OCTOPATH TRAVELER 0 | Review
OCTOPATH TRAVELER 0 é um JRPG, da saga OCTAPATH acreditem se quiserem, desenvolvido pela Square Enix em parceria com a DOKIDOKI GROOVE WORKS e publicado pela Square Enix. Nele, acompanhamos a jornada de um azarado em busca de vingança e da reconstrução da sua cidade. Nobre, não é mesmo?
E aí, será que essa prequel vale nossa atenção? É o que saberemos agora, em mais uma análise amável e adorável do Pizza Fria.
(Quase) Zero Problemas
Estava pensando comigo mesmo, leitores e leitoras do site mais totalmente excelente desse lado da lua, que a vida de um protagonista de videojogos nem sempre são flores, ursinhos e alegria. Na verdade, não conheço população mais azarada e com maior vulnerabilidade para desastres, ataques e outras coisas terríveis do tipo.
Querem um exemplo? Só verem nosso joguinho de hoje, OCTOPATH TRAVELER 0. Logo no começo temos desastres terríveis, tristezas e tudo mais. Que coisa não é mesmo? Contudo, fico feliz em dizer que o jogo não segue essa tendência catastrófica no que se refere ao seu nível de qualidade e legalzice, ao menos. Pequenas vitórias.
Inclusive admito que me surpreendi positivamente, principalmente após saber que ele uma reimaginação/reivenção do gacha Octopath Traveler: Champions of the Continent que, apesar de legal, continha algumas práticas nem um pouco legais. E aí, curiosos para saber como isso ficou? Pois venham comigo, agora, que iremos descobrir.

História
A trama de OCTOPATH TRAVELER 0 começa quando a cidade em que nosso personagem, criado e customizado por nós, é atacada por um tirano. Após ver o local onde vive destruído e seus pais mortos, nosso campeão se une aos sobreviventes para reconstruir o lugar e, ainda, se vingar do causador da catástrofe e seus dois comparsas.
Ainda que tenha um começo comum, a narrativa toma algumas direções bem interessantes ao longo da jornada. Além disso, ela aborda temáticas pesadas, em alguns momentos, sem medo de mostrar cenas complexas e explorar personagens com diversas facetas e motivações, além de mostrar que certas situações podem não ser tão simples ou diretas como parecem.
Eu realmente curti acompanhar as aventuras e desventuras de OCTOPATH TRAVELER 0, através de sua narrativa focada em arcos que podemos encarar na ordem que quisermos, com o único negativo sendo o começo bem lento e arrastado, principalmente nas primeiras horas. Contudo, a história voa depois de pegar impulso e nos entregar o mundo para explorar.

Jogabilidade
Em sua essência, OCTOPATH TRAVELER 0 é um JRPG de combate em turnos no qual exploramos um mapa, de maneira bem aberta, e encaramos “arcos” da história na ordem que queremos. Além disso, o jogo também conta com uma mecânica de reconstrução focada em tornar Wishvale, a cidade destruída do protagonista, em um lar novamente.
Em se tratando da estrutura geral, o jogo é bem aberto. Recebemos três missões no começo, uma para cada vilão, e temos a liberdade de encarar na ordem que quisermos sem nos preocupar muito com dificuldade ou coisas do tipo. Eu achei isso bem legal, principalmente porque nada nos impede de ir avançando essas tramas ao mesmo tempo se quisermos.
Isso é bem legal porque OCTOPATH TRAVELER 0, também, nos dá a chance de recrutar mais bonecos para o nosso time conforme avançamos e encontramos novas cidades. Isso é essencial no começo tanto para aproveitar o máximo do sistema de combate quanto para ter gente o suficiente na hora de encarar os chefes mais cascudos que vemos pelo caminho.
Cada personagem possui seus próprios requisitos de recrutamento, e encontrar todos é uma boa maneira de gastar nosso tempo. Além disso, esse esquema dá muita liberdade na hora de montar nosso time, de até 8 personagens, garantindo uma boa variedade para o jogador montar sua estratégia perfeita.

O sistema de tretas em turno de OCTOPATH TRAVELER 0 é bem desenvolvido, com a mecânica famosa de poder gastar pontos (BP) para fortalecer certas ações (ou bater mais de uma vez) e um sistema de break que nos permite, após acertar as fraquezas do inimigo um certo número de vezes, colocar os monstros em um stun de alguns turnos. Além disso, controlamos oito bonecos (quatro ativos e quatro reserva) que podemos alterar a qualquer momento que quisermos.
Essa dinâmica é simples, mas poderosa, e uma maravilha para os jogadores que quiserem um desafio maior de lutar contra monstros de nível mais alto. Uma boa utilização do sistema de break garante uns bons turnos de vantagem, e a capacidade de trocar de personagem livremente garante que sempre tenhamos uma boa variação elemental e de tipos de dano.
Outro lance legal de OCTOPATH TRAVELER 0 é o sistema de jobs, classes que cada personagem possui com suas habilidades específicas e algumas gerais que podemos equipar. O protagonista pode mudar livremente, mas é interessante saber que temos uma boa gama de opções. Essa liberdade e variedade é um dos pontos altos da experiência para mim.
Em suma, esse aspecto da jogabilidade constrói em cima do gacha original, e dos primeiros títulos, para criar um dos sistemas de batalha mais legais de franquia e, arriscaria dizer, dos jogos do estilo que vi este ano. É simples e complexo ao mesmo tempo, e realmente me ajudou a ficar empolgado durante cada treta que me meti.

A outra mecânica central de OCTOPATH TRAVELER 0 é a reconstrução da cidade de Wishvale, destruída nas horas iniciais. Essa é uma missão paralela que corre durante todo o jogo e envolve tanto construir coisas quanto recrutar pessoas para repopular o lugar. Elas podem ser tanto gente que encontramos em nosso caminho quanto membros do time ou moradores antigos.
Essas pessoas podem ser recrutadas usando as path actions, típicas da franquia, que nos permitem fazer coisas como pedir itens, lutar, convidar para serem ajudantes (que usam alguns skills em combate) ou para virem fazer parte de nossa comunidade. Cada nova pessoa traz consigo algumas habilidades úteis, como coletar recursos, oferecer descontos e coisas do tipo.
A construção em OCTOPATH TRAVELER 0 é bem simples e direta, bastando entrar no modo building para colocar estruturas e decorações. A ideia é bem legal e serve como uma maneira interessante de construir nossa base, mas acredito que a implementação tenha sido um pouco menos complexa do que poderia ser.
Por exemplo, não podemos customizar muitos dos elementos, nem interagir diretamente com coisas como cuidar de animais ou plantações. Compreendo que esse não seja o propósito do título, mas ainda acho que um pouco mais de variedade ajudaria o jogador a engajar mais com esse aspecto central do título e, de quebra, aumentaria a vida útil e variedade do que podemos fazer.

Sons e Visuais
OCTOPATH TRAVELER 0 tem visuais bem maneiros, seguindo aquela ideia da franquia de ser um pixelizado mais retro e remetendo aos clássicos das antigas. Temos cenários muito bonitos e animações fluídas, sendo que apenas algumas texturas ou personagens deixam a qualidade cair um pouco.
A trilha sonora é top de linha, com temas muito bons que conseguem embalar o jogador durante toda sua jornada. A de combate e chefes, por exemplo, é chique demais. O negativo, contudo, é que ficamos sem as nossas legendas.

Vale a pena jogar OCTOPATH TRAVELER 0?
OCTOPATH TRAVELER 0, leitores e leitoras, é uma ótima entrada para a franquia e, surpreendentemente, uma excelente conversão de um gacha para algo mais agradável e que não aplica aquelas mecânicas malucas para prender o jogador.
Temos uma trama legal com boa profundidade, um sistema de combate espetacular, muitos personagens para escolher e conteúdo para nos manter ocupados por um tempo. Salvo a subutilização das mecânicas de construção da cidade, além de algumas texturas meio estranhas e falta de legendas, não tenho nada do que reclamar do título.
Sendo assim, fica fácil recomendar OCTOPATH TRAVELER 0 para qualquer bom apreciador de RPGs, principalmente aqueles de turno. O jogo faz quase tudo que se propõe com excelência, e certamente figura entre um dos melhores do ano em minha opinião. Super recomendo.
OCTOPATH TRAVELER 0 já está disponível para Nintendo Switch 2, Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S e PC via Steam e Microsoft Store.
*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Square Enix.


