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Neva | Review

Depois de quase 6 anos do lançamento de seu primeiro jogo, o aclamado Gris, a Nomada Studio entrega seu mais novo projeto, Neva. Gris conquistou milhares de fãs com sua bela arte feita a mão e narrativa minimalista sobre emoções humanas e as formas na qual lidamos com ela.

Neva continua parte desse legado ainda sendo um game side scroller, totalmente em 2D, com uma interface limpa e história contada sem quaisquer diálogos. Com toda a base que cativou os fãs mantida, ainda são introduzidas mecânicas mais complexas de plataforma e combate, com direito até confrontos contra chefões.

Depois de tanto tempo, será que a Nomada Studio consegue manter o padrão de qualidade estabelecido por Gris e desenvolver bem suas novas ideias? Vamos descobrir em mais uma análise do Pizza Fria!

Sons e arte compõem a narrativa

Separada nas quatro estações, a história segue Alba e sua fiel companheira Neva, que depois de terem seu lar ameaçado por uma força opositora, embarcam em uma jornada de muitos meses para trazer vida de volta ao ambiente. Dessa vez saímos de uma aventura abstrata e íntima, para sermos inseridos em um mundo de fantasia onde animais e os ambientes que habitam parecem sair diretamente de livros Pop Up com belíssimas cores acompanhadas de uma fluidez de animação impressionante.

Começando no verão e fechando na primavera, cada capítulo de Neva possui uma identidade visual muito própria, compondo muito bem a premissa de jornada, cada mapa se destaca com uma coloração distinta. Combinando mais ainda, vem a parte sonora, que consegue comunicar muito bem a urgência da tarefa das protagonistas, o amor entre ambas e a malícia das adversidades encontradas.

Já que o jogo sacrifica uma narrativa mais convencional, era de grande importância seus visuais e trilha sonora acompanharem, felizmente este foi o caso e em nenhum momento senti o decorrer da história maçante ou com trechos desnecessários. Mesmo com bastante capricho técnico, mais surpresas durante a jornada poderiam acontecer, as protagonistas fortalecem seu vinculo, trazem vida de volta a certa região e repete, além disso os pontos chaves da jornada são o que se espera, dando mais ainda a sensação de que a história no geral se beneficiária com mais alguns personagens.

Neva
A beleza de Neva é cativante (Imagem: Reprodução/Higor Neto)

Combate e progressão

O combate é a maior novidade do projeto sem dúvidas, ainda que simples, foi muito bem distribuído ao longo do jogo. Aguentamos até três ataques de inimigos e para recuperar vida, precisamos atacar ou descansar em monumentos que nos curam por inteiro. Os inimigos são dos tipos que já vimos antes, grandes e pesados, atiradores, voadores entre outros. Não veja isso como um problema, como disse anteriormente, o combate foi muito bem distribuído com cada luta sendo bem montada e cada arena funcionando como um pequeno quebra cabeça. O desafio maior vem com confrontos com chefes e trechos de fuga onde o reflexo e a percepção do jogador são testadas com mais afinco.

Enquanto progredimos, frequentemente vamos encontrar coletáveis em alguma região de difícil acesso, sendo este o único afazer secundário de Neva. Este fator não entra em harmonia com a progressão do jogo sendo o único quesito que não possui uma evolução clara de um game para outro, encontramos novos inimigos, adquirimos novas habilidades para combate/movimentação, mecânicas inéditas de plataforma são apresentadas, enquanto os coletáveis permanecem o mesmo ao longo das 3-4 horas de campanha.

Ainda possuindo uma duração de campanha similar ao título anterior da produtora, a jogabilidade é mais dinâmica e mesma as melhores ideias não são usadas a exaustão, então mesmo que próximo em extensão ao game anterior, com um combate e uma movimentação mais rápida, os segmentos de gameplay são melhores preenchidos, resultando em uma experiência mais completa e com fator replay melhor.

Neva
Confrontos com os chefes são intensos e épicos. (Imagem: Reprodução/Higor Neto)

Vale a pena comprar Neva?

Respondendo a pergunta do começo, sim a Nomada Studio conseguiu aproveitar muito bem de suas novas ideias entregando um produto final com bastante identidade sem depender de emular o que deu certo visual e narrativamente em seu projeto anterior.

A jornada de Alba e Neva foi a mais cativante que pude experienciar desde o garoto e Trico em The Last Guardian de 2016. Quando necessário o jogo transita perfeitamente entre tom singelo, épico e comovente. Combate responsivo e desafiador na medida certa. Mantém temas fortes e reflexivos como perseverança, família e o Ciclo da vida. E o que mais foi elogiado em seu projeto anterior está novamente presente com mais variedade de músicas, cores e uma fluidez de animação impecável. Um excelente jogo para fãs do gênero.

Neva chega nesta terça-feira, 15 de outubro, para Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, PC e macOS, via Steam.

*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Devolver Digital.

Neva

BRL 59,99
9.8

História

9.8/10

Gameplay

9.5/10

Gráficos e Sons

10.0/10

Performance

10.0/10

Prós

  • Animação belíssima
  • Trilha sonora cativante
  • História bem amarrada
  • Chefes marcantes

Contras

  • Narrativa poderia apresentar mais surpresas
  • Conteúdo extra deixa a desejar

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