Tennis World Tour 2 | Review
Desde criança, sempre achei divertida a ideia de jogar tênis virtualmente. Majoritariamente, os jogos sempre apresentaram uma pegada mais voltada para o arcade mas, ao mesmo tempo, traziam uma jogabilidade que não fugisse tanto do que podemos observar nos esportes reais. E em Tennis World Tour 2, título da Nacon e da Big Ant Studios que será lançado no dia 24 de setembro para PC, via Steam, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch, a premissa parece ser a mesma. No entanto, o que era pra ser divertido se tornou uma experiência demasiadamente frustrante, mesmo que com algumas coisinhas legais.
Começando pelo básico
Logo ao abrir Tennis World Tour 2 pela primeira vez, tal como em qualquer outro jogo de esportes, me senti no direito de ir diretamente para uma partida de exibição, só para sentir o que me esperava. Pois bem, logo de início, já me surpreendi pelo fato de que estavam disponíveis grandes nomes masculinos e femininos do tênis mundial como Rafael Nadal, Ash Barty, Roger Federer e Garbine Muguruza, em um elenco de 38 atletas. No entanto, um grande nome me chamou a atenção: Gustavo Kuerten, nosso eterno Guga, é um tenista jogável e até que está bem representado virtualmente. Porém, outras coisas já não me agradaram.
Mesmo sabendo que o jogo tem a ideia de ser mais um arcade do que uma simulação (embora a dificuldade de controle seja o pior problema, algo que falarei mais adiante), o título propõe que cada jogador construa um deck extremamente colorido de cartas com boosts para determinadas jogadas, algo que particularmente não me agrada tanto, sendo mais um aspecto a ser gerido ao longo dos games e sets. Mas esse aspecto totalmente feito para o lado arcade do game não é o maior problema. Inclusive, pode agradar a alguns jogadores.
Jogabilidade complicada
Diferentemente de todos os jogos de tênis que pude jogar em vida (enfatizando AO Tennis 2, último jogo analisado aqui), Tennis World Tour 2 não é um jogo em que você simplesmente pega o controle e sai jogando. Ele é bem mais complexo, e não vejo isso como um ponto positivo. Para isso, acabei indo para o tutorial, chamado Academia de Tênis, buscando algum conhecimento sobre o que fazer em quadra. Chegando lá, foi possível aprender mais detalhes sobre os botões, qual que faz jogadas slice, remates fortes, e etc., tendo que acertar determinados espaços marcados em quadra. Até aí tudo bem.
Porém, o que me incomodou foi o fato de ser extremamente árdua a tarefa de acertar o maldito timing da batida na bolinha durante as partidas, algo que, pasme, o tutorial não ensina tão bem. Sendo assim, caso você não tenha tanto tempo para jogar, a experiência em jogo é ainda mais frustrante, pois ao que tudo indica, sua curva de aprendizado é lenta e variável.
E como não sou um especialista no esporte, mesmo sabendo o básico dos lances em que, por exemplo, uma deixadinha pode quebrar a coluna do rival, a coisa ainda ficou difícil. A movimentação dos atletas é um tanto quanto travada e isso foi me deixando cada vez mais decepcionado. Quando eu imaginava que dominaria as quadras, um ace vinha e derrubava toda a minha vontade de seguir. Mas persisti… e não deu certo.
O modo carreira
Mesmo com toda a preocupação em tentar compreender novamente o tutorial, quase que como um pedido de socorro, a jogabilidade no nível normal me massacrava. Respirei fundo, contei até 10 e decidi dar uma chance para o modo Carreira, que talvez seja o ponto mais interessante do título. Logo de início, pude utilizar das básicas opções para customizar meu jogador, escolhendo altura, face, tipo de saque, raquete e roupas. Após fazer tudo isso, mesmo que com opções limitadas, algo que não chega a ser um problema, parti para a minha tour.
Entre exibições, treinamentos e torneios, seguia o meu calvário ao tentar dominar as mecânicas de Tennis World Tour 2, mas ainda persistia a dificuldade de movimentação em quadra, o timing das jogadas e, pra piorar, o jogo caía absurdamente de rendimento em algumas quadras, algo que não havia acontecido em outros momentos de jogatina. Porém, retornando ao assunto do tópico, esse modo foi claramente bem construído, trazendo a possibilidade customização ao longo da carreira, dados e tudo mais. Mas, a jogabilidade segue sendo um problema que bloqueia qualquer hipótese de êxito do título.
Gráficos, sons e imersão
Contando com gráficos interessantes, mas ainda muito simplistas para a atual geração, Tennis World Tour 2 nesse quesito entrega um material consistente, embora as animações sejam repetitivas. O áudio é básico e auxilia positivamente na imersão das quadras, com os juízes de linha gritando “Out!” toda vez que a bola sai, o narrador contando os pontos e a torcida aplaudindo após a conclusão de cada rally.
Somando isso aos detalhes da torcida e das quadras, que são simples, mas bem representadas, o jogo entrega uma boa experiência imersiva, sendo bem semelhante ao que podemos ver nas quadras da vida real. Aqui, acho que tanto a questão física e gráfica poderia sim ser melhorada, mas esse tipo de detalhe não necessariamente é o principal ao se analisar um jogo de tênis, convenhamos. No entanto, ainda assim poderiam ser mais bem feitos, sobretudo em um jogo lançado em 2020. Contudo, diante do que foi apresentado aqui, esse é o menor dos problemas…
Vale a pena comprar Tennis World Tour 2?
Honestamente, Tennis World Tour 2 pode até ter tido algumas melhorias ao ser comparado com seu antecessor. No entanto, ainda peca muito para ser o jogo favorito dos fãs do esporte. O jogo necessita urgentemente de uma remodelação total da jogabilidade para se tornar algo próximo do razoável. No restante, o jogo entrega um interessante modo Carreira, tutoriais básicos e uma experiência imersiva boa, embora graficamente limitada. Aos fãs de tênis, certamente o título não será um dos melhores, mesmo contando com grandes nomes do esporte e algumas lendas. Ainda há a questão do desempenho, que oscilou em alguns ambientes específicos. Já a adição das cartas, fica a critério de cada um, não sendo a meu ver um ponto muito feliz.
Infelizmente, o título não foi do meu agrado e me frustrou bastante, não tendo nem uma fagulha de diversão. Agora, cabe aos desenvolvedores, caso façam uma nova versão, recriar do zero todas as mecânicas de gameplay caso queiram ter algum êxito, pois do jeito que está, simplesmente não dá. E neste caso em especial, acredito que nem mesmo atualizações consigam sanar minimamente esse gravíssimo problema.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce GTX, com código fornecido pela Nacon.