Underhero | Review
Underhero foi lançado fevereiro de 2020 para Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One. O game em 2D, desenvolvido pela Paper Castle Games e publicado pela Digerati, já estava disponível para PC desde setembro de 2018, e ostenta excelentes notas na Steam.
Também, pudera. Um jogo que bebeu das fontes de Super Mario RPG e Paper Mario não poderia ser algo menor do que espetacular, certo? Talvez. Isso é o que iremos discutir na nova análise do Pizza Fria!
A história de Underhero
Toda a narrativa do game acontece em uma terra distante, chamada Chestnut Kingdom. Lá, a cada geração, sua princesa é raptada pelas forças do mal. Assim, um escolhido é nomeado herói e parte em missão para resgata-la e salvar todo reino da destruição iminente.
Conforme são auxiliados por sua arma lendária, os escolhidos lutam contra criaturas vis em busca das três pedras mágicas. Os símbolos de um verdadeiro herói. E assim, é com imensa coragem, que esses heróis enfrentam o mal e salvam seus reinos. Nossa aventura se passa em uma dessas histórias.
A princípio, já estamos no fim da aventura do herói, dentro do castelo de Mr.Stitches. Quase completando seu ciclo, o escolhido é acidentalmente morto por um dos subordinados do vilão. Esse subordinado, por sua vez, encontra no corpo do herói a espada mágica Elizabeth IV junto das pedras mágicas e acaba recebendo do próprio chefe, a missão de devolver as pedras a seus respectivos lugares.
E assim, a espada enfraquecida pela queda do herói, bola um plano para que o vilão não suspeite de nada e pede para seu novo companheiro, Masked Kid treinar e se fortalecer, para que juntos possam derrotar o mal e completar a missão do escolhido.
Os gráficos e outros detalhes
Antes de mais nada, Underhero é um jogo bem gostoso de jogar, um delicioso mix entre jogos de plataforma e RPG. Um RPG de turnos, sem turno, com uma bela jogabilidade diferenciada. Além disso, como já disse acima, é um jogo muito similar aos jogos da série Paper Mario e Mario RPG, em que o jogador deve apertar os botões na hora certa para atacar ou se defender.
Até mesmo o esquema de níveis do jogo se assemelha a Mario RPG, ao coletar experiência após as batalhas passamos níveis gradualmente tornando nosso personagem mais forte. A cada nível podemos escolher entres três atributos que iremos aprimorar, sendo eles:
- HP, que é vida do nosso personagem;
- Attack Points, que aumenta o dano infligido nos inimigos;
- Stamina, que possibilita um maior número de ataques durante o combate.
Nosso simpático protagonista é muito provavelmente inspirado nos Shy Guy da série Mario, ele não fala durante a aventura, parece tímido, mas é muito carismático e consegue nos passar muito bem as mensagens através de gestos e expressões.
Ele não aparenta ser bom nem mal, trabalha para o vilão e inicialmente é motivado pela ganância, aceita fazer parte da aventura após a promessa de poder ficar com todo dinheiro do chefe para si.
Além de tudo isso, Underhero possui um belíssimo trabalho de estética em pixel art e músicas muito bem elaboradas por Stijn van Wakeren, assim sendo, tudo combina muito bem ao estilo do jogo trazendo uma experiência única nos consoles atuais e divertida.
Gameplay clássico!
Fora das batalhas, Underhero é o clássico jogo de plataformas. Pular, planar e interagir com objetos do cenário, aquilo que todo bom apreciador do gênero vai gostar.
Porém, o sistema de combates é algo bem atrativo. Ao iniciar uma luta, temos três opções: lutar e já descer a lenha no inimigo, conversar com ele, o que é normal, já que ambos são colegas de trabalho ou subornar o inimigo e ir embora. E sim, é exatamente isso que escrevi acima, você paga propina ao inimigo para fugir de um confronto, depois disso ao voltar naquela área ele estará lá para falar com você.
Durante o combate contamos com uma barra de vida e outra para estamina, que se esvazia à medida em que atacamos o inimigo. A cada ataque com Elizabeth IV, gastamos três pontos de estamina e quando sua barra fica em nível baixo, nosso herói fica cansado e vulnerável a ataques até ela se recarregar.
Cada inimigo possui um padrão de ataques que podem ser evitados pulando, se agachando ou defendidos com o escudo. O escudo, inclusive, se quebra após certo números de golpes, mas pode ser recuperado com um item.
Evitar os ataques faz com que a barra de estamina se recupere mais rápido. Por isso, defender e se esquivar dos ataques no tempo ideal é algo crucial durante a jornada.
E por fim, Elizabeth pode se transformar em outras armas além da espada durante o combate, sendo um martelo pesado ou um estilingue para acertar alvos aéreos.
Vale a pena comprar Underhero?
Sem sombra de dúvidas que sim. O jogo é lindo, engraçado e divertido. Com uma narrativa rica e belas reviravoltas, personagens sólidos, carismáticos e com muita personalidade.
Além disso, o sistema de batalhas é agradável e intuitivo, apesar de um pouco cansativo as vezes, mas o visual em pixel art e a trilha sonora estão impecáveis e te deixam com aquela vontade gostosa de querer jogar do início ao fim sem parar.
Um importante e triste fato a se destacar é a falta de legenda para nosso idioma. O jogo está totalmente em inglês. Uma localização para o português o tornaria muito mais acessível a aqueles que não dominam o idioma estrangeiro.
Eu também tive problema em um dos puzzles no último mundo, um bug de colisão e pelo que pesquisei já foi reportado para correção e é algo que acontece de maneira aleatória, mas que pode ter dar uma certa dor de cabeça, caso demore a ser corrigido.
Por fim, aproveitem essa grandiosa estadia em Chestnut Kingdom, e boa jogatina a todos.
*Review elaborada no PlayStation 4 padrão, com código fornecido pela Digerati.