METAL MAX Xeno Reborn | Review
METAL MAX Xeno Reborn é um JRPG pós-apocalíptico desenvolvido pela 24frame.inc e distribuído pela PQube. O título nos coloca no controle de Talis (nome padrão, podendo ser o que seu coração mandar), um homem com um braço cibernético que precisa lutar para salvar um mundo destruído de uma corja de monstros e máquinas que desejam o deixar, aparentemente, ainda mais quebrado do que já está.
Será que vale a pena esse rolê? É o que veremos agora, em mais uma espetacular análise do Pizza Fria!
Mad Talis
De fato, leitores e leitoras, nunca podemos dizer que já vimos de tudo nessa vida. Ou, ao menos, que as diversão de descobrir algo novo acabou. Fiquei extremamente curioso ao ver a premissa de METAL MAX Xeno Reborn. Um JRPG com exploração de um mundo apocalíptico, com combate em turnos no estilo Final Fantasy XII? Com tanques de guerra? E um cachorrinho que carregar um canhão nas costas? Só se for agora, meu patrão.
Mais surpresa tive, ainda, ao descobrir que a série METAL MAX já é velha na praça, tendo seu primeiro título lançado na longínqua década de 90. 1991 se não me falha a memória. Contudo, em se tratando da maioria de seu acervo, ficou um bom tempo restrita ao mercado japonês. Salvo por um ou outro título que caíram aqui.
Mais interessante para nós seria METAL MAX Xeno, lançado originalmente para PS4 e o Vita. E, agora, tendo sua versão totalmente excelentástica lançada com o nome METAL MAX Xeno Reborn. A experiência me deixou com sentimentos conflitantes, leitora. Do tipo que temos quando precisamos escolher entre qual sabor de sorvete vamos querer, sabe? Vamos continuar papeando e entenderá o motivo.
METAL MAX Xeno Reborn se passa em Tóquio, após um evento cataclísmico dizimar quase toda a vida do planeta. Essa parada ocorreu após uma guerra travada pela humanidade, 50 anos antes, contra o supercomputador NOA. Originalmente concebido para auxiliar na proteção do ambiente na terra, a inteligência artificial acabou decidindo que o real problema éramos nós e que a solução mais prática seria, quem diria, colocar a galera em extinção.
O jogo começa com nosso protagonista, Talis, acordando em meio às ruínas da civilização e seguindo caminho até um dos últimos redutos de segurança nessa terra desolada. Chamada de Iron Base, esse esconderijo é gerenciado por quatro sobreviventes e passa a ser o quartel general de nossa empreitada na luta contra as máquinas de NOA e os monstros que infestam o que, um dia, foi Tóquio. E, principalmente, uma abominação cibernética chamada Catastropus, que ameaça destruir a base onde vivem.
Daí para frente, seguimos encontramos mais companheiros de jornada e descobrindo os segredos da cidade. A trama é bem leve, sem muito auê, e um tanto quanto simplória. Mas, contrário ao que tendo a dizer nesses casos, acho até bom. METAL MAX Xeno Reborn já começa rápido e vai seguindo no ritmo, sem muita pompa nem graça. Se procurarmos um conto sobre as mazelas no universo pós-apocalíptico japonês é bem capaz de nos decepcionarmos, de fato. Mas, tudo em tudo, pelo menos temos o necessário para nos investirmos nos protagonistas e seus conflitos durante toda a duração.
METAL MAX Xeno Reborn divide sua jogabilidade entre a exploração dos mapas semi-abertos, seja em tanques ou na sola da bota, e no gerenciamento de nossos veículos. Comecemos pelo primeiro. Logo de cara, o jogo nos coloca para executar uma série de missões que nos levam até diferentes lugares da Tóquio devastada. Tanto acima quanto abaixo do solo, por sinal.
Para isso, podemos utilizar tanto os tanques, que são encontrados explorando ou como recompensa de quests, ou a locomoção normal dos personagens (geralmente em locais onde os veículos não podem entrar). Essa última não é tão recomendada, porquê nada atrapalha mais um passeio relaxante de domingo do que um tubarão da areia saltando e nos transformando em seu lanchinho da tarde. Contudo, o jogo conta com atributos e equipamentos tanto para nossos personagens quanto suas máquinas. Inclusive, as habilidades que adquirimos ao subir de nível englobam as duas situações, o que achei uma boa sacada.
Explorar o cenário de METAL MAX Xeno Reborn também é interessante porque, além de componentes e equipamentos para criarmos armas ou fortalecermos nosso arsenal, podemos encontrar uma série de sobreviventes, como o adorável cachorrinho Pochi. Ele carrega um canhão nas costas e enfrenta os monstros e veículos inimigos na força do ódio e de suas pequenas patinhas caninas. O verdadeiro herói da história, se querem saber minha opinião. Também encontramos outros aliados humanos, mas sério? Pochi é o maioral, sem discussão.
METAL MAX Xeno Reborn tem um sistema de combate bem interessante, me lembrando o que fizeram em Final Fantasy XII. Quando os inimigos nos veem uma barra de perigo começa a encher. Se ficar completa, começa a briga. Senão, seguimos com a vida. Achei bem prático, principalmente para evitar batalhas onde apenas queria seguir direto.
Mas, no caso de entrarmos em confusão, a luta segue em um sistema de turnos. Cada um de nossos personagens seleciona uma ação, seja atacar ou defender, e ela é executada. Esperamos o tempo designado e agimos de novo, ou podemos colocar para atacar automático (o que achei super prático). Enquanto não atacamos podemos nos mover pelo cenário, seja reposicionar ou para tentar fugir dos inimigos. Achei bem dinâmico, simples e divertido.
Lutar contra inimigos mais fracos é banal, mas os wanted (pense em mini-chefes que valem uma boa grana) o bicho pega. É super divertido e empolgante, ver aqueles monstros ou robôs gigantes fazendo sons e correndo lançando lasers e mísseis em nós. Mesmo morrendo achei um deleite, principalmente por voltar depois sabendo como vencer. Alguns, inclusive, podem até ser pegos de surpresa. Lembro de um que pude derrubar de um prédio, após subir em outro com meu time a pé e atirar com um míssil. Clássico.
Outro brilho de METAL MAX Xeno Reborn é o gerenciamento de veículos. Podemos customizar nossos tanques, e similares, de uma forma bem completinha. Seja colocando canhões, metralhadoras e outras belezinhas, seja criando novas partes e armas utilizando peças encontradas nas areias e nos monstros que derrubamos. Perdi um bom tempo nisso, e não me arrependo de nada.
Pelo lado negativo, achei que nem tudo é tão bem explicado. Temos tutoriais, de fato, mas ainda me senti perdido. Talvez devido ao jeito mais solto do jogo, por um momento achei que não conseguiria ir longe porque todo lugar que chegava era forte demais para meu tanquinho de papel. Contudo, o título recompensa a perseverança, e pouco a pouco vamos ficando fortes o suficiente. Talvez por isso, derrubar o primeiro wanted me deixou com um sorriso no rosto.
Sons e Visuais
O que METAL MAX Xeno Reborn tem de diversão e emoção no gameplay, o falta no aspecto visual, temo. Os personagens e cenários tem um visual decididamente genéricos (menos Pochi, Deus o abençoe) e sem sal. Alguns cenários são interessantes, de fato, e o design da maioria dos wanted é bem criativo, mas o conjunto da obra é um pouco meh. Além disso, a qualidade geral da obra faz com que pareça ser decididamente inferior ao que é.
Outro problema está nas interfaces e menus. Tudo é muito abrutalhado, com uma sobrecarga visual que dificulta a compreensão do que está sendo feito e, também, procurar o que queremos fazer. Em um título que nos convida a ficar horas mexendo em configurações de máquinas e personagens, esse tipo de coisa acaba sendo um detrimento.
Os sons já me agradaram mais, com efeitos competentes e trilhas que pontuam bem tanto os momentos de exploração desolada quanto treta constante. Achei apenas um pouco repetitivo, dado o tempo que ficamos zanzando de um lado para o outro, mas creio que isso seja um mal inerente que não poderia ser resolvido com facilidade. Portanto, não conto como negativo.
Vale a pena comprar METAL MAX Xeno Reborn?
É hora do show, leitores e leitoras das dunas. Será que METAL MAX Xeno Reborn vale a pena? Bom, vamos pensar. O jogo tem uma premissa legal, com um combate divertido, seja a pé ou em veículos, batalhas empolgantes contra os wanted e uma customização de tanques bem viciante, até. Além disso, seu estilo mais aberto permite uma liberdade boa, e coisas como missões secundárias, desafios e um New Game + fazem com que tenhamos um bom custo-benefício.
Por outro lado, o jogo tem uma cara meio início da gerção passada. Seja pelas texturas e designs de personagens, seja pela qualidade gráfica como um todo, por vezes senti que não estava jogando um título de PS4. A interface, também, é desnecessariamente complexa e dificulta nossa vida na maioria do tempo. Por fim, a falta de um direcionamento mais firme no começo causa confusão e frustração que pode afastar alguns da experiência.
Mas, tudo em tudo considerado, achei meu tempo com METAL MAX Xeno Reborn uma beleza. Passei raiva em alguns momentos e fiquei confuso? Totalmente. Mas acredito que o fator diversão foi maior, ao ponto de eu ficar horas andando de lá pra cá e customizando meus tanques sem nem ver o tempo passar. E isso, pra mim, é o que importa de verdade. Se curtir JRPG, principalmente com uma pegada diferente da norma, irá aprovar.
METAL MAX Xeno Reborn está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4 e PC, via Steam. O título teve média de 72 pontos na versão avaliada.
*Review elaborado em um PlayStation 4 padrão, com código fornecido pela PQube.
METAL MAX Xeno Reborn
+ R$ 75,49Prós
- Combate divertido
- Pochi, o bom garoto do canhão
- Premissa diferente para o gênero, sempre bem vindo
- Customizar tanques é bem legal
- Podemos explorar e lutar tanto a pé quanto em veículos, com espaços abertos e fechados
Contras
- Interface gráfica bem confusa
- Gráficos simples e sem inspiração
- Confusão no início do jogo pode afastar alguns
- Sem opção de legendas em PT-BR