Total War: PHARAOH | Preview

Cá estamos em mais uma preview de um jogo da franquia Total War. Desta vez, Total War: PHARAOH, nos leva para o Egito Antigo, mais especificamente para a Idade do Bronze, que está bem perto do seu colapso. Nesta primeira prova, podemos comandar o exército de Ramsés III em 50 turnos de campanha, pegando alguns pontos relevantes da história por trás do game. Nosso objetivo para além destes turnos é o de assumir o trono do Egito, que terá outro inimigo além de seus conflitos internos: os fantasmas da Idade Média.

Desta forma, esta prévia destacará alguns dos pontos observados nos 50 turnos disponíveis do jogo da SEGA e da Creative Assembly, que estará disponível em outubro para PC na loja Total War: PHARAOH, no Steam, ou na Epic Games Store, onde o game está em pré-venda. Enfim, sem mais enrolação, vamos ao que interessa!

“Ê, Faraó…”

A história em Total War: PHARAOH, nos leva a um cenário onde o faraó está morto, e egípcios, canaanitas e hititas lutam pela liderança da região. Desta forma, todo mundo quer ser o grande novo faraó do pedaço. E para chegar até ele, você poderá dar golpes em personagens políticos, bem como ganhar influência, ou retirar de quem está à sua frente. Porém, antes disso, você terá de lidar com o caos da guerra, colapsos na sociedade, desastres naturais e, como se não bastasse, deverá defender seu povo dos europeus. Malditos europeus!

Assim, temos a possibilidade de escolher dentro oito líderes de facção, entre Egito, Canaã e Império Hitita, tendo cada um deles unidades e estilos de jogo únicos. Isso nos permite escolher algo que mais se adeque a nossas formas de combate. Eu, por exemplo, sempre gostei de mesclar arqueiros e infantaria para lidar com diferentes ameaças. No entanto, as coisas não são tão simples em Total War: PHARAOH e esta edição foi a que mais me deu uma coça. Era impressionante como as lutas mudavam de uma hora pra outra, com a chegada de unidades de reforço por parte dos inimigos. Desta forma, conquistar o trono não é nada fácil.

Total War PHARAOH
Cuidado com o fogo! (Imagem: Divulgação)

A ideia central trabalhada em Total War: PHARAOH é que nós, jogadores e jogadoras, tenhamos múltiplos papéis de liderança. Seja no meio do combate, nas questões diplomáticas, que o jogo aborda muito bem, ou na gestão dos territórios, temos que ser bons em todas as frentes, não dando margem nenhuma para o erro. Portanto, o game segue aquela velha fórmula de tomar um tempo absurdo para que a gente aprenda a jogar e, não só isso, a executar cada um de nossos passos. É talvez a experiência mais complexa na franquia, e eu até que gosto disso.

Por fim, vale ressaltar que o rico jogo, baseado em uma série de acontecimentos históricos, nos leva para diversos cenários recriados como as margens do rio Nilo, a Península do Sinai, a Anatólia e muitos outros lugares. Tudo mantendo sempre o estilo e a qualidade gráfica da franquia. Ou seja, há até mesmo uma beleza em meio a toda a barbárie retratada pelo jogo.

Total War PHARAOH
As belezas do Egito. (Imagem: Divulgação)

O que foi visto até então

Total War: PHARAOH traz um novo recurso interessante, focado na personalização das campanhas, onde podemos mudar um pouco o rumo da situação ao piorar ou melhorar nosso lado, sendo este um modo ótimo para quem gosta de desafios, ou só quer mesmo batalhar e dominar todo o Egito. Além disso, nunca teremos uma campanha igual a outra, sendo esta uma forma de criar variações infinitas.

Confesso que acho a franquia Total War bem difícil, e em alguns momentos tendo a esquecer a parte mais estratégica e ir direto para os embates. Aliás, um mísero turno do jogo pode durar mais de 10 minutos, ou seja, requer paciência e estratégia. Muuuuita estratégia…

Total War PHARAOH
O caos da guerra toma proporções monumentais no game. (Imagem: Divulgação)

Assim, Total War: PHARAOH muda a roupagem da franquia, mas sem deixar de ter pontos únicos. As coisas que já vimos em outros títulos, como variados tipos de unidades, paisagens e todos aqueles pontos que trazem vantagens e desvantagens na hora da peleja, acabam facilitando um bocado a nos adaptarmos ao que estará por vir. E bem, esta é uma característica bem positiva desta série. Porém, aqui temos certas adições interessantes. Deveremos lidar com detalhes como mudanças climáticas repentinas, que mudarão totalmente o que acontece nos campos de batalha, já que isso afeta o jogo e nossas unidades. Há também o perigo do fogo, que pode tomar os campos de batalha.

Desta forma, o que já era complexo e desafiador, recebe novos detalhes que podem fazer toda a diferença. E Total War: PHARAOH consegue assim manter uma boa pegada histórica, trazendo uma riqueza de detalhes muito interessante para nós, jogadores e fãs de estratégia em turnos.

Total War PHARAOH
Os mapas do game são bem detalhados. (Imagem: Divulgação)

O que esperar de Total War: PHARAOH?

O tempo de jogo foi relativamente curto, mas através dele, foi possível explorar uma boa parte do Egito Antigo. Total War: PHARAOH segue mantendo o padrão de qualidade do jogo da Creative Assembly, tendo sempre um ponto em especial em suas edições. E aqui, a coisa fica bem mais política do que nos outros títulos, sendo possível manipular toda a hierarquia para chegarmos ao topo do poder.

E, é claro, há ainda muitas guerras para lutarmos. Porém, com mais dificuldades ainda. Ou seja, todo tipo de desgraça pode acontecer em meio ao caos da batalha: tempestade de areia, raios, incêndios perigosíssimos… Temos que nos atentar a todos os detalhes para nos aproveitarmos dos infortúnios alheios. Seja você um líder benevolente ou um expansionista ensandecido, em Total War: PHARAOH a guerra é o principal caminho. E talvez seja o mais interessante, sobretudo quando controlamos enormes exércitos por meio de uma câmera totalmente móvel, que nos apresenta diversos detalhes úteis para entender cada uma das unidades.

Desta forma, através dessa degustação divertida de Total War: PHARAOH, percebo que o jogo seguirá mantendo a qualidade técnica e gráfica da franquia, além de apresentar alguns pontos novos que condizem com a realidade histórica narrada. E, é claro, esta é mais uma dinâmica do jogo que a gente precisa ter paciência para aprender e, assim, tirar ainda mais proveito do que ela pode nos dar. E olha, vivendo no mundo em que vivemos, dar rasteira nos outros pra subir na carreira política é algo até banal, visto que estamos tão habituados a isso na contemporaneidade.

Concluindo, Total War: PHARAOH é um baita jogo, mas vale ressaltar que segue sendo ainda uma experiência nichada, focada em entusiastas da estratégia e gerenciamento de recursos. E isso está longe de ser um problema.

*Preview elaborada em um PC equipado com uma Geforce RTX, com código fornecido pela SEGA.

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.