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RuneScape: Dragonwilds | Preview

Joguei muito RuneScape no navegador, lá pelos anos 2000. É, tem tempo. Assim que soube de RuneScape: Dragonwilds, disponível em Acesso Antecipado para PC via Steam, fiquei curioso para saber o que teria de novo em um clássico que eu sequer ouvia falar por muitos anos. E a ideia segue sendo bem básica aqui: imagine-se desembarcando em um continente esquecido, cheio de ruínas, magia antiga e… dragões dominando o céu! Esse é o pano de fundo do jogo.

Aqui, assumimos o papel de um aventureiro isolado ou em equipe, que pode ter até quatro jogadores, num mundo chamado Ashenfall, onde a sobrevivência, o crafting, a construção e o combate se misturam. Com isso, muito do que era visto no jogo mais antigo, estará presente aqui. Iremos recolher madeira, escavar minérios, caçar monstros e tudo mais que um survival RPG pede. Mas será que a ideia está funcionando? Isso e muito mais será abordado nesta preview!

A narrativa

Em RuneScape: Dragonwilds, a narrativa é básica, mas interessante. Nela, dragões ancestrais despertaram no continente esquecido de Ashenfall, trazendo caos e destruição. Para enfrentar essa ameaça, precisaremos nos virar, coletando recursos, aprimorando diversas habilidades, além de explorar diferentes regiões cheias de segredos. O grande objetivo é derrotar a temida Rainha Dragão, solo ou em modo cooperativo com até quatro pessoas.

Num gênero já bem saturado, RuneScape: Dragonwilds tenta encontrar seu lugar à parte. Ele lembra muito games como Valheim ou Enshrouded no esqueleto de gameplay, mas injeta o DNA do universo RuneScape, que tem seu diferencial: as magias de runa, o humor típico da Jagex, o cenário de fantasia com monstros clássicos. Com isso, a experiência do jogo não apresenta nada de muito novo, mas é divertida e leve, sem muito estresse. Assim, o jogo conta com um sabor próprio, mesmo que a estrutura básica seja bem clichê.

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Uma aventura mágica te espera em Ashenfall! (Imagem: Divulgação)

O mundo de Ashenfall

O cenário de Ashenfall é bem agradável, apresentando diversos biomas: colinas verdes, pântanos enevoados, regiões rochosas, rios, árvores gigantes. A verticalidade aparece constantemente, algo que nos permite escalar, saltar, explorar, tudo em meio a um cenário que alterna constantemente entre momentos de calmaria e tensão.

Visualmente, embora ainda em acesso antecipado, ele entrega um visual bem bonito e bastante competente. Fiquei com a sensação de que a Unreal Engine 5 está sendo muito bem utilizada, para dar frescor ao universo de RuneScape. Mas, convenhamos, a ambientação ajuda bastante: os dragões planando, o som, o cenário danificado, o misticismo das ruínas, tudo isso monta um clima que vale a pena ser vivido.

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Os mapas são bem feitos e os inimigos contam com diferentes níveis de dificuldade. (Imagem: Divulgação)

Vamos falar de jogabilidade

O início em RuneScape: Dragonwilds não foge à regra: vamos sendo guiados por um tutorial funcional, reunindo recursos, melhorando ferramentas, construindo o primeiro abrigo, e por aí vai. Mas Dragonwilds dá uma guinada ao vincular tudo isso a um sistema de runas: elas alimentam feitiços que facilitam a coleta, a construção e o combate. Por exemplo, cortar madeira não é mais só “clicar no machado”; você pode conjurar o machado, ativar uma técnica, cortar várias árvores, tudo graças a magia rúnica.

Já na construção de casas, o jogo tem seu brilho. O sistema nos dá uma liberdade interessante: menus claros, manuseio de peças bem implementado, bons feedbacks visuais. Com isso, o prazer de erguer algo seu, vem com satisfação. Além disso, é possível ir desbloqueando itens de decoração, planos, aparência, enfim: conforme avançamos, a base vai ficando mais personalizada.

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Construir no jogo chega a ser divertido, acredite! (Imagem: Divulgação)

Por fim, falemos do combate. A cada batalha, temos um pouco de diversão, sobretudo quando adentramos sozinhos em uma masmorra. O mundo de RuneScape: Dragonwilds não é pacífico; há perigo constante e por todos os cantos. As habilidades são bem estruturadas e auxiliam bastante a lutar contra os inimigos, permitindo o uso de diferentes armas. Neste caso, não tem muito segredo. Para quem curte sobrevivência e ação, há algo de empolgante em RuneScape: Dragonwilds, ainda que seja um jogo leve e pouco estressante.

Jogar sozinho ou acompanhado?

RuneScape: Dragonwilds nos permite jogar sozinho ou com até 4 jogadores. Isso é bom e ruim: bom porque se você curte jogar solo está coberto; porém, como todo bom jogo de ação e aventura, a experiência é infinitamente melhor se compartilhada, dando uma carga extra ao papel de cada um dos personagens. Além disso, traz uma mudança na perspectiva do jogo, transformando os combates e exploração em algo mais fluido se feito em grupo.

Portanto, uma sugestão que dou para todos que estão querendo jogar, é a de reunir pelo menos quatro pessoas para a experiência ficar completa. Não que o jogo seja ruim de ser jogado sozinho, mas ele perde um bocado da sua essência. Se RuneScape: Dragonwilds tivesse servidores como MMORPGs, talvez a coisa ficasse ainda melhor.

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A experiência em RuneScape: Dragonwilds é bem melhor com amigos. (Imagem: Divulgação)

O que esperar de RuneScape: Dragonwilds?

De uma maneira geral, RuneScape: Dragonwilds não entrega uma grande novidade no mundo dos jogos, mas é, sim, um jogo que vale a pena considerar, especialmente se você curte a mescla de sobrevivência, construção, fantasia e um pouco de magia. Assim, RuneScape entrega aquilo que se propõe e o faz com charme. Claro, não é “o melhor jogo de todos os tempos”, mas ele se posiciona bem no que quer fazer, sendo simples e agradável. Para quem tem paciência com Acesso Antecipado, gosta de evoluir, tem amigos para jogar junto, ou está disposto a encarar a aventura sozinho, temos aqui um bom jogo para passar o tempo.

Seus gráficos são agradáveis, os sistemas extremamente práticos de serem aprendidos… tudo aqui é fácil e sem muita burocracia e, nem por isso, tira a dificuldade dos combates ou das diversas masmorras. Melhor ainda: o jogo é legendado em português brasileiro, facilitando bastante para os jogadores e jogadoras.

Em resumo, RuneScape: Dragonwilds dá conta do recado e deve melhorar um bocado ao longo do Acesso Antecipado. Ele pega uma fórmula conhecida, adiciona sua identidade e entrega uma experiência que, mesmo com imperfeições, diverte. A construção é prazerosa, o mundo chama para explorar, o combate empolga, e o risco dos dragões pairando por cima dá aquela tensão que falta em muitos jogos de sobrevivência. Particularmente, gostei da leveza e da simplicidade do jogo, e estou bem animado para ver como ele vai se desenvolver com o tempo.

*Review elaborada em um PC, equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Jagex.

Álvaro Saluan

Completamente apaixonado por videogames, escreve e pesquisa sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte. Vai dos jogos de esporte aos RPGs tranquilamente, admirando cada experiência. Seu maior ídolo dos jogos é Hideo Kojima.