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Voidwrought | Review

Voidwrought é um metroidvania em duas dimensões, com uma vibe sombria e gráficos desenhados à mão, desenvolvido pela Powersnake e publicado pela Kwalee. Nele, controlamos um camarada (?), o Simulacro, que precisa explorar lugares nada agradáveis em busca de Ichor. Segundo um ser que vemos logo que despertamos, isso é algo extremamente essencial e que não pode, de modo algum, ser deixado para depois. Que mandão, não é mesmo?

E aí, será que vale a pena encarar o rojão? É o que veremos agora, em mais uma análise super amável do Pizza Fria.

Simulado

Que momento contente, leitores e leitoras deste site acessado apenas por gente maravilhosa, é aquele no qual um novo metroidvania dá as caras na praça. De fato, todo dia no qual recebemos um novo título de meu gênero favorito no mundo é digno de comemoração e, milagrosamente, traz um pouco de alegria ao meu gelado, gelado coração.

Mais ainda, inclusive, quando ele me traz memórias de outros jogos de peso. Nosso querido de hoje, Voidwrought, me apresentou umas vibes bem inspiradas em um título amado por muitos, apreciado por outros, chamado Hollow Knight que, inclusive, é citado como uma das fontes das quais a desenvolvedora bebeu na hora de inventar essa aventura.

Mas, será que o título consegue se carregar pelos seus próprios méritos? Ou usa de suas inspirações e lembranças para, apenas, mexer com nossas emoções sem entregar algo tão bombástico assim? Bem, só há uma maneira de saber a resposta, queridos leitores e leitoras. Jogando e fofocando sobre, mas é claro! É isso que faremos agora. Venham comigo, e vamos descobrir.

Voidwrought
Vim buscar minha review de Voidwrought, mano velho. (Imagem: Divulgação)

História

A trama de Voidwrought gira em torno do Simulacro, um ser que desperta em um belo dia com uma única missão em mente: derrotar aberrações, recolher o Ichor deixado por elas e tentar ficar cada vez mais forte e cabuloso. Sua jornada o levará a lugares bizarros, que misturam tecnologia com os restos de uma civilização antiga, enquanto descobrimos os fragmentos da história, mais sobre o universo em que ela se passa e sobre as diferentes personalidades que habitam o lugar.

Devo admitir, leitores e leitoras, que fiquei um tanto quanto perdido dentro da narrativa do jogo. O começo até que é bem direto, e sabemos ao menos para onde devemos ir, nosso nome e uma ideia geral do objetivo. Contudo, maiores desenvolvimentos são apresentados de maneira um tanto quando desconexa, inclusive dependendo bastante de monumentos, documentos e outras coisas que encontramos em nossas andanças.

Essa filosofia aplicada por Voidwrought não é nova. Dark Souls, por exemplo, expande muito de seu mundo através de pequenos pedaços de diálogo, cenários, relíquias, descrições e coisas do tipo. Contudo, esse tipo de construção necessita de uma coesão e estilo que, infelizmente, nosso querido de hoje não consegue acertar tanto a mão. O resultado disso, infelizmente, acaba sendo uma trama confusa de entender em alguns pontos que, ao longo de sua duração, acaba sendo deixada para trás ou, no máximo, compreendida em pedaços pequenos e desconexos.

Voidwrought
Mas o que tá acontecendo? (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

Em se tratando de jogabilidade, Voidwrought entrega tudo que esperamos em um bom e velho metroidvania. Portanto, podemos esperar um mapa bem grande para explorar, com diversos segredos e áreas que são liberadas conforme avançamos e ganhamos novos poderes e habilidades. Além disso, o título coloca um bom enfoque em seus elementos de plataforma, inclusive fazendo dobradinhas de skills que são utilizadas tanto para explorar quanto para tretar.

A exploração, inclusive, é bem divertida e aberta. Após adquirir algumas habilidades básicas, o jogo nos deixa livres para experimentar e ir onde nos der na telha. Claro, o mapa disponível no menu aponta com uma boa e velha seta o local para onde devemos ir. Contudo, é legal saber que não precisamos seguir o caminho linear obrigatoriamente, e que podemos nos desafiar fazendo as coisas de maneira diferente do que era para ser. Somos rebeldes, não é mesmo?

Em se tratando de combate, Voidwrought mistura a pancadaria em duas dimensões com algumas leves, leves, pitadas de souls. Podemos utilizar nossas garras e uma série de habilidades para lutar contra diversos monstros, além de um tanto de relíquias e outras bugigangas que nos conferem tanto poderes ativos (fortalecimento de dano, golpes diferentões e por aí vai) ou passivos (mais vida, cura e tudo mais). Além disso, possuímos um item de cura que se perde ao usar e pode ser recarregado nas diversas salas onde salvamos o jogo.

Nesse aspecto, o jogo entrega controles precisos e fáceis de se aprender, além de mecânicas sólidas que nos deixam totalmente no comando do personagem. Também temos uma boa variedade de inimigos e chefes para enfrentar, que caem consideravelmente de dificuldade conforme avançamos em nossa jornada pelos diversos cenários e suas armadilhas.

Voidwrought
O que vou usar, será? (Imagem: Divulgação)

Voidwrought também conta com um sistema de expansão de bases, no qual gastamos os recursos ganhos derrotando inimigos para poder aumentar nosso santuário. Conforme exploramos, vamos encontrando trabalhadores que podem ser utilizados para escavar novas seções do lugar, contendo entradas para outras zonas, novos poderes, itens, e por aí vai. É uma mecânica simples, mas que recompensa de forma adequada o jogador que perder um pouco mais de tempo desbravando cada cantinho do mapa.

O maior problema do título, aqui, é que sua jogabilidade é precisamente funcional. Tudo roda bem, mas não temos aspectos que se destacam, nem algo que o faça destoar muito do que costumamos ver aparecer por aí. A comparação com Hollow Knight, novamente, acaba por mostrar que o título não consegue ir muito longe de suas inspirações. Não pensem que isso o torna menos especial, nem de longe. Contudo, é inegável que a experiência nos parece muito familiar, boa parte do tempo.

Voidwrought
Hoje não, meu chegado.(Imagem: Divulgação)

Sons e visuais

Voidwrought entrega visuais bem legais, com uma boa paleta de cores, cenários variados e um boa atenção aos detalhes. Além disso, os desenvolvedores não brincaram ao apontar os desenhos feitos à mão como um dos pontos únicos do jogo. De fato, eles são muito bonitos e realmente ajudam para que o título tenha sua identidade própria e se destaque dos demais.

A trilha sonora também não desaponta, com músicas que se casam perfeitamente com a atmosfera do jogo e do universo que ele tenta criar. Sempre que precisamos sentir algo as canções entram de maneira cirúrgica, potencializando nossas emoções e dando aquele fervor no sangue na hora das pancadarias. Como adicional, vale lembrar que temos legendas em português!

Voidwrought
Os cenários de Voidwrought são bem legais. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena jogar Voidwrought?

Voidwrought chegou com uma premissa interessante, leitores e leitoras, além de mostrar respeitar e se inspirar em clássicos do gênero. Além disso, sua estética colorida e sombria realmente chama a atenção, além de propor algumas coisas interessantes para o gênero. Em linhas gerais, acredito que o título tenha conseguido entregar em quase todas essas frentes.

Temos mecânicas que recompensam bastante a exploração, como a expansão do santuário por exemplo, e uma não-linearidade que dá muita liberdade para que o jogador defina seu próprio caminho. Além disso, temos mecânicas de combate sólidas e bem responsivas. Pelo lado negativo, o jogo não consegue explorar ou expor bem sua história, e sinto que houve pouca inovação em seus sistemas. O que, eventualmente, faz com que ele pareça ser mais do mesmo.

Mas, no fim das contas, Voidwrought ainda é um deleite para os fãs do gênero. Ainda que não se destaque em mecânicas, o título faz tudo de uma maneira competente e, sem dúvidas, entrega mais do que o suficiente para nos garantir boas horas de jogo. Se estiver procurando um bom metroidvania para passar o tempo, vale a pena conferir.

Voidwrought foi lançado em outubro de 2024 e está disponível para PC, via Steam e Epic Games Store, e Nintendo Switch, com suporte para português do Brasil.

*Review elaborada em um PC equipado com uma Geforce RTX, com código fornecido pela Kwalee.

Voidwrought

BRL 52,99
8.3

História

7.0/10

Gameplay

8.5/10

Gráficos e Sons

9.0/10

Extras

8.5/10

Prós

  • Jogabilidade precisa e divertida
  • Visuais coloridos e bonitos de ver
  • Dá liberdade para o jogador explorar o mapa de maneira não-linear
  • Legendado em português
  • Santuário recompensa os jogadores que exploram com carinho

Contras

  • Trama desconexa e um pouco difícil de acompanhar
  • Inova pouco em suas mecânicas
  • Pode ser um pouco repetitivo com o tempo, dependendo de quão empolgados estivermos

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.