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Sky Oceans: Wings for Hire | Review

Sky Oceans: Wings for Hire é um JRPG de combate em turnos, focado nas explorações e piratarias dos ares, desenvolvido pela Octeto Studios e publicado pela PQube. Nele, somos colocados para acompanhar a jornada de Glenn, um carinha que se vê em um aventura daquelas, sendo perseguido por exércitos de moral duvidosa, construindo uma tripulação cabulosa e se tornando uma lenda dos ares. Mais um dia qualquer, não é mesmo?

E aí, será que vale a pena acompanhar esse rolê? É o que veremos agora, em mais uma análise do Pizza Fria!

Mais planando do que voando

Era uma vez, leitores e leitoras do verão, um console muito charmoso e maravilhoso Dreamcast. Ah, como tenho boas memórias daquela pequena caixa branca, seu controle de formato curioso e seu memory card nada convencional. Ou de seus jogos famosos como Phantasy Star Online, a primeira versão de Resident Evil: Code Veronica e, não podemos esquecer, Skies of Arcadia. Que jogo, minha gente.

Lembro que ele, de fato, criou em mim aquela admiração pelos piratas dos céus. Muito mais, inclusive, que aquela galerinha de Final Fantasy XII. De fato, a ideia de ser o Jack Sparrow dos ares realmente era algo intoxicante, e não havia modos de meu jovem coração não se apaixonar perdidamente. Digo isto porque, além de querer fofocar com vocês, foi parte desse amor que me fez ter vontade de jogar nosso querido do dia: Sky Oceans: Wings for Hire.

Ainda que não tenha exatamente a mesma vibe, Sky Oceans: Wings for Hire ainda nos convida com suas doces palavras sobre um céu de nuvens, a possibilidade de explorar ilhas que planam no ar e tudo que envolve isso e se tornar um marujo fora do mar. Além disso, os visuais de desenho animado e a proposta de se focar em batalhas aéreas serviu, e muito, para me fisgar. Mas, será que toda essa promessa se tornou realidade? Venham comigo, e veremos.

Sky Oceans: Wings for Hire
O céu aberto. (Imagem: Divulgação)

História

Sky Oceans: Wings for Hire acompanha a vida de Glenn, um carinha que vive em uma vila chamada Blossom. Filho de um explorador renomado, que desapareceu faz um tempo, nosso chegado acaba de se tornar um piloto oficial. Com carteirinha e tudo! Contudo, um ataque tenebroso da Aliança acaba fazendo com que o rapaz precise fugir de seu lar, se perca de sua mãe e, de um jeito ou de outro, acabe caindo de cabeça em uma aventura que nunca esperava, mas no fundo até queria viver. Durante o percurso, Glenn fará uma boa quantidade de amigos que se entrarão ao seu grupo que, pouco a pouco, vai se tornando um dos mais famosos de todo o océuano.

Ainda que o começo seja bem padrão, como nos JRPGs das antigas que o título parece se inspirar, até que achei a narrativa bem legalzinha, com personagens divertidos e algumas situações tensas misturadas no meio. Ainda que não seja nada extremamente envolvente, o jogo faz mais do que o suficiente para prender nossa atenção durante sua duração.

A maior parte de nossas interações com outras pessoas em Sky Oceans: Wings for Hire se dá nos momentos em que Glenn está em terra, falando com outros personagens, pegando missões secundárias ou primárias e, eventualmente, recrutando aliados. Esses momentos são bons para quebrar um pouco a monotonia, mas os objetivos em terra geralmente não passam de andar de lá para cá falando com todo mundo.

Sky Oceans: Wings for Hire
Conhecendo o pessoal. (Imagem: Divulgação)

Gameplay

A jogabilidade de Sky Oceans: Wings for Hire pode ser dividida, praticamente, nos momentos em que estamos na terra e naqueles que estamos no céu. No primeiro, como falei, fazemos os serviços mais protocolares da vida de um pirata dos céus, como conseguir missões, comprar coisas e arrumar o que precisamos para tornar nossos pilotos e suas aeronaves mais fortes.

A segunda, muito mais divulgada e interessante, envolve usar diversos tipos de aeronaves para explorar o mar de nuvens que envolve as diversas ilhas que, como os assalariados que somos, precisamos andar para resolver a vida. Os cenários possuem tamanhos variados, de acordo com nossos objetivos na região, e costumam estar cheios de monstros, recursos e baús de tesouro.

Para poder andar (ou voar?) por esses cantos, Sky Oceans: Wings for Hire faz uso de controles de simulação. Neles, podemos controlar a altitude de nossa aeronave, os modos de velocidade e, ainda, usar a habilidade especial de cada piloto. Explodir coisas, rastrear inimigos e tesouros, e por aí vai. Isso, em tese, seria super legal. Mas, infelizmente, não é nem perto disso.

Tanto em terra quanto, especialmente, no ar, controlar qualquer coisa é bem complicado. A câmera do jogo não se comporta bem, fazendo qualquer movimento mais refinado ser consideravelmente mais difícil do que deveria. No ar é pior, novamente, por conta das complexidades adicionadas. Por vezes vi meu piloto principal ficar sem vida porque eu fiquei batendo nas paredes tentando me aproximar de um tesouro, ou ter um inimigo me emboscando porque demorei demais para me virar e atirar para ter vantagem no início da luta.

Sky Oceans: Wings for Hire
Poderia ter sido tão melhor. (Imagem: Divulgação)

Outro aspecto de Sky Oceans: Wings for Hire que ficou melhor na teoria foi o combate. De maneira geral, temos lutas em que nossas aeronaves se encontram com as dos inimigos, com cada um tomando sua ação de acordo com o turno designado e com os inimigos apontando em quem irão bater naquela rodada. Podemos atacar, evadir recuperando um pouco de pontos de magia, utilizar itens e algumas habilidades especiais. Essas, contudo, geralmente, são muito bombásticas. Geralmente se resumem em curas, efeitos elementais ou melhorias.

Além disso, os combates são muito demorados e enfadonhos. Cada animação de ataque é muito demorada e, embora divertidas nas primeiras vezes, rapidamente se tornam repetitivas e frustrantes. Agora, imagine isso para uma infinidade de lutas que precisamos encarar para as missões principais e secundárias do jogo? Realmente, acaba se tornando algo muito cansativo.

Por fim, encontrei uma série de bugs em meu tempo com Sky Oceans: Wings for Hire. O jogo fechou sozinho algumas vezes, a interface gráfica ficou encavalada -impossibilitando a visualização de menus- os ícones de seleção de comandos em combate sumiam ou mudavam de ordem, coisas apareciam do vazio durante as explorações, entre outras miudezas que vão azedando a experiência.

Sky Oceans: Wings for Hire
Bonito, mas cansativo. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Um dos pontos mais fortes de Sky Oceans: Wings for Hire está em seu departamento audiovisual, principalmente no design de personagens e de alguns dos cenários. Tudo é muito colorido, lembra um desenho animado e realmente salta aos olhos. Contudo, os modelos e suas expressões são exagerados e um pouco estranhos, fazendo com que muitas cenas que deveriam ser mais carregadas de emoção acabem se tornando cômicas.

A trilha sonora já é mais acertada, com músicas que lembram muito o que víamos nos clássicos da década de noventa e alguns dos jogos mais queridos para a galera que jogava naqueles tempos. Gostei de tudo que ouvi, e acho que casou bem com a proposta do título. Contudo, ficamos novamente no azar de não haver nada legendado em português.

Sky Oceans: Wings for Hire
O jogo tem uma estética legal. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Sky Oceans: Wings for Hire?

Devo dizer, leitores e leitoras desse site fantástico, que entre com certa expectativa quando liguei Sky Oceans: Wings for Hire pela primeira vez. Seja pelo visual ou pela declaração de que os piratas dos céus estavam de volta, eu esperava algo mais épico, bem construído e com menos bugs. Contudo, acabei me deparando com um produto final que deixa a desejar em diversos pontos. O potencial estava ali, mas não foi realizado.

Apesar do game ser bonito e da premissa ser legal, além da ideia de exploração dos ares e de sermos chefes da nossa própria tripulação, o marasmo de diversos momentos do jogo, os bugs, as dificuldades de controle e a repetitividade do combate -além de sua lentidão e simplicidade- acabam fazendo com que o título seja bem menos agradável do que deveria, e poderia, ser.

Sky Oceans: Wings for Hire tem potencial, e certamente irá agradar aqueles que curtem sua estética e premissa. Contanto que estejamos dispostos a relevar esses pontos que levantei, ainda é válido dizer que a aventura de Glenn e companhia possui seus méritos. Contudo, os pontos negativos, para mim, acabaram pesando demais na balança, deixando uma experiência que poderia ter atingido as nuvens apenas planando um pouco acima do chão.

Sky Oceans: Wings for Hire foi lançado no dia 10 de outubro para PC, via Steam, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Nintendo Switch.

*Review elaborada no Nintendo Switch com código fornecido pela PQube.

Sky Oceans: Wings for Hire

BRL 103,90
7

História

7.0/10

Gameplay

6.0/10

Gráficos e Sons

8.0/10

Extras

7.0/10

Prós

  • Trama é divertida, com personagens legais para conhecer
  • O jogo possui uma premissa interessante
  • O departamento audiovisual agrada

Contras

  • Bugs recorrentes e problemas com a interface
  • A câmera é bem problemática
  • O combate se torna repetitivo e cansativo muito rápido
  • Controlar as aeronaves, que deveria ser um ponto alto, é bem frustrante
  • Sem legendas em português

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.

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