High School Dirty Secrets | Review
Se aventurando no gênero do horror pela primeira vez, a Mitsuki Game Studio entrega High School Dirty Secrets. Seus projetos anteriores focavam na experiência de um third person shooter minimalista, dessa vez vamos estar resolvendo diversos quebra-cabeças, lendo documentos e fugindo de alguns perseguidores.
Venha descobrir comigo os pontos fortes, fracos e se vale o tempo para fãs de terror em mais uma análise do Pizza Fria!
Início familiar, seguida de uma crescente cativante
Acompanhamos a popular estudante Kasuga, que se encontra presa em sua escola após um trote de outras estudantes. Então começa sua jornada para sair dali e compreender as atividades paranormais que cercam a escola, que se tornou um local labiríntico e cheio de enigmas.
Uma premissa derivada sem dúvidas, e apesar de nenhuma grande subversão acontecer aqui, a narrativa entretém com intrigantes e frequentes revelações que valorizam cada vez mais os cenários e personagens.
A violência pontual, a sugestão do macabro e o quão repentino esses momentos acontecem são o destaque da experiência, marcando um momento de clareza narrativa bem satisfatória.

Jogabilidade
No estilo mais minimalista do estúdio, usamos de controles simples. Caminhamos, corremos e interagimos/coletamos objetos no cenário. Utilizamos nosso celular como lanterna e fotografamos documentos e locais de interesse para resolvermos quebra-cabeças.
Apesar de existir função de mensagens de texto e ligações, infelizmente são sub utilizadas. A chamada de voz, por exemplo, não é utilizada em momento algum para puzzles ou cenas.
Dito isso, apesar de uma campanha breve de 3-4 horas, a quantidade de enigmas a serem resolvidos genuinamente me surpreendeu, em alguns casos podemos fazer múltiplas tarefas ao mesmo tempo, ou na ordem que quisermos.

A dificuldade dos puzzles e as perseguições está bem distribuída em High School Dirty Secrets, gradativamente se tornando cada vez mais desafiadores e criativos na interação com o cenário.
Podemos alternar entre terceira ou primeira pessoa a qualquer momento, com apenas um segmento obrigatório em terceira. Apesar dessa liberdade, somente podemos realizar qualquer ação jogando em primeira pessoa.
Nem mesmo a luz do celular está disponível em terceira pessoa. Como não existem segmentos que nos forçam a ficar na escuridão ou de possuir um campo de visão maior, essa opção é completamente descartável. O que é bastante estranho já que parte do apelo do jogo são os visuais anime em 3D.

Visuais e trilha sonora
A qualidade dos modelos e animações em 3D são similares aos jogos anteriores e competentes. Já os cenários e iluminação se nota um capricho maior. Assim como a narrativa e jogabilidade, a música e direção de arte estão em uma crescente.
A trilha sonora evolui de sintetizadores minimalistas até sons distorcidos e inquietantes. Já a direção de arte transita de corredores escuros para um maior uso do rosa e vermelho na iluminação, cenários melhor preenchidos e transições inteligentes.

Vale a pena jogar High School Dirty Secrets?
Apesar de não ter a força e profundidade narrativa de jogos do mesmo calibre, o resultado ainda é acima da média, com dois finais que fornecem conclusões competentes.
Os quebra-cabeças são intuitivos e desafiadores na medida certa, que só não são perfeitos por não utilizaram de todas as mecânicas do celular e perspectiva em terceira pessoa. Em relação ao level design, com certeza este é o melhor jogo que Mitsuki Studios já fez.
Pelo preço que se encontra, é recomendado para fãs de indies de terror no geral, que vão encontrar algumas horas de um horror com bons enigmas, história interessante e sem (Muitos) jumpscares baratos.
High School Dirty Secrets, jogo de terror psicológico, chegou nesta quinta-feira, 6 de novembro, para PC, via Steam, e PlayStation 5.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX 4060, com código fornecido pela Jandusoft.


