Mortal Kombat Legacy Kollection | Review
Mortal Kombat Legacy Kollection chega nesta quinta-feira, 30 de outubro, trazendo nada mais, nada menos que 23 clássicos de uma das franquias mais icônicas da história dos videogames. É inegável dizer que a coletânea, desenvolvida pela Digital Eclipse e publicada pela Atari, é uma das mais ambiciosas já feitas, reunindo todos os jogos essenciais dos primeiros anos da série.
Entre na arena e escolha o seu lutador! Reviva as lendárias origens de Mortal Kombat com os clássicos lançados originalmente para os arcades, além de uma seleção das versões mais populares para consoles. A coletânea ainda inclui Kombates online aprimorados com netcode rollback, garantindo partidas mais estáveis e competitivas, além de diversos conteúdos extras, como documentários interativos que revelam os bastidores e contam toda a história da franquia.
É fã de Mortal Kombat e quer saber se a Mortal Kombat Legacy Kollection realmente vale o seu investimento? Então bora para aquela pausa de cinco minutinhos, pega aquela pizza fria esquecida na geladeira, prepara um cafezinho coado para acompanhar e vem comigo nessa análise mortal do Pizza Fria!
Um tributo definitivo à história da franquia
Mortal Kombat Legacy Kollection faz jus ao nome que carrega, entregando o pacote de jogos definitivo para os fãs da franquia de luta mais polêmica de todos os tempos. E olha que, nesse início de análise, ainda não estou falando de todos os títulos do pacote. Mas, meus amigos, antes de tudo, fiquem à vontade para explorar A Kripta, e sejam felizes!
Tudo nesse pacote é extremamente recheado de conteúdo, e é na Kripta que você terá acesso aos documentários, aos detalhes sobre os combatentes e ao reprodutor de músicas. Se você jogou Atari 50: The Anniversary Celebration, vai se sentir em casa com a estrutura dos menus, porém, a grande diferença aqui, é que tudo está totalmente localizado para o português do Brasil, tornando a experiência ainda mais imersiva e acessível.
A seção Documentários conta com cinco capítulos distintos:
- Prepare-se, mostra como uma pequena equipe de uma produtora de pinball criou um conceito ousado para um novo tipo de jogo de luta;
- Mania Mortal, detalha o sucesso estrondoso da franquia, incluindo reações chocadas de pais e até de senadores;
- Teste seu poder, revela como a equipe da Midway estabeleceu um novo padrão e levou a sequência ainda mais longe;
- Sabedoria e poder, aborda as inovações que mantiveram Mortal Kombat à frente de seus imitadores;
- Imortalidade, encerra a jornada mostrando a transição para o 3D nos fliperamas e consoles, consolidando o legado eterno da série.
São diversos vídeos, panfletos, propagandas da época e entrevistas, todos apresentados nos mínimos detalhes. Isso faz de Mortal Kombat Legacy Kollection muito mais do que um simples compilado de jogos, é uma enciclopédia interativa que celebra e preserva o legado de uma das franquias mais influentes da história dos videogames.
De 1992 a 2003, são 23 klássicos que compões essa ambiciosa obra
Mortal Kombat Legacy Kollection entrega uma coletânea com 23 clássicos da franquia, mas vale lembrar que nem todos são jogos totalmente diferentes, há versões de arcade e variações para consoles de um mesmo título. Dito isso, os jogos presentes no pacote são:
- Mortal Kombat
- Mortal Kombat II
- Mortal Kombat 3
- Ultimate Mortal Kombat 3
- Mortal Kombat 4
- Mortal Kombat Trilogy
- Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero
- Mortal Kombat: Special Forces
- Mortal Kombat Advance
- Mortal Kombat: Deadly Alliance
- Mortal Kombat: Tournament Edition
Ou seja, são 11 jogos distintos, que com suas versões e variações totalizam os 23 títulos disponíveis na coletânea.
De 1992 a 1993, o início de uma lenda
Agora que você já está por dentro de toda a trajetória da franquia Mortal Kombat, é hora de voltarmos a 1992 e revisitar cada um dos 23 jogos que compõem a Mortal Kombat Legacy Kollection, começando, é claro, pelo título que deu origem a tudo.
Lançado originalmente para os arcades em 1992 e posteriormente portado em 1993 para consoles como Sega Genesis, Super Nintendo, Game Boy e Sega Game Gear, Mortal Kombat apresentava os maiores artistas marciais da Terra competindo em um torneio misterioso que decidiria o destino do mundo.
A versão de arcade impressionava por seus sprites digitalizados de atores reais, animações fluídas e, claro, pelos icônicos Fatalities, os golpes de finalização violentos e secretos que se tornaram marca registrada da franquia. O sucesso foi instantâneo, transformando o jogo em um fenômeno cultural e abrindo caminho para uma das séries mais lendárias da história dos games.
Cada console recebeu sua própria adaptação, com variações notáveis, vamos agora, às diferenças entre as versões caseiras do primeiro Mortal Kombat:
- Sega Genesis, uma versão mais rápida, violenta e sangrenta, sendo a preferida dos fãs pela ausência de censura nos Fatalities.
- Super Nintendo, oferecia sprites maiores e mais coloridos, com fidelidade visual superior, mas teve cenas violentas amplamente censuradas.
- Game Boy, lançado em preto e branco, trazia apenas seis dos sete lutadores originais, um feito técnico impressionante dadas as limitações do portátil.
- Sega Game Gear, contava com seis personagens jogáveis e incluía um código secreto para desbloquear sangue e Fatalities, detalhe que agradou os fãs mais dedicados.
O Mortal Kombat original marcou o início de um grande legado que continua vivo até hoje.
De 1993 a 1995, Mortal Kombat II, O torneio segue para a Exoterra
Lançado originalmente em 1993 para os arcades e posteriormente portado em 1994 para Sega Genesis, Super Nintendo e Game Boy, e em 1995 para o Sega 32X, Mortal Kombat II elevou tudo o que o primeiro jogo havia conquistado. Dessa vez, o torneio Mortal Kombat deixa a Terra e segue para o misterioso reino de Exoterra, onde o temível Shao Kahn aguarda os desafiantes.
A jogabilidade foi amplamente aprimorada e expandida em relação ao título original, consolidando a série como uma das franquias mais influentes do gênero de luta. Cinco novos personagens se juntaram ao elenco, e tivemos a estreia de Reptile e Shang Tsung como lutadores jogáveis, algo muito comemorado pelos fãs.
Assim como o primeiro, cada console recebeu sua própria adaptação, com variações notáveis, vamos agora, às diferenças entre as versões caseiras do segundo Mortal Kombat:
- Sega Genesis, oferecia suporte ao controle de seis botões, garantindo uma experiência mais fluida e próxima à dos fliperamas.
- Super Nintendo, surpreendeu os jogadores ao manter a fidelidade total à versão arcade, com velocidade, sangue e Fatalities inalterados.
- Game Boy, apesar de rodar em preto e branco e contar com oito dos 12 lutadores originais, apresentava uma jogabilidade surpreendentemente rápida e responsiva, considerando as limitações técnicas do portátil.
- Sega 32X, o acessório do Sega Genesis que adicionava um processador de 32 bits e outras melhorias ao console, entregava aos fãs da Sega, mais fidelidade ao jogo de fliperama, com uma paleta de cores mais rica e quadros de animações restaurados.
Com essas melhorias, Mortal Kombat II consolidou o sucesso da franquia, refinando seu sistema de combate e expandindo o universo da saga. Sem dúvidas em Mortal Kombat Legacy Kollection, ele se mantém como um dos títulos mais icônicos e memoráveis da era 16 bits.
De 1995 a 1997, Mortal Kombat 3 e Ultimate Mortal Kombat 3, A invasão de Shao Kahn à Terra
Lançado originalmente em 1995 para os arcades, e no mesmo ano para Sega Genesis e Super Nintendo, Mortal Kombat 3 marcou uma nova era para a franquia. Nesta continuação, o imperador Shao Kahn invade a Terra em uma tentativa desesperada de fundir o nosso reino com a Exoterra, elevando a ameaça e a escala do conflito a um novo patamar.
O game introduziu diversas novas mecânicas, como o sistema de combos, que tornava os confrontos muito mais dinâmicos, e o botão de corrida, incentivando jogadas agressivas e combates mais intensos. Outro destaque foi a inclusão dos Kombat Kodes, uma série de códigos secretos de seis caracteres que podiam ser inseridos antes de cada luta para liberar modificadores, segredos e personagens ocultos, algo que se tornou um verdadeiro vício entre os jogadores da época.
As versões de console se mantiveram bastante fiéis à dos arcades, preservando o ritmo e o impacto visual característico da série.
Ultimate Mortal Kombat 3, O auge dos fliperamas
Ainda em 1995, a Midway lançou Ultimate Mortal Kombat 3 para os arcades, expandindo o elenco de lutadores, adicionando novos segredos e refinando a jogabilidade. Essa versão rapidamente se tornou o modo definitivo de jogar Mortal Kombat 3, mantendo viva a experiência dos fliperamas durante o período de transição para os consoles domésticos.
Em 1996, o Super Nintendo recebeu sua própria versão de Ultimate Mortal Kombat 3, e apesar de algumas limitações técnicas, o jogo adicionou personagens icônicos como Rain, Noob Saibot, Motaro e Shao Kahn como lutadores jogáveis, além de introduzir os famosos Brutalities, uma nova forma de finalização ainda mais espetacular.
Por fim, a edição WaveNet de Ultimate Mortal Kombat 3, desenvolvida como um protótipo de serviço online pela Midway, nunca chegou a ser lançada oficialmente. Apesar disso, ela incluía um modo de Kombate Local e permitia selecionar Noob Saibot como personagem secreto, sendo uma verdadeira relíquia histórica dentro da Mortal Kombat Legacy Kollection.
De 1996 a 1997, Mortal Kombat Trilogy, primeiro jogo de ação, e o início da era 3D
Em 1996, foi lançado Mortal Kombat Trilogy, o primeiro título da franquia desenvolvido exclusivamente para consoles e computadores domésticos. A versão presente em Mortal Kombat Legacy Kollection é a do PlayStation, da Sony, e traz todos os personagens jogáveis dos jogos anteriores, e mais. Essa edição conta com diversas melhorias técnicas, como tempos de carregamento drasticamente reduzidos e correções de erros, tornando-a uma das versões mais completas e polidas da trilogia clássica.
Já em 1997, a franquia ousou com o primeiro jogo de ação e aventura para um jogador, Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero. O título explora as origens do lendário guerreiro Sub-Zero e sua rivalidade mortal com Scorpion, adicionando profundidade à mitologia da série. O jogo também introduz personagens e elementos narrativos que se tornariam fundamentais em Mortal Kombat 4, lançado no mesmo período.
Falando nele, Mortal Kombat 4 chegou aos arcades em 1997, marcando um ponto de virada na história da franquia. Nele, o Deus Ancestral Shinnok escapa do Submundo com a ajuda do feiticeiro maligno Quan Chi, e apenas os maiores guerreiros da Terra podem detê-los.
Este foi o primeiro jogo da saga totalmente em 3D, desenvolvido com o chip gráfico Zeus, criado especialmente para o título. Mortal Kombat 4 trouxe quinze personagens, entre novos e clássicos, além de introduzir o uso de armas corpo a corpo e a movimentação tridimensional para esquivar de ataques, oferecendo uma experiência revolucionária para a época.
De 2000 a 2003, a transição para os portáteis e novas experiências de combate
Em 2000, foi lançado Mortal Kombat: Special Forces para o PlayStation, colocando o jogador no papel do Major Jackson “Jax” Briggs. Nesta aventura de ação e exploração em terceira pessoa, o herói enfrenta o vilão Kano e os membros da organização criminosa Dragão Negro. Embora tenha sido um experimento ousado ao tentar expandir o universo da série, Special Forces acabou se tornando um dos capítulos mais curiosos da franquia.
No ano seguinte, em 2001, o Game Boy Advance recebeu Mortal Kombat Advance, uma adaptação inspirada em Ultimate Mortal Kombat 3. O título apresenta 18 Kombatentes jogáveis, incluindo Smoke Humano, Shao Kahn e Motaro. Apesar das limitações técnicas do portátil, o jogo é notoriamente desafiador, especialmente pela agressividade da inteligência artificial, o que o torna um verdadeiro teste de habilidade para os fãs.
Ainda no GBA, a franquia retornou em 2002 com Mortal Kombat: Deadly Alliance, continuação direta de Mortal Kombat 4. Aqui, os feiticeiros Shang Tsung e Quan Chi unem forças em uma experiência que combina lutas em 2D com cenários tridimensionais simulados, além de oferecer modos bônus e uma ampla Kripta repleta de desbloqueáveis, consolidando a transição para a nova era da série.
Por fim, em 2003, o portátil da Nintendo recebeu Mortal Kombat: Tournament Edition, sucessor direto de Deadly Alliance. O jogo mantém a estrutura de combates em 2D com ambientes em 3D escalonados, adiciona novos personagens jogáveis ausentes do título anterior e marca o retorno de Quan Chi, Scorpion e Shang Tsung.
E assim, encerramos o tour pelos 23 jogos lendários presentes em Mortal Kombat Legacy Kollection, um tributo completo ao passado, presente e legado da franquia que redefiniu os jogos de luta.
Audiovisual de Mortal Kombat Legacy Kollection
Antes de mais nada, Mortal Kombat Legacy Kollection roda de forma impecável no PlayStation 5 da Sony, durante toda a minha pancadaria, não encontrei bugs, gargalos ou travamentos, o que demonstra o excelente trabalho de otimização feito pela Digital Eclipse.
Graficamente, os jogos se mantêm fiéis aos originais, mas com a adição de diversos filtros de suavização de imagem, não vou mentir, eu amo isso! É possível personalizar o tamanho da tela para cada título, ativar ou desativar filtros para obter um visual mais pixelado, ou ainda aplicar efeitos que simulam TVs de tubo, planas ou curvas.
Além disso, é possível habilitar bordas temáticas que reproduzem o visual dos consoles originais, um detalhe que reforça a nostalgia e o capricho da coletânea.
As trilhas sonoras, vozes e efeitos sonoros também se mantêm autênticos às versões originais, preservando toda a identidade que marcou a franquia. E, por fim, vale destacar um ponto muito positivo, apesar dos jogos permanecerem inalterados e não estarem localizados, os conteúdos de Mortal Kombat Legacy Kollection como documentários e os detalhes dos Kombatentes, estão totalmente localizados para o português do Brasil, oferecendo diversão, inclusão e uma imersão ainda maior para os fãs brasileiros da série.
Vale a pena jogar Mortal Kombat Legacy Kollection?
Mortal Kombat Legacy Kollection é, sem sombra de dúvidas, um verdadeiro presente para os fãs da franquia, a coletânea é uma celebração completa dos primeiros anos da série, reunindo 23 títulos históricos e recheando o pacote com documentários, entrevistas, propagandas da época e extras interativos que transformam o conteúdo em uma verdadeira enciclopédia digital de Mortal Kombat.
Cada título foi preservado com fidelidade e carinho, oferecendo opções visuais que vão do clássico pixelado até filtros mais suaves, e simulando TVs antigas. O desempenho técnico é impecável, ao menos no PlayStation 5, sem encontrar travamentos, bugs ou quedas de desempenho. A localização para o português do Brasil é outro ponto de destaque, tornando a experiência mais acessível e imersiva para todos os jogadores.
Infelizmente, não pude testar o modo online, já que o jogo ainda não havia sido lançado enquanto eu realizava a análise, ainda assim, considerando o histórico da Digital Eclipse e o uso do netcode rollback, há grandes chances de termos batalhas fluidas e estáveis quando os servidores estiverem disponíveis.
No fim das contas, sem dúvidas alguma, Mortal Kombat Legacy Kollection vale a pena, principalmente para quem acompanhou a franquia desde os fliperamas ou para quem quer conhecer suas origens. É um pacote recheado de conteúdo, nostalgia e história dos games, e que merece um espaço na biblioteca de qualquer fã de jogos de luta.
Mortal Kombat Legacy Kollection foi lançado hoje, dia 30 de outubro, para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC, via Steam.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Atari.
Mortal Kombat Legacy Kollection
BRL 284,90
Prós
- Localizado para o português do Brasil.
- 23 jogos completos, preservados e jogáveis em um único pacote.
- Documentários e materiais extras riquíssimos, contando toda a história da franquia.
Contras
- Modo online não pôde ser testado antes do lançamento.
- Os jogos mais antigos podem conter uma jogabilidade mais truncada para jogadores novatos.
- Aparentemente esqueceram de legendar alguns poucos vídeos.
