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No Rest for the Wicked | Preview

No Rest for the Wicked é um RPG de ação, com uma pegada Souls, lançado em acesso antecipado e desenvolvido pela Moon Studios (a galera por trás da série Ori) sendo publicado pela Private Division. Nele, somos convidados para passear em uma ilha linda e paradisíaca, cercada de pessoas amáveis, floras lustrosas e uma fauna singular. Ah, que dia para se estar vivo! Só que não. Afinal, qual seria a graça se fosse o caso? E aí, será que vale a pena conferir como o jogo está ficando? Venha comigo que te mostro, em mais uma preview caprichada do Pizza Fria!

Sem descanso, apenas confusões agora

Cá estamos nós, leitores e leitoras, para falar de mais um específico recorte de tempo no universo totalmente glorioso, maravilhoso e fantabuloso dos jogos eletrônicos. Hoje, iremos dar uma conferida em No Rest for the Wicked, um título em acesso antecipado que tem se mostrado promissor e atraído a atenção da galera.

Aos que não sabem, Early Access, ou acesso antecipado em bom português, é o nome dado a prática de lançar os jogos antes de estarem oficialmente terminados, para que o público possa ir jogando e comentando. Vendido com preços mais acessíveis, esses tipos de “lançamentos” se tornaram muito populares nas últimas décadas, principalmente em títulos envolvendo sobrevivência e mundo aberto. Pizza é conhecimento, afinal.

Mas estou delirando e me delongando, para variar. Como de costume em jogos nessa fase inicial, darei minhas impressões gerais sem ser (tão) chato quanto de costume, levantando alguns pontos promissores que enxergo e outros que podem ser meio complicados. Além disso, é importante lembrar que problemas de performance também são comuns, e até aceitáveis em alguns momentos. Dito isto, vamos nessa.

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Em No Rest for the Wicked, alguns personagens só querem ver o circo pegar fogo. (Imagem: Divulgação)

História e Visuais

No Rest for the Wicked conta o conto de uma terra miserável, rodeada por guerras, tristeza e um praga altamente mortal e destrutiva que voltou a desolar os continentes, após um milênio sem dar as caras. Além disso, a morte recente de um rei faz com que conflitos visando a tomada do poder local se tornam cada vez mais constante, além de uma igreja que surge através do culto a essa peste maluca.

Aparentemente, todos esses poderes acabam convergindo em uma ilha, chamada Ínsula Sacra, para resolver suas desavenças. Nosso protagonista, membro de um grupo de guerreiros chamados Cerim, é enviado para esse tal lugar com a missão de peitar toda essa gente e dar um jeito na Pestilência. Contudo, o navio em que ele estava pega fogo, afunda, e tudo desanda a partir daí.

No Rest for the Wicked me mostrou uma premissa interessante, ainda que com um pé firme na fantasia baixa e sombria. Fiquei interessado em como as coisas irão andar, principalmente após ver como tudo ficou bem ambientado e atmosférico com os visuais e trilha sonora apresentados pelos títulos. Salvo os bonecos hiperdeformados, a ilha é bem sombria e deprimente, com uma tensão quase palpável e uma cacofonia de barulhos e gritos de deixar qualquer cidadão em alta tensão. Adoro.

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Totalmente seguro. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

A jogabilidade de No Rest for the Wicked segue aquele esquema soulslike, no qual precisamos ficar ligados no consumo de vigor em toda ação que realizamos, além de enfrentar inimigos sem piedade e uma dificuldade relativamente punitiva. De fato, sair girando para todo lado e dando espadadas no vendo feito um maluco só acaba em desgraça e lágrimas nesse jogo.

Os controles são relativamente simples, com botões para atacar, rolar, usar itens (que precisam carregar, evitando uso excessivo), defender e aparar. Tudo tem um custo de vigor, que impede ações ao se esgotar. Aparar, contudo, não gasta nenhum e quebra a postura do inimigo, abrindo-o para tomar pauladas poderosas nas fuças. Contudo, o inverso é verdadeiro, com alguns inimigos virando a mesa facilmente para cima de um jogador incauto.

Podemos equipar uma série de armas e armaduras com características diferentes, e requisitos baseados nos atributos que melhoramos ao subir de nível, e cada uma possui seu próprio peso. Menos pesadas nos deixam sair pulando para todo o canto, enquanto as mais pesadas nos deixam presos no chão em troca de um empurrão cabuloso que joga os inimigos para trás. Isso é bem legal, e até inovador, aumentando a complexidade e dando mais algo para pensar quando montamos nossas builds.

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Vem na maciota meu nobre. (Imagem: Divulgação)

Em No Rest for the Wicked, explorar a ilha também é algo tão necessário quanto divertido. Além de podermos coletar recursos através do uso de machados, picaretas, varas de pescar e coisas do tipo, todo cantinho guarda algo importante para nos ajudar a peitar os perigos do lugar. Além disso, a maioria dos itens de cura são feitos por nós mesmos em diversas fogueiras que encontramos, utilizando ingredientes e receitas que achamos ou compramos. Contudo, a escassez de recursos e recipes no comecinho pode ser um problema. Além disso, uma das cidades que chegamos após certo tempo oferece a oportunidade de comprar e decorar certas propriedades, além de cultivar esses mesmos ingredientes. Outro ponto interessante, em minha opinião.

Em se tratando de dores, notei quedas bruscas de desempenho em alguns pontos de No Rest for the Wicked. Ironicamente, combates mais intensos rolaram finos e tranquilos, enquanto coisas bestas como andar no mato fizeram minha velha carroça computatorizada quebrar uma roda. Fora isso, o boneco ficar entrando ou saindo da água e outros elementos interativos durante o combate também me incomodou, mas apenas em situações muito específicas.

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Em busca de uma sopa quentinha. (Imagem: Divulgação)

E aí, No Rest for the Wicked promete?

Devo dizer, leitores e leitoras, que curti bastante o que vi até momento. No Rest for the Wicked possui boas ideias, as implementa de maneira interessante e nos entrega um mundo bem opressor e construído com cuidado, enquanto o traz à vida com visuais bem condizentes e interessantes, embalados por uma trilha e sonoplastia que cai como uma luva.

O combate é bem visceral e legal, embora ainda esteja mais ou menos no lugar-comum para jogos desse estilo. Contudo, o lance de explorar a ilha para obter recursos, a quantidade de coisinhas para encontrar e a cidade para investir deixam a experiência suficientemente variada para destacar o título em meio ao mar de soulslikes que temos na praça.

Se eu fosse um homem esperançoso e feliz, ainda não destruído pelo peso da idade, dos boletos e da vigilância constante dos helicópteros pretos sem marcação, eu diria que No Rest for the Wicked promete ser uma das surpresas dos próximos meses. O título vai caminhando bem, e acredito que todo pequeno problema técnico vá sendo retificado conforme o desenvolvimento avança. Para os fãs do gênero, vale a pena colocar no radar. Coloquei no meu, ao menos.

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.