That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES | Review

That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES é um beat’em up, com leves elementos de RPG e gerenciador de cidade, desenvolvido pela ZOC Co.,Ltd. e publicado pela Bandai Namco Entertainment Inc. Nele, acompanhamos novas e velhas aventuras do poderoso Rimuru, o slime mais roubado de forte que já deu o ar das graças nessa indústria vital.

E aí, será que o jogo vale nosso suado tempo e dinheirinho? É o que veremos agora, em mais uma análise adorável do Pizza Fria!

Gosmento

Uma coisa que andei reparando ultimamente, leitores e leitoras deste belo reduto do metaverso, é que animes Isekai, de outro mundo em termos mais familiares, parecem estar tomando conta do ambiente dos animes e afins. De fato, lembro claramente de ter visto uma dezena deles enquanto procurava uma saga de Gundam para assistir. Será que é um efeito tardio da influência de Sword Art Online ?

Ainda que eu não seja lá o maior apreciador do estilo, resolvi dar uma chance para um título que chamou minha atenção. Em boa parte, devo admitir, por sua premissa inusitada. Um cara que morre levando uma facada e reincarna como um slime, o monstro mais fraquinho de Dragon Quest e similares? Por favor, preciso ver qual é a dessa.

E me surpreendi, de fato, ao achar a trama bem leve e bobinha, ideal para relaxar e deixar a mente repousar. Foi por conta disso que me interessei por nosso título de hoje, That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES. Como será que Rimuru e companhia se dariam em um formato de videojogos? Será que ficaria tão interessante quanto o anime ou as light novels? Bom, é isso que irei contar para vocês agora.

That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES
Nosso chegado. (Imagem: Divulgação)

História

That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES conta a jornada de Rimuru, um camarada que morreu após tomar uma facada e reincarnou em um mundo mágica na forma de um slime bem fofinho. Contudo, ele acaba se tornando super forte após fazer uso de uma habilidade bem roubada de consumir e assimilar qualquer coisa que ele devore. Após aprender um pouco mais sobre o lugar que se encontra, nosso chegado ajuda uma tribo de goblins a se salvar de um ataque de lobos, funda uma vila, e o resto é história.

O título se foca em passar por alguns arcos familiares do anime, mas um dos grandes pontos de propaganda do jogo é a inclusão de arcos novos, com participação do autor, além de outros que foram menos explorados no anime. Isso é uma das coisas mais interessantes sobre o título, principalmente para aqueles que curtem a obra original.

Contudo, acho que That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES não explora nem apresenta bem sua narrativa. É curioso que tive a sensação de que as coisas são muito lentas e rápidas ao mesmo tempo, além de pouco ou super exploradas. Por vezes fiquei muito tempo vendo cenas pouco emocionantes e arrastadas, enquanto em outras o que havia me parecido bem interessante acabou em um estalo. Além disso, o jogo freia a ação em diversos momentos para ficar mostrando a rotina de Rimuru na cidade que fundou, o que também não contribui muito.

Contudo, ao menos as novas narrativas ficaram bem legais. Além de inserir novos personagens no universo, elas servem para dar um ar mais único ao título e permitem explorar temáticas ainda pouco utilizadas, como questões relativas ao perdão, vingança e a necessidade de deixar velhas mágoas para trás em prol de um futuro melhor.

That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES
Kataki, uma das novas caras do jogo. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES se divide em dois grandes momentos. O primeiro se passa em nossa cidade, onde vemos a história rolar, melhoramos nossas habilidades e construímos algumas coisas. O segundo se passa nas fases, nas quais lutamos com diversos inimigos, reunimos materiais e cumprimos objetivos. Vamos por partes.

A primeira, de maneira geral, se resume em gerenciar nossa cidade de maneira bem superficial, apenas escolhendo quais construções fazer em determinados espaços que temos. A quantidade aumenta ao longo do jogo, e cada tipo de prédio dá um boost para certos atributos diferentes. Alguns deles são obrigatórios para manter a trama em andamento, mas temos uma boa liberdade de escolha. Contudo, o sistema é muito raso e focado apenas em escolher o que construir, aprimorar ou destruir, e nada mais.

Além disso, podemos pegar algumas poucas missões secundárias para fazer, geralmente focadas em pegar x unidades de determinado recurso, e melhorar nossos personagens. A árvore de melhorias é bem básica, contando com algumas poucas habilidades ativas e a maioria focando em fortalecer os atributos básicos dos bonecos.

Esse foco de That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES em nos dar objetivos simples, como falar com X ou pegar Y materiais, é um dos fatores que mais prejudica o título, em minha opinião. Isso faz com que ele se torne repetitivo, pois sempre temos aquela velha sensação de que já fizemos isso um milhão de vezes antes. Repetir é inerente ao meio, mas é necessário variar para evitar que o ciclo de jogo se torne muito enjoado e pouco empolgante para o jogador.

That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES
Cabaninha formosa. (Imagem: Divulgação)

Em se tratando de ação, That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES nos manda em missões curtinhas nas quais utilizamos uma combinação de golpes normais, esquivas e poderes roubados que usam uma barra de recursos para poder deitar nossos inimigos na espadada. Todos os poderes são baseados no jogo, e tudo é muito legal de ver. O combate, ainda que simples, também é divertido e tem potencial para nos manter distraídos enquanto apertamos botões e vemos cores saltarem da tela.

Contudo, as missões são curtas e repetitivas demais. Basicamente, andamos pelos mesmos cenários em um panorama 2D enquanto enfrentamos poucos inimigos em combates que começam e param, até batermos de frente com um chefe. Se for parar para considerar, ficamos mais tempo vendo os personagens falando da vida na cidade do que lutando, o que era para ser o grande ponto de venda do título.

Pelo menos That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES nos dá uma boa quantidade de bonecos para utilizar, cada qual com seus poderes e especialidades. Ainda que Rimuru seja super quebrado de forte, é legal poder variar e, também tentar novas combinações de golpes e estratégias diferentes. Pena que o mesmo, novamente, não seja verdade para os poucos cenários que se repetem.

That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES
Rimuru não é protagonista a toa. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES possui visuais bem legais e coloridos, representando muito bem a obra original em formato cel shaded. Além disso, os golpes especiais e expressões dos bonecos também foram muito bem reproduzidos do material original. Pena que, fora isso, o restante não tenha ficado tão inspirado.

A parte sonora também ficou legal, principalmente com as vozes dos personagens. Contudo, achei as trilhas um pouco simples demais, sem nada muito marcante ou que ficasse preso em minha cabeça. Ah, e não tivemos sorte com legendas dessa vez.

That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES
Poderes! (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES?

Que pergunta complexa, pessoal bonito que acessa esse site. Como alguém que começou a assistir o anime recentemente, posso dizer que achei legal ver a trama representada de outra forma e, principalmente, algumas histórias originais. Além disso, o combate me agradou e foi uma boa maneira de desligar a cabeça enquanto lançava poderes e via meus personagens tão queridos interagindo uns com os outros e descendo o braço em vilões e monstros aqui e acolá.

Contudo, That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES é uma experiência que provavelmente irá agradar, até certo ponto, apenas pessoas que já conhecem e tem algum investimento na franquia. As mecânicas pouco exploradas, além da repetição e da trama arrastada, não ajudam nem a prender a atenção daqueles que nada conhecem nem a ser uma porta de entrada para os curiosos.

Portanto, diria que o título pode ser uma boa pedida em duas situações, em suma. Primeiro, se vocês já curtirem a obra e quiserem um pouco mais de Tensei Shitara Slime Datta Ken em suas vidas. A segunda, se desejarem um jogo de lutinha despretensioso e que não cobra muito de nós. Para os outros casos, infelizmente, pode ser que ele deixe um pouco a desejar.

O jogo está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series X|S, Xbox One e PC, via Steam nas edições Standard e Digital Deluxe.

*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Bandai Namco.

That Time I Got Reincarnated as a Slime ISEKAI CHRONICLES

+ R$ 194,90
6.5

História

7.0/10

Jogabilidade

7.0/10

Sons e Visuais

6.0/10

Extras

6.0/10

Prós

  • Dois arcos originais, pelo autor da série
  • Uma boa quantidade de personagens para jogar
  • Adapta muito bem o jeitão do anime

Contras

  • Trama que por vezes é arrastada, e por vezes corre demais
  • Mecânicas simples e pouco exploradas
  • Fases curtas e repetitivas
  • Pouca variedade de cenários
  • Sem legenda em português

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.