Persona 4 Arena Ultimax | Review

Persona 4 Arena Ultimax é um jogo de luta, misturado com visual novel, desenvolvido pela Arc System Works em conjunto com a Atlus, e publicado pela SEGA. O título serve como uma continuação de Persona 4 Arena, lançado originalmente para a geração anterior. O que temos em mãos, agora, é sua versão ultimax belezura, com todos os conteúdos adicionais no pacote. Doçura pura.

E aí, será que vale a pena reviver essa experiência? É o que vou tentar descobrir (ou não) em nossa análise de hoje, no Pizza Fria.

Luz, Câmera… Tretação!

Lá vamos nós, leitores queridos. Mais uma remasterização, ou relançamento, chegou em nossas mãos. Ah, nada como relançar o olhar para um possível clássico do passado e pensar: o que eu fazia na época em que foi lançado? Estava feliz e sorridente, correndo de mãos dadas com meu amor por campos de girassol? Estava enchendo a cara de sorvete com refrigerante? Ou dormindo o sono dos justos?

Não há como saber, temo. Na verdade, mal consigo me lembrar do que almocei ontem. Ou de qual piada sem graça fiz a pouco. Ahá, mas de uma coisa eu sei, leitora. Não é a primeira vez que tenho a oportunidade de degustar Persona 4 Arena Ultimax. Não, me recordo de jogar na época do saudoso PS3, em meados de 2014. Oito anos depois e me encontro mais sábio, roliço e com menos disposição para estripulias. Mas, falemos menos de mim e mais sobre Persona 4 Arena Ultimax. Como diz o prefixo do título, o jogo serve como uma continuação para Persona 4 Arena, que por sua vez é uma sequência de Persona 4 (duh).

Persona é uma série de RPG bem famosa, cria da saga Shin Megami Tensei, que curto bastante e recomendo conferir. Mas, é preciso conhecê-la para curtir este que analisamos? Eu cá diria que não, na verdade. Fãs da série poderão ter um aproveitamento maior, é claro. Mas o jogo se sustenta em mais do que apenas sentimentos de fan boys and girls. Vejamos por quê.

Persona 4 Arena Ultimax continua a história do grupo de investigação de Inaba, após os acontecimentos do Persona 4 original e do primeiro Arena. Como alegria de pobre dura pouco, nosso grupo de adolescentes se vê, novamente, obrigado a entrar em um torneio para salvar o mundo da destruição. Bom, pelo menos essa treta envolve menos sangue e vísceras do que o bom e velho Mortal Kombat.

Não irei me delongar tanto explicando a história devido ao fato dela ser uma continuação direta de acontecimentos do título anterior. Mas, não se preocupem pessoas bonitas.Persona 4 Arena Ultimax conta com o modo história do título anterior também, assim como uma aclimação para que novatos possam se apaixonar e acostumar com os personagens.

Além disso, o povo de Persona 3 também aparece. Que alegria! A trama é contada através do clássico estilo Visual Novel, da forma que é feito nos RPG mais tradicionais. Eu vi isso como um positivo, principalmente porquê o título encontra um bom balanço entre exposição dos acontecimentos e as lutas que estão espalhadas entre eles.

Mas não pensem que Persona 4 Arena Ultimax não entrega na porradaria. Muito pelo contrário, aliás. O título foi desenvolvido pela Arc System Works, aquela linda, que é responsável por títulos de peso como Blazblue, Granblue Fantasy Versus e o primoroso Guilty Gear. Contudo, é um engano supor que este jogo é uma mera cópia de seus irmãos mais velhos.

Muito pelo contrário, inclusive. Eu diria, até, que a Arc System Works conseguiu encontrar um bom balanço entre o familiar e o novo com os sistemas de luta daqui. E, ainda, de manter uma harmonia entre um jogo acessível e complexo. Saquem só, temos um leque interessante de habilidades já conhecidas de qualquer jogador de luta: golpes para criar espaço, ataques em projéteis, shiryukens e afins. O arroz com feijão.

Mas a sacada de Persona 4 Arena Ultimax, que dá uma identidade única, devo dizer, é incorporar o sistema de personas dentro do jogo. Elas são uma “representação” da mente de cada um dos personagens, e são peça central dos jogos da franquia. Aqui, elas servem como um “par” de cada lutador. Por exemplo, dentre os 4 botões principais para ações temos dois focados para ataques dos bonecos que controlamos e dois para sua persona.

Essa mecânica é muito interessante. De certa forma, é como se realmente precisássemos controlar e preocupar com dois lutadores ao invés de um. Ainda mais porquê as personas tem sua própria barra de vida. Ao atacarem elas se deixam expostas, e uma certa quantidade de dano faz com que fiquem indisponíveis por algum tempo. Um lutador sem seu alter ego que lança raios e foguetes não é lá grandes coisas, leitora chegada.

Fora isso, temos os combos, cancelamentos de golpes e outras mecânicas específicas de personagens. Naoto, por exemplo, precisa carregar seu revólver para usar em alguns ataques. E assim em diante. Contudo, o sistema ainda é acessível para novatos por conta de auto-combos e a facilidade de se utilizar golpes mais simples. Aqui está a graça da parada, a complexidade para quem procura e facilidade para casuais como eu. Amável.

Fora isso, também temos as versões “shadow” de alguns personagens. O interessante aqui é que elas não se tratam de meros clones. Essas variações abrem mão de algumas mecânicas defensivas e de golpes especiais por melhorias focadas em uso de supers e uma capacidade ofensiva maior. Achei interessantíssimo, principalmente por aumentar ainda mais o roster de lutadores sem fazer um control c + v descarado.

Acredito que Persona 4 Arena Ultimax irá desagradar, talvez, aqueles que curtam levar o combate para o online. Quando me submeti a vergonha de ser amassado nos 1 vs 1 pude notar alguns lags e problemas com netcode, e ponderei se o jogo contaria com uma playerbase boa ao longo do tempo. Principalmente ao se considerar como o mercado de jogos de luta está lotado recentemente.

Sons e Visuais

Persona 4 Arena Ultimax transcreveu muito bem o estilo dos jogos, que são 3D, para as sprites 2D. Os modelos dos personagens são bem feitos, bem animados e cheios de charme e carisma. Tudo brilha, é cheio de cores e transborda charme e aquele jeito cool que é impossível não amar. Eu realmente gostei do que vi, e mostra que a desenvolvedora tratou o título como muito mais do que um simples “puxadinho” da série original.

A trilha sonora é the tops, também. Principalmente se for um fã da série. Temos músicas originais e remixes das músicas do primeiro título da saga, tudo feito com esmero e casando muito bem com o conjunto da obra. Acredito que se não curtir esse estilo de música japonesa possa se incomodar um pouvo, mas creio que as grandes massas irão agradar. Bom, sei que eu cá amei bastante. Observem uma mistura do estilo visual com a sonoplastia na abertura abaixo.

Vale a pena comprar Persona 4 Arena Ultimax?

É tempo, leitor. Chegou a hora, leitora. Será que Persona 4 Arena Ultimax vale nosso tempo e dinheiro? Bom, vamos lá. Começarei falando um pouco sobre o que pode desagradar alguns de nós. O jogo tem um foco grande em história, também. Se o estilo visual novel não for sua praia poderá ter um aproveitamento menor do que o devido. Além disso, o online tem alguns problemas e pode vir a ter um problema de baixo número de jogadores no futuro. Ou não, vá saber. Meu espelho mágico do futuro está no conserto e posso contar apenas com minha intuição e opiniões aleatórias, nesse momento.

Por outro lado, fãs da série irão se deleitar com a história, os personagens e o retorno de boa parte da galera bonita de Persona 3. Além disso, Persona 4 Arena Ultimax se sustenta com facilidade como um fighter por suas mecânicas complexas, sem deixar de ser acessível, o estilo visual, a quantidade de conteúdo oferecido, a trilha sonora, e muito mais.

Persona 4 Arena Ultimax foi, quando lançado, um título porreta e continua sendo até hoje. Fico feliz de ver como a série consegue se desdobrar para gêneros compeletamente diferentes e , ainda assim, manter o alto padrão de qualidade. Ao fim e ao cabo, pessoinhas maravilhosas, Persona 4 Arena Ultimax irá agradar seja você fã do universo ou apenas de uma boa trocação honesta de tapas, raios e foguetes. Recomendo fortemente.

Persona 4 Arena Ultimax está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4 e PC, via Steam.

*Review elaborada em um PlayStation 4, com código fornecido pela ATLUS.

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