AnálisesNintendoPCPlayStationSlideXbox

Jitsu Squad | Review

Jitsu Squad é um beat’em up inspirado em Marvel vs Capcom e focado em porradarias frenéticas, caóticas e aceleradas. Desenvolvido e publicado pela Tanuki Creative Studio, o título nos coloca no controle do quarteto Jitsu Squad, um grupo de animais antropomórficos que viajam por uma série de mundos descendo o braço em geral enquanto procuram por uma pedra mística e um bruxo do caos. E aí, será que vale a pena comprar essa treta? É o que veremos agora, em mais uma análise do Pizza Fria!

Pata jitsu

Que alegria, leitores e leitoras! Um portal se abriu dentro de minha casa e um pequeno ninja me entregou uma cópia de um certo joguinho intrigante chamado Jitsu Squad. Com uma arte curiosa e colorida, e a promessa de me fazer lembrar de Marvel vs Capcom (descanse em pedaços, doce franquia sonhadora), o título me tomou a atenção. Tempo suficiente, inclusive, para o pequeno viajante surrupiar tudo que tinha em minha geladeira e sumir. Inclusive meus sorvetes de flocos. Que salafrário!

Após xingar coisas que não posso escrever aqui, sob risco de levar um pizzaduken da edição em minha bela face, decidi que o melhor curso de ação seria colocar o dito cujo em meu Switch e ver qual é. Quem sabe não seria o suficiente para minimizar a dor da perda do meu estoque de delícias geladas e maravilhosas? E, afinal, sou um grande apreciador dos jogos de porrada.

Devo dizer que me senti surpreso, na verdade. Jitsu Squad, por motivos que vamos ver ao longo da conversa, serve como um mexidão de referências à jogos e outras formas de entretenimento, de mecânicas de seus pares do gênero e da inserção de novas ideias. Tudo tão misturado e bagunçado que o resultado acaba sendo algo interessante de observar. Bom, comecemos pelo que motivou o rolo todo.

Jitsu Squad
Devolva meu sorvete. (Imagem: Divulgação)

A trama não foi uma das grandes preocupações em Jitsu Squad, tal como ocorre em alguns dos títulos que se inspira. A treta é a seguinte: um mago do mal chamado Origami deseja obter a pedra Kusanagi, capaz de dar poderes infinitos a quem a tiver. O mestre Ramen acha isso uma péssima ideia, e manda seus quatro alunos – Hero, Bunny, Jazz e Aros, para impedir que isso ocorra. E temos a trama. Sério. Salvo diálogos curtos e cheios de memes entre as fases, não temos mais elaborações. Mas não posso pegar muito no pé com isso, visto que o gênero não se tornou famoso pela qualidade da prosa.

O que importa, de fato, é jogabilidade. O quão divertido será ficar descendo catiripapos na orelha de um conjunto de bits em formato de ninja e outras coisas. Bom, vamos lá. Jitsu Squad conta com uma variedade interessante de mecânicas para isso. Temos o básico, que é usar um botão para atacar com golpes normais, um com uma arma especial que precisa de cargas, pulo, um para aparar ataques, um para soltar um super e um para transformar em uma forma mais bolada e invencível, e um sistema de tag para trocar de personagem e realizar ataques em equipe. Bem variado, de fato.

Além disso, todo inimigo que derrubamos confere experiência. Com ela, nosso boneco vai apendendo novas habilidades únicas para ele. Jazz, por exemplo, aprende a lançar uma bola de fogo que, se carregada, vira um laser de longo alcance. Hero solta uma rajada de energia com sua espada, e por assim em diante. Isso é bem maneiro, e uma forma esperta de introduzir variedade enquanto avançamos pelas fases.

Jitsu Squad
Hero lançando a braba. (Imagem: Divulgação)

E quando disseram que Jitsu Squad tinha um combate frenético e explosivo não estavam brincando. Principalmente com cooperativo para quatro pessoas. O jogo vira uma confusão de sons e cores que é muito legal de ver, embora seja um tanto quanto confuso. As cores fortes e a quantidade de inimigos na tela faz com que enxergar o que está acontecendo seja um pouco complicado algumas vezes. Será que acertei uma voadora em um, ou tomei uma bicuda de outro? Ou será que foram os dois ao mesmo tempo?

Não que isso seja, necessariamente, um detrimento para a experiência geral. Mas admito que fiquei um pouco incomodado em alguns momentos. Estava sendo lançado de um lado pro outro, sem entender direito o que acontecia e só podia resmungar e ver minha barra de vida esvaziar mais que minha conta bancária em dia de pagar conta. Trágico.

De toda forma, ainda é bastante divertido. A variedade de mecânicas e inimigos faz com que entender como tudo funciona seja recompensador, e quase essencial para avançar nas dificuldades mais altas. Alguns chefes, por exemplos, exigem que aparemos uma quantidade boa de golpes antes de ficarem abertos para levarem um tapa na orelha. Isso é legal, pois gratifica aquele que jogar com mais habilidade e realmente entender o timing das coisas.

Jitsu Squad
Tem horas que a doideira é muita. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais em Jitsu Squad

Se tem algo que Jitsu Squad quebrou a banca, foi no visual. O jogo conta com modelos muito bem feitos, cores vibrantes e uma criatividade singular com os cenários. São tantas referências, de todo tipo, que por várias vezes me peguei parando para olhar cada background em busca de alguma coisa para ver e rir. Realmente preciso tirar o chapéu para o pessoal da Tanuki Studios, realmente fizeram um trabalho excelente.

Os sons são o que se esperar de um jogo de luta, com vários gritos de golpes, dor e explosões. E, inclusive, de um inimigo que imita o grito do Wolverine em um de seus ataques no primeiro Marvel vs Capcom. Sensacional. O ruim, apenas, é a repetição incessante de algumas linhas dos protagonistas. É legal ouvir Jazz gritando como o Kenshiro de Hokuto no Ken algumas vezes. Em todos os ataques, já é meio puxado.

Jitsu Squad
Tantas referências em Jitsu Squad. Adoro. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Jitsu Squad?

Chegou a hora mais esperada desse lapso temporal, leitores e leitoras. Vamos fazer um apanhado (ha ha ha, comédia) do que levantamos até o momento e ver se compensa dar a cara a tapa por esse jogo. Estou sendo o rei dos trocadilhos hoje, não é mesmo? Bom, vamos lá. Começando pelo positivo, o jogo é bem divertido de se jogar, principalmente com mais pessoas. Ele suporta até quatro jogadores localmente embora, infelizmente, não conte ainda com um componente online.

As mecânicas são variadas e dão uma variedade boa na hora da treta, e a quantidade de personagens e poderes faz com que sempre tenhamos algo novo pra usar. Além disso, tudo é muito caótico e explosivo. A arte é sensacional e o jogo é lotado de referências. Contudo, a bagunça pode ser um pouco excessiva em alguns momentos, dificultando ver o que acontece. Além disso, a repetição de frases com os golpes de alguns personagens pode irritar, e a duração curta das fases machuca um pouco o fator rejogabilidade.

Mas, no fim das contas, Jitsu Squad ainda é um jogo sólido, tanto para quem curte o gênero quanto para aqueles que só querem algo para se divertir com a galera em uma tarde de verão. As referências e a pancadaria sólida são mais do que suficiente para justificar a experiência, independente dessas pequenas coisinhas que mais fazem irritar do que tudo. Por isso, posso recomendar com tranquilidade.

Jitsu Squad está disponível para PC, via Steam e Epic Games Store, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S.

*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela ININ Games.

Jitsu Squad

+ R$ 37,99
8

Jogabilidade

9.0/10

Sons e Visuais

9.0/10

Extras

6.0/10

Prós

  • Combate divertido e frenético
  • Visual muito bem feito
  • Referências e mais referências
  • Boa variedade de golpes e mecânicas
  • Co-op local de até quatro pessoas

Contras

  • A ação pode ficar meio confusa na tela, as vezes
  • Repetição excessiva de alguns gritos de combate
  • Faltou online
  • Fases curtinhas

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.