The Falconeer | Review
Desenvolvido por Tomas Salas e publicado pela Wired Productions no fim de 2020, The Falconeer foi um dos jogos do lançamento dos Xbox Series X|S, mesmo também tendo ganhado opções para Xbox One e para PC, via Steam. O jogo chegou com um certo hype, sobretudo por ser um jogo que se adaptava à uma nova geração, ainda sedenta por jogos exclusivos… Carência esta que aumenta quando olhamos para a “ala Microsoft” que aposta na força do Xbox Game Pass e nas melhorias dos jogos cross-gen, até que os títulos exclusivos de peso como um Forza Horizon 5 e Halo Infinite sejam lançados.
Não custa lembrar que se trata de um jogo Indie, que nas suas demonstrações iniciais e nas propagandas pré-lançamento traziam uma ideia bem bacana de mundo aberto, gráficos vivos e aproveitando o potencial do hardware do Series. Mas, diferente do que o trailer pré-lançamento parecia trazer (ao menos aos meus olhos), não chega ser nada “surpreendente”.
Expectativa x Realidade
No jogo, encarnamos o papel de “falcoeiro”, humanos que montam falcões e os utilizam como, além de meio de transporte, uma “máquina de guerra”. A Lore do jogo é bem legal, trazendo uma “terra” repleta de de Magia e fantasia. Na parte gráfica podemos observar uma alternância bem legal entre períodos diurnos e noturnos…. Observamos também uma preocupação com a parte da água e outros pontos da “natureza” do jogo.
Devo confessar que particularmente também estava cheio de hype pelo jogo, sobretudo pois tinha acabado de adquirir um Xbox Series S e gostaria de ver o que essa “belezinha” tinha para oferecer. Aliado a isso, gráficos “diferenciados e coloridos”, guerra aérea “envolvendo bicho” me trazia uma lembrança particularmente nostálgica: O inesquecível STAR FOX (exclusivo da Nintendo, lançado originalmente para Super Nintendo, em 1993).
Além dos pontos já citados acima, temos a própria questão de uma sucessão de diálogos em gameplay que faz lembrar também Star Fox. Falando em diálogo e tudo mais, o jogo não foi lançado com nenhuma localização em português, mas acabou ganhando legendas em uma atualização.
Mas as semelhanças param por aí. De cara, já observamos que o manejo com o falcão (que apesar de não ser nada que necessite uma mega skill) não é tão intuitivo com no referido Star Fox ou jogos similares. Pelo contrário. Confesso que apanhei um pouco para entender a dinâmica… Não necessariamente pela dificuldade ou por falta de habilidade (bem, eu acho), mas sim por estar esperando um jogo mais “direto ao ponto”.
Neste sentido, vemos The Falconeer se preocupar com um “que” de evolução do seu falcão/arma, o que para uns é prato cheio…,Mas pra quem como eu esperava algo mais “dinâmico”, pode se decepcionar. Mas poderia ser coisa da minha expectativa inicial, somente.
Assim, fui prosseguindo na aventura com meu falcão passo a passo, para fazer-lhes esta review. Com o tempo, nós vamos pegando o manejo do jogo e vamos nos entretendo com os desafios, gráficos e ambientações. Mas basta pouco tempo para que a coisa fique novamente pouco “inovadora” ou empolgante… E assim, o jogo que para mim iniciou frio, passou pra um “morno”, depois quase esquentou… e voltou a ficar morno novamente. Me fez lembrar as antigas brincadeiras de “chicotinho queimado” (eu sei leitor, isso é brincadeira de velho), só que sem seu ápice.
O que há de melhor
Apesar desse sentimento “morno”, The Falconeer tem muitos méritos. Um deles é ter sido basicamente produzido por uma única pessoa, o que por si só é um feito considerável. Outro mérito trazido é que ele traz um estilo/vibe pouco explorado nos jogos de hoje em dia. Um ponto bacana, digno de ser ressaltado é a contextualização e história de ambientação do jogo, que se passa num mundo em conflito, de mar bravio e fortes tempestades (denominado Great Ursee).
The Falconeer é dividido em capítulos também traz a possibilidade de se jogar com diversas facções, de lados opostos da “guerra”, o que traz consigo uma visão mais holística da história e do conflito.
Vale a pena comprar The Falconeer?
Em síntese, The Falconeer é um jogo competente e que traz alguns pontos altos. Todavia, talvez pela hype exagerada (de quem vos escreve) e de outros que estavam carentes de jogos otimizados para essa nova geração, ele, a meu ver, não tem a tendência de entrar na memória afetiva nem dos jogadores casuais, nem dos jogadores experts. Todavia, atualmente ele faz parte do “cardápio” do Xbox Game Pass (o que pode ser um convite a sua experimentação) e está disponível para PC. E, talvez com ajustes aqui e acolá, eventuais novos conteúdos e com a “poeira da hype” baixa, pode ser uma pedida pra quem quer “sair da mesmice” e dar uma oportunidade ao game.
Recentemente, The Falconeer foi confirmado para PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch, com o lançamento da The Falconeer: Warrior Edition agendado para o dia 5 de agosto. No Metacritic, o game chegou a média de 68 pontos.
*Review elaborada em um Xbox Series S, com código fornecido pela Wired Productions.