Persona 5 Tactica | Review

Persona 5 Tactica é um spinoff do agradável Persona 5, como o nome sugere, focado em combate de estratégia por turnos, com uma pegada mais tática. O título nos coloca para acompanhar mais uma aventura dos Phantom Thieves, que agora se encontram em um lugar estranho e oprimido, do qual precisam escapar a todo custo.

E aí, ficaram curiosos? Pois venham comigo para saber o que nos espera, em mais uma review antecipada do Pizza Fria.

Novos amigos, novos problemas

Sabem, leitores e leitoras, eu fiquei realmente contente quando comecei a jogar Persona 5 Tactica. Meu primeiro contato me fez lembrar de uma de suas irmãs de franquia, chamada Shin Megami Tensei: Devil Survivor. Os que já tiveram o prazer de experimentar sua gameplay sabem que é artigo do fino, trazendo toda a maravilha das batalhas e demônios que temos nos jogos da série megaten para a boa e velha porradinha em turnos.

Ainda que tome um caminho com poucos cruzamentos, nosso jogo de hoje consegue fazer por Persona o mesmo que Devil Survivor fez para a franquia principal. Mas estou colocando os jacks na frente dos frosts, por se dizer. Antes de começar a escrever, fui atingido na cara com uma magia de confusão, da qual ainda não consegui me recuperar. Que coisa!

De todo modo, ficamos na esperança de mais explorações como essa, utilizando os lançamentos da série Persona. Se bem me recordo, além de sua aventura original (e a royalizada), nossos queridos ladrões de corações (bom nome para banda de sertanejo, não é?) já dançaram, lutaram e, até, participaram de pancadarias no estilo musou. Mas, vamos ao que interessa! Começando pela trama.

Persona 5 Tactica
Hora do show, Arsene meu garoto. (Imagem: Divulgação)

História

A narrativa de Persona 5 Tactica envolve nosso povo querido caindo em uma dimensão totalmente nada a ver, como sempre, na qual a população é dominada e oprimida por uma vilã consideravelmente fora dos padrões. Como todo bom rebelde, os Phantom Thieves se unem à resistência local, que ia bem mal das pernas, para poder sair no tapa com a ditadora local para dar um jeito no problema, ajudar aqueles que ali vivem e, de quebra, voltar para casa.

Em se tratando de aventuras, não quebra muito dos moldes que costumamos ver nos jogos da série. Contudo, assim como em Strikers, a trama é toda contida em si mesma e mantém o mesmo padrão de qualidade, charme e humor. Os personagens exclusivos, inclusive, são muito bem construídos e apresentados, não destoando em nada da galera e, até, parecendo estarem lá desde quando o Joker gritou Arsene pela primeira vez.

Além disso, Persona 5 Tactica conta com quests e diálogos opcionais que aumentam, e muito, a ambientação do título, além de explorar com maior detalhe as relações já existentes entre nossos heróis, e aquelas em formação com os novatos. Como o título se passa em um momento bem avançado da cronologia Royal, temos mais uma oportunidade de acompanhar os phantoms em toda sua glória, com o time completo. Da galera de verdade, vale dizer. Se sabem quem são, parabéns! Se não souberem, olhem para essa luz e esqueçam tudo que eu disse.

Persona 5 Tactica
O patrão, a novata e o gato. (Imagem: Divulgação)

Gameplay

Nesse ponto, Persona 5 Tactica pega os moldes do gênero e faz uma brincadeira bem interessante. Temos todos as peças esperadas do gênero, tal como andar dentro de uma quantidade de quadradinhos, atacar um de cada vez, ter alcances diferentes por armas, essas coisas. Ainda, temos toda a dinâmica de criação de personas, fusões, herança de habilidades, enfim. Ah, e o enfoque nas armas de fogo criadas pelo metaverso, também. A mistura perfeita do estilo com a substância devida.

O jogo se difere dos demais pela forma que aplica esses conceitos. Por exemplo, temos um foco muito grande em ficar atrás de coberturas, tanto para reduzir o dano recebido quanto para evitar levar um dano que gere os chamados one more, a chance de agir novamente. Cada inimigo que acertarmos com vulnerabilidade nos dá a chance de bater de novo, e de novo, até não haver nenhum. Dessa forma, rola até de limpar o mapa todo em um único turno! Inclusive, muitos objetivos secundários e quests giram em turno disso.

Assim, temos uma dinâmica na qual posicionamento é imperativo para chegar até o final de cada missão sem acabar comendo mato pela raiz. Agora, coloque habilidades que forçam inimigos, ou aliados, a se mover para dentro ou fora do cover, e temos um sistema que é tão divertido quanto complexo, simples de utilizar mas que necessita de criatividade para aproveitar ao máximo.

Nesse aspecto, Persona 5 Tactica se comporta quase como um jogo de puzzle, às vezes. Por exemplo, quais as formas melhores de se explorar as fraquezas dos inimigos para evitar que andem? Quais as melhores composições de times, de personas (podemos usar uma secundária, junto da principal de cada boneco) e de armas? Nossos phantoms tem ataques padrão, que lançam inimigos, e podem equipar apenas armas de fogo. Cada qual com alcances e áreas de efeito diferentes.

Persona 5 Tactica
Vacilou, tomou. (Imagem: Divulgação)

Outra parada maneira é o chamado triple threat. Se derrubarmos um inimigo, conseguimos um turno extra. Tá, já sabemos. Mas, se nos posicionarmos formando um triângulo, com um boneco em cada ponta, podemos dar um ataque porreta que causa um dano aumentado em todos que estiverem dentro da área demarcada nessa forma, em qualquer altura. Essencial nas missões que pedirem para derrotar o máximo de monstros no mínimo de turnos. Por fim, temos habilidades de personagem para liberar, usando pontos ganhos em missões principais, secundárias ou em conversas em nossa base. Vale a pena explorar tudo isso, pois as árvores individuais deixam nossos amigos muito mais fortes.

De negativo disso tudo, apenas sinto que poderiam ter sido feitas algumas coisas além de, apenas, esses lances de posicionamento e exploração de cobertura e fraquezas. Isso é muito maneiro, não me entendam errado! Mas, após certo tempo de jogo, a coisa acaba ficando um pouco formulaica demais, aliviado pelo fato de termos várias personas e personagens. Fora isso, o jogo sofre com alguns carregamentos meio demorados, em determinados pontos.

Persona 5 Tactica
A mecânica do momento. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Persona 5 Tactica leva os visuais para um estilo meio chibi, com personagens fofinhos e com algumas proporções meio malucas. Eu achei bem legal, e ajuda a deixar o título com uma cara bem singular, ainda que dentro da identidade criada pelo jogo principal. Sejam inimigos ou heróis, magias ou pancadas, tudo ficou muito legal de ver. Ah, e também temos algumas animações muito bem feitas, espalhadas com certa frequência pela duração da trama.

Do departamento de som, temos o mesmo primor de sempre, com músicas novas (com e sem vocais), sons clássicos da franquia e uma direção de dublagem, no inglês, muito boa. Realmente, é legal ver a galera voltando para outro projeto, e sinto que a única coisa que ficou deixando a desejar foi a ausência de uma localização em português.

Persona 5 Tactica
O jogo mantém seu estilo de sempre. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Persona 5 Tactica?

Leitores e leitoras! Parece que o efeito do marin karin passou, então preciso aproveitar meus breves momentos de lucidez para tentar dar uma nota para este jogo, produzido no delírio coletivo da realidade. Bom, vamos começar com os pontos positivos. É mais Persona 5, abençoado seja, com uma narrativa divertida de acompanhar, e uma boa mescla de novas e velhas caras. O jogo é bonito de ver e de ouvir, também.

O combate é maneiro, se diferindo bem do que vemos no gênero por aí. O foco em explorar posicionamentos e fraquezas é bem legal, e a mistura de personas e bonecos controláveis dá uma boa variedade. O único negativo disso é que, ao longo de sessões mais extensas de jogo, as coisas ficam meio maçantes e repetitivas. Talvez, um pouco de variação nesse aspecto poderia ser uma forma de quebrar a rotina.

Mas ao fim e ao cabo, caros ladrões e ladras de cybercorações, devo dizer que Persona 5 Tactica ficou chique, viu. Diferente do que eu esperava, de fato, mas de uma maneira positiva. Ainda que tenha a chance de ficar meio maçante, e com alguns carregamentos lentos, o jogo ainda diverte na maioria do tempo e nos prende com uma trama bem apresentada, atuada e, mais importante, com personagens que valem a pena serem seguidos. Se curtem o gênero, podem ir sem medo. E se forem fãs da franquia, nem precisa perguntar, não é mesmo?

Persona 5 Tactica será lançado para Xbox Series X|S, Xbox One, PC via Windows e Steam, PlayStation 5, PlayStation 4Nintendo Switch em 17 de novembro, estando disponível sem custo adicional para assinantes Game Pass no lançamento.

*Review elaborada no Nintendo Switch, com código fornecido pela Atlus.

Persona 5 Tactica

+ R$ 295
9

História

9.5/10

Jogabilidade

8.0/10

Sons e Visuais

9.5/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Combate focado em posicionamento é bem legal
  • Boa adaptação da franquia para um outro gênero
  • Trama legal de acompanhar
  • Bonito de ver e ouvir
  • Várias habilidades e personagens injetam variedade na rotina

Contras

  • Carregamento meio lento em uns pedaços
  • Vez ou outra pode se tornar um pouco repetitivo
  • Sem localização em PT-BR

Matheus Jenevain

Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.