Diablo Immortal: entrevista com os criadores e impressões sobre o Druida
Depois de um bom tempo longe de Diablo Immortal, game da Blizzard lançado com foco em dispositivos mobile, mas também disponível para PC, confesso que não imaginava o meu retorno. Porém, com o convite de conhecer a mais nova classe, o Druida, retornei para Santuário. Além disso, pude acompanhar uma entrevista com dois nomes de peso da equipe de desenvolvimento do jogo: Ryan Quinn (Senior Narrative Designer) e John Yoo (Lead Systems Designer). O resultado? Uma viagem cheia de surpresas e um reencontro com um jogo que amadureceu bastante desde o seu lançamento.
Neste artigo especial, vamos falar mais sobre a entrevista, o estado atual de Diablo Immortal e, claro, as impressões de quem pôde conhecer antecipadamente o novo Druida. Confira!
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Um Druida diferente de tudo que já vimos
Se você está esperando o mesmo Druida que conheceu em Diablo II ou até em Diablo IV, esqueça! A equipe de Diablo Immortal decidiu dar um passo ousado e diferenciado: resgatou a classe, sim, mas com um toque bem específico para Diablo Immortal, adaptando-o para as necessidades narrativas, mecânicas e até sociais do jogo. Segundo Ryan Quinn, os Druidas de Immortal vêm de uma facção chamada Talons of Epha, que rompeu com os ensinamentos tradicionais de Vasili e foi parar na misteriosa região de Charval. O resultado? Um grupo bem mais selvagem, ligado à natureza, mais caótico e… imprevisível.
A escolha da classe não foi por acaso. Quinn explicou que a equipe analisou lacunas narrativas e estéticas no elenco de personagens. Após lançar classes inéditas como o Tempestário e o Cavaleiro Sangrento, eles decidiram que era hora de retomar uma classe clássica, mas sob um novo olhar. “Não queríamos ser o jogo que só cria classes novas”, disse John Yoo, apontando o desafio criativo e técnico de reinventar uma classe tão amada. Felizmente, fizeram isso de uma forma bem única, dando nova vida aos Druidas.

Natureza indomável e extremamente e rápida
Na prática, o Druida é tudo, menos previsível. A conexão com a natureza ainda está lá, claro, mas agora vem acompanhada de um sistema de energia próprio, o Primal Power, que permite alternar entre formas animalescas e feitiços elementais com uma fluidez impressionante.
E aqui entra um dos pontos que mais chamou minha atenção durante o teste: a mobilidade da nova classe. O Druida de Diablo Immortal é absurdamente ágil. Esqueça aquele andar pesado e contemplativo de outras versões: aqui, você vira lobo, urso, cervo e até um bando de corvos para se mover pelo mapa. Isso mesmo: nosso novo Druida se transforma em um bando de corvos para dar um dash. E funciona maravilhosamente bem.
John Yoo comentou que essa agilidade veio de uma conversa com as equipes de Diablo II e IV. “Os jogadores esperam que o Druida seja rápido”, afirmou. O feedback influenciou diretamente no design do personagem, que agora compete com as classes mais velozes do jogo. Durante os testes, usei e abusei de algumas dessas habilidades, correndo como lobo, dando investidas com o urso e saltando com o cervo, e por aí vai. Tudo isso deu aos combates uma dinâmica nova e viciante.
Invocações, fogo e builds criativas
Outra característica marcante do Druida é sua versatilidade. Além de conseguir invocar lobos, ursos e até espíritos antigos, há também um sistema de essências que permite modificar habilidades, e aqui entra o diferencial elemental: o Druida aqui tem foco em fogo, ao contrário das versões anteriores, que pendiam mais para vento, terra e raio.
Com essas essências, dá para transformar seus lobos em criaturas flamejantes, seus tornados em anéis de fogo e seu urso em uma máquina de destruição com labaredas. O resultado é uma classe que permite uma personalização criativa, poderosa e visualmente impactante. Inclusive, é possível mesclar tudo isso com transformações e invocações, criando um verdadeiro “druida do capiroto”. E acredite: falo isso no melhor dos sentidos…

Narrativa viva, orgânica e muito bem pensada
Ryan Quinn deixou claro que o trabalho da equipe narrativa foi cuidadoso para integrar a nova classe em Santuário sem parecer forçado. A história dos Talons of Epha se desenrola ao longo das novas quests, com vozes exclusivas, falas que só o druida tem e interações com NPCs da mesma facção.
Na campanha de Charval Wilds, por exemplo, testemunhamos o conflito entre os druidas e um grupo de bruxas ancestrais, defensoras de um modo mais selvagem de interagir com o ecossistema. A guerra entre esses dois grupos é ideológica, mágica e cheia de nuances, um prato cheio para quem curte acompanhar os detalhes da lore. “Os Druidas veem as bruxas como desordeiras; as bruxas veem os Druidas como invasores. Essa tensão é o cerne da narrativa”, explicou Quinn.

Desempenho no PVE, PvP e meta
Perguntado sobre o impacto da nova classe no meta do jogo e Yoo foi direto: “PvE foi tranquilo de balancear, o PvP é sempre uma guerra eterna”. A equipe testou o druida exaustivamente e garantiu que ele tem ferramentas para se destacar nas duas frentes. As habilidades sociais, como a de criar um círculo de cura com frutas que outros jogadores podem coletar, são um toque especialmente interessante para jogadas em grupo.
Já no PvP, ainda é cedo para prever como ele vai se sair no meta, mas as transformações, dashes e invocações dão margem para estratégias imprevisíveis. É uma classe versátil e com bom teto de habilidade. Ou seja… fácil de pegar e difícil de dominar, como todo bom personagem de Diablo.
Para novatos e veteranos
Uma dúvida recorrente, perguntada durante a entrevista, foi: o Druida é indicado para iniciantes? E a resposta foi sim. Segundo Quinn e Yoo, a classe tem uma curva de aprendizado acessível para quem só quer bater nos demônios e se divertir, mas também esconde complexidade para os jogadores mais experientes que gostam de builds otimizadas.
E tem mais: para quem estiver chegando agora ou voltando ao game (como eu), há novos sistemas de progressão, missões de origem e eventos que ajudam a subir de nível e se atualizar no conteúdo. Além disso, a expansão 4.0.1 vem com novas dificuldades e recompensas, tornando o recomeço mais leve, e mais recompensador.

Testando na prática: nossas impressões sobre o Druida
Jogar com o Druida foi uma experiência surpreendentemente refrescante. O controle da classe é fluido, as animações são rápidas e a sensação de impacto em cada habilidade é ótima. Transformar-se em corvos e escapar de emboscadas, invocar lobos flamejantes ou explodir pilares de terra com Surging Stone cria uma sensação constante de poder, e variedade. Algo que me marcou foi a atenção aos detalhes: as tatuagens do Druida, por exemplo, carregam significado dentro do lore. Elas representam sua linhagem, seus entes queridos, suas perdas e seu papel na tribo. É um toque simbólico que mostra o carinho da equipe com a construção desse personagem.
O Druida pode não ter ainda tantas essências como as classes mais antigas, mas as possibilidades de personalização já são enormes. Fiquei especialmente impressionado com o equilíbrio entre mobilidade, dano em área, controle de grupo e suporte. Não é uma classe que faz tudo, mas tem ferramentas para tudo, e isso é uma raridade bem-vinda.

Sobre Diablo Immortal
Diablo Immortal é uma experiência social de MMORPG completamente nova na série. Os jogadores explorarão o mundo enorme e compartilhado de Santuário, formarão Grupos Guerreiros com até oito membros, participarão de desafios em grupo, como os chefes de invasão do Infernicário, e entrarão em clãs com até 150 amigos para obter as desafiadoras conquistas de clã.
O jogo também conta com um robusto sistema JxJ baseado em facções. Com o Ciclo de Conflito, os jogadores podem formar equipes para lutar em uma guerra contínua que concederá ao melhor jogador do servidor a Coroa Eterna e a liderança dos Imortais. O líder precisará constantemente defender o reinado em diversos modos, incluindo um confronto brutal 1×30 contra as Sombras. Diablo Immortal já está disponível para Android, iOS e PC, via Battle.net.


