Lara Croft and the Guardian of Light (Android) | Review
Lançado originalmente em 2010, Lara Croft and the Guardian of Light marcou uma mudança de rumo temporária na franquia Tomb Raider. Em vez do foco tradicional na exploração solitária, o spin-off trouxe uma jogabilidade isométrica com ênfase em puzzles cooperativos e combate arcade, que foi uma proposta ousada para a época, mas que caiu no gosto de quem buscava algo mais dinâmico e direto.
Agora, em 2025, o jogo retorna com força total aos dispositivos móveis pelas mãos da Feral Interactive, trazendo não só a campanha completa como também todos os DLCs em um pacote otimizado para smartphones modernos. Joguei a versão Android no Galaxy S25 base, e a experiência me surpreendeu tanto pelo cuidado técnico do port quanto pelo quanto esse clássico ainda é divertido hoje.
História simples, mas funcional
A trama segue o básico do que se espera de uma aventura da Lara: uma relíquia antiga, um vilão sobrenatural e templos repletos de armadilhas. Dessa vez, a ação se passa no México, onde Lara precisa impedir o espírito maligno Xolotl de desencadear o caos através do Espelho das Fumaças. Para isso, ela se une a Totec, o Guardião da Luz, uma entidade mística que, no modo cooperativo, pode ser controlada por um segundo jogador.
A narrativa é enxuta, quase episódica, com cutscenes breves e diálogos pontuais. Mas funciona. O tom lembra um bom filme de ação dos anos 2000: direto ao ponto, com o necessário para manter a motivação do jogador e justificar os desafios pelo caminho. Nada revolucionário, mas absolutamente coerente com a proposta do jogo.
Uma das novidades, no entanto, é que ficou mais fácil entender a história para quem não domina o inglês, já que o game ganhou localização em português. Por algum motivo que eu não sei, no entanto, é preciso ativá-las manualmente.

Jogabilidade afiada e cheia de ritmo
O grande destaque de Guardian of Light continua sendo seu ritmo. A combinação de combate ágil com puzzles engenhosos mantém o jogador sempre em movimento. Cada fase traz uma mistura inteligente de exploração, plataforma e enigmas, com objetivos secundários que desafiam a criatividade, como encontrar itens secretos ou cumprir tarefas específicas dentro de um limite de tempo.
No single-player, Lara acumula tanto o gancho quanto a lança mágica de Totec, e a transição entre habilidades é natural. Os puzzles que exigem o uso conjunto das ferramentas não perdem o impacto nem a lógica, e o level design foi claramente pensado para funcionar bem em ambas as formas de jogo.
Além disso, a rejogabilidade é incentivada pelos desafios opcionais e pelas relíquias e artefatos escondidos. Esses itens afetam atributos como dano, resistência e recarga, trazendo um leve elemento de personalização que recompensa quem explora cada canto dos templos.

Performance impecável no Galaxy S25
Rodando no Galaxy S25 base, Guardian of Light entrega um desempenho impecável. O jogo é leve para os padrões atuais, mas não deixa de impressionar com seus visuais bem preservados. Mesmo sendo um título de 2010, os gráficos foram atualizados com cuidado: texturas em alta definição, iluminação sólida e efeitos como explosões e sombras dinâmicas dão conta do recado. Não é um jogo de ponta, mas também está longe de parecer datado.
No meu teste, o jogo manteve 60 quadros por segundo estáveis com as configurações no máximo. A Feral oferece um modo de performance que vai além, permitindo até 120 FPS, mas sinceramente, a fluidez já é excelente em 60. Em sessões mais longas, percebi um leve aquecimento do aparelho, nada fora do comum para jogos mais exigentes. Não presenciei quedas de desempenho nem bugs visuais, e os tempos de carregamento são quase instantâneos.

Controles: jogável no toque, melhor com controle físico
Outro ponto de elogio: a Feral fez um bom trabalho ao adaptar os controles para telas sensíveis ao toque. Há dois esquemas de joystick (estático e estilo trackpad), botões grandes e customizáveis e até a opção de adicionar gestos para salto e rolagem. Em geral, funciona bem, especialmente em puzzles e exploração.
No entanto, em combates mais frenéticos ou em seções de plataforma com saltos múltiplos, senti que o controle de toque limita um pouco a precisão. É jogável assim, mas quem puder conectar um controle Bluetooth terá uma experiência muito mais fluida. Com um gamepad, o jogo revela todo seu potencial como twin-stick shooter, e a movimentação da Lara ganha a agilidade que o estilo pede.

Modo cooperativo é um show à parte
Um dos maiores diferenciais do port mobile de 2025 é a inclusão do modo cooperativo online, algo inédito nas versões anteriores de Android. É possível jogar toda a campanha ao lado de um amigo, cada um controlando Lara ou Totec, com suas habilidades exclusivas. O problema é que ambos precisam ter o jogo comprado em suas respectivas contas.
O sistema de matchmaking funciona via Calico, o serviço da Feral, e durante meus testes não enfrentei nenhum problema de conexão. A sincronização é estável, os comandos são responsivos e a diversão se multiplica com a exigência de trabalho em equipe. Infelizmente, não há crossplay entre Android e iOS, mas dentro do mesmo sistema a experiência é redonda.
Vale a pena jogar Lara Croft and the Guardian of Light no Android?
Eu diria que Lara Croft and the Guardian of Light encontrou nos smartphones modernos o lar ideal para sua proposta. É um jogo direto, envolvente, com excelente ritmo e que roda com maestria no Galaxy S25 base. A performance é sólida, os visuais preservam o charme do original, e o modo cooperativo transforma uma boa aventura em uma experiência memorável.
Se você já jogou o título há mais de uma década, essa é a versão definitiva para revisitar com conforto e qualidade. E se for sua primeira vez, prepare-se para se surpreender com um dos melhores spin-offs já feitos da franquia Tomb Raider, agora na palma da sua mão.
Lara Croft and the Guardian of Light foi lançado para Android e iOS em fevereiro de 2025, e as duas primeiras fases podem ser jogadas gratuitamente, sem anúncios. Em dispositivos modernos, o título já estava disponível para Nintendo Switch através da The Lara Croft Collection, para dispositivos Xbox, através da retrocompatibilidade com o Xbox 360, e PC, via Steam.
*Review elaborada em um Galaxy S25, cedido por empréstimo pela Samsung, com código fornecido pela Feral Interactive.
Lara Croft and the Guardian of Light
BRL 0Prós
- Port técnico impecável, com ótima performance e opções de até 120 FPS.
- Controles de toque bem adaptados, com botões customizáveis e suporte a gestos.
- Inclusão de localização em português do Brasil.
- Modo cooperativo online funcional e estável, inédito no Android.
- Gameplay ágil, puzzles inteligentes e bom fator de rejogabilidade.
Contras
- Controle por toque perde precisão em combates e saltos mais exigentes.
- Sem crossplay entre Android e iOS.
- Necessidade de ativar manualmente as legendas em português.
- Ambos os jogadores precisam possuir o jogo para jogar em co-op.


