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SWORD ART ONLINE Fractured Daydream | Review

15 de dezembro de 2024 Matheus Jenevain Bandai Namco, Nintendo Switch, PC, PlayStation 5, Steam, SWORD ART ONLINE Fractured Daydream, Xbox Series X|S

SWORD ART ONLINE Fractured Daydream é um JRPG de ação, com um bom foco em modos online, desenvolvido pela Dimps Corporation e publicado pela Bandai Namco Entertainment. Nele, acompanhamos mais uma aventura totalmente segura, e nem um pouco fatal, de Kirito e seus amigos em um mundo virtual. Pois é, aparentemente os perigos sofridos no passado não diminuíram em nada o vício de nosso chegado nos bons e velhos MMORPGs. Quem nunca, não é mesmo?

Mas, e aí, será que vale a pena acompanhar essa parada? É o que saberemos agora, em mais uma amável review do Pizza Fria!

Mais uma pane no sistema

MMORPGs, leitores e leitoras de meus olhos. Quem nunca perdeu horas e mais horas matando os mesmos tipos de monstros, conversando com os mesmos NPCs, andando de um lado para o outro entregando tranqueiras para as pessoas, enfrentando perigos inimagináveis e colocando nosso pescoço na reta pela ínfima chance de ganhar uma brusinha maneira. Ah, não existe sensação melhor no mundo.

E vocês, em qual mundinho virtual gostariam de entrar? WoW, sendo mais tradicionais? Ou Final Fantasy XIV, se quiser viver a vida de glamour e roupinhas sofisticadas? Ou ainda, quem sabe, Tibia. Esse, de fato, é apenas para os mais ousados entre nós. Bom, eu até conheço um cara que conseguiu realizar esse sonho. E também, por acaso, é um dos protagonistas de nosso jogo de hoje: SWORD ART ONLINE Fractured Daydream.

Admito que conheço cumpadi Kirito de outros verões, desde quando saiu a primeira temporada do anime. Ainda que não tenha visto todas que saíram, nem lido a light novel original, até que tive muito contato com os jogos da série. Inclusive, o primeiro que tive o prazer de apreciar foi Re: Hollow Fragment lançado no PS Vita faz uns dez anos. Mas, chega de enrolações leitores e leitoras! Vamos ao que realmente interessa.

História

SWORD ART ONLINE Fractured Daydream gira em torno de uma confusão cyber temporal causada por uma nova funcionalidade do ALfheim Online, chamada Galaxia, que permite aos jogadores reviverem aventuras que já completaram. O que deveria ser uma boa adição de new game plus, no entanto, acaba dando uma bugada sinistra e fazendo com que vários jogadores perdessem a memória, tivessem as suas alteradas e, de uma forma ou de outra, fossem jogados em lugares aleatórios do tempo e espaço dentro da cronologia de Sword Art Online. Sério, será que ninguém testa esses troços antes de colocar nos servidores oficiais? Que amadorismo!

Agora, Kirito e seus amigos precisarão se unir novamente, junto de novas caras e alguns antigos inimigos, para tentar resolver essa parada, mandar cada um para seu devido lugar e, com sorte, conseguir voltar ao farm nosso de todo dia. A narrativa é uma das partes mais legais do game, em minha opinião, e realmente me fez sentir como se estivesse assistindo um novo arco do anime ou, até, um OVA.

Inclusive, eu diria que isso faz SWORD ART ONLINE Fractured Daydream ser um excelente ponto de entrada para a franquia. Todo esse rolo de memórias perdidas e fabricadas faz com que o título possa brincar muito com as convenções e com os acontecimentos canônicos da franquia, reentroduzindo certos personagens ao mesmo tempo em que desenvolve seus relacionamentos e apresenta um pouco mais sobre como se conheceram e a jornada que tiveram até ali. Devo elogiar muito, também, a tradução do jogo. Ficou muito bem feita e divertida, cheio de piadas e referências que a gente conhece e aprecia.

Jogabilidade

SWORD ART ONLINE Fractured Daydream é, em sua essência, um JRPG de ação focado em missões curtas com objetivos definidos. Em boa medida, ele lembra um pouco o que vimos no adorável Granblue Fantasy Relink. De uma maneira bem resumida, encaramos diversos monstros em mapas de tamanho médio, enquanto ganhamos experiência, liberamos novos bonecos e coletamos itens para nos deixar cada vez mais poderosos.

O combate do jogo é bem simples, mas funciona que é uma beleza. Cada um dos 21 personagens possui seu próprio conjunto de habilidades e poderes, além de uma classe que define qual papel eles realizam melhor. Tanques, dano e por aí vai. Alguns batem de perto, outros e longe, uns voam, outros lançam magia e por aí vai. A variedade é bom, e saber qual boneco usar, como cada habilidade funciona e como cada um funciona dentro de um grupo é tão legal de aprender quanto essencial para ir longe.

Por exemplo, o bom e velho Kirito usa suas duas espadas para sair cortando e dilacerando pelo campo. Precisamos ser espertos para desviar, no entanto, porque ele não tem tanta vida assim. Leafa, por sua vez, pode voar curtas distâncias e curar. Shion dá tiros, mas é preciso posicionar muito bem para acertar o alvo da maneira correta. Agil é mais lento, mas tanka que é uma beleza. E por aí vai.

As missões de SWORD ART ONLINE Fractured Daydream não possuem lá muita variação, seja online ou singleplayer, e geralmente amontam em ir de um ponto até o outro arrebentando tudo, realizando um ou outro objetivo secundário e, no final, detonando um chefão. Contudo, a boa variedade de personagens e as diferentes formas de usar cada um ajudam para que esse formato pouco açucarado tenha uma boa vida útil.

Um outro grande foco de SWORD ART ONLINE Fractured Daydream é seu componente online que, no fim das contas, é onde passaremos boa parte de nosso tempo. Ainda que o modo história seja legal, ele serve mais como uma introdução aos personagens, como forma de liberar mais alguns novos e um meio do jogador conseguir pegar a manha das coisas. Os desafios de verdade, contudo, estão neste modo aqui. Primeiro, pois é nele que enfrentamos os monstros mais fortes com as maiores recompensas. Segundo, porque precisamos jogar com outras pessoas. Tenebroso!

Temos três variedades para experimentar. A primeira, de mundo semi aberto no qual corremos por aí fazendo missões e explorando com outros jogadores. O segundo, e meu preferido, consiste em duas missões simples seguidas de um chefão para até vinte jogadores. A última, chamada raid, serve como desafios contra chefões. Além de dar bons equipamentos, esse modo permite subir nosso nível de jogador, de personagens, de um esquema parecido com passes de batalha de jogos free to play e, até, ganhar algumas moedas que podem ser trocadas por cosméticos e coisas parecidas.

Esse, contudo, é um ponto que me desagradou um pouco no jogo. SWORD ART ONLINE Fractured Daydream chegou com um preço considerável para nós, e ainda assim coloca uma boa quantidade de conteúdo opcional através de um sistema premium. Entendo que seja o modelo de negócios, mas acredito que uma maneira orgânica de se liberar tudo cairia um pouco melhor. Da forma que é, creio que pesaram um pouco a mão.

Resumindo esse lance todo, temos um sistema de combate divertido com uma boa quantidade de personagens selecionáveis, além de uma série de missões tanto online quanto solo para aproveitarmos. Contudo, conseguir os melhores equipamentos ou roupinhas irá exigir um bom investimento de tempo. Se farmar itens for sua praia, com certeza irá ficar bem satisfeito.

Sons e Visuais

SWORD ART ONLINE Fractured Daydream tem visuais legais, com modelos bem animados e que parecem bastante com o que vimos nos animes e mangás da série. Curti o design geral, e acho que conseguiu capturar muito bem aquele feeling de MMO que a franquia tem. Contudo, acho que as fases são muito pequenas e repetidas, o que tira um pouco da graça da coisa.

A trilha sonora também me agradou, cheia de vozes dos animes dubladas com primor (em japonês) e efeitos de batalha que fazem realmente parecer que o bicho está pegando. Além disso, as músicas caem muito dentro do que estamos acostumados a ouvir no anime.

Vale a pena comprar SWORD ART ONLINE Fractured Daydream?

Devo dizer, minha gente, que SWORD ART ONLINE Fractured Daydream foi uma experiência de altos e baixos para mim. Eu curti bastante a ideia principal do jogo, tanto por mostrar uma trama original que agrada veteranos, ao mesmo tempo que apresenta o universo aos novatos, quanto pelo combate simples e divertido. Além disso, a tradução ficou um mimo e o jogo consegue nos distrair bem com tudo que tem para oferecer.

Contudo, acho que a natureza repetitiva da coisa, muito incentivada pelo modelo de monetização que utilizaram, pode fazer com que a experiência fique um pouco arrastada em alguns momentos. Fato esse que, ainda, não é ajudado nem um pouco pelos cenários repetitivos e curtos. Por fim, algumas microtransações poderiam facilmente ser recompensas simples de missões.

Mas, tudo em tudo considerado, ainda acho que esse foi um dos melhores jogos de SAO que joguei recentemente. Ainda que SWORD ART ONLINE Fractured Daydream tenha seus deslizes, acredito que ele poderá agradar os fãs do gênero que procurem algo despretensioso para passar o tempo, ao mesmo tempo que fornece uma nova aventurapara os fãs da franquia acompanharem.

SWORD ART ONLINE Fractured Daydream foi lançado em outubro deste ano para PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC, via Steam.

*Review elaborada no PlayStation 5, com código fornecido pela Bandai Namco.