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Kosmokrats | Review

Sinceramente, nunca fui o maior fã de jogos com puzzles. Sempre achei que eles cortam um pouco a ação, sobretudo quando mal misturados em jogos de ação ou aventura. Em algumas situações, tais quebra-cabeças chegam a ser bem frustrantes, quebrando totalmente o clima. Mas Kosmokrats, game desenvolvido pela Pixel Delusion e distribuído pela Modern Wolf, para PC, via Steam, tem uma pegada um tanto quanto diferente. Nele, você será promovido de um mero descascador de batatas para um piloto de drone, estando situado em meio a uma narrativa cômica no período da Guerra Fria, onde os “soviéticos” e os “capitalistas” disputam de uma maneira um tanto diferente.

Certamente vocês estão curiosos para saber o que há de diferente em Kosmokrats. Então vem comigo em mais uma análise do Pizza Fria!

Prazer, descascador de batatas

Logo no início de Kosmokrats, somos colocados no papel de um personagem dublado pelo ator e dublador britânico Bill Nighy, inicialmente identificado como “Peeler” que, traduzido, significa “descascador”. E bem, é isso que começamos a fazer no jogo, até que uma reviravolta nos coloca no controle de um… drone!? O que tem a ver? Pois é, a graça do jogo começa exatamente aí. Diferentemente de diversos jogos de puzzle, Kosmokrats conta com uma história extremamente cômica, repleta de desdobramentos, onde cada uma das suas decisões, acertos e erros mudam a trajetória do que acontecerá, sendo uma narrativa não-linear com vários finais possíveis.

Mesmo com aqueles velhos clichês pautados na Guerra Fria, que ficam mais nítidos do lado soviético (sobretudo com o sotaque engraçado da dublagem), Kosmokrats apresenta uma variedade de possibilidades interessantes em sua narrativa. Isso por si só já transforma totalmente o jogo em algo a mais que um mero puzzle game. Como um piloto de um drone, você estará envolvido em meio à corrida espacial, onde deverá acoplar partes de estações espaciais e lidar com diversos problemas, sendo essa a tarefa principal do título. Mas espera que eu vou explicar isso melhor…

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Essa é sua mesa de trabalho de última geração… (Imagem: Divulgação)

Pilotando um drone

A parte principal de Kosmokrats nos coloca para guiar um drone no espaço, tendo uma jogabilidade baseada em física, onde devemos executar diversas tarefas. Ou não… Eu explico: ao longo das missões, é possível que você tenha certas escolhas, ou que simplesmente não consiga completar a missão, algo que não necessariamente culmina no fim do jogo, mas em outros desdobramentos narrativos. Esse controle do drone é simples, utilizando-se das teclas ‘WASD’ para controlar a direção e da barra de espaço para utilizar a habilidade de “carregar” as estruturas. Porém, ela não é infinita e requer certa economia. Nesse aspecto, o game é simples e os controles são fáceis de dominar.

Mas, como se não bastasse a dificuldade, que aumenta gradativamente durante o jogo, que nos propõe quebra-cabeças cada vez mais complicados, você também terá de lidar com o tempo, que aumenta ainda mais a pressão para raciocinar sobre o que fazer. Caso a missão não seja bem-sucedida, o jogo não termina, mas a situação vai piorando, sendo possível passar fome, perder tripulantes por conta disso e muito mais. A coisa só vai piorando e, por isso, o ideal é sempre fazer tudo bem certinho, incluindo as “sociabilidades” com os personagens que vão surgindo. Nesse ponto, o jogo mescla uma gameplay de puzzles, que é a parte principal, com uma narrativa que oferece diversas possibilidades, sendo algo bem interessante.

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Você deverá guiar cautelosamente o seu drone. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Kosmokrats?

Kosmokrats é um título que, só por ter uma história interessante, já valeria a pena. No entanto, no jogo ainda temos que lidar com os desafios propostos ao se dirigir o bendito drone pelo espaço, sendo uma tarefa bastante complexa e que pode até frustrar alguns jogadores. Porém, até o erro tem seu papel na narrativa, o que é bem ousado. Mas não é só isso: dentro da nave, você pode customizar sua sala, jogar alguns jogos em seu computador arcaico e até mesmo olhar o espaço pela janela. Os gráficos do jogo são bem simples, apresentando um visual cartunesco, e servem muito bem ao que é proposto, não necessitando de uma máquina pesada para rodar.

A ambientação de Kosmokrats também é um ponto muito interessante, onde todo o ambiente e até mesmo a tecnologia da época são bem representados. Aliás, os personagens do jogo são um show à parte, sendo muito carismáticos, algo que é ainda mais evidenciado pela dublagem que, infelizmente, é em inglês. Neste ponto, nem as legendas são localizadas para nós, o que pode ser um problema para alguns jogadores. Contudo, tirando esse aspecto, Kosmokrats é um jogo bem interessante e foge bastante do padrão de jogos baseados em puzzles que, por mais que acabe sendo meio cansativa, é salva pela narrativa não-linear que possibilita múltiplos finais. Sendo assim, podemos considerar que a experiência é balanceada.

Por fim, se você quer uma opção de jogo leve, com gameplay simples baseada em puzzles, mas que vá além disso, Kosmokrats é uma escolha muito interessante. E para melhorar, o título está com um preço bem em conta, custando apenas R$ 28,99 na Steam. Mas não espere algo grandioso, pois a tônica do jogo é ser bem simples mesmo. É como dizem por aí: “Às vezes, menos é mais”.

*Review elaborada em um PC equipado com GeForce GTX, com código fornecido pela Modern Wolf.

Kosmokrats

R$ 28,99
8

História

8.6/10

Jogabilidade

7.8/10

Gráficos e sons

7.8/10

Extras

7.8/10

Prós

  • História rica em detalhes, não-linear e com vários finais
  • Diversas referências

Contras

  • Não é localizado para o Brasil

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.