore valha a jogatina, se não pela sua premissa peculiar então para experimentar um clássico do passado. Ainda que o título não faça uma mescla perfeita de êneros, compreensível visto quão diferente são, o resultado final ainda ficou bem maneiro. Aos fãs dos RTS e dos JRPG, recomendo conferir. Pode ser que se torne sua nova diversão.
GrimGrimoire OnceMore, remaster do clássico jogo de estratégia, foi lançado em março de 2023 para Nintendo Switch, PlayStation 4 e PlayStation 5.
*Review elaborada no Nintendo Switch, com código fornecido pela NIS America.
GrimGrimoire Oncemore
+ R$ 249,50Prós
- Nova versão adiciona boas melhorias
- Vários grimórios e unidades instigam a criatividade do jogador
- Proposta ousada, em se tratando de jogabilidade
- Visual estelar
- Sistema de habilidades muda como cada grimório se comporta, e podem ser resetadas a qualquer momento
Contras
- Senti falta da legenda em português
- Interface um tanto quanto confusa
- O ciclo de jogo pode se tornar monótono com facilidade, dependendo de seu investimento nele
- Caçar coisas no mapa é meio chato, quando estão nos limites da torre