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Story of Seasons: A Wonderful Life | Review

Story of Seasons: A Wonderful Life é um jogo de simulador de vida rural, carinhosamente conhecido por muitos como jogos de fazendinha, desenvolvido pela Marvelous Inc. e publicado pela XSEED Games. Servindo como um remake/expansão de um clássico da era do Game Cube/PS2, chamado Harvest Moon: A Wonderful Life, o título promete agradar tanto os fãs da velha guarda quanto os marinheiros de primeira viagem.

E aí, será que essa roça vale no suado dinheirinho? É o que veremos agora, em mais uma análise rural do Pizza Fria!

O ciclo da vida (no campo)

Sejam bem vindos e bem vindas, leitores e leitoras, ao meu cantinho virtual da natureza digital. Parando para pensar, isso quase poderia ter sido utilizado no parágrafo de abertura de minha review de Digimon World: Next Order, não é mesmo? Oras pois, não importa. O foco de nosso papo de hoje é um adorável joguinho, excelente para melhorar os humores após a tensão de Layers of Fear, chamado Story of Seasons: A Wonderful Life.

Seguindo a tendência deste ano, no qual quase tudo que aparece é remaster ou remake de um hit do passado, nossa bola da vez é uma repaginação de um clássico do gênero, lançado para a sexta geração de consoles, chamado Harvest Moon: A Wonderful Life. Por quê ambos não possuem o mesmo nome? Boa pergunta, leitora. Uma rápida pesquisa me levou a uma história demasiadamente corporativa envolvendo patentes, mas o importante de verdade é que Story of Seasons se tornou o nome da franquia atual. Pelo que compreendi, ao menos.

Story of Seasons: A Wonderful Life serve tanto como um lembrete afetuoso de como trabalhávamos nos campos de batata virtuais em meados de 2003, data do lançamento original do título (vinte anos atrás, meu Deus), quanto uma boa oportunidade de reviver a velha magia com alguns confortos da vida moderna, como jogar de pijama na cama enquanto ouvimos o ronco de nosso cachorro de estimação tão querido. Pequenas alegrias do Switch, não é mesmo?

STORY OF SEASONS: A Wonderful Life
Tomates pavimentam o caminho da riqueza. (Imagem: Divulgação)

A trama de Story of Seasons: A Wonderful Life é uma fofura só, ainda que leve um tempinho para poder engatar. Começamos, como todos os jogos do estilo parecem começar, chegando em uma fazendinha após a perda de um ente querido. Logo, somos apresentados rapidamente ao vai e vem da vida de um produtor rural e para as pessoas que vivem em Forgotten Valley, o pedacinho de céu no qual viveremos a partir de agora.

Dado esse pontapé inicial, seguimos estreitando nossos laços com as pessoas da comunidade (através de suborno com presentes) e consolidando nosso império rural enquanto vemos os anos passarem e tudo evoluir. Nos casamos, constituímos família, e, assim como o vale, vamos avançando com os tempos. Esse é um dos pontos fortes do título, em minha opinião, desde sua primeira versão. Realmente temos a impressão de que a vila em que estamos é viva, e que evolui constantemente.

As estações em Story of Seasons: A Wonderful Life são bem curtinhas, de dez dias com cerca de vinte minutos, o que facilita na hora de avançar a história. Isso é bom e ruim, visto que muitas melhorias que poderiam tornar a gameplay mais dinâmica estão presas ao dia e ao ano em que estamos. Nada que quebre a roda da carroça, no entanto.

Por fim, os personagens com os quais interagimos são até bem interessantes, ainda que nem todos sejam lá muito carismáticos. Assim como no restante do jogo, a caracterização deles leva certo tempo até engatar e se tornar realmente engajante, mas quando consegue não deixa de ser agradável. A partir disso, acompanhar a vida das pessoas de Forgotten Valley passa a se tornar muito mais divertido.

A jogabilidade de Story of Seasons: A Wonderful Life, assim como todos os jogos de fazendinha que valham o investimento, revolve em torno de cuidar de nossa roça, de nossos animais e de crescer nossa fazendinha. Tudo isso enquanto fazemos amigos e nos casamos. Essa parte não mudou muito em comparação ao original, para o bem e para o mal.

O jogo é bem simples nesse quesito, carecendo de certas mecânicas e novidades que seus concorrentes mais novos possuem. Por exemplo, nas primeiras estações e anos, estaremos relegados à semear nossa terra, regar nossas plantas, ordenhar nossas vacas, pescar e cavar buracos em uma escavação em busca de tesouros (rentável, porém extremamente enfadonho). Nada disso é chato, por si só, e rapidez dos dias e de nossas ações garante que tenhamos bastante tempo para fazer tudo o que quisermos. Contudo, tal qual no andamento da trama, acho que o título demora um pouco para engatar.

Mas, quando engata de fato, Story of Seasons: A Wonderful Life voa. Temos filhos, nossa fazenda cresce, podemos ter ainda mais animais, cozinhar o que quisermos, e aí o jogo desabrocha. Inclusive, podemos começar a notar mais nitidamente as melhorias em relação ao original, como novas plantações, facilidades para colocar animais para dentro ou fora de suas casinhas, mais receitas, requisições de moradores da vila para fazer, enfim. Mais do que aqueles que jogaram antes de novos tiveram, isso é certo.

Sob essa ótica, Story of Seasons: A Wonderful Life fica sendo um olhar ao passado através de óculos super maneiros do futuro, cara, com neon e outras modernidades. A jogabilidade se sustenta bem, embora ache que poderiam adicionar alguns outros sistemas mais comuns ao gênero que faltam aqui. Mas, novamente, nada que tire o mérito da coisa toda.

Sons e Visuais

Story of Seasons: A Wonderful Life é um jogo charmoso, ainda que não seja espetacularmente inovador no aspecto visual. Contudo, as mudanças e atualizações feitas ao se comparar com o original foram providenciais, ajudando a trazê-lo para a nova era com estilo. Uma coisa que me incomodou, entretanto, é que os personagens que compõe Forgotten Valley não são lá muito carismáticos, nem memoráveis. Salvo um ou outro, todos são bem sem sal. Por outro lado, ao menos, todos são fofíssimos, com expressões faciais simplesmente adoráveis. Os sorrisos, principalmente, derretem o coração.

A parte audiovisual é boa, com músicas esperadas para esse tipo de jogo e bem relaxantes e divertidas. Contudo, por algum motivo, meu jogo não contava com nenhuma trilha sonora por boa parte da duração, a não ser em eventos ou menus. Pode ter sido alguma coisa do meu lado mas, se não for, é um ponto que atrapalha a experiência.

Vale a pena comprar Story of Seasons: A Wonderful Life?

Alguns pontos antes de batermos o martelo para Story of Seasons: A Wonderful Life, campesinos e campesinas do meu coração. O título ainda trouxe mais algumas inovações, como mais eventos com os moradores do vale e festivais mais elaborados, que também ajudam a dar uma engrossada no caldo. Ainda que não tenha me delongado muito nisso, é um ponto digno de nota.

Resumindo o que vimos, Story of Seasons: A Wonderful Life é um título que consegue atualizar muito bem o original de 2003, com mais mecânicas e agrados, mantendo a essência que o tornava tão amado e singular. A trama é boa, e ver a vida de nosso boneco passando, e tudo evoluindo, segue sendo um amor. Por outro lado, o título é, em se tratando de mecânicas, bem mais simples que outros do mercado, além de demorar a pegar no tranco e contar com alguns personagens sem sal.

Mas, ao fim e ao cabo, não poderia em boa consciência deixar de recomendar Story of Seasons: A Wonderful Life. O jogo é cheio de charme, com uma história gostosa de acompanhar e fofuras para dar e vender. Sua simplicidade, de certa forma, até pode servir como um positivo. Por exemplo, ele seria uma boa porta de entrada para aqueles que nunca jogaram nada do tipo. E é isso, caros leitores e leitoras. Agora, peguemos nossas enxadas e regadores. O campo nos espera!

Story of Seasons: A Wonderful Life será lançado para PC, via Steam, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Nintendo Switch no dia 27 de junho.

*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela XSEED Games.

Story of Seasons: A Wonderful Life

R$ 179,99
8.3

História

9.0/10

Jogabilidade

8.0/10

Sons e Visuais

7.0/10

Extras

9.0/10

Prós

  • A trama é fofa e envolvente
  • Envelhecer e crescer com o vale é fascinante
  • Atualiza o original sem perder a essência
  • Boa porta de entrada para o gênero
  • Alguns personagens são fofos demais

Contras

  • Carece de algumas mecânicas básicas que vemos em outros do gênero
  • Demora muito para engatar de verdade
  • Alguns personagens não tem carisma algum
  • Sem localização em PT-BR

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.